terça-feira, 19 de setembro de 2017

Perfeição Moral – Conhecimento de Si Mesmo

Casa Espírita Missionários da Luz – Pré-Mocidade                   11 à 14 anos    15/09/2017
                                                                                  Mocidade                   > 14 anos

Tema:  Perfeição Moral – Conhecimento de Si Mesmo

Objetivos:
Identificar no conhecimento de si mesmo o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal (LE. Perg. 919);
Estudar as orientações de Sto Agostinho para o processo do conhecimento de si mesmo.

Bibliografia:  
O Livro dos Espíritos – perg 919 e 919.a;
NT, João, 8:32;
Homem Integral, Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco, Cap. 3 ‘Ansiedade’;
Autodescobrimento, Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco, Introdução;
Em busca da verdade, Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco, cap. 4 itens  (‘Perder-se e Achar-se’, ‘Sair de Si Mesmo’);
O Ser Consciente, Joanna de Ângelis/Divaldo P.Franco, Cap 2 – Ser e Pessoa (item A Pessoa, subitens: A Personalidade; Individualidade).
- Trechos do filme Stardust:
https://www.youtube.com/watch?v=_NrqftLip64    è2:31 minutos (capitão dançando)

Ideias Básicas:
- “O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu autodescobrimento.  (O Homem Integral, Cap. 3 “Ansiedade”) 
- “A experiência do autodescobrimento faculta-lhe identificar os limites e as dependências, as aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.” (Autodescobrimento, Introdução)
- “E conhecereis e a verdade e a verdade vos libertará.”      Jesus em João 8:32
- “Em permanente representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e costumes de cada época e cultura, a personalidade representa a aparência para ser conhecida, não raro, em distonia com o eu profundo e real, gerador de conflitos.
A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências  nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacionamento interpessoal. (...)
Cada pessoa reencarna com as características herdadas das experiências anteriores e submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitando com os seus sinais tipificadores.
Assimilar todos os condicionamentos e exteriorizar uma personalidade consentânea com o ser real, eis o desafio da terapia transpessoal (...).(Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap 2, item ‘A Personalidade’)

Personalidade é um conceito em oposição à INDIVIDUALIDADE, que é “o somatório de todas as experiências, o ser pleno e potente, que alcançou a autorrealização.
Imperecível, a individualidade é o espírito em si mesmo, que reúne as demais dimensões e sabe conscientemente o que fazer, quando fazê-lo e como realizá-lo, para ser a pessoa integral, ideal.”
                        (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap 2, item ‘Individualidade’)

Material: música suave; LE, papel com comandos escritos e lápis a cada jovem, um LE

Hora da novidade e Prece Inicial (todos que desejarem, fazem a prece, um por vez).
ð  Colocar uma música suave durante a prece.

Desenvolvimento:

1.    Motivação Inicial:
Propor que se mantenham em clima de prece para nossa próxima atividade.
Será entregue a cada um, uma folha com algumas perguntas. Vocês devem ler, silenciosamente, e responder a cada questão, de forma sincera, buscando  a resposta em vocês mesmos. Reflitam sobre cada questão antes de responder.
As folhas não serão recolhidas. É uma reflexão individual de cada um de vocês.

Entregar papel com os comandos escritos e lápis a cada um, reforçando que fiquem em silêncio, ouvindo, sentindo a música, enquanto aguardam o seu papel.

Vocês tem 10 minutos para essa atividade.

      Obs.: As seguintes questões estarão no papel:

i.              Quem sou, do ponto de vista físico (feio, bonito, alto, baixo, magro, gordo, louro, moreno, doente, saudável)
ii.             Quem sou, do ponto de vista social
- Sou quem na família? Mais velho, do meio, mais novo? Neto? Sobrinho? Tio? Como sou na família?
- E na escola? Sou de qual escola, ano, turma?  Como sou na escola? E no curso de inglês? E em outro curso ou esporte que faço?
- Tenho muitos amigos? Amigos de verdade ou só me dou com todos mas não tenho nenhum melhor amigo?
iii.            Quem sou, do ponto de vista psicológico (sou tímido, extrovertido, agitado, calmo, ansioso, medroso?)
iv.           Quem sou do ponto de vista de vícios/virtudes (sou mentiroso, preguiçoso, egoísta, orgulhoso, vaidoso, amigo, legal, confiável, trabalhador, responsável, bom?)
v.            Sou como gostaria de ser? Como gostaria de ser? Por quê?
Ao final dos 10 minutos, desligar a música, e perguntar se tiveram dificuldade em responder as perguntas.

2.    Exposição dialogada

Vocês acham importante saber quem vocês são? Porque?
o   Deixar que respondam, complementando com os pontos abaixo.

Essas perguntas nos mostram que existem diversos aspectos que compõem nosso jeito de ser. A resposta à pergunta que fazemos a nós mesmos “quem sou eu?’, passa por todos esses aspectos.

É claro que se tenho uma doença crônica, minha vida, minhas ações, ficam de alguma forma, limitadas/relacionadas a essa doença. Se sou o 5º filho de uma família de 4 filhas mais jovens que eu, essa minha posição de nascimento não faz diferença na formação de minha personalidade?
Se nascemos aqui ou na Etiópia? Não faz diferença em como somos? Seríamos como somos se fôssemos filhos de uma família do Iraque?

É claro que sim! Faz diferença! O meio nos molda e muitas vezes nem percebemos isso. Vamos  apenas reproduzimos o modo de ser do grupo social ao qual pertenço, de forma automática.

Mas sabemos, espíritos imortais que somos, que todos esses contextos em que nascemos, faz parte de nossa necessidade de evolução espiritual. Não é sorte nem azar. É na medida exata, o que precisamos para evoluir, para desenvolvermos virtudes, transformarmos os vícios em virtudes.

E essa percepção de quem somos, vai mudando conforme os anos vão passando, pois as experiências nos modificam também.

Nós somos Espíritos imortais, em uma experiência transitória, onde vamos desenvolvendo novos valores. Joanna de Ângelis, se utilizou de conceitos da Psicologia Analítica, para nos ajudar nesse processo de autoconhecimento:  Conceito de self x ego x persona
SELF – O EU interior, Espírito Imortal
EGO – a personalidade atual, atuando, se construindo na atual reencarnação
Persona – papéis, máscaras que utilizamos nos diversos ambientes em que transitamos.

Vejamos um exemplo:

Projetar as cenas do filme Stardust:
https://www.youtube.com/watch?v=dKSAKBEI4w0 è2:39h capitão com os prisioneiros
https://www.youtube.com/watch?v=_NrqftLip64    è2:31 minutos (capitão sendo flagrado pelo invasor)
è O capitão exibia uma máscara de durão, para ser aceito pelo seu grupo. Achava que se não fosse assim, seria rejeitado. Mas o grupo sabia que era uma máscara...
o   Ele sabia que não era durão; mas optou por usar essa máscara para ser o capitão. Era uma vida falsa, mas foi a opção que fez. Importante que ele sabia que não era a máscara. É problemático, quando a pessoa (EGO) acha que é a Persona. Isso costuma acontecer em cargos de poder, brilho, fama. A pessoa não percebe que está atuando em uma determinada posição, mas que não é o cargo, a posição. Essa ilusão causa dor, sofrimento pois uma hora teremos que deixar cair a máscara.

Kardec fez uma pergunta muito importante aos Espíritos: Pedir que alguém leia a pergunta 919 de o LE:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Escrever no quadro: (ou projetar)

Meio prático è o que significa?   Deixar que respondam..... èque pode ser realizado
Mais eficaz          O que é ser eficaz? Eficácia? (segurança de um bom resultado, o resultado esperado; fazer as coisas certas; eficiência é produzir bons resultados; fazer certo as coisas.)

Para fazer o quê?
Melhorar nesta vida è todos queremos
Resistir ao mal         ètodos precisamos

E a resposta dos Espíritos a Kardec? Qual foi? “Conhece-te a ti mesmo”

Por que será? Vocês entendem essa resposta? Para melhorar na vida e resistir ao mal precisamos nos conhecer?  è deixar que respondam e complementar se necessário
´è se não nos conhecemos, nem saberemos quais são nossas tentações, não saberemos o que é bom de fato para nós; se não conhecemos o lugar para onde ir, como acertaremos o caminho?
ècomo saberemos o que realmente desejamos? Se não estamos querendo o que os outros esperam de mim? Se não estamos ‘vivendo’ a persona como se fôssemos a própria máscara?

É fácil nos conhecer? Saber nossas reações? O que sentimos, por quê sentimos? O que queremos?
A psicologia analítica de Jung nos diz que temos que aprender a ouvir a nós mesmos; a resposta vem de dentro de nós, mas precisamos parar para ouvir. A meditação como exercício diário pode nos auxiliar a calar a mente para ouvir nosso Eu interior. No início não é fácil! Nossos pensamentos são muitos e é difícil parar de pensar! Por isso precisamos criar o hábito de parar e meditar.

3.    Fixação do conteúdo
Quando os Espíritos responderam à Kardec o “Conhece-te a ti mesmo” eles nos orientaram a buscarmos em nossa essência quem realmente somos, do ponto de vista moral, dos vícios e virtudes. Precisamos saber as virtudes que já desenvolvemos para reforçarmos, e também os vícios que temos, para controlá-los. Fingir que não temos um defeito, um sentimento ruim, não vai fazer com que ele suma... Tenho que identificar, aceitar e cuidar para que ele não ‘tome conta’ de mim quando menos espero!

Santo Agostinho, Espírito, na resposta à Kardec, na perg. 919.a de O LE, deu as dicas de como fazer:


CONHECIMENTO DE SI MESMO
·         Ao fim do dia, interrogar a consciência, revisando o que foi feito no dia e se não faltou a algum dever, se ninguém tinha motivo para dele se queixar;
·         Interrogar com que objetivo procedeu em tal ou tal circunstância;
·         Se fez alguma coisa que, feita por outro, censuraria;
·         Se fez alguma ação que não ousaria confessar;
·         Se morresse agora teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?
·         Examinar o que pudesse ter feito contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra você mesmo.
Sto Agostinho ainda orienta: “Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las.”
ð  Essa é a proposta para uma rotina diária, para nos auxiliar no autoconhecimento.

4.    Conclusão:

Para concluir, vamos buscar aquietar a mente, e exercitar esse encontro com nós mesmos. ècolocar música suave, reduzir a luz, e deixar uns momentos em silêncio, antes da prece.

5.    Passes e prece final.

6.    Avaliação
Aula para 6  jovens com interesse e participação. Fizeram a reflexão individual de resposta às perguntas por 15 min, em absoluto silêncio.
A projeção do filme também despertou interesse (não conheciam o filme) e participaram da exposição dialogada (projetei os tópicos).

7.    Anexos


“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar.” (LE, 919.a)

“Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?’
“Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos.  As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” (LE, 919.a)

“Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.” (LE, 919.a)

Em busca da verdade, Cap. 4, item ‘Perder-se e achar-se

Não bastam ser trabalhados o ego e a persona, fortalecidos e construídos muitas vezes pelas experiências existenciais, mas sobretudo o Self consciente. Quando se atinge a meia-idade essa reflexão faz-se inevitavelmente. No entanto, o mesmo fenômeno ocorre, também, na juventude, após alguns traumas e frustrações, desencantos e dissabores ante a realidade da vida.
Foi o que pensou e executou o Filho pródigo, no inferno em que se encontrava. Ele sabia onde estava o paraíso e o de que necessitava era o estímulo que se lhe apresentou como fome e humilhação, com a consequente possibilidade de morte.
Havendo perdido a própria identidade, todos os valores que lhe constituíam a raça, suas heranças, seus prejuízos e suas conquistas, ao trabalhar com porcos - animais imundos na sua crença - em servir a um pagão, pecando contra a fé religiosa – o seu Deus - a mais vergonhosa derrota havia sido essa, de natureza moral, cujos fatores de perturbação se lhe acrescentaram como desonra, descrédito, abandono, miséria física e econômica, defluentes daquela de natureza espiritual.
No processo de aquisição da consciência, por desconhecimento da realidade, por presunção e fatuidade, muitos perdem-se e transitam imaturos no prazer, desperdiçando a juventude e os tesouros que lhe são pertinentes, até o momento em que surge uma seca, faltam as energias para o prosseguimento e o indivíduo cai em si, avaliando tudo quanto tinha e de que não mais dispõe, sabendo que na terra longínqua onde vivia, tudo está em abundância.
Já não mais aspira à reconquista do que perdeu, porquanto há recursos que não retornam: energia, juventude, pureza de sentimentos, mas há outros que podem ser restaurados: dignidade, trabalho, renovação, novos logros. (...)

"A persona está sempre mudando no processo existencial porque resulta das aquisições psicológicas e morais, embora o ego se demore na sua dominação, adquirindo recursos para interagir com as novas conquistas. Durante os períodos de mudanças biológicas, conforme referido anteriormente, essas mudanças sucedem-se com naturalidade, atingindo o clímax na fase adulta-velhice, quando o período é saudável."

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