quinta-feira, 7 de julho de 2022

Somos todos iguais?

 Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade: > 14 anos – 01/07/2022

Estudo Híbrido (Presencial e Google Meet)

Tema: Somos todos iguais?

Objetivos:

  • Identificar que perante Deus, somos todos iguais e que a diversidade das aptidões se deve às experiências que cada um traz de vidas anteriores;

  • Refletir sobre "como vejo a lei de igualdade em minha vida".

Bibliografia:

  • O Livro dos Espíritos, perg. 115 e 119; 3ª parte, Cap. IX - Lei da Igualdade;

  • ESE, Cap. XVII item 7 ‘O Dever’ (Sede Perfeitos);

  • Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1861 > Outubro:

> Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses;

> “discurso-do-sr-allan-kardec-no-banquete-de-lyon”

  • RE, Out/1861 - discurso-do-sr-allan-kardec-no-banquete-de-lyon

  • Viagem Espírita de 1862, ‘Impressões Gerais’ e item

/instrucoes-particulares-dadas-aos-grupos-em-resposta-a-algumas-questoes-propostas/iii)

Material: Livro dos Espíritos, bolinha de borracha

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial

  2. Motivação:

Hoje começaremos com uma história real, passada no século passado, em Copacabana, no Rio. Essa história foi contada por André Luiz, no livro Sexo e Destino.


Márcia e Claudio eram casados. Eles tinham uma situação financeira confortável, e tinham uma empregada doméstica que morava com eles, como era costume naqueles tempos.

O casal teve uma filha, que recebeu o nome de Marina.

Um pouco antes de Marina nascer, a empregada da família ficou grávida, mas sem o apoio do pai da criança. Márcia deu apoio a ela durante a gestação e quando nasceu Marita, a bebê também ficou morando na casa do casal.


Porém, a mãe de Marita não conseguiu superar a situação de estar sozinha com uma filha pra criar, entrou em depressão e acabou cometendo o suicídio. Foi assim, que Marita, ainda bebê, ficou sob os cuidados de Marcia e Claudio, crescendo junto com a Marina, como se fossem irmãs.

Quando Marita tinha 11 anos de idade, Marcia contou a ela a sua real história. Foi um choque para Marita! Mais ainda porque a partir dessa revelação, Marcia e Marina foram aos poucos se afastando afetivamente de Marita, que foi se sentindo cada vez mais solitária e estranha em sua própria casa.

Com a adolescência, Marina foi seguindo nos estudos, e Marita foi orientada a ir trabalhar. E assim, economicamente, culturalmente e socialmente, as duas meninas foram se afastando. Marcia saía com a filha nos eventos sociais, e Marita não foi incluída nesse grupo social.

Marita se sentia extremamente solitária no mundo. Todo o amor que desenvolvera pela mãe e irmã, ela precisou conter, pois não era mais aceita pelas duas como tal.

E assim, a história segue com seus dramas… Quem desejar saber o restante da história, é só pegar o livro na biblioteca!

E quantos dramas vemos todos os dias… Nesse caso, o fato de Marita ser filha da empregada, fez crucial diferença no desenrolar de sua vida. E isso nos faz pensar em quantas Maritas existem aqui na nossa cidade, e em todo o mundo! Quantas histórias totalmente diferentes, por conta do local ou da condição de nascimento, ou da etnia, ou da religião, ou mesmo por conta do gênero em que a pessoa nasceu.

Essas situações nos levam a pensar, onde está a Lei de Igualdade, que vemos no Livro dos Espíritos?

Não deveriam ter todos as mesmas oportunidades? As mesmas aptidões? O mesmo nível de inteligência?

Como podemos entender essa lei divina?

OBS. se vierem as respostas ‘padrão’ de evangelizandos espíritas, perguntar:

= Como vocês se sentem perante as diversidades que percebem? =

= Como se relacionam com pessoas de classes sociais, etnias, religião, diferentes das de vocês? =

Discussão dialogada

Vamos ver como Kardec desenvolveu essa lei natural no LE.


Pedir a um dos jovens, que leia a perg. 803 do LE:


803. Perante Deus, são iguais todos os homens?

Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis frequentemente: “O Sol luz para todos” e enunciais assim uma verdade maior e mais geral do que pensais.”

Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais.

== > essa resposta tem por foco o Espírito encarnado. Quando o LE fala “o homem”, se refere a nós, encarnados.

- então? Como podemos entender essa igualdade que os Espíritos e Kardec falam nessa questão?

- qual o mesmo fim de todos nós? = > A desencarnação.

- quais leis divinas? Todas! A lei do progresso, por exemplo, todos chegaremos à condição de Espíritos Puros!

- essa resposta fala das diferentes condições sociais? De saúde? De aptidões? Não!

Vejamos outra questão que Kardec fez ao Espíritos: (pedir que outro jovem leia)

É lei da natureza a desigualdade das condições sociais?

Não; é obra do homem e não de Deus.” (LE perg. 806). 

- é o que vemos no caso da Marita, Marina e dos outros personagens da história que André Luiz contou. As escolhas, as ações de cada um de nós, são nossa responsabilidade e não de Deus! As leis de Deus são para todos os Espíritos, mas na vida social, encarnados, nós é que criamos a sociedade em que vivemos!

Perg. 806. a) — Algum dia essa desigualdade desaparecerá?

Eternas somente as leis de Deus o são. Não vês que dia a dia ela gradualmente se apaga? Desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social.”

- O que é desigualdade de merecimento? == > Depende do livre arbítrio de cada um, da vontade de cada um de nós.

Tem uma frase de Erasto sobre a Lei de Igualdade muito linda.

Vocês sabem quem é Erasto?

= = > Erasto é um dos Espíritos Superiores da Codificação Espírita, e na época do cristianismo nascente foi um dos discípulos do apóstolo Paulo de Tarso. Ele ditou uma psicografia, em outubro de 1861, aos espíritas franceses da cidade de Lyon, que eram em sua maioria, operários.


“A igualdade proclamada pelo Cristo é a igualdade ante a justiça de Deus, isto é, nosso direito, conforme nosso dever cumprido, de subir na hierarquia dos Espíritos.”

Em consequência, repito, proclamando o dogma sagrado da igualdade, não vimos ensinar que aqui embaixo deveis ser todos iguais em riqueza, saber e felicidade, mas que chegareis todos, à vossa hora e conforme os vossos méritos, à felicidade dos eleitos, partilha das almas de escol que cumpriram os seus deveres.”

== > depende de quem atingir a felicidade dos eleitos? a cada um de nós! Vivendo de acordo com as leis de Deus. Nosso desafio é buscar compreender cada vez mais as leis de Deus e segui-las!

= = > Somos todos iguais pois somos todos Espíritos!

Curiosidades:


Vocês sabiam que o Espiritismo nasceu e se desenvolveu inicialmente nas classes sociais mais instruídas.

== > Porque será? Vocês tem ideia?

(https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/895/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1861/6956/outubro/discurso-do-sr-allan-kardec-no-banquete-de-lyon)

Um novo elemento vem juntar-se à legião dos espíritas: o das classes laboriosas. Notai nisto a sabedoria da Providência. O Espiritismo propagou-se primeiro nas camadas esclarecidas, nas mais altas esferas sociais. A princípio isto era necessário para lhe dar mais crédito, e depois para que fosse elaborado e expurgado das ideias supersticiosas que a falta de instrução nele poderiam introduzir, e com as quais teria sido confundido” (RE, Out/1861)

(Viagem Espírita de 1862, ‘Impressões Gerais’)

Por toda parte a ideia espírita começa nas classes esclarecidas ou de mediana cultura. Em nenhum lugar principiou pelas classes inferiores e ignorantes. Da classe média ela se estende às mais elevadas e às mais baixas categorias da escala social.”

(https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/889/viagem-espirita-em-1862/1990/instrucoes-particulares-dadas-aos-grupos-em-resposta-a-algumas-questoes-propostas/iii)

Se o Espiritismo tivesse saído da classe ignorante, ninguém duvida que a ele se teriam misturado muitas superstições; mas ele nasceu na classe esclarecida, e só depois de aí se ter elaborado e depurado foi que penetrou nas camadas inferiores, a elas chegando desembaraçado, pela experiência e pela observação, sem qualquer mistura prejudicial.

= > Tem comentários que o Espiritismo é religião de classes mais instruídas. Vemos que isso não é verdade! Nos textos acima de Kardec, vemos que ele nasceu sim, nessas classes, por sabedoria de Deus, para manter a pureza da doutrina!

4.Fixação de Conteúdo

Vamos fazer uma roda de perguntas e respostas sobre a Lei de Igualdade, para que possamos refletir sobre suas características.

- vou passar a bolinha para ver quem vai responder, ok? Quem pegar a bolinha responde e depois passa pra outro. (se tiver alguém na sala virtual, combinar quando a bolinha será “enviada” para esse jovem)

LE perg. 115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? (ou, como são os Espíritos ao serem criados por Deus?)

Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber.

Perg. 804. Por que não outorgou Deus as mesmas aptidões a todos os homens?

Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um deles vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, outro fará. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. Ademais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo.”

Será possível a igualdade absoluta das riquezas?
“Não; nem é possível. A isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres.” (LE perg. 811).

Perg. 812. Por não ser possível a igualdade das riquezas, o mesmo se dará com o bem-estar?

Não, mas o bem-estar é relativo; todos poderiam dele gozar, se se entendessem convenientemente, porque o verdadeiro bem-estar consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraza, e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto sinta. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba.”

Perg. 814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com frequência.”

Porque Deus criou todos os homens iguais para a dor?

Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer.

A igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos. (ESE, Cap. XVII item 7 ‘O dever’)

São iguais os possíveis resultados das encarnações, independente das provas ou expiações?

Assim, portanto, conforme vossas existências de missões, de provas ou de castigos nas paragens terrenas, cada um de vós, em consonância com as suas boas ou as más obras, progredirá na escala dos seres ou recomeçará, mais cedo ou mais tarde, a sua existência, caso se tenha desviado. (Erasto, RE, Out/1861)

São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?
“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?” (LE perg. 817).


Com que fim a mulher é mais fraca fisicamente do que o homem?

Para lhe determinar funções especiais. Ao homem, por ser o mais forte, os trabalhos rudes; à mulher, os trabalhos leves; a ambos o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.” (LE perg. 819).

As funções destinadas à mulher pela natureza terão importância tão grande quanto as concedidas ao homem?

“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.” (LE perg. 821)

Uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher?

Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.” (LE perg. 822a)

  1. Exercícios de respiração lenta e profunda e prece final.

  1. Avaliação

Encontro com 4 jovens presenciais. Não foi feita a atividade de fixação. Se interessaram pela história motivadora e o restante foi através de conversa. Só lemos a perg.803. Não falamos de Erasto. Mas falaram sobre a criação dos Espíritos simples e ignorantes, e das diferenças das aptidões pelas diversas reencarnações. Não foi abordado o tema da igualdade entre homens e mulheres. Conversamos também sobre o fato do Espiritismo ter sido iniciado nas classes mais instruídas e, até hoje, ser necessário ter hábito da leitura e estudos para de fato, aprender os conceitos espíritas.

ANEXOS

Apoio doutrinário:

LE perg. 115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?

Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só as suportam murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”

a) — Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida?

Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas a vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.”

LE perg. 119. Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem?

Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Ademais, a desigualdade entre eles existente é necessária à sua personalidade. Acresce ainda que as missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do universo.”

Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus soldados um general; por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores; por que todos os colegiais não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.



Comentário de Kardec à perg. 805 de O LE:

Assim, a diversidade das aptidões entre os homens não deriva da natureza íntima da sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento a que tenham chegado os Espíritos encarnados neles. Deus, portanto, não criou faculdades desiguais; permitiu, porém, que os Espíritos em graus diversos de desenvolvimento estivessem em contato, para que os mais adiantados pudessem auxiliar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, necessitando uns dos outros, compreendessem a lei de caridade que os deve unir.

Revista espírita — 1861 > Outubro > Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses

Acabo de pronunciar a palavra igualitária. Julgo útil nela deter-me um pouco, porque não vimos pregar, em vosso meio, utopias impraticáveis, pois, ao contrário, repelimos energicamente tudo quanto pareça ligar-se às prescrições de um comunismo antissocial. Antes de tudo, somos essencialmente propagandistas da liberdade individual, indispensável ao desenvolvimento dos encarnados. Consequentemente, somos inimigos declarados de tudo quanto se aproxime dessas legislações conventuais, que aniquilam brutalmente os indivíduos. Embora me dirija a um auditório em parte composto de artífices e proletários, sei que suas consciências, esclarecidas pelas radiações da verdade espírita, já repeliram todo contato com as teorias antissociais dadas com apoio da palavra igualdade. Seja como for, creio dever restituir a ela sua significação cristã, conforme aquele que, dizendo: “Dai a César o que de César”, a explicou. Então, espíritas! A igualdade proclamada pelo Cristo, e que nós mesmos professamos nos vossos grupos amados, é a igualdade ante a justiça de Deus, isto é, nosso direito, conforme nosso dever cumprido, de subir na hierarquia dos Espíritos e um dia atingir os mundos adiantados, onde reina a perfeita felicidade. Para isto não são levados em conta nem o nascimento, nem a fortuna. O pobre e o fraco a alcançam, bem como o rico e o poderoso, porque uns não levam materialmente mais que os outros, e como lá ninguém compra seu lugar e seu perdão com dinheiro, os direitos são iguais para todos. Igualdade diante de Deus, eis a verdadeira igualdade. Não vos será perguntado o que possuístes, mas o uso que fizestes do que possuístes. Ora, quanto mais houverdes possuído, mais demoradas e mais difíceis serão as contas que tereis de prestar da vossa gestão. Assim, portanto, conforme vossas existências de missões, de provas ou de castigos nas paragens terrenas, cada um de vós, em consonância com as suas boas ou as más obras, progredirá na escala dos seres ou recomeçará, mais cedo ou mais tarde, a sua existência, caso se tenha desviado. Em consequência, repito, proclamando o dogma sagrado da igualdade, não vimos ensinar que aqui em baixo deveis ser todos iguais em riqueza, saber e felicidade, mas que chegareis todos, à vossa hora e conforme os vossos méritos, à felicidade dos eleitos, partilha das almas de escol que cumpriram os seus deveres. Meus caros espíritas, eis a igualdade a que tendes direito, a que vos conduzirá o Espiritismo emancipador, a que vos convido com todas as forças. Para atingi-la, que deveis fazer? Obedecer a estas duas palavras sublimes: amor e caridade, que resumem admiravelmente a lei e os profetas. Amor e caridade! Ah! Aquele que, segundo a sua consciência, cumprir as prescrições desta máxima divina, estará certo de subir rapidamente os degraus da escada de Jacob e de logo atingir as esferas elevadas, de onde poderá adorar, contemplar e compreender a majestade do Eterno.

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