Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos
17/09/2021
Estudo virtual Google
Meet
Tema: Lei de Sociedade - Família
Objetivos:
- Identificar na família o ambiente que preciso para
evoluir;
- Identificar os laços espirituais e consanguíneos que nos
unem na família;
- Levar os jovens a refletirem sobre a importância de sua
família e como atuar para auxiliá-la.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Pergs. 203 à 217, 266,
385, 582, 681, 768 à 775; 980;
O Evangelho Seg. Espiritismo , Cap. XIV;
Desafios
da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I - “O sentido da Família”.
Material: Cada participante de
ter em mãos papel e caneta.
O evangelizador deve ver o filme brasileiro ‘A Vida Invisível’, de 2019.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração
profunda e prece Inicial.
1.
Motivação
Inicial:
Pedir que peguem uma
folha e uma caneta, reflitam sobre as questões que serão compartilhadas na tela
e anotem as respostas.
Esse é um momento de reflexão sobre você e sua família. Individual e não será
compartilhado com o grupo, ok?
Exibir uma pergunta por
vez, dando 3 minutos para cada resposta, ou pedir que avisem no chat se já
responderam.
i. Quem sou eu na minha família?
ii. O que espero da minha família?
iii. O que a minha família espera de mim?
iv. Há relações na minha família que eu
gostaria que fossem melhores? Quais relações são essas?
v. O posso fazer para melhorar esses
relacionamentos?
vi. Eu busco melhorar essas relações?
2.
Desenvolvimento
do conteúdo
Nas perguntas para as
reflexões individuais que fizemos, todas pessoas, espíritas ou não, percebem a
importância da família!
Nós somos espíritas, sabemos
da reencarnação e da importância da família para nossa evolução espiritual.
Tanto que na pergunta
775 de OLE, na 3ª parte do livro, na Lei de Sociedade, temos:
Qual
seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de
família?
“Uma
recrudescência do egoísmo.”
Ou seja, o que aconteceria no mundo se não houvesse mais as famílias?
ð
vitória do egoísmo! Surgimento do
egoísmo com maior intensidade!
Como podemos entender
esse conceito da DE?
Porque o relaxamento
dos laços familiares propicia mais condições para o surgimento do egoísmo? == > (deixar que respondam)
èNecessidade da reencarnação (progresso) è laços sociais - necessidade de viver em sociedade (viver
insulado não é possível desenvolver as faculdades de relação -perg. 768) è necessidade da família (fortalece os laços sociais - perg. 774)
Perg. 774. Os laços sociais são necessários ao
progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os
segundos constituem uma lei da natureza. Quis
Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”
E sabermos da reencarnação, amplia os deveres da fraternidade, diminuindo o egoísmo:
Perg. 205. A
algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de
família, com o fazê-los anteriores à existência atual.
“Ela os
distende; não os destrói. Fundando-se o
parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes
entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade,
porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a
quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade.”
Vamos ver uma
história retratada num filme brasileiro, chamado A Vida Invisível, de 2019, que conta a história de duas irmãs, Guida e Eurídice, adolescentes no Rio,
em 1950, numa sociedade paternalista e conservadora.
ð Quem não viu e pretendia ver, sinto muito!!! Vou dar
spoilers!!! Ou melhor, vou contar a história!!!!
Guida e Eurídice eram as duas filhas de uma família
patriarcal da década de 50, ou seja, a mulher não tinha voz ativa na sociedade.
- Elas eram muito unidas, muito amigas. – aqui podemos ver que existiam laços
espirituais entre elas. Espíritos afins que reencarnaram na mesma família.
- Eurídice era talentosa no piano; bem tímida. Guida, ao
contrário, era extrovertida e namoradeira. Adorava as baladas da noite do Rio.
Naquela época, família patriarcal, vocês acham que Guida se
dava bem com os costumes rígidos do pai? O pai permitia que Guida saísse para
as baladas noturnas?
Claro
que não! Então o que Guida fazia? Quem arrisca um palpite?
-
ela combinava com a irmã, que dava cobertura, e ela fugia de noite, saindo pela
janela!
- aqui já temos um ponto a considerar:
em nome do amor, podemos ou devemos ser cúmplices em erros?
- Eurídice acobertava a
irmã, mas ficava com medo de serem descobertas e preocupada com a irmã. Não
dormia enquanto ela não voltava.
- vemos as
características desses 2 Espíritos. Talvez Eurídice tenha vindo junto
com a Guida para tentar ajuda-la a conter seus impulsos...
Um dia, Guida resolveu
fugir com o namorado (que namorava escondido, claro!). E novamente pediu à irmã
que a acobertasse!. Essa noite foi a última vez que as duas irmãs se viram
nessa encarnação. Todo o filme passa na tentativa das duas se reencontrarem.
- será que estava previsto essa separação das duas
no planejamento reencarnatório? Temos o nosso livre arbítrio e
muitas vezes tomamos decisões equivocadas que mudam o rumo de nossa encarnação.
É claro que não era o
que Guida desejava! Ela queria ficar com o namorado e depois de consumada a
união entre eles (o rapaz prometera casamento), ela pensava em voltar e ser
aceita de novo na família.
No dia seguinte ao da
fuga, o pai ficou sabendo e falou para a mãe e para Eurídice, que por essa
ação, Guida estava morta para a família!
-
início de um novo drama entre esses Espíritos....
O que aconteceu então?
Eurídice continuou sua vida, sempre preocupada
e com saudades da irmã, sem notícias dela.
Ela ficou noiva e se casou.
Sempre procurando
notícias da irmã.
Sonhava em ser
pianista, mas engravidou e acabou se frustrando nesse sonho. Pareceu viver toda
a encarnação descontente, frustrada.
- se Guida estivesse presente, ao lado da irmã, será que a vida de
Eurídice seria diferente?
- Será que Guida não tinha um compromisso em ajudar a irmã
a tomar suas decisões, a ser mais ativa?
E Guida? O que aconteceu com ela? Quem arrisca?
-
ela e o namorado, viajaram para outro país, e lá, ele a abandonou. Nunca se
casaram. Ela voltou pra casa dos pais, alguns anos depois, grávida.
O pai não quis saber dela.
A mãe chorou, implorou
pela aceitação da filha de volta e do neto que viria, mas ele foi irredutível.
Ameaçou-a: se quisesse
aceitar a filha, que se fosse embora com ela.
E também a proibiu de
contar à Eurídice que a irmã havia voltado.
E para Guida, disse que
Eurídice tinha se mudado para a Europa para estudar piano.
- não sabemos qual a vinculação anterior que esses dois
Espíritos, pai e Guida, tinham antes dessa reencarnação. Vemos a dureza no
tratamento com essa filha.
Seria amor ferido?
Desilusão? Mágoa?
Com certeza faltou o
perdão.
Quantas obsessões
começam pelo amor ferido que se transforma em ódio!
E o filho de Guida? Será que estava previsto
nessa reencarnação? Não sabemos...
Mas desde que se iniciou essa gestação, passou
a fazer parte da vida dela.
Guida foi morar em
quarto alugado, teve o filho com a ideia de abandoná-lo ao nascer, mas não teve
coragem.
- vemos aqui, que ela venceu
a tentação do abandono do filho. Resolveu assumir o filho e, sozinha, sem
marido, na sociedade conservadora da época, tocar a sua vida.
A dona da casa que a
acolheu, se afeiçoou a ela e ao menino. Formaram como uma família: mãe, filha e
neto. Enquanto jovem, continuou indo nas
baladas...
Muitas dificuldades
financeiras; muito trabalho para trazer sustento para a casa. Uma vida de
sacrifícios, força, alegria de viver mesmo nesse cenário difícil e sem o
amparo da família consanguínea que nem conheceu seu filho.
Nunca deixou de escrever
para a irmã, no endereço dos pais. A mãe guardava as cartas. Nunca foram
entregues à Eurídice.
No fim do filme,
arrumando as coisas numa mudança de casa, Eurídice já idosa, com 2 filhos e
netos, encontra uma caixa com todas as cartas que Guida escreveu a ela durante
todos os anos até o fim de sua vida.
Eurídice sentiu uma
tristeza profunda por uma vida que poderia ter sido tão diferente...
As duas vivendo no Rio,
e nunca se reencontraram!
Família!
O que será que haviam planejado nessa
encarnação?
Qual a ligação entre esses 4 Espíritos que
reencarnaram juntos?
Como poderia ter sido a história dessas duas
irmãs que tanto se amavam? (deixar que respondam)
Vemos que com os temperamentos diferentes
delas, uma poderia ajudar a outra a vencer suas dificuldades íntimas.
Não são fáceis os
conflitos familiares.
Do ponto de vista espiritual, o que significa um conflito
sério em família?
è“As provas rudes,
ouvi-me bem, são quase sempre
indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em
Deus. (E.S.E. Cap. XIV, item 9)
- como a visão da imortalidade, da reencarnação, pode nos
ajudar nas provas da vida! Quando vemos a vida como uma experiência
reencarnatória, obtemos forças para não nos deixarmos levar pelos impulsos
inferiores, sendo gratos à nossa família, respeitando as características e
limitações de cada um, assim como nós mesmos também temos dificuldades e
limitações.
Guida fugiu com o namorado achando que seria
feliz.
- podemos ser felizes trazendo dor, sendo
ingratos com aqueles que nos deram a vida?
O pai foi tão severo, orgulhoso e não perdoou a
filha.
- poderia ter sido
muito mais feliz, pois com a atitude dele, prejudicou a filha, a esposa,
Eurídice e a ele próprio.
3.
Conclusão:
Mesmos nas situações
mais difíceis em família, estamos onde precisamos estar, com quem precisamos
estar. Assim, como precisamos da família, a família também precisa de nós!
Como Kardec nos trouxe
no Evangelho, “fora da caridade não há salvação”.
E é caridade moral
saber calar ao invés de agredir, renunciar, respeitar, perdoar...
Agradeçamos a Deus,
todos os dias, pela família que temos, pois essa é a família que precisamos para
nosso crescimento espiritual!
Voltando às reflexões iniciais que vocês fizeram, busquem
olhar cada membro da família atual, como Espíritos ligados a vocês, desde
épocas passadas, reunidos atualmente, para crescimento mútuo.
4.
Passes
e prece final.
5.
Avaliação
Encontro para
11 jovens. Participaram respondendo as
questões sobre o drama do filme. Fizeram
as reflexões escritas.
6. Anexos
Perguntas motivadoras sobre o tema:
i) Como explicar
antipatias e verdadeiras aversões que vemos entre alguns membros de uma
família? Relacionamentos de vidas
passadas, não resolvidos. (E.S.E. Cap. XIV, item
8)
ii) A DE nos ensina que existe mais de um tipo
de laço familiar:
èConsanguíneos (família
atual) e espirituais (afetos conquistados em vidas anteriores).
èNão
são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia
e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e
depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais
diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue.
Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que
dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias:
problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Item 8, Cap XIV do Evangelho Segundo o
Espiritismo.)
iii) Existe a força do
sangue? Dos laços consanguíneos?
èSim.
Mesmo havendo desavenças entre os membros da família, existe o ‘laço’ que os
une: os de pertencer a mesma família! Os cuidados que a criança necessita,
aproxima os pais de seus filhos pequenos, e a proximidade, o convívio diário,
vai fortalecendo os laços afetivos. É um processo de fortalecimento de laços
anteriores já existentes, ou de ‘reconquista’ no caso de desavenças fortes entre
os membros da família.
“Se bem os
Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos
que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes eles são
atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que
anteriormente se estabeleceram”. (LE, perg.206)
iv) Qual a importância da
influência que os Espíritos dos pais exercem sobre o filho depois do nascimento
deste?
è
“Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos
outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus
filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se
vierem a falir no seu desempenho.” (LE. perg. 208)
“Nessa fase é que se lhes pode reformar os
caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais,
missão sagrada de que terão de dar contas.” (LE, perg. 385)
v. Pode-se considerar
como missão a paternidade?
“É, sem
contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever
e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao
futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o
dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma
organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões.” (LE,
perg. 582)
vi) E quando os pais
não cumprem com essa missão? Os filhos ficam isentos de seguir o mandamento
“Honrar pai e mãe”?
èNão!
Te permitiram nascer! Devemos ser sempre agradecidos aos nossos pais a
oportunidade da reencarnação! (ESE, Cap. XIV item 3 e 9)
vii) Por que as famílias se acham tão
desestruturadas, apesar de seu valor?
- falta de lucidez e consciência das pessoas
com relação ao valor da família;
- obsessões: “como a
família é o núcleo assistencial para o progresso da alma, admitem que seja
necessário bombardeá-la, a fim de que os espíritos que reencarnam não achem nem
orientação feliz, nem apoio, nem segurança, e transformem a reencarnação num
convescote, numa busca insofreável de prazeres hedonistas e de futilidades de
variados tons.”
(Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul
Teixeira, perg. 7 Parte I - “O sentido da Família”)
“Assim, encontramos verdadeiros tumultos,
descompensações graves, verdadeiras guerras ao lado de problemas comuns que são
plenamente concebíveis no seio da família.”
(Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul
Teixeira, perg. 7 Parte I - “O sentido da Família”)
viii) Item 5 do
Evangelho Segundo o Espiritismo:
E,
tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem
sequer podiam fazer sua refeição. – Sabendo disso, vieram seus parentes para se
apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito. Entretanto, tendo vindo
sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lado de fora, mandaram chamá-lo. –
Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos
estão lá fora e te chamam. – Ele lhes respondeu:
Quem
é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam
assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; – pois,
todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe. (S. MARCOS, 3:20-21 e 31 a 35; – S.
MATEUS, 12:46 a 50.)
O que Jesus quis
ensinar com esse fato que aconteceu na vida dEle?
è“Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino;
aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para
precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela
espiritual.”
(Item 7, Cap XIV do Evangelho Segundo o Espiritismo).
ix). Por que é que de pais bons e virtuosos nascem
filhos de natureza perversa? Por outra: por que é que as boas qualidades dos
pais nem sempre atraem, por simpatia, um bom Espírito para lhes animar o filho?
“Não é raro
que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus
conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que
deseja.” (LE, perg.209)
x) A lei da
Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?
“Certamente,
do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que
Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que,
por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a
ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa
sociedade atual.” (LE. Perg 681)
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