Casa Espírita
Missionários da Luz – Mocidade - a partir dos 13 anos – 10/04/2020
Tema: O Argueiro e a Trave
no Olho (encontro virtual, pelo Hangouts
Meet)
Objetivo:
Refletir sobre nossas reações inconscientes,
com relação a críticas ou rejeições aos outros, percebendo a necessidade do
autoconhecimento.
Bibliografia:
- ESE, Cap. X (Bem aventurados os
Misericordiosos), itens 9 à 11, 13, 16 à 18 – O Argueiro e a Trave no Olho;
- LE, perg. 919;
- O Ser Consciente,
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 7
Material: Notebook ou tablet, com o app Hangouts Meet
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade.
2.
Relaxamento
e atenção no movimento da respiração, e prece inicial.
3.
Apresentação
das facilitadoras do dia: duas jovens que prepararam o estudo da noite.
Tema escolhido por elas.
4.
Após
o encerramento, exercício de relaxamento e observação da respiração, e prece
final.
5.
Avaliação:
Estudo com
9 jovens com boa participação. As meninas iniciaram com a pergunta ao
grupo: ‘o que mais te chama atenção quando você conhece uma pessoa?’, e a
partir daí, falaram que muitas vezes, julgamos as pessoas pelas
características, às vezes até pelas roupas, num pré-julgamento, ou preconceito.
Fizeram a leitura do item 10 do Evangelho, no cap em estudo e falaram da
projeção que fazemos, de nossas próprias características, nos outros.
A partir
daí, desenvolvi o tema de self/ego/personas e dos mecanismos de defesa do ego:
projeção.
Foi muito boa a discussão; fizeram reflexões de posturas deles mesmos, e da necessidade de auto avaliação diária.
Foi muito boa a discussão; fizeram reflexões de posturas deles mesmos, e da necessidade de auto avaliação diária.
Só falei do
estudo de caso sobre Projeção.
6.
Anexos:
Subsídios
teóricos
Tema no cap. X – Bem-aventurados os
Misericordiosos
4. A
misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for
misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento
e no perdão das ofensas.
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não
vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão:
Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? –
Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como
podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, 7:3 a 5.)
(Evang., Cap X item 9)
10. Uma das insensatezes da Humanidade consiste em
vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a
si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho,
pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se
como outra pessoa e perguntar: Que
pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular,
para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.
Não julgueis, a fim de não serdes
julgados; – porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros;
empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os
outros. (S. MATEUS, 7:1 e 2.) (Evang., Cap X
item 11)
(Item 13)
13. “Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver
isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não
necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos
a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de
profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser
feita.
Não é possível que Jesus haja
proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo,
tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a
autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que
censura.
Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que
se apoia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de
Jesus.
Profligar: tentar destruir com argumentos; atacar com palavras;
criticar duramente; verberar, fustigar.
16. A indulgência não vê os defeitos de
outrem, ou, se os vê, evita falar deles,
divulgá-los.
A indulgência jamais se ocupa com os
maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste
caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações
chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das
vezes, vela dos. Quando criticais, que
consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito
o que reprovais, visto que, estais a censurar; que valeis mais do que o
culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações,
os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com
o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco,
indulgentes para com os outros.
ð Muitas
vezes, temos ações contrárias a outras pessoas como Mecanismos de Defesa do EGO. São processos inconscientes! Precisamos prestar atenção em nossas reações,
buscando analisar as reais causas de nossa conduta.
Passar dois casos para a turma, para que, em dois grupos, tentem
analisar a razão das posturas citadas.
PROJEÇÃO
Um pai de família tem duas filhas já moças.
Certo dia descobre que uma delas tem um relacionamento
amoroso com uma outra menina.
Essa descoberta deixa o pai alucinado! Expulsa a filha
de casa, justificando a atitude perante a família, pelo fato que a postura da
filha, além de desrespeitosa para com a família, é uma indecência e falta de
pudor, que ele não pode admitir em hipótese alguma! Sempre educou as filhas com
conceitos firmes de moral e decência e não pode admitir tal postura por parte
da filha.
O que ninguém da família sabe, é que o pai, criado
desde jovem numa família rígida em princípios morais, tem devaneios e sonhos
constantes de erotismo e promiscuidade.
Subsídio ao facilitador:
“Toda vez que
alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter de
alguém, projeta-se nele, transferindo do Eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente, a qualidade negativa que
lhe é peculiar.
Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete
inconscientemente.
Há uma necessidade de combater nos
outros o que é desagradável em si.” Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7 – ‘Projeção’
COMPENSAÇÃO
Uma pessoa começa a seguir uma religião, levada por um
amigo. Logo é bem aceita pelo grupo, e se esforça em estudar os conceitos novos,
firmando um compromisso consigo mesma para se tornar uma pessoa melhor,
perseverando em comportamentos mais acertados na sociedade conforme os novos
preceitos religiosos.
Conforme vai se esforçando em adquirir esses novos comportamentos,
inicia também julgamentos das atitudes das demais pessoas, que seguem outros
princípios e valores.
Passa a se sentir muito irritada, incomodada, quando
vê na sociedade e mesmo em seu ambiente religioso, comportamentos divergentes dos
preceitos que passou a seguir. Chega ao ponto de criticá-los ferozmente,
passando a ter uma atitude frequente de suposta defesa desses preceitos
abraçados.
Subsídio ao facilitador:
“O excesso de
devotamento a uma causa ou ideia é a compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.
O fanatismo
resulta da insegurança interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em
que se pensa acreditar, desse modo compensando-se.
Há sempre um
exagero, um super desenvolvimento compensador, quando, de forma inconsciente se
estabelece um conflito, por adoção de uma crença em algo sem convicção. (...)
Nessa
compensação psicológica, o ego exacerbado está sempre correto e, sem piedade
pela fragilidade humana, exprime-se dominador, superior aos demais, que não
raro persegue com inclemência.” Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7 –
‘Compensação’
====================
1.
MECANISMOS
DE DESEFA DO EGO
•
Compensação
•
Deslocamento
•
Projeção
|
•
Introjeção
•
Racionalização
•
Repressão ou Recalque
•
Regressão
|
- O Despertar do Espírito Cap. 2 (Espelhos da Alma pág 58)
Habituado ao não enfrentamento com o self, o ego camufla a sua
resistência à aceitação da realidade profunda, elaborando mecanismos
escapistas, de forma a preservar o seu domínio na pessoa.
Desse modo, podemos enumerar alguns desses instrumentos do ego, para
ocultar-lhe a realidade, facultando-lhe a fuga do enfrentamento com o eu
profundo, (...).”
Joanna de
Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7
2.
COMPENSAÇÃO
“O excesso de devotamento a uma causa ou ideia é a
compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.”
“O fanatismo resulta da insegurança
interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em que pensa acreditar
desse modo compensando-se.” Joanna de Ângelis em ‘O Ser Consciente’, cap. 7
“Todos necessitamos de viajar para dentro, a fim de nos
descobrirmos, desidentificando-nos daquilo que nos oculta aos outros e a nós
próprios.”
Joanna de Ângelis em ‘O Ser
Consciente’, cap. 7
3.
DESLOCAMENTO
“Quando se experimenta um sentimento de
revolta ou de animosidade contra alguém ou alguma coisa, mas que as
circunstâncias não permitem expressar, o ego desloca-o para reações de
violência contra objetos que são quebrados ou outras pessoas não envolvidas na
problemática” Joanna de Ângelis
4.
PROJEÇÃO
“… a repressão inconsciente dos
conflitos da personalidade
leva o ego a projetá-los nos outros indivíduos, nas circunstâncias e
lugares, evadindo-se à aceitação dos erros e da responsabilidade deles…
Há uma necessidade de combater nos
outros o que é desagradável em si…” Joanna
de Ângelis
5.
INTROJEÇÃO
“… se caracteriza como a conscientização
de que as qualidades das pessoas lhe pertencem. A pessoa introjeta-se na
vida dos heróis aos quais ama e com quem se identifica, aceitando ser
parecida com eles. Assume-lhes a forma, os hábitos, os traquejos e
trejeitos, o modo de falar e de comportar-se…” Joanna de Ângelis
6.
RACIONALIZAÇÃO
É o processo de achar motivos lógicos e racionais
aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis.
“É o mecanismo de fuga de maior
gravidade do ego, por buscar justificar o erro mediante aparentes
motivos justos, que degeneram o senso crítico, de integridade moral, assumindo
posturas equivocadas e perniciosas.” Joanna de Ângelis
7.
REPRESSÃO
OU RECALQUE
“Afasta um determinado evento da
consciência, mantendo-a à distância (no inconsciente). Faz com que, por
exemplo, nos esqueçamos de fatos indesejados, estando o conteúdo com lembranças
incômodas, emoções dolorosas.” Luiz P.
Grimberg Jung - O Homem Criativo
“…sentimento ilhado, morte e amordaçado,
volta a incomodar…” Fagner – cantor
8.
REGRESSÃO
É um retorno à um nível de
desenvolvimento anterior ou de um modo de expressão mais simples ou mais
infantil. Manha, dengo quando doentes. Fuga e querer acolhimento.
Ego fraco. Cláudio Sinoti Vídeos da Série Psicológica
9.
"Fundamental
para a expansão da consciência é o reconhecimento de que a constância da vida é
a sua impermanência.” James Holles Os
Pantanais da Alma
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