sábado, 13 de agosto de 2016

Sou dono de meu destino

Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade – 12/08/2016

Tema: Sou dono de meu destino

Objetivos:
- Identificar que nas provas morais e nas tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir;
- Entender a lei de causa e efeito.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos: Pergs. 122, 127, 262 à 273, 843 à 867, 872;
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap.V – BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS, itens 6 à 8;
A Gênese, Cap. III, itens 9 e 10 - 'Origem do Bem e do Mal';
Mateus,16:27 -  a cada um será dado segundo as suas obras;

Material:

Desenvolvimento:
1.            Hora da novidade e Prece Inicial

2.            Motivação inicial:  

Falar do livro Um (One):

“Se o espaço mudasse de posição e o tempo se curvasse e pudéssemos nos conhecer como seremos daqui a vinte anos? E se pudéssemos conversar, face a face, com as pessoas que fomos no passado, com as pessoas que somos em vidas paralelas, em mundos alternativos? O que diríamos, o que lhes perguntaríamos? Em que sentido mudaríamos se soubéssemos aquilo que nos espera além do espaço e do tempo? Um é o romance mais surpreendente de Richard Bach. Neste livro ele viaja com a mulher, leslie, a um mundo onde a sobrevivência depende de descobrirem o que os outros aspectos deles mesmos aprenderam em caminhos que eles jamais trilharam; onde a imaginação e o medo são instrumentos para salvar e destruir mundos; e onde morrer é um passo no triunfo sobre a morte. Do mesmo modo que o mundo pode não ser o que parece, mostram os Bach, também nós podemos ser mais do que o que parecemos. Um é uma curiosa fantasia que se apóia tanto na ciência quanto na espiritualidade.”  (sinopse do livro)

Nessa ficção, o personagem, que é piloto, casado com Leslie, vê diversas linhas na superfície do oceano, como se fossem pistas de pouso. Ele escolhe uma e ‘desce’! Ao ‘pousar’, se encontra em algum ‘lugar’ num determinado ‘tempo’, em que vê sua vida se desenrolando com outra história... Decisões que ele não tomou, ou tomou, diferente das escolhas dele na vida atual, e quais foram as consequências.... pode observar uma vida não vivida por ele, que ‘existiu’ em outra dimensão.... Outra profissão, outra família, sem família, sem profissão.... E no livro, ele levanta voo e ao descer e, outra ‘pista’, novamente vê outra vida não vivida por ele.... Bem interessante essa história.

èo que vocês acham disso? Seria possível algo assim? Ou seja, nossas escolhas levarem a vidas completamente diferentes? Se eu escolher uma profissão ao invés de outra, minha vida poderia ser completamente diferente? Sob qual ponto de vista?
èdeixar que falem; provavelmente, pensarão em consequências materiais da vida, e não nas questões específicas do progresso espiritual planejado para a reencarnação.

3.            Desenvolvimento:

èQuando falamos que somos donos de nossos destinos, o que queremos dizer?

LE. Perg.843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”


èAté onde vai meu poder de decisão sobre as coisas relativas a mim?

Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?
“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.” (LE Perg.844).

LE Perg. 262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
“Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda do homem.”
èèno caso das crianças e jovens, os pais fazem o mesmo: orientam e decidem pelos filhos.
èèQuanto maior a inteligência, maior a liberdade, maior a responsabilidade. (Perg.849)


èMas existem situações e acontecimentos alheios a nossa vontade que nos atingem?

LE.Perg 859.a) — Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?
“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”

èvemos aqui, um novo conceito: fatalidade!

èqual a diferença entre livre arbítrio e fatalidade?

LE Perg. 851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.


LE Perg.866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?
Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”


èquem pode dar um exemplo de fatalidade? 

Tragédia no circo – Momento Espírita:

“Quase 18 séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento...
Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reuniu todos os responsáveis que, em diversas posições de idade física, se aproximaram de novo para dolorosa expiação, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói - Rio de Janeiro, em comovedora tragédia num circo.
As labaredas, fora de controle, se alastravam rápidas, ceifando, em poucos minutos, muitas vidas.
Os animais, assustados, completaram a tenebrosa catástrofe, pisoteando pessoas em correria desesperada.
A reação de uma ação praticada há muitos séculos chegava ao endereço certo, ainda que para nossos olhos o acontecimento pareça fruto do acaso ou da má sorte daqueles que pereceram.”

“A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.” Perg. 859

4.            Fixação do conteúdo:

Caso de Zulmira/Odíla e o pequeno Julio, de Entre a Terra e o Céu, de André Luiz:
(anotar no quadro os personagens e suas ligações)
" ... Clarêncio explicou
- A jovem senhora é Zulmira, a segunda orientadora deste lar, e a irmã desencarnada que presentemente lhe vampiriza  o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro e mãezinha de Evelina, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu. Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem orgânica.
- Mas, porque não há reação por parte da perseguida? - inquiri, perplexo.
- Porque Zulmira, a nossa amiga encarnada, caiu no mesmo padrão vibratório - aclarou o instrutor. - Ela também se devotou ao marido com egoísmo aviltante. ... A segunda mulher nunca suportou,sem mágoa, o carinho do genitor para com os órfãos de mãe. ... Em suas preocupações doentias, zulmira chegou a desejar a morte de uma das crianças. ...
Certa manhã, custodiando os enteados, separou Evelina do irmão, permitindo ao petiz mais ampla incursão nas águas. O objetivo foi atingido. Uma onda rápida surpreendeu o miúdo banhista, arrojando-o ao fundo. Incapaz de reequilibrar-se, Júlio voltou cadaverizado à superfície. ...

" - O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam ... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no mesmo nível emocional de Odila e ambas se digladiam, num conflito de morte, inacessível aos olhos humanos comuns É um caso em que a medicina terrestre não consegue interferência.  (Cap. 3 Obsessão)

" - Amaro experimentava imensa devoção afetiva pelo filhinho. Sabendo-o sem o carinho materno e reconhecendo que a madrasta não primava pelo amor, junto ao enteados, cobria o caçula de mimos. Assemelhavam-se a dois velhos amigos...Zulmira, em razão disso, ralada de despeito, passou a ver no menino um adversário..."

"... Zulmira , pouco a pouco, permitiu que o ódio lhe ocupasse o coração e deixou que o ciúme a enceguecesse a ponto de suspirar pelo desaparecimento do rapazinho...alimentava secreto anseio de presenciar-lhe o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe indébitas incursões na via pública, admitindo que algum veículo podia fazer o que não tinha coragem de realizar com as próprias mãos...Foi nesta disposição de espírito que acompanhou a família ao banho matinal...Amaro e a filhinha distanciaram-se...Zulmira assumia a guarda do garoto...Não seria aquele o momento azado para consumar o velho propósito ? E se relegasse o menino a si mesmo ? Ninguém poderia culpá-la...Passou do projeto à ação e de pronto afastou-se. Em se vendo a sós , o enteado, interessou-se mais vivamente pelas conchas coloridas e foi mar a dentro até que um onda mais veloz o tragou. A criança gritou, pedindo-lhe amparo... Realmente, poderia ter retrocedido alguns passos, salvando-a, mas vencida pelos sinistros pensamentos que lhe dominavam a cabeça, esperou que o mar conscluisse o horrível trabalho que não tivera coragem de executar..."

"- Júlio trazia consigo a morte prematura no quadro de provações. Era um suicida reencarnado...A segunda esposa de Amaro porém sofre o resultado das infelizes deliberações que albergou no espírito...”

Considerações feitas pelo Ministro :

"- No sentido da Lei, Zulmira não é culpada...Todavia, quem de nós não é responsável pelas ideias que arroja em si mesmo ? Nossas intenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos são forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo , constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta..."  (Cap.04)

O “Ministro explicou:
- É pena, Júlio envolveu-se em compromissos graves. Desentendendo-se com alguns laços afetivos do caminho, no século passado, confiou-se à extrema revolta, aniquilando o veículo físico que lhe fora emprestado por valiosa benção. Rendendo-se à paixão, sorveu grande quantidade de corrosivo. Salvo, a tempo, sobreviveu à intoxicação, mas perdeu a voz, em razão das úlceras que se lhe abriram na fenda glótica. Ainda aí, não se conformando com o auxílio dos colegas que o puseram fora de perigo, alimentou a idéia de suicídio, sem recuar. Foi assim que, não obstante enfermo, burlou a vigilância dos companheiros que o guardavam e arrojou-se a funda corrente de um rio, nela encontrando o afogamento que o separou do envoltório carnal.”.

“A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras.” (Cap.09)

Odila – 1ª esposa e atual obsessora da 2ª.esposa Zulmira, por ciúmes doentios
Zulmira – 2ª.esposa, também ciumenta, principalmente do amor do marido pelo filho dele com Odila, o pequeno Julio.
Julio – filho de Odila com do marido, que morreu afogado por descuido de Zulmira. Ex-suicida.

èFatalidade: morte prematura de Julio. Reação da ação do suicídio em encarnação anterior.
èLivre arbítrio: descuido de Zulmira, que desejou a morte de Julio. èAção que gerou uma reação: obsessão pela Odila (ligação pelo sentimento de culpa).


5.            Conclusão:

Mateus,16:27 -  a cada um será dado segundo as suas obras! èLei de causa e efeito!


6.            Prece final.

Avaliação:
Aula para 10 jovens com boa participação. Foi toda desenvolvida com exposição dialogada, respondendo a perguntas dos jovens. Não foi relatado o caso do circo. Não foi feita a atividade de fixação.

Apoio doutrinário:
LE. Perg. 843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
844. Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento? ==> E para o Espírito? Onde começa?
122. Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer tendência que os encaminhe para uma senda de preferência a outra?
262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
846. Sobre os atos da vida nenhuma influência exerce o organismo? E, se essa influência existe, não será exercida com prejuízo do livre-arbítrio?
851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?
853. Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro. Parece que não podiam escapar da morte. Não há nisso fatalidade?
853.a) — Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos?
859. Com todos os acidentes, que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode ser evitada, quando tem de ocorrer?
859. a) — Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?
861. Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?
866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? ==> motivo de haver mais desafortunados do que felizes no mundo!
 “Pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.” Perg.851



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