Casa
Espírita Missionários da Luz – Mocidade – 12/08/2016
Tema: Sou dono de meu destino
Objetivos:
- Identificar que nas
provas morais e nas tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto
ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir;
- Entender a lei de
causa e efeito.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos: Pergs. 122,
127, 262 à 273, 843 à 867, 872;
Evangelho
Seg.Espiritismo, Cap.V – BEM-AVENTURADOS OS
AFLITOS, itens 6 à 8;
A
Gênese, Cap. III, itens 9 e 10 - 'Origem do Bem e do Mal';
Mateus,16:27 - a cada um será dado segundo as suas obras;
Tragédia no circo - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=949&stat=0
http://www.cvdee.org.br/est_nltexto.asp?id=05&cap=004, cap=03 e cap=09
Material:
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade e Prece Inicial
2.
Motivação inicial:
Falar do livro Um (One):
“Se o espaço
mudasse de posição e o tempo se curvasse e pudéssemos nos conhecer como seremos
daqui a vinte anos? E se pudéssemos conversar, face a face, com as pessoas que
fomos no passado, com as pessoas que somos em vidas paralelas, em mundos
alternativos? O que diríamos, o que lhes perguntaríamos? Em que sentido
mudaríamos se soubéssemos aquilo que nos espera além do espaço e do tempo? Um é
o romance mais surpreendente de Richard Bach. Neste livro ele viaja com a
mulher, leslie, a um mundo onde a sobrevivência depende de descobrirem o que os
outros aspectos deles mesmos aprenderam em caminhos que eles jamais trilharam;
onde a imaginação e o medo são instrumentos para salvar e destruir mundos; e
onde morrer é um passo no triunfo sobre a morte. Do mesmo modo que o mundo pode
não ser o que parece, mostram os Bach, também nós podemos ser mais do que o que
parecemos. Um é uma curiosa fantasia que se apóia tanto na ciência quanto na
espiritualidade.” (sinopse do livro)
Nessa ficção, o
personagem, que é piloto, casado com Leslie, vê diversas linhas na superfície
do oceano, como se fossem pistas de pouso. Ele escolhe uma e ‘desce’! Ao
‘pousar’, se encontra em algum ‘lugar’ num determinado ‘tempo’, em que vê sua
vida se desenrolando com outra história... Decisões que ele não tomou, ou
tomou, diferente das escolhas dele na vida atual, e quais foram as
consequências.... pode observar uma vida não vivida por ele, que ‘existiu’ em
outra dimensão.... Outra profissão, outra família, sem família, sem
profissão.... E no livro, ele levanta voo e ao descer e, outra ‘pista’,
novamente vê outra vida não vivida por ele.... Bem interessante essa história.
èo
que vocês acham disso? Seria possível algo assim? Ou seja, nossas escolhas
levarem a vidas completamente diferentes? Se eu escolher uma profissão ao invés
de outra, minha vida poderia ser completamente diferente? Sob qual ponto de
vista?
èdeixar
que falem; provavelmente, pensarão em consequências materiais da vida, e não
nas questões específicas do progresso espiritual planejado para a reencarnação.
3.
Desenvolvimento:
èQuando
falamos que somos donos de nossos destinos, o que queremos dizer?
LE. Perg.843. Tem o homem
o livre-arbítrio de seus atos?
“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente
a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”
èAté
onde vai meu poder de decisão sobre as coisas relativas a mim?
Do livre-arbítrio
goza o homem desde o seu nascimento?
“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras
fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades.
Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a
criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.” (LE Perg.844).
LE Perg. 262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e
carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser
responsável por essa escolha?
“Deus lhe supre a
inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a
criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se
desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe
acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos
bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda do homem.”
èèno caso das crianças e jovens, os pais fazem o mesmo: orientam e decidem
pelos filhos.
èèQuanto maior a
inteligência, maior a liberdade, maior a responsabilidade. (Perg.849)
èMas existem situações e acontecimentos alheios a
nossa vontade que nos atingem?
LE.Perg 859.a) — Haverá fatos que
forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o
queiram?
“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito,
fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja
escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência
de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o
houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o
dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria.
Só as grandes dores, os fatos
importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à
tua depuração e à tua instrução.”
èvemos aqui, um novo conceito: fatalidade!
èqual a diferença entre livre arbítrio e fatalidade?
LE Perg. 851. Haverá fatalidade nos acontecimentos
da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os
acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do
livre-arbítrio?
“A fatalidade existe
unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova
para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de
destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado.
Falo das provas físicas, pois, pelo que
toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio
quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.
LE Perg.866. Então, a
fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é
resultante do nosso livre-arbítrio?
“Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor
a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na
ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim,
o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento
que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais
proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e
gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre
perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”
èquem pode dar um
exemplo de fatalidade?
Tragédia
no circo – Momento Espírita:
“Quase
18 séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento...
Entretanto,
a justiça da Lei, através da reencarnação, reuniu todos os responsáveis que, em
diversas posições de idade física, se aproximaram de novo para dolorosa
expiação, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói - Rio
de Janeiro, em comovedora tragédia num circo.
As
labaredas, fora de controle, se alastravam rápidas, ceifando, em poucos
minutos, muitas vidas.
Os
animais, assustados, completaram a tenebrosa catástrofe, pisoteando pessoas em
correria desesperada.
A
reação de uma ação praticada há muitos séculos chegava ao endereço certo, ainda
que para nossos olhos o acontecimento pareça fruto do acaso ou da má sorte
daqueles que pereceram.”
“A fatalidade,
verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e
desaparecer deste mundo.” Perg. 859
4.
Fixação
do conteúdo:
Caso de Zulmira/Odíla e o pequeno Julio, de Entre a
Terra e o Céu, de André Luiz:
(anotar no quadro os personagens e suas ligações)
"
... Clarêncio explicou
-
A jovem senhora é Zulmira, a segunda orientadora deste lar, e a irmã
desencarnada que presentemente lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro e
mãezinha de Evelina, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu.
Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do
veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de
estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera
profundamente a paisagem orgânica.
-
Mas, porque não há reação por parte da perseguida? - inquiri, perplexo.
-
Porque Zulmira, a nossa amiga encarnada, caiu no mesmo padrão vibratório -
aclarou o instrutor. - Ela também se devotou ao marido com egoísmo aviltante.
... A segunda mulher nunca suportou,sem mágoa, o carinho do genitor para com os
órfãos de mãe. ... Em suas preocupações doentias, zulmira chegou a desejar a
morte de uma das crianças. ...
Certa
manhã, custodiando os enteados, separou Evelina do irmão, permitindo ao petiz
mais ampla incursão nas águas. O objetivo foi atingido. Uma onda rápida
surpreendeu o miúdo banhista, arrojando-o ao fundo. Incapaz de reequilibrar-se,
Júlio voltou cadaverizado à superfície. ...
"
- O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele,
sombrias forças se insinuam ... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no
mesmo nível emocional de Odila e ambas se digladiam, num conflito de morte,
inacessível aos olhos humanos comuns É um caso em que a medicina terrestre não
consegue interferência. (Cap. 3
Obsessão)
"
- Amaro experimentava imensa devoção afetiva pelo filhinho. Sabendo-o sem o
carinho materno e reconhecendo que a madrasta não primava pelo amor, junto ao
enteados, cobria o caçula de mimos. Assemelhavam-se a dois velhos
amigos...Zulmira, em razão disso, ralada de despeito, passou a ver no menino um
adversário..."
"...
Zulmira , pouco a pouco, permitiu que o ódio lhe ocupasse o coração e deixou
que o ciúme a enceguecesse a ponto de suspirar pelo desaparecimento do
rapazinho...alimentava secreto anseio de presenciar-lhe o fim. Chegava mesmo a
estimular-lhe indébitas incursões na via pública, admitindo que algum veículo
podia fazer o que não tinha coragem de realizar com as próprias mãos...Foi
nesta disposição de espírito que acompanhou a família ao banho matinal...Amaro
e a filhinha distanciaram-se...Zulmira assumia a guarda do garoto...Não seria
aquele o momento azado para consumar o velho propósito ? E se relegasse o
menino a si mesmo ? Ninguém poderia culpá-la...Passou do projeto à ação e de
pronto afastou-se. Em se vendo a sós , o enteado, interessou-se mais vivamente
pelas conchas coloridas e foi mar a dentro até que um onda mais veloz o tragou.
A criança gritou, pedindo-lhe amparo... Realmente, poderia ter retrocedido
alguns passos, salvando-a, mas vencida pelos sinistros pensamentos que lhe
dominavam a cabeça, esperou que o mar conscluisse o horrível trabalho que não
tivera coragem de executar..."
"-
Júlio trazia consigo a morte prematura no quadro de provações. Era um suicida
reencarnado...A segunda esposa de Amaro porém sofre o resultado das infelizes
deliberações que albergou no espírito...”
Considerações
feitas pelo Ministro :
"-
No sentido da Lei, Zulmira não é culpada...Todavia, quem de nós não é
responsável pelas ideias que arroja em si mesmo ? Nossas intenções são
atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos são forças
mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo , constituem o
verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta..." (Cap.04)
O
“Ministro explicou:
-
É pena, Júlio envolveu-se em compromissos graves. Desentendendo-se com alguns
laços afetivos do caminho, no século passado, confiou-se à extrema revolta,
aniquilando o veículo físico que lhe fora emprestado por valiosa benção.
Rendendo-se à paixão, sorveu grande quantidade de corrosivo. Salvo, a tempo,
sobreviveu à intoxicação, mas perdeu a voz, em razão das úlceras que se lhe
abriram na fenda glótica. Ainda aí, não se conformando com o auxílio dos
colegas que o puseram fora de perigo, alimentou a idéia de suicídio, sem
recuar. Foi assim que, não obstante enfermo, burlou a vigilância dos companheiros
que o guardavam e arrojou-se a funda corrente de um rio, nela encontrando o
afogamento que o separou do envoltório carnal.”.
“A
Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o
reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos
próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras.” (Cap.09)
Odila
– 1ª esposa e atual obsessora da 2ª.esposa Zulmira, por ciúmes doentios
Zulmira
– 2ª.esposa, também ciumenta, principalmente do amor do marido pelo filho dele
com Odila, o pequeno Julio.
Julio
– filho de Odila com do marido, que morreu afogado por descuido de Zulmira.
Ex-suicida.
èFatalidade: morte
prematura de Julio. Reação da ação do suicídio em encarnação anterior.
èLivre arbítrio:
descuido de Zulmira, que desejou a morte de Julio. èAção
que gerou uma reação: obsessão pela Odila (ligação pelo sentimento de culpa).
5.
Conclusão:
Mateus,16:27 - a cada um será dado segundo as suas obras! èLei
de causa e efeito!
6.
Prece
final.
Avaliação:
Aula para 10 jovens com boa participação. Foi toda desenvolvida com exposição dialogada,
respondendo a perguntas dos jovens. Não foi relatado o caso do circo. Não foi feita a atividade de fixação.
Apoio doutrinário:
LE. Perg. 843. Tem o homem o
livre-arbítrio de seus atos?
844. Do livre-arbítrio
goza o homem desde o seu nascimento? ==> E para o Espírito? Onde começa?
122. Como podem os
Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar
da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer
tendência que os encaminhe para uma senda de preferência a outra?
262. Como pode o Espírito,
que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher
uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
846. Sobre os atos da vida
nenhuma influência exerce o organismo? E, se essa influência existe, não será
exercida com prejuízo do livre-arbítrio?
851. Haverá fatalidade nos
acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer
dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a
ser do livre-arbítrio?
853. Algumas pessoas só
escapam de um perigo mortal para cair em outro. Parece que não podiam escapar
da morte. Não há nisso fatalidade?
853.a) — Assim, qualquer que
seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não
morreremos?
859. Com todos os
acidentes, que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte,
que não pode ser evitada, quando tem de ocorrer?
859. a) —
Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam
conjurar, embora o queiram?
861. Ao escolher a sua
existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser
assassino?
866. Então, a fatalidade
que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do
nosso livre-arbítrio? ==> motivo de haver mais desafortunados do que felizes
no mundo!
“Pelo que toca às provas morais e às tentações,
o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre
senhor de ceder ou de resistir.” Perg.851
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