domingo, 18 de setembro de 2022

Tema: Olhai! Vigiai! Orai!

Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ – Mocidade > 14 anos – 16/09/2022 

Tema: Olhai! Vigiai! Orai! 

Objetivos: 
 • Perceber a força do inconsciente agindo em nós; 
 • Identificar a necessidade do autoconhecimento para a identificação e vigilância da sombra que trazemos das vivências anteriores, e agirmos de acordo com o Evangelho de Jesus. 

Bibliografia: 
O Livro dos Espíritos, perg. 919 (autoconhecimento); 
NT, Marcos 13, vv 33 ("Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo." - Jesus.); 
NT, Marcos 14:38; Mateus 26:41; Romanos 7:19,20 (o mal que habita em mim); 
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII (Pedi e Obtereis), itens 11 e 12; 
Vinha de Luz. Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 87 ‘Olhai’. 

Material: Versículos em tiras de papel, papel e caneta para todos. 

Procedimentos: 
 1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece inicial. 
 2. Motivação inicial: Vamos iniciar com uma reflexão de Emmanuel, em Vinha de Luz, sobre a orientação de Jesus, registrada no Evangelho de Marcos (“Olhai! Vigiai! Orai!”):
 “O imperativo colocado por Marcos, ao princípio da recomendação de Jesus, é de valor inestimável à perfeita interpretação do texto. É preciso olhar, isto é, examinar, ponderar, refletir, para que a vigilância não seja incompleta. Discernir é a primeira preocupação da sentinela.” “Olhai, refleti, ponderai!... Depois disso, naturalmente, estareis prontos a vigiar e orar com proveito.” (Emmanuel, Vinha de Luz, Cap. 87)

 - Entregar os versículos a seguir, em tiras de papel, a 3 dos jovens, pedindo que leiam para o grupo: Romanos 7:19vv20 - Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 

 Marcos 14:38 - Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois, de um lado, o espírito está pronto, mas, por outro lado, a carne é fraca”. 

 Mateus 26:41 - Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, com certeza, está preparado, mas a carne é fraca”. 

 - pedir que tentem interpretar essas orientações de Jesus nos 2 evangelhos, e o texto de Paulo aos romanos. 

 3. Desenvolvimento: 
- Esses trechos nos esclarecem que apesar de nossos desejos, de nossa vontade, existem ações que fazemos que vão contra a nossa vontade! 
Quantas vezes agimos no automático e nem percebemos, nem decidimos agir daquela forma! 
Na semana passada, ao estudarmos a caridade segundo Jesus, refletimos sobre o mecanismo da nossa relação com os demais: sentir, pensar, agir. 
 - Que quando o pensar é curto, o agir é reagir! Ou seja, não refletimos, não examinamos, e “quem” agiu foi o que já existe em mim, ou no dizer de Paulo, foi o “pecado que habita em mim”! 

- Quem é esse outro EU, que habita em mim, e que entra em ação automaticamente, quando recebemos algum ‘gatilho” do mundo externo? E porque, segundo as orientações no Novo Testamento, esse outro EU precisa de vigilância?
 ==> somos nós mesmos! Reagimos conforme nossas experiências anteriores, nessa e em existências passadas! Segundo o conceito junguiano, é a sombra que todos nós temos! 

E esse aspecto identificado nos estudos por Jung no início do século XX, Joanna de Ângelis desenvolveu em sua série psicológica, através da mediunidade de Divaldo Franco, relacionando-a com as experiências das nossas reencarnações anteriores. 
E para que possamos dar conta desse “EU” que habita em mim, precisamos conhecê-lo, saber quando “ele” entra em ação, e o que fazer para manter sob controle!!! 
 ==> É o “olhar, vigiar e orar”!!! 
 Quando Kardec preguntou aos Espíritos como fazer pra gente resistir ao mal e melhorar na presente existência, os Espíritos responderam (perg. 919) que precisamos nos conhecer! Autoconhecimento, para sabermos o que nos toca, e quando esse outro “EU” costuma entrar em ação! 
Então, o importante agora, pra gente não cair em tentação (o conceito da “carne é fraca” citado nos evangelhos), e não fazermos o mal que não queremos (conforme Paulo) é: - reconhecer a sombra que temos e aceitá-la.
 Isso Joanna chama de “integrar” em nós. - mantê-la sob controle para não desandarmos por aí! 

 - A sombra é inconsciente. Então não temos consciência dela! Mas ela se mostra em nossas atitudes, sentimentos, sonhos, rejeições de atos dos outros. O que costuma ser repetitivo em nossas ações e trazem problemas, o que as pessoas sempre reclamam da gente, características dos outros que nos afetam sobremaneira, de forma intensa… são pistas pra gente se auto perceber. 
Faz sentido isso pra vocês? 

 4. Fixação do conteúdo 
Vamos fazer um exercício pra tentarmos identificar a sombra agindo em nosso cotidiano? 
- Dar papel e caneta para cada jovem, pedindo que individualmente, tentem refletir e responder às questões a seguir. 
Lembrar que não precisarão relatar o que escreveram e que os papéis ficarão com eles mesmos: 
- um feedback negativo, que tenha frequentemente recebido de diferentes pessoas. 
- um ato impulsivo e não intencional, que costuma ter e depois se arrepende (o “reagir” ao invés do “agir de forma consciente”). 

 - Depois que tiverem respondido, é preciso analisarem esses pontos, conforme as orientações de Santo Agostinho, na resposta à perg.919a, de OLE:
 “Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar...” 
- buscando saber o objetivo das nossas ações, impulsivas ou não, vamos aos poucos, sabendo quais os reais sentimentos que estavam por trás dessas ações. 
Esses sentimentos falam de nós, do que somos, o que trazemos em nós… 
- temos aqui o “olhai e vigiai” da orientação de Jesus.

 “Procurai também saber o que dela (sua ação) pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.” 
- o feedback dos outros, inclusive daqueles que não gostam da gente, são importantes para identificarmos ações que fazemos sem sentir. 

 Vamos ver algum exemplo? 
- digamos que toda vez que algum programa que combinamos é alterado no meio do caminho e, independente do motivo da alteração, eu fico muito chateado, de mau humor, e estraga o meu dia:
 ==> Qual o real sentimento que está em mim, que me deixa chateado, de mau humor? 
Vejam que a coisa em si (o programa alterado) não é o foco, mas sim, o que está acontecendo com minhas emoções, os meus sentimentos. 
- seria medo de não ter o controle da situação? Medo do desconhecido? (que pode ter por trás uma grande insegurança pessoal…). 
 - seria raiva por não ser ouvido? Não ser obedecido? (porque tudo tem que ser como eu acho que deva ser?) ==> é um exercício de examinar-se, tentar identificar quem somos realmente. 

 5. Conclusão: 
Santo Agostinho, na resposta da 119a, de OLE, ainda nos fala:
 “Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas.” ==> queremos realmente melhorar? 

 “Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticou durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que fez, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.” 
 ==> aqui vemos o “olhai, vigiai e orai”.

 6. Prece final 
 7. Avaliação: 
 Encontro com 5 jovens com boa participação. O tema foi abordado em 40 minutos, pois ficamos conversando sobre questões do dia-a-dia que os jovens trouxeram. Só fizemos uma reflexão a partir dos trechos evangélicos. Citei a perg.919, mas não chegamos a nos deter nela. Não fizemos a atividade de fixação, nem o exemplo. 

 8. ANEXOS 
 Joanna de Ângelis/Divaldo Franco - Triunfo Pessoal, Cap 1, ‘Os arquétipos Junguianos’ “a sombra, significando o lado escuro da personalidade, pode ser analisada como herança dos atos ignóbeis ou infelizes que o Espírito gostaria de esquecer ou negar. “

 Joanna de Ângelis/Divaldo Franco - Psicologia da gratidão Cap 2, ‘A Sombra Perturbadora e a Gratidão’ ‘Todos aqueles que são portadores de sombra – e todos o são – em vez de a compreenderem na condição de processo de crescimento, experimentam uma certa forma de vergonha, de constrangimento, e procuram disfarçá-la.” 

 Joanna de Ângelis/Divaldo Franco - Em busca da verdade Cap 1, ‘A contínua luta entre o ego e o Self’ “A sombra que existe no ser humano não deve ser combatida, senão, diluída pela integração na sua realidade existencial.”

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