Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade - a partir dos 14 anos – 26/03/2021
Encontro Virtual –
Google Meet
Tema: Doenças Psíquicas –
Insegurança e Depressão
Refletir sobre a proposta de Jesus, “Eu venci o
mundo”, analisando como ser jovem e viver no mundo sem ser do mundo.
- O
Evangelho segundo o Espiritismo > Capítulo V — Bem-aventurados os aflitos,
itens 4 à 10;
- NT,
Jo,16:33
- Adolescência
e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap.1 = Adolescência - Fase de
Transição e de Conflitos’, Cap.3 = O Adolescente e o Seu Projeto de Vida;
- Amor, Imbatível Amor, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 4 ‘Mecanismos conflitivos’, itens ‘Insegurança e arrependimento’ e ‘Nostalgia e Depressão”.
Bibliografia
sobre o tema ‘Medo’:
O Livro dos Espíritos,
Allan Kardec, pergs
702 e 703 (Instinto de Conservação), 941, 907 e 908 (Paixões), 961;
O
Céu e o Inferno, 1ª parte, cap 2, ‘Do temor da Morte’;
A
Gênese, Cap. XVIII, item 5;
Cultivo
das Emoções, Marlon Reikdal, cap. 4 ‘O Medo’;
Diretrizes
para o Êxito, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 8 ‘Sentimentos
Tumultuados’;
Despertar
do Espírito, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 6 ‘Medo e Autoconfiança’;
Conflitos Existenciais, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 4 ‘Medo’.
Material: pedir que levem um caderno e caneta/lápis
- https://www.youtube.com/watch?v=XRKjEB0SIqs
INCRÍVEL História Contada (VERGONHA e INSEGURANÇA)- 5:34 minutos - (livro infantil)
Desenvolvimento:
1. Hora da novidade, exercício de respiração lenta e profunda e prece inicial
2.
Motivação
Inicial:
Na semana
passada, na Nuvem de Palavras ‘Jesus disse: Eu venci o Mundo. Qual perigo o
mundo traz ao jovem?’, obtivemos as seguintes respostas:
(em ordem de qtde de respostas- 19/03/21)
1
- Tentações/tentação ao mal
2
- Egocentrismo/egoísmo, Depressão
3
- Falta de Empatia
4
- Vícios
5
- insegurança, drogas/drogadição, inveja, convites sedutores/seduções, prazer
ilusório/ilusões
6
- indiferença, descontrole, internet bebida, volência urbana, expectativas
7
- provações, arrogância, ganância, aprendizado, medo, aflições
Então,
hoje abordaremos temas relativos a doenças psíquicas, especificamente sobre a
insegurança e a depressão, doenças da alma que tem impacto no nosso
comportamento.
Cada um pegue o caderno
e a caneta/lápis e desenhe uma árvore no centro do papel, ocupando uma boa
parte da folha. (Essa é uma atividade individual que vc não precisa compartilhar
com ninguém, ok?)
- escrevam na árvore, o
quê vcs identificam que te traz insegurança. (pode ser mais de uma coisa);
- agora, escrevam na
raiz da árvore, quais seriam as causas dessa insegurança;
- por fim, anotem em
cima da árvore, possíveis soluções para essas questões.
O que acharam da atividade?
3.
Roda de Conversa
Insegurança
Quais
serão as causas da insegurança nas ações da vida? O que vcs acham? Quando será
que começa a insegurança?
- Passar o
vídeo do Pavão (VERGONHA e INSEGURANÇA)
- O que podemos perceber nessa fábula?
= = > desenvolver o tema associando com
as experiências do pavão da história.
De modo
geral, Joanna identifica 2 causas.
Em Amor,
Imbatível Amor, Joanna comenta:
A criança mal amada, que padece violências físicas e psicológicas, vê o mundo e as
pessoas através de uma óptica distorcida.
Ademais, os comportamentos agressivos daqueles que
lhe partilharam a convivência, atemorizando-a mediante ameaças de punições com
seres perversos, animais e castigos de qualquer natureza, fazem-na fugir para
lugares e situações vexatórios, nos quais o recolhimento não oferece qualquer mecanismo
de defesa, deixando-a abandonada.
Essa
sensação a acompanhará por largo período, senão por toda a existência,
perturbando-lhe a conduta insegura e assinalada por culpas sem sentido, que a
levarão a permanente desconsideração por si mesma, pela ausência de autoestima,
por incessantes arrependimentos.
Mais adiante, Joanna traz:
Não obstante, há fatores que contribuem para os desajustes sociais, que precedem o berço e que constituem implementos relevantes na carga genética, programando seres inseguros, arrependidos, frágeis emocionalmente. Trata-se de Espíritos que não souberam conduzir-se, entregando-se a excessos e dissipações que os prejudicaram, mas também perturbaram outras vidas, produzindo lesões nas almas, que agora ressumam em conflitos inquietadores.
== >
então, existem causas
atuais (dessa vida) e causas
de vidas anteriores.
Kardec
tratou disso também no Evangelho, no Cap. Bem Aventurados os Aflitos:
“Item 4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.”
==
> vejam que as causas que vem da infância podem ser pela percepção da
criança com relação aos fatos, palavras e ações dos pais. Não significa que as
crianças necessariamente sofreram violências; mas sim, que não se sentiram
acolhidas, amadas.
E a própria adolescência, já traz sua
cota de insegurança! Joanna comenta em Adolescência
e Vida:
É, portanto, o período intermediário entre as duas
fases importantes da existência terrena, que se encarrega de preparar o ser para
as atividades existenciais mais profundas.
Inseguro, quanto aos rumos do futuro,
o jovem enfrenta o mundo que lhe parece hostil, refugiando-se na timidez ou
expandindo o temperamento, conforme sejam as circunstâncias nas quais se
apresentem as propostas de vida.
ð É quando deixa de ser
criança e não é adulto ainda;
ð O corpo também está em
fase de mudança;
ð Até então, na escola,
não havia grandes decisões: era só ir seguindo os anos escolares. Depois do
ensino fundamental, já é preciso começar a pensar no que vai fazer na vida...
Qual curso vai querer seguir....
No livro Amor, Imbatível Amor, Joanna associa a
insegurança ao arrependimento e, dependendo da intensidade desses sentimentos,
à nostalgia e a depressão.
ð
Vocês
percebem que o arrependimento acompanha a insegurança?
Ela
aconselha:
A reprogramação da mente
torna-se essencial para a conquista da segurança e da paz. Acostumada ao
pessimismo conflitivo, os seus arquivos no inconsciente mantêm registros
perturbadores que deverão
ser substituídos pelos saudáveis.
Exercícios físicos contribuem
para romper essa couraça psicológica, que se torna também física, produzindo
dores nos tecidos orgânicos, abrindo espaços para a instalação de diversas
enfermidades. (...)
Aprofundar reflexões nas causas da insegurança e do
arrependimento de maneira edificante, procurando retirar o melhor
proveito, sem culpa nem castração, é o desafio do momento para cada ser, que
então se disporá à superação dos agentes constritores e de desagregação da
personalidade.
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia
e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração,
face ao estado sombrio em que se homizia.
A
nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de
momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências
transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser,
lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.
(...)
A depressão é sempre uma
forma patológica do estado nostálgico. Esse deperecimento emocional, faz-se também corporal,
já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.
A
depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas
e em Deus...
No seu início, a depressão se apresenta como
desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial,
atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o
sentido da vida.
“A
doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade
humana: corpo e mente.
O
som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na
sua qualidade de exteriorização.”
“Seja,
porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o
enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença,
O encontro com a consciência,
através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu
processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da ideia
depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação
construtora.
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de
movimentos corporais,
revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma
valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.
Naturalmente, quando o processo se instala
—nostalgia que conduz à depressão — a terapia bioenergética (Reich, como também
a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as
síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de
ajuda, se faz indispensáveis.
4.
Medo
Relacionado
com o quesito ‘segurança’, o medo natural está associado à nossa sobrevivência.
Como emoção
básica, o medo pertence ao ser, está presente também nos animais, e tem sua
razão de ser, pois está nas leis da natureza.
No
dicionário de psicologia,
Galimerti, a definição é:
“emoção
primária de defesa, provocada por uma situação de perigo que pode ser real, antecipada pela
previsão, evocada pela lembrança ou
produzida pela imaginação.”
Medos,
tipo: de ficar sozinho, de não ser amado, de passar mico, de falar em público,
etc., estão relacionados com nossa sobrevivência? Não! São medos do ego!
- não devem ser estimulados!
Precisam percebidos e essa energia redirecionada, senão nos paralisam e impedem
nosso crescimento.
- Medo de fazer o que você sabe deve fazer, que é a coisa certa, mas teme ser taxado ridículo, bobo, covarde! = = > É oportunidade de fazer o bem!
- Esse tipo de medo deve e precisa ser analisado para entendermos o que está ocorrendo em nosso mundo íntimo! Não é negar o medo! É buscar entender por que estamos com esse medo! == > Isso passa pelo autoconhecimento!
Medo do que vão pensar de mim, é medo das pessoas verem quem ou como eu ainda sou! Precisamos nos autoconhecer, nos aceitarmos como somos, com nossos medos, e buscar, a partir dessa percepção de nós mesmos, controlar, dominar o medo para que ele não nos impeça de crescer!
E o medo da morte?
- está
associado à nossa sobrevivência também, no contexto do instinto de conservação.
- também
relacionado ao nosso passado ancestral, criado pelas religiões, de fim da vida,
de inferno, purgatório, etc. Também vale
para medo de fantasmas! De ver Espíritos!!!
== > Com a convicção que a DE nos traz, da
continuidade da vida, esses medos são não tem razão de ser! Não passam pela
razão ... São ancestrais!
Precisamos nos autoconhecer, meditar, orar, para que esses medos, gerados pelas crenças antigas, não mais nos incomodem!
5.
Conclusão
“Desse modo, o projeto existencial do adolescente não pode prescindir da visão espiritual da vida; da realidade transpessoal dele mesmo(...).” (Adolescência e Vida)
6. Exercícios de respiração profunda e prece final.
7.
Avaliação:
Encontro com12 jovens. Gostaram de fazer a atividade:
“Não me senti muito bem não,
mas reflexivo”
“meio mal, porem foi bom”
“é um pouco estranho ter que
parar pra pensar”
Sobre as soluções, falaram:
“Escrevendo parece ter solução, mas quando está na gente parece não ter”
“não é difícil atingir as
soluções mas meio que entra na comodidade (?)”
“ss, mas tive que pensar bem
pq nunca tinha parado pra pensar”
“t e r a p i a”.
Sobre a história do pavão,
trouxeram:
- só via defeitos nele; não tinha opinião própria: seguia o que os outros
falavam; tentar agradar a todos é impossível! Tem que decisão nossa!; se comparava
com os outros.
Na raiz do problema do pavão estava vaidade, autoestima baixa.
Chegaram a conclusão que o medo está por trás da insegurança. Falei do ‘medo’ superficialmente. Falei da criança ferida que trazemos e que precisa se maternada por cada um de nós.
8. Anexos
Adolescência e Vida,
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Cap. 1 - ADOLESCÊNCIA - FASE DE TRANSIÇÃO E DE CONFLITOS
A
adolescência é o período próprio do desenvolvimento físico e psicológico, que
se inicia aproximadamente aos catorze anos para os rapazes e aos doze anos para
as moças, prolongando-se, até aos vinte e dezoito anos, respectivamente, nos
países de clima frio, sendo que nos trópicos há uma variação para mais cedo.
Nessa fase,
há um desdobramento dos órgãos secundários do sexo, dando surgimento aos
fatores propiciatórios da reprodução, como sejam o espermatozoide no fluido
seminal e o catamênio. Os rapazes experimentam alterações na voz, enquanto as
moças apresentam desenvolvimento dos ossos da bacia, dos seios, o que ocorre
com certa rapidez, normalmente
acompanhados pelo surgimento da afetividade, do interesse sexual e dos conflitos
na área do comportamento, como insegurança, ansiedade, timidez, instabilidade,
angústia, facultando o espaço para desenvolvimento e definição da
personalidade, aparecimento das tendências e das vocações.
Completando a
reencarnação, o adolescente passa a viver a experiência nova, definindo os
rumos do comportamento que o tempo amadurecerá através da vivência dos novos
desafios.
Inadaptado ao
novo meio social no qual se movimentará, sofre o conflito de não ser mais
criança, encontrando-se, no entanto, sem estrutura organizada para os jogos da
idade adulta. É, portanto,
o período intermediário entre as duas fases importantes da existência terrena,
que se encarrega de preparar o ser para as atividades existenciais mais
profundas.
Inseguro, quanto aos rumos do futuro,
o jovem enfrenta o mundo que lhe parece hostil, refugiando-se na timidez ou
expandindo o temperamento, conforme sejam as circunstâncias nas quais se
apresentem as propostas de vida.
As bases de
sustentação familiar, religiosa e social, sentem-lhe os embates dos desafios
que enfrenta, pois relaciona tudo quanto aprendeu com o que encontra pela
frente.
Não possuindo
a maturidade do discernimento, e fascinado pelas oportunidades encantadoras que
lhe surgem de um para outro momento, atira-se com sofreguidão aos prazeres
novos sem dar-se conta dos comprometimentos que passa a firmar, entregando-se
às sensações que lhe tomam todo o corpo.
Outras vezes,
vitimado por conflitos naturais que surgem da incerteza de como comportar-se,
refugia-se no medo de assumir responsabilidades decorrentes das atitudes e faz
quadros psicopatológicos, como depressão, melancolia, irritabilidade,
escamoteando o medo que o assalta e o intimida.
Nos dias
atuais as licenças morais são muito agressivas, convidando o jovem, ainda
inadequado para os jogos velozes do prazer, a lances audaciosos na área do
sexo, que parece constituir lhe a meta prioritária em que chafurda até o
cansaço, dando surgimento à usança de recursos escapistas, que não atendem às
necessidades presentes, antes mais o perturbam, comprometendo-o de maneira
lamentável.
Nesse
período, o corpo adolescente é um laboratório de hormônios que trabalham em
favor das definições orgânicas, ao tempo em que o psiquismo se adapta às novas
formulações, passando um período de ajustamento que deve facultar o
amadurecimento dos valores éticos e comportamentais.
Como é
compreensível, a escala de valorização da vida se modifica ante o mundo
estranho e atraente que ele descortina, contestando tudo quanto antes lhe
constituía segurança e estabilidade.
Os novos
painéis apresentam-lhe cores deslumbrantes, e não encontrando conveniente
orientação, educação consistente, firmadas no entendimento das suas
necessidades, contesta e agride os valores convencionais, elaborando um quadro
compatível com o seu conceito, no qual passa a comprazer-se, ignorando os
cânones e paradigmas nos quais se baseiam os grupos sociais, que perdem, para
ele, momentaneamente, o significado.
A velocidade
da telecomunicação, a diminuição das distâncias através dos recursos da mídia,
da computação, das viagens aéreas, amedronta os caracteres mais frágeis,
enquanto estimulam os mais audaciosos, propondo-lhes o descobrimento do mundo e
o sorver de todos os prazeres quase que de um só gole.
Os esportes,
que se perdem num incontável número de propostas, chamam-no, e os outros
deveres, aqueles que dizem respeito à cultura intelectual, à vivência
religiosa, ao comportamento ético-moral, porque exigem sacrifícios mais
demorados e respostas mais lentas, ficam à margem, quase sempre desprezados, em
favor dos outros esforços que gratificam de imediato, ensoberbecendo o ego e
exibindo a personalidade.
O culto do
corpo, nos campeonatos de glorificação das formas, agrada, elaborando
programas, às vezes de sacrifício inútil, em razão da própria fragilidade de
que se reveste a matéria na sua transitoriedade orgânica e constitucional.
A música
alucinante e as danças de exalçamento da sensualidade levam-no à ardência
sexual, sem que tenha resistência para os embates do gozo, que exige novas e
diferentes formas de prazer em constante exaltação dos sentidos.
A moderação
cede lugar ao excesso e o equilíbrio passa a plano secundário, porque o jovem,
nesse momento, receia perder as facilidades que se multiplicam e o exaurem, sem
dar-se conta das finalidades reais da existência física.
O Espiritismo oferece ao jovem um projeto ideal de
vida, explicando-Lhe o objetivo real da existência na qual se encontra
mergulhado, ora vivendo no corpo e, depois, fora dele, como um todo que não
pode ser dissociado somente porque se apresenta em etapas diferentes.
Explica-lhe que o Espírito é imortal e a viagem orgânica constitui lhe recurso
precioso de valorização do processo iluminativo, libertador e prazenteiro.
Elucidando-o,
quanto ao investimento que a todos é exigido, desperta-o para a semeadura por
intermédio do estudo, do exercício da aprendizagem, do equilíbrio moral pela
disciplina mental e ação correta, a fim de poder colher por longos, senão todos
os anos da jornada carnal, os resultados formosos, que são decorrentes do
empenho pela própria dignificação.
Os pais e os educadores são convidados, nessa fase
da vida juvenil, a caminharem ao lado do educando, dialogando e compreendendo
lhe as aspirações, porém exercendo uma postura moral que infunda respeito e intimidade, ao mesmo tempo fortalecendo a coragem e ajudando nos desafios que são
propostos, para que o mesmo se sinta confiante para prosseguir avançando com
segurança no rumo do futuro.
São muito
importantes essas condutas dos adultos, que, mesmo sem o desejarem, servem de
modelos para os aprendizes que transitam na adolescência, porquanto os hábitos
que se arraigarem permanecerão como definidores do comportamento para toda a
existência física.
O amor, na sua abrangência total, será sempre o
grande educador, que possui os melhores métodos para atender a busca do jovem,
oferecendo-lhe os seguros mecanismos que facilitam o êxito nos empreendimentos
encetados, assim como nos porvindouros.
Continência moral, comedimento de atitudes
constituem preparativos indispensáveis para a formação da personalidade e do
caráter do jovem, nesse período de claro-escuro discernimento, para o triunfo
sobre si mesmo e sobre as dificuldades que enfrentam todas as criaturas,
durante a marcha física na Terra.
Cap. 3 - O ADOLESCENTE E O SEU PROJETO DE VIDA
A partir de
Freud o conceito de sexo sofreu uma quase radical transformação. O eminente Pai
da Psicanálise procurou demonstrar que a sexualidade é algo maior do que se lhe
atribuía até então, quando reduzida somente à função sexual. Ficou estabelecido
que a mesma tem muito mais a ver com o indivíduo no seu conjunto, do que
específica e unicamente com o órgão genital, exercendo uma forte influência na
personalidade do ser.
Naturalmente,
houve excesso na proposta em pauta, nos seus primórdios, chegando-se mesmo ao
radicalismo, que pretendia ser a vida uma função totalmente sexual, portanto,
perturbadora e conflitiva.
Sempre se
teve como fundamental que a vida sexual tinha origem na puberdade, no entanto,
sempre também se constataram casos de manifestações prematuras do sexo, em
razão do amadurecimento precoce das glândulas genésicas.
A Freud coube
a tarefa desafiadora de demonstrar a diferença existente entre a glândula
genital, responsável pela função procriadora, e a de natureza sexual, que se
encontra ínsita na criança desde o seu nascimento, experimentando as naturais
transformações que culminariam na sexualidade do ser adulto. Ainda, para Freud,
a função de natureza sexual é resultado da aglutinação de diversos instintos —
heranças naturais do trânsito do ser pelas fases primárias da vida, nas quais
houve predominância da natureza animal, portanto, instintiva que se vão
transformando, organizando e completando-se até alcançarem o momento da
reprodução, igualmente ligada àquele período inicial da evolução dos seres na
Terra.
No transcurso
desse desenvolvimento dos denominados instintos parciais, muitos fatores
ocorrem naturalmente, sendo asfixiados, transferidos psicologicamente,
alterados, dando nascimento a inúmeros conflitos da personalidade. A
personalidade, desse modo, é o resultado de todas essas alterações que sucedem
nas faixas primeiras da vida e que são modificadas, transformadas e orientadas
de forma a construir o ser equilibrado.
Trata-se,
portanto, de uma força interior que se desenvolve no ser humano e quase o
domina por inteiro, estabelecendo normas de conduta e de atividade, que o fazem
feliz ou desventurado, saudável ou enfermo.
Para entender
esse mecanismo é indispensável remontar às reencarnações anteriores por onde
deambulou o Espírito, que se torna herdeiro do patrimônio das suas ações, ora
atuantes, como desejos, tendências, manifestações sexuais impulsivas ou
controladas.
Houvesse, o
eminente vienense, recuado à ancestralidade do ser imortal, superando o
preconceito que lhe hipertrofiava a visão científica, reduzindo-a, apenas, à
matéria, e teria conseguido equacionar de forma mais segura os problemas do
sexo e da sexualidade.
Não obstante,
essa força poderosa é que, de certa forma, influencia a vida, no campo das
sensações, levando a resultados emocionais que se estabelecem no psiquismo e
comandam a existência humana que, mal orientada, pouco difere da animal.
É nesse período, na adolescência, que se determinam
os programas, os projetos de vida que se tornarão realidade, ou não, de acordo
com o estado emocional do jovem.
Convencionou-se que esses programas existenciais
devem ser estruturados na visão ainda imediatista, isto é, no amealhar de uma
fortuna, no desfrutar do conforto material, no adquirir bens, no ter segurança
no trabalho, na liberalidade afetiva, no prazer... Muitos programas têm sido
estabelecidos dentro desses limites, que pareceram dar certo no passado, mas
frustraram pessoas que se estiolaram na amargura, no desconforto moral, na
ansiedade mal contida.
O ser humano
destina-se a patamares mais elevados do que aqueles que norteiam o pensamento
materialista, quais sejam, o
equilíbrio interior, o domínio de si mesmo, o idealismo, a harmonia pessoal, a
boa estruturação psicológica, e, naturalmente, os recursos materiais
para tornar esses propósitos realizáveis.
Para tanto, o propósito de vida do jovem deve
centrar-se na busca do conhecimento, na vivência das disciplinas morais, a fim
de preparar-se para as lutas nem sempre fáceis do processo evolutivo, na
reflexão, também na alegria de viver, nos prazeres éticos, na recreação, nos quais encontra resistência e renovação para os deveres que são
parte integrante do seu processo de crescimento pessoal.
Somente quem
se dispõe a administrar os desafios, consegue planar acima das vicissitudes,
que passam a ter o significado que lhes seja atribuído.
Quando se dá
a inversão de metas, ou seja, a necessidade de gozo e de desfrutar de todas as
comodidades juvenis, antes de equipar-se de valores morais e de segurança
psicológica pelo amadurecimento das experiências e vivências, inevitavelmente o
sofrimento, a insatisfação, a angústia substituem os júbilos momentâneos e vãos.
O adolescente atual é Espírito envelhecido,
acostumado a realizações, nem sempre meritórias, o que lhe produz anseios e
desgostos aparentemente inexplicáveis, insegurança
e medo sem justificativa, que são remanescentes de sua consciência de culpa, em
razão dos atos praticados, que ora veio reparar, superando os limites e
avançando com outro direcionamento pelo caminho da iluminação interior, que é o
essencial objetivo da vida.
O projeto de
uma vida familiar, de prestígio na sociedade, de realizações no campo de
atividades artísticas ou profissionais, religiosas ou filosóficas, é credor de
carinho e de esforço, porque deve ser fixado nos painéis da mente como desafio
a vencer e não como divertimento a fruir. Todo o esforço, em contínuo exercício
de fazer e refazer tarefas; a decisão de não abandonar o propósito em tela,
quando as circunstâncias não forem favoráveis; o controle dos impulsos que
passarão a ser orientados pela razão, ao invés de encontrarem campo na
agressividade, na violência, no abuso juvenil, constituem os melhores
instrumentos para que se concretize a aspiração e se torne realidade o programa
da existência terrena.
O adolescente está em formação e, naturalmente,
possuindo forças que devem ser canalizadas com equilíbrio para que não o
transtornem, necessita de apoio e de discernimento, de orientação familiar,
porque lhe falta a experiência que melhor ensina os rumos a seguir em qualquer
tentame de vida.
Nesse
período, muitos conflitos perturbam o adolescente, quando tem em mira o seu
projeto de vida ainda não definido. Surgem-lhe dúvidas atrozes na área
profissional, em relação ao que sente e ao que dá lucro, ao que aspira e ao que
se encontra em moda, àquilo que gostaria de realizar e ao aspecto social,
financeiro da escolha... Indispensável ter em mente que os valores imediatos
sempre são ultrapassados pelas inevitáveis ocorrências mediatas, que chegarão,
surpreendendo o ser com o que ele é, e não apenas em relação ao que ele tem.
Caracteriza-se
aqui a necessidade da autorrealização em detrimento do imediato possuir, que
nem sempre satisfaz interiormente.
Há muitas
pessoas que têm tudo quanto a vida oferece aos triunfadores materiais, e, no
entanto, não se encontram de bem com elas mesmas.
Outrossim,
possuem tesouros que trocariam pela saúde; dispõem de haveres que doariam para
fruírem de paz; desfilam nos carros de ouro dos aplausos e prefeririam as
caminhadas afetivas entre carinho e segurança emocional...
Desse modo, o projeto existencial do adolescente
não pode prescindir da visão espiritual da vida; da realidade transpessoal dele
mesmo; das aspirações do nobre, do bom e do belo, que
serão as realizações permanentes no seu interior, direcionando lhe os passos
para a felicidade.
Os haveres
chegam e partem, são adquiridos ou perdidos, porém, o que se é, permanece como
diretriz de segurança e mecanismo de paz, que nada consegue perturbar ou
modificar.
Para esse
cometimento, a boa orientação sexual faz-se indispensável na fase de afirmação
da personalidade do adolescente, como ocorre nos mais diferentes períodos da
vida física.
Amor,
Imbatível Amor, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 4 ‘Mecanismos conflitivos’ - Insegurança
e arrependimento
Somente
através de uma constante construção de ideias positivas e estimuladoras será
possível uma terapia eficiente, à qual o paciente se deve entregar em clima de confiança,
trabalhando as lembranças traumatizantes recordadas e preenchendo o consciente
atual com perspectivas que se farão arquivar nos refolhos d’alma, com propostas
novas de felicidades, que voltarão à tona oportunamente, enriquecendo-o de alegria.
A reprogramação da mente torna-se essencial para a
conquista da segurança e da paz. Acostumada ao
pessimismo conflitivo, os seus arquivos no inconsciente mantêm registros
perturbadores que deverão ser substituídos pelos saudáveis. Esse material angustiante
irá elaborar comportamentos sexuais insatisfatórios, medo de amar, pequena autoestima,
estabelecendo receios na área afetiva, por acreditar-se incapaz de ser amado,
assim refugiando-se na autocomiseração, negando-se encontrar o sol do amor que
tudo modifica.
Exercícios
físicos contribuem para romper essa couraça psicológica, que se torna também
física, produzindo dores nos tecidos orgânicos, abrindo espaços para a
instalação de diversas enfermidades. (...)
Aprofundar
reflexões nas causas da insegurança e do arrependimento de maneira edificante,
procurando retirar o melhor proveito, sem culpa nem castração, é o desafio do momento
para cada ser, que então se disporá à superação dos agentes constritores e de desagregação
da personalidade.
NOSTALGIA E
DEPRESSÃO
Vitimado pela insegurança
e pelo arrependimento, torna-se
joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de
movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.
A nostalgia
reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos
felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas
do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando,
sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual. (...)
“Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de
júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa
apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das
emoções dentro de parâmetros perfeitamente aturais. Quando, porém, se incorpora
ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava
na razão direta em que reincide no comportamento emocional.
A depressão
é sempre uma forma patológica do estado nostálgico. Esse deperecimento
emocional, faz-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e
psicológicos.
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda
da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não
conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações
aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado
crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.”
“No seu início, a depressão se apresenta como
desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial,
atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o
sentido da vida.
À medida que se agrava, a alienação faz que o
paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se
em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente
sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde.
Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da
vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à
situação vexatória, desagradável, por muito tempo.”
“A doença emocional, desse modo, apresenta-se em
ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.
O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta,
reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização.”
“Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é
de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se
encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição
para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui
dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que
sob a terapia de neurolépticos.
O encontro
com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham
para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da
fixação da ideia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a
renovação mental e a ação construtora.
Sem dúvida, uma
bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e
proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação
dos miasmas que intoxicam os centros de força.
Naturalmente, quando o processo se instala —nostalgia que conduz à depressão — a terapia
bioenergética (Reich, como também a
espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as
síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de
ajuda, se fazem indispensáveis.
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