domingo, 20 de setembro de 2020

Mediunidade Intuitiva

 Casa Espírita Missionários da Luz

Juventude:  > 13 anos                                   18/09/2020

Estudo virtual no Google Meet

 Tema: Mediunidade Intuitiva 

Objetivo:

  • Identificar como acontece a mediunidade intuitiva, percebendo a importância de desenvolver a intuição para que passe a ser intuição consciente. 

Bibliografia:

LE, perg. 415 (emancipação da alma - visitas espíritas);

Livros dos Médiuns, ítens  180 (médiuns intuitivos), 182 (médiuns inspirados), 215 (desenvolvimento da mediunidade);

Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita;

RE Março/1869 > Dissertações espíritas > A mediunidade e a inspiração;

E a Vida Continua, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 25;

O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, Perg 122;

https://www.youtube.com/watch?v=woHwsvzQtrQ - Intuição - Entre Dois Mundos 

Material:

Diálogo a ser interpretado pelos jovens em PDF para ser enviado via grupo whatsapp. 

Desenvolvimento:

1.            Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece de início do encontro.

 

2.      Motivação ao tema: 

Pedir que formem duplas para conversarem via whatsapp. Cada dupla deve responder à pergunta: Qual momento você percebeu uma intuição na hora de tomar uma decisão ou fazer uma escolha? Como você percebeu que foi uma intuição? (5 min)

 

3.            Desenvolvimento do tema 

Cada dupla deve apresentar na sala do estudo, suas conclusões. 

Kardec tratou da influência dos Espíritos em nossos pensamentos. Está no LE (jogar cada pergunta no chat para que eles tentem responder. Depois então, jogar a resposta dos Espíritos). 

459.Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?

“Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem.” 

460.De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?

“Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem, no conjunto deles estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas ideias a se combaterem.” 

461.Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?

Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Mas, afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.”

  

O que é intuição?

No homem muito frequentemente as ideias instintivas são confundidas com as ideias intuitivas.

Estas últimas são as que ele bebeu quer no estado de Espírito, quer nas existências anteriores e das quais conserva uma vaga lembrança. (Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita - Instinto) 

Como é a mediunidade intuitiva?

Na psicografia, por exemplo, “O Espírito livre atua sobre a alma, com a qual se identifica.”

“Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.” (LM, item 180) 

RE Março/1869 > Dissertações espíritas > A mediunidade e a inspiração

Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido, e muitas vezes simultaneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez 

– Que se deve fazer para o desenvolvimento da intuição?

-O campo do estudo perseverante, com o esforço sincero e a meditação sadia, é o grande veículo de amplitude da intuição, em todos os seus aspectos. (O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, perg 122 ) 

4.            Fixação do conteúdo:

Enviar o PDF com o diálogo extraído do cap. 25 de E a Vida Continua, de André Luiz/ Chico Xavier, no grupo whatsapp, pedindo 3 voluntários para a interpretação dos personagens. 

5.            Prece final 

Avaliação:

Encontro com 8 jovens, com boa participação. Todos identificaram situações onde a intuição esteve presente e foi observada por eles. 

Anexos 

E a Vida Continua, André Luiz/Chico Xavier, adaptação de trecho do Cap.25 Nova diretriz 

Diálogo durante o enterro de Elisa, mãe de Vera. 

Personagens do diálogo: 

Evelina - que desencarnou dois anos antes, de câncer. Ex esposa de Caio 

Caio - viúvo de Evelina. Tinha assassinado um amigo (Tulio) e era amante de Vera, desde antes da morte da esposa Evelina. 

Vera -amante de Caio

 Narrador:

Evelina seguiu o ex-esposo, que se distanciou em quadra próxima àquela em que os restos da mãe de Vera descansariam.

 Caio fugia, intencionalmente. Não queria ver o enterro.

Colhido em cheio pela influência da companheira que ele, antes, pouco mais de dois anos, levara ao cemitério, pensava nela e, sem querer, lhe via mentalmente o rosto na tela da memória.

 Não longe dele, Vera chorava nos braços dos amigos, enquanto ele mesmo, sorumbático, refletia, refletia...

 Lembrava-se de quando deixara a mulher morta em outro cemitério: rememorava-lhe a partida, revisava na imaginação os incidentes havidos... Era crepúsculo, qual ocorria ali, em Vila Mariana. E as mesmas dúvidas lhe vinham à cabeça...

 Pensamento de Caio:

_ A vida terminaria em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os mortos, na hipótese de continuação da existência? onde estariam os pais que ele vira partir, nos dias da juventude? em que região andaria Evelina, a esposa que amara, desmedidamente, na primeira mocidade, e de quem a enfermidade e a morte o haviam separado?

 Narrador:

Recordando-a, sentiu-se ligado a outra penosa lembrança: Túlio Mancini... O coração bateu descompassado...

 Pensamento de Caio:

_Por que motivo se confiara à loucura de assassinar estupidamente o colega?

 Narrador:

A cena do crime aflorou-lhe à memória com todos os detalhes... Tentou para com as reflexões que lhe assomavam ao cérebro; no entanto, sentia-se incompreensivelmente fisgado ao passado.

Não podia perceber que Evelina, em espírito, ali estava, rente a ele, tentando acordá-lo para a verdade.

 Evelina:  (docemente)

—Caio, que fazes da vida?

 Narrador:

O advogado não registrou a indagação com os tímpanos corpóreos, mas ouviu-a na acústica da alma e julgou monologar: 

Pensamento de Caio:

_Caio, que fazes da vida?

_ Em que valores trocara o patrimônio das horas? em que recursos convertia a saúde e o dinheiro? que bênçãos já teria espalhado com o título acadêmico que ostentava? Na condição de amigo, exterminara um companheiro;  na posição de esposo, não tivera coragem de ser bom para a mulher, quando sitiada pela doença!... 

Narrador:

O olhar se lhe esbarrou, sem querer, no ritual do sepultamento de Elisa e perguntou, de si mesmo... 

Pensamento de Caio:

_ O que teria representado para a morta... Sinceramente, não me sento bem comigo mesmo... Sempre tive impaciência e dureza com ela pois só me preocupava em arrebatar-lhe a ternura da filha... 

Narrador:

Avaliando as péssimas notas que a consciência lhe dava sobre sua vida, embora de longe, fixou Vera, a esquadrinhar-lhe o íntimo, através do semblante. 

Evelina:

—Caio, pense nos teus compromissos... É tempo de legalizar a situação da jovem que se entregou a ti sem qualquer restrição... 

Pensamento de Caio:

_Legalizar a situação com Vera? casar-me? porquê? Sim, eu prometi me casar com ela, mas não posso casar assim sem maior observação. Já fui homem preso a obrigações de marido e não quero voltar a ser casado... Além disso, já ouvi muitas referências duvidosas com relação à Vera... Não posso casar com alguém com essa fama.... De rapazes diversos, ouvi apontamentos sobre ela. Porque me casar com uma criatura tida por volúvel? 

Evelina:

—Caio, quem és tu para julgar? 

Narrador:

A interrogação de Evelina percutiu na alma dele em forma de ideia fulgurante que o enterneceu e assustou... 

Evelina:

— Caio, quem és tu para julgar? não és igualmente alguém cheio de débitos escabrosos perante a Lei? a que título, condenar sumariamente uma jovem, prejudicada pelos enganos da sua condição de menina moralmente desamparada?... 

_Seria justo abusar dela agora que se via praticamente só no mundo? se a desprezasse, para onde ela  iria? E quem era ele, Caio Serpa, senão um homem no rumo da madureza, reclamando a dedicação de alguém para que o trem da vida se não lhe descarrilasse? 

_Sim, ele conhecia  toda a escala dos prazeres físicos mas o que lucrara finalmente com isso, se levava toda manifestação afetiva para o terreno da irresponsabilidade e do abuso? Que recolhera senão cansaço e desilusão das noitadas barulhentas, cheias de vozes e vazias de sentido? até ali, nunca ajudara a ninguém. 

_ Não teria chegado o momento de auxiliar, de agir a favor de alguém? 

_ No começo, empenhado à conquista, encheu Vera de gentilezas, carinhos. Dera-lhe as atenções. Depois, o tédio daqueles que não mais sabem amar, quando a chama do desejo se extingue. Entretanto, não lhe era lícito negar que a moça lhe dera os mais altos testemunhos de confiança. Vera se lhe entregara, de todo. E, por fim, não vacilara humilhar a própria mãe, a fim de te colocar nas mãos todos os bens... 

Narrador:

Caio registrava todos os argumentos da companheira desencarnada, sem perceber a origem desses pensamentos. E retrucava mentalmente: 

Pensamento de Caio:

— Casar-me? prender-me? porquê? não tenho toda a satisfação do homem casado, sem as peias do matrimônio? 

Evelina:

— Sim, depende de você o comando da união. Entretanto, como não te garantires contra as tentações do futuro?  Como não te imunizares contra as tuas próprias inclinações para a aventura, doando a ela a tranquilidade de que ela precisa para ficar com você? 

_ Acaso te julgas livre das tendências à leviandade que te assinalam o campo afetivo? Não será recomendável lhe assegures a paz, preservando a paz de ti mesmo, pela submissão às disciplinas justas da vida? 

_Porque alegares sofrimentos passados para menoscabar a criatura que amas, se semelhantes provações fazem dela alguém com mais acentuada necessidade de tua proteção e entendimento?... 

Narrador:

Das advertências propriamente consideradas, a ex-esposa se transferiu para reflexões de otimismo e esperança: 

Evelina:

— Caio, medita!... Vera não te confiou poucos recursos materiais à administração! Dispões de patrimônio apreciável para organizar uma família... Pondera quanto às bênçãos do futuro! 

_ Escuta! Creias ou não em Deus e na sobrevivência do espírito, além da morte, carregas contigo um doloroso problema, até agora inarredável da mente: o remorso pelo crime praticado, a lembrança de Túlio, morto por tuas mãos! Escapas, no rumo de prazeres que não te diminuem a mágoa, e tentas, em vão, bloquear lembranças amargas que te assediam constantemente... 

_ Ser pai, cuidar de filhos queridos, não te será na Terra a mais elevada compensação? O matrimônio com Vera te investirá legalmente na posse de recursos a serem valorizados e aumentados, garantindo, aos filhinhos vindouros, segurança e conforto, alegria e educação!... 

_Um lar, Caio!... Um lar, onde possas descansar, renovar-te, esquecer!... Filhos em que te revejas e o convívio de Vera, cuja presença te lembrará o refúgio maternal!... 

Narrador:

Diante daquelas santas evocações de paz e ventura que jamais experimentara, pela primeira vez, depois de muitos anos, Serpa chorou... 

Evelina:

— Sim, Caio, lava o coração na corrente das lágrimas!... Chora de esperança, de alegria! Confiemos em Deus e na vida!... O Sol que hoje se põe, voltará amanhã! Contempla estas sepulturas à frente! De todos os lados, explodem verdura e flor, a dizerem que a morte é ilusão, que a vida triunfa, bela e eterna!... De um outro mundo, os que te amam se alegrarão com os teus gestos de entendimento! Túlio te perdoará, Elisa há de abençoar-te!... Coragem, coragem!... 

Narrador:

Caio, surpreso, incapaz de identificar-se visitado pelo espírito da companheira de outros tempos, reconhecia-se subitamente consolado e eufórico, envolvido por suave renovação, no fundo da alma. 

À maneira de um doente que encontrara o remédio providencial e a ele se agarrasse, na sede da própria cura, instintivamente decidiu-se a não perder o precioso momento de alegria que sentia. 

Evelina:

— Vamos!. concede agora, mas claramente agora, a nossa Vera a certeza de que a protegerás num casamento digno!... 

Narrador:

Sucedeu o inesperado.

Habitualmente agressivo e rebelde, Caio saiu, humilde, do lugar em que se plantara, avançou sempre abraçado pelo espírito da ex esposa, na direção do grupo em que Vera se apoiava... Ali, de pensamento conjugado ao da mensageira espiritual, observou a moça sob novo prisma. 

Pareceu-lhe que começava a amá-la de maneira diversa. Viu-a mais cativante na dor que demonstrava, percebeu-lhe a solidão e a sede justa de companhia. De repente, reconheceu-se também só, a requisitar-lhe mais intensivamente a dedicação e o carinho para viver. Já não sabia, naquele instante, se a queria com a impertinência de um homem ou com a ternura de um pai... 

Abordando-a, tomou-lhe o braço, de leve, e comunicou-lhe, em voz alta, no propósito de alicerçar a própria declaração com o testemunho dos amigos presentes: 

Caio:

— Vera, não chore mais... Você não está sozinha! Amanhã mesmo, vamos organizar a documentação precisa para casar-nos tão breve quanto possível! 

Narrador:

Vera lançou-lhe um olhar significativo e agradecido... E ambos se escoravam um no outro para o retorno a casa. 

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LE > Visitas espíritas entre pessoas vivas.

415. Que utilidade podem elas ter, se as olvidamos?

“De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse fato, do qual frequentemente se originam certas ideias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. São ideias que adquiristes nessas confabulações.” 

Livro dos Médiuns

 Médiuns Intuitivos – item 180. A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.

Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.

 O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo. 

Médiuns Inspirados – item 182.Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares ideias. 

Desenvolvimento da Mediunidade – item 215. Se ao médium não foi concedido ser exclusivamente mecânico, todas as tentativas para chegar a esse resultado serão infrutíferas; erro seu, no entanto, fora o julgar-se, em consequência, não aquinhoado. Se apenas é dotado de mediunidade intuitiva, cumpre que com isso se contente e ela não deixará de lhe prestar grandes serviços, se a souber aproveitar e não a repelir. (...)

Dissemos acima haver casos em que é indiferente saber o médium se o pensamento vem de si próprio, ou de outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente intuitivo ou inspirado, executa por si mesmo um trabalho de imaginação. Pouco importa atribua a si próprio um pensamento que lhe foi sugerido; se lhe acodem boas ideias, agradeça ao seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios. 

Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita 

INSTINTO – Espécie de inteligência rudimentar que dirige os seres vivos em suas ações, mau grado sua vontade e no interesse de sua conservação. O instinto toma-se inteligência quando há deliberação. Pelo instinto age-se sem raciocinar pela inteligência raciocina-se antes de agir. No homem muito frequentemente as ideias instintivas são confundidas com as ideias intuitivas. Estas últimas são as que ele bebeu quer no estado de Espírito, quer nas existências anteriores e das quais conserva uma vaga lembrança.

 RE Março/1869 > Dissertações espíritas > A mediunidade e a inspiração 

Sob suas formas variadas ao infinito, a mediunidade abarca a Humanidade inteira, como um feixe ao qual ninguém poderá escapar. Cada um, estando em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se revolte, com inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui, não sou ou não serei médium. Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido, e muitas vezes simultaneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez. 

O homem evoca essas vozes; elas respondem ao seu apelo, e ele escolhe, mas escolhe entre essas diversas inspirações e o seu próprio sentimento. 

Os inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra, são sérios ou volúveis, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição. 

Nós os consultamos ou eles aconselham espontaneamente, mas, como os conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos são ouvidos ou rejeitados; por vezes provocam um resultado contrário ao que se espera; muitas vezes não produzem qualquer efeito. ─ Que concluir daí? Não que o homem esteja sob o poder de uma mediunidade incessante, mas que ele obedece livremente à própria vontade, modificada por avisos que jamais podem, no estado normal, ser imperativos. 

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