terça-feira, 31 de março de 2009

2 - Reuniões e sociedades espíritas

Casa Espírita Missionários da Luz
III Ciclo - 06/02/2009

Tema: Ambiência espiritual - Reuniões e sociedades espíritas

Objetivos: detalhar como é o ambiente espiritual nas casas espíritas.

Bibliografia:
KARDEC, Allan. Reunião e sociedades espíritas. In: _____. O Livro dos Médiuns. 79. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1997. pt. 2, cap. 29.

Desenvolvimento:
a) Incentivação inicial: começar com uma explosão de idéias. Perguntar há quanto tempo conhecem o Espiritismo, há quanto tempo frequentam uma Casa Espírita, a idéia que tem do seu significado, da evangelização...
b) Desenvolvimento: distribuir o texto e ler em conjunto. Debater os itens de maior interesse para os alunos, esclarecer dúvidas e destacar a importância do que é realizado nas Casas Espíritas sem ter o conhecimento necessário deste trabalho.

Avaliação do Evangelizador:
Anotar no quadro ou no próprio texto as idéias principais.

Anexos (histórias utilizadas, descrição de técnicas, músicas, jogos, etc.)

O Livro dos Médiuns – Cap. 29: Reuniões e sociedades espíritas
“Se o Espiritismo deve ocasionar a transformação da Humanidade, assim como está anunciado, isso não pode ocorrer senão pelo melhoramento da sociedade e antes de tudo pelo melhoramento dos indivíduos. O que adianta acreditar na existência dos Espíritos, se essa crença não nos torna melhores, mais benevolentes e mais indulgentes para com as outras pessoas, mais humildes e mais pacientes diante dos obstáculos?
Essa transformação é o objetivo de todas as sociedades espíritas sérias, onde haverá entre elas união, simpatia e fraternidade. Serão fortes e poderosas porque se apoiarão sobre uma base inabalável: o bem para todos. Então, elas serão respeitadas porque elas falarão em nome da moral evangélica.

I. Das reuniões em geral
As reuniões frívolas servem mais como diversão e curiosidade. O bom senso diz que os Espíritos elevados não acompanham tais reuniões, onde os participantes só ficam brincando. Se os membros só querem saber de coisas fúteis, apenas Espíritos levianos participarão, assim como se convidam palhaços para divertir uma platéia.
As reuniões instrutivas são aquelas onde se pode encontrar o verdadeiro ensinamento. A primeira condição é prestar atenção ao estudo. Uma reunião séria se afasta do seu objetivo se troca o ensinamento pelo divertimento. Não basta chamar os bons Espíritos; é preciso estar nas condições necessárias para que eles queiram vir e nos orientar. Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são o resultado de todas as dos seus participantes, e formam um feixe. Esse feixe terá mais força quanto maior for parecido entre si. Os Espíritos, chegando a um ambiente agradável, nele fica mais à vontade. Eles sentem bem mais a influência do ambiente do que os humanos encarnados.
Outro ponto necessário é a regularidade das reuniões. Em todas, há sempre Espíritos que se poderiam chamar de habituais, pois se preparam de acordo com o dia e hora fixos e é raro que faltem. São os Espíritos protetores, seja da casa ou dos grupos de estudo.

II. Das sociedades propriamente ditas
As reuniões espíritas oferecem um laço poderoso entre os membros, laço esse que não pode existir senão entre aqueles que vêem o objetivo moral, o compreendem e o aplicam a si mesmos. Pode-se notar que, por toda a parte onde se encontrem, uma confiança recíproca os atraem uns aos outros; a benevolência mútua que reina entre eles afasta o embaraço e o constrangimento, o orgulho e o egoísmo.
Nas pequenas reuniões nos conhecemos melhor. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família. Aquele que provoca a desordem ou a desunião, por qualquer meio ou motivo, é um agente provocador ou um mau espírita.

Resumindo:
1. Deve haver perfeita identidade de objetivos e de sentimentos;
2. Benevolência recíproca entre todos os membros;
3. Desejo único de se instruir e se melhorar pelo ensinamento do Espiritismo;
4. Respeito e atenção durante a reunião;
5. Exclusão de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã, colocando o bem de todos acima das questões pessoais.

Glossário
Benevolência: Disposição favorável em relação a alguém. Benignidade, cordialidade, tolerância.
Indulgência: Facilidade em perdoar os erros dos outros. Clemência, tolerância. Perdão.
Frívolo(a): sem importância; de pouco valor. Fútil, superficial.
Fútil: Que é desprovido de interesse, de valor, de importância.
Leviano: Que age ou julga precipitadamente, sem refletir; imprudente.
Recíproco: Que se verifica entre duas pessoas, duas coisas que atuam uma sobre a outra; mútuo.

O Livro dos Médiuns
350. Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em conseqüência do aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja? Assim, poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a Humanidade ficar estacionaria. Tais, porém, não são os desígnios de Deus. Para o objetivo providencial, portanto, é que devem tender todas as Sociedades espíritas sérias, grupando todos os que se achem animados dos mesmos sentimentos. Então, haverá união entre elas, simpatia, fraternidade, em vez de vão e pueril antagonismo, nascido do amor-próprio, mais de palavras do que de fatos; então, elas serão fortes e poderosas, porque assentarão em inabalável alicerce: o bem para todos; então, serão respeitadas e imporão silêncio à zombaria tola, porque falarão em nome da moral evangélica, que todos respeitam. Essa a estrada pela qual temos procurado com esforço fazer que o Espiritismo enverede. A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que ai é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a Humanidade. Convidamos, pois, todas as Sociedades espíritas a colaborar nessa grande obra. Que de um extremo ao outro do mundo elas se estendam fraternalmente as mãos e eis que terão colhido o mal em inextricáveis malhas.

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