segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Neurodivergentes e o Espiritismo

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos - 12/09/2025

Tema: Neurodivergentes e o Espiritismo

Objetivos:

- Estudar como a doutrina espírita analisa a neurodivergência.

Bibliografia:

- ESE, Cap V Bem-aventurados os aflitos > Causas anteriores das aflições. > 10; Cap VIII – 'Bem-Aventurados os que têm Puro o Coração', itens 11, 17, 20, 21 "Escândalos";

- O Livro dos Espíritos, Introdução - item XV, perg 132 (Encarnação dos Espíritos); Cap. VII Da Volta do Espírito à vida corporal, perg 369 (Influência do Organismo), pergs. 371 à 378 (Idiotismo e Loucura);

- RE, Agosto/1865 > Problema psicológico - Dois irmãos idiotas;

- RE, Jul/1860 - A frenologia e a fisiognomia;

- Triunfo Pessoal, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, 2002, Cap. 6 ‘Transtornos Profundos’, item 'Transtorno Obsessivo-Compulsivo’;

- Espelhos da Alma, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, 2014, Caps. Joanna de Ângelis Responde – Parte 1 e Parte 2;

- Os Poderes da Mente, Suely Caldas Schubert, Cap. Auto-Obsessão, item “Autismo”;

-  Loucura e obsessão, Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco, cap. 7 e 18;

- Alquimia da Mente, Hermínio C. Miranda, de 1994, Cap. V Consciente e Inconsciente, item 6 O Plano é Imbatível – Hermínio desenvolve uma teoria de como o Espírito reencarnante se apropria dos dois lados do cérebro;

- Autismo, Uma Leitura Espiritual, Hermínio C. Miranda, de 1998 – todo o livro é apresentação de diversos estudos sobre autistas, e o autor fala da questão da pré-existência da alma, e também da questão de mediunidade envolvendo diversos autistas.

https://www.febnet.org.br/portal/2024/06/10/momento-feb-a-visao-espirita-sobre-o-autismo/

https://br.psicologia-online.com/pessoas-neurodivergentes-tipos-sintomas-e-desafios-1852.html – artigo de Julho 2025 (em 09/09/2015)

https://www.youtube.com/watch?v=uQlDD0g97_A - Autismo e espiritualidade | 08/04/2025

Com Alberto Almeida (Obs.: o dia mundial do Autismo é em 02 de Abril) – transcrição no final do documento.


Material: cópias do texto da RE, Jul/1860 - A frenologia e a fisiognomia (ou mandar em PDF no grupo), livro Autismo, de Hermínio Miranda.


Roteiro do encontro:


1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.


2. Motivação Inicial:

Propor ao grupo um estudo de parte de um texto da RE, onde Kardec discutia um conceito científico da época, que depois veio a ser desconsiderado. Esse artigo é de Jul/1860 e se chama: “A frenologia e a fisiognomia”, mas o trecho que nos interessa fala da saúde mental.

- Na época de Kardec, não existiam os termos de transtornos mentais e de comportamentos que temos hoje na Psiquiatria. Se usavam os conceitos de loucura, que ainda usamos hoje, idiotia e cretinismo. De modo geral, idiotia e cretinismo eram de nascença, ou por algum acidente/doença que trouxesse prejuízo físico ao cérebro e não tinha cura, ou de comportamento de total alienação mental.

- Tem uma na citação na RE, de um jornal da época, que definia como eram os chamados idiotas e cretino:

Mas aos outros, aos idiotas, aos cretinos, o que lhes resta? Eles ficam agachados a um canto de parede, sobre uma pedra, o rosto embrutecido, como horríveis bolas de carne, jamais tendo um lampejo de inteligência e não possuindo nem mesmo o instinto dos animais inferiores. Eles estão completamente perdidos de corpo e alma, não estão? Estão muito rebaixados em sua dignidade humana, muito degradados, muito tolhidos fisicamente e moralmente? Eles têm ouvidos para não ouvir, olhos para não ver, sentidos extintos. Eles são mortos vivos.” (texto da Revista musical do Siècle de 21 de junho de 1864, citado na RE, Setembro/1864 > Influência da música sobre os criminosos, os loucos e os idiotas)

==> hoje esses sintomas podem ser de diversos problemas mentais!

- Considerando que esse texto é de 1860, e apenas o LE tinha sido publicado, Kardec trazia importantes conceitos espíritas para a sociedade, principalmente para a área de saúde mental, a tarefa da turma é ler esse artigo de Kardec e entender do que se trata, e identificar quais conceitos Kardec trazia para os estudiosos da mente, da época.

- Analisem como um só grupo! Máximo 15 minutos para essa tarefa!

- Passado o tempo, ouvir a conclusão da turma, reforçando os conceitos:

i) O cérebro é apenas o órgão de manifestação do pensamento do Espírito;

ii) Problemas físicos no cérebro impedem/dificultam a livre manifestação do pensamento, dos sentimentos, da vontade do Espírito;

iii) Esses problemas no funcionamento do cérebro, não afetam o Espírito encarnado, cujos pensamentos, sentimentos, vontade, permanecem íntegros;

iv) Dificuldades na livre manifestação do pensamento durante a encarnação, se explicam pelas reencarnações, como prova ou expiação do Espírito encarnado (lei de causa e efeito).

- No ESE, no cap. VIII, dos Puros de Coração, onde também é tratado o ensino de Jesus de cortar o olho se ele for motivo de escândalo, tem uma nota de Kardec em ele fala que “A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.” Então, nesses casos de reencarnações onde o cérebro não permite a livre expressão do pensamento, em qual área teria sido o equívoco de encarnações anteriores?

==> mau uso da inteligência!

3.Desenvolvimento

- Hoje vamos refletir sobre a neurodivergência sob a ótica espírita. Esse tema também foi solicitado no início do ano, pelo grupo.

Ser uma pessoa neurodivergente significa ter uma forma de processar a informação e experimentar o mundo que difere do padrão considerado típico ou neurotípico.

Existem vários tipos de neurodivergência, cada um com características e desafios únicos. Os tipos mais comuns são Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e outros como Dislexia; Síndrome de Tourette; Síndrome de Asperger. (br.psicologia-online.com).


Os sintomas de uma pessoa neurodivergente variam amplamente de acordo com a condição específica e a pessoa afetada. Aqui estão apresentados os sintomas gerais associados a diferentes formas de neurodivergência: (br.psicologia-online.com)


Dificuldades na socialização

Falta de empatia

Problemas para entender palavras específicas

Preferência por atividades rotineiras

Dificuldade em adaptar-se às mudanças

Sensibilidade auditiva, tátil, visual ou olfativa

Baixa autoestima

Deficiência ou superioridade no desenvolvimento de áreas intelectuais

Incapacidade de controlar impulsos

Movimentos corporais rígidos e estereotipias

É importante ressaltar que a presença isolada de algum desses sintomas não representa um quadro de neurodivergência. Para obter um diagnóstico e avaliação precisos, é fundamental a intervenção de um profissional de saúde mental. (br.psicologia-online.com)

- Vamos focar as reflexões de hoje no TEA, pois temos mais material espírita a respeito, ok?

Segundo o Ministério da Saúde, o transtorno do espectro autista, ou TEA, “é uma condição caracterizada pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento” (site da FEB, de Jun/2024)

O autismo é apresentado como um transtorno, mas não como uma patologia. É um jeito de ser, é uma maneira própria de se colocar no mundo. E como tal, precisa ser compreendido a fim de que o manejo daquele que traz essa manifestação, essa qualidade de características, possa ser feito de uma forma adequada, de uma forma mais produtiva, útil, ajudando aqueles que são os autistas e os seus familiares e os professores e os profissionais.

É verdade que junto com o autismo se apresentam comorbidades, ou seja, aquele que traz o autismo pode também trazer alterações, transtornos outros que podem necessitar de um atendimento farmacológico, não só psicoterapêutico, pedagógico, mas também farmacológico.


Cada autista é um autista e tem os seus próprios semblantes, os seus próprios coloridos dentro do espectro.

Atualmente se categoriza o que se chama de nível de suporte, que vai do 1, menos necessidade de suporte ou seja, mais autonomia, ao nível 3, que necessita de maior suporte. Mas já se pode considerar de que a pessoa com autismo pode transitar do 1 ao 3, do 3 ao 1 dependendo de cada caso e de como foi o tratamento desde o diagnóstico.


No nível 3, habitualmente, o autista traz uma comorbidade também. Às vezes traz depressão, às vezes traz TOC, às vezes traz uma deficiência mental e é, portanto, alguém que demanda um cuidado, um olhar médico, psicológico, da terapia ocupacional, da fonoaudiologia, dessas disciplinas todas no âmbito da saúde que veio ao encontro daquela pessoa para ajudá-la, dando um suporte, seja para tratar a comorbidade, seja para manejar o autismo.

As caracterizações do transtorno são descritas e classificadas por esses níveis de suporte, indicados no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5.

Segundo dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em maio/2025, o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa 1,2% da população.

Relatórios divulgados em Abril/2025 pelo CDC, um organismo dos EUA, que 1 em 31 crianças são diagnosticadas com autismo.

E também já existe consenso que o TEA é um transtorno genético, no qual fatores ambientais contribuem para sua manifestação.

Parece que está aumentando o número de Espíritos reencarnando nessas condições, mas não é bem assim a análise desses dados estatísticos. Estudando diferentes artigos, vemos que o que mudou foi a metodologia de diagnóstico, maior preparação dos profissionais da área de Saúde e da Educação, e também dos próprios pais. Tem muitos adultos, hoje, que estão tendo o diagnóstico tardio, ao verificar o autismo em seus filhos.

O que nos diz a Doutrina Espírita?


Conforme aprendemos nos estudos da Doutrina Espírita, precisamos analisar as situações de forma ampla, considerando múltiplas possibilidades para esses quadros. É arriscado, por exemplo, atribuir causa única para as condições neuroatípicas, assim como a Ciência ainda não determinou rigorosamente as causas para o seu surgimento.


Portanto, é preciso cautela para não inferir uma relação determinística entre a trajetória do Espírito em suas múltiplas existências e as questões do neurodesenvolvimento.


É preciso lembrar que tanto típicos como atípicos são Espíritos encarnados em busca de evolução moral.

Lembramos a Perg. 132 do LE:

Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação.

Ciência e Espiritismo

Da biologia consagrada no âmbito genético, nós vamos encontrar o espírito imortal que já existe. Ele é pré-existente ao ovo, ao zigoto. Ele é pré-existente à junção do espermatozoides ao óvulo. E é ele que vale-se desse tecido oferecido pelo pai e mãe e faz a sua construção do seu corpo de uma forma geral, incluso o cérebro.

E é na pré-existência do espírito, que vemos um filho que traz o autismo e um outro filho que não traz. Um que traz comorbidades e outro não. Esse processo é muito desafiador à medicina, medicina fetal, para a genética, para todo o esquema de saúde da psicologia, da psiquiatria, porque não se encontra as motivações. Mas o espiritismo encontra a causa primeira, no Espírito modelador no corpo físico, de suas necessidades evolutivas. Ele vai articulando conformidade com a sua necessidade e faz a modelação de um cérebro que trará as características, seja para o TDH, seja para o autismo, seja uma alteração às vezes importante do ponto de vista de uma deficiência mental, seja uma síndrome que acompanhe o autismo. Sim, é nesse âmbito genético que nós vamos encontrar o ascendente primeiro no espírito imortal, na base de toda a formação do ser. Como disse Jesus, acada um segundo suas obras!


Os pais têm tudo a ver com aquela criança que vem na condição de filho. Não há casualidade biológica para a visão da medicina da alma, há uma causalidade e não casualidade. A casualidade é o campo das probabilidades, é o acaso. A causalidade é o estudo das leis de causa e que geram efeitos. É, portanto, os elementos causais que determinam consequências. Para nós que estudamos o espiritismo, a ciência espírita, estamos identificados com a causalidade.

O que dizem os Espíritos?

Na literatura espírita vemos estudos de casos específicos.

No livro Autismo, de Hermínio Miranda, que é de 1998, quando poucos estudos haviam sobre o autismo, ele cita diversos casos em outros países, estudados por psiquiatras. Cita também no cap 6 ‘Meu Mundo e o Mundo”, casos de da autista: Donna Williams que escreveu 2 livros contando como é o mundo do autista visto do lado de “lá”.

Donna escreveu o livro Nobody nowhere, seu primeiro livro. Ela escreveu o livro para colocar os eventos de sua vida em sequência cronológica para entender os suas próprias disfunções; para montar uma imagem ordenada de si mesma. Por volta dos 3 anos de idade surgiu Willie e assumiu o controle “do corpo”. Depois surgiu Carol. Duas “sub-personalidades” que atuavam no mundo exterior por ela.

Sucesso imediato de livraria de da crítica. O seu 2º livro foi Somebody somewhere.

Hermínio avalia que Donna não era autista, apesar do diagnóstico, mas sim um caso de condomínio espiritual (possessão, conforme Kardec em A Gênese).

No Cap. 7 Pensar em Imagens, relata o caso de Temple Grandin, autista notável, que conquistou um PhD em ciência animal, lecionava na Universidade do Colorado e se tornou uma bem sucedida empresária da poderosa indústria de carne dos EUA.


Na literatura espírita psicografada por Divaldo, temos alguns estudos, que trazem outros aspectos espirituais do autismo.


i) No livro Loucura e obsessão”, de Manoel Philomeno de Miranda, o Dr. Bezerra de Menezes explica que o indivíduo com a consciência culpada é reconduzido à reencarnação e acaba buscando o encarceramento orgânico para fugir sem resgatar as graves faltas do passado. Trata-se de um vigoroso processo de auto-obsessão, por abandono consciente da vida. Conclui dizendo que muitos espíritos buscam na alienação mental, através do autismo, fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que o atormentam.

==> Nesse caso estudado no livro, além da auto-obsessão pela culpa dos erros do passado, o rapaz também tinha um processo obsessivo.

ii) Joanna de Ângelis fala em Triunfo Pessoal, no cap dos transtornos profundos, quando fala do TOC:

Sob outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam com os fatores neurológicos e orgânicos em geral impressos no corpo perispiritual, em face dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a experimentarem a recuperação moral através do processo depurador a que ora fazem jus.”

==> aqui fala que, em geral, ficam gravados no perispírito lesões por conta dos erros do passado, e que essas lesões perispirituais são levadas ao corpo físico na reencarnação.

iii) E em Espelhos da Alma, Joanna diz:

O Espírito, estando lúcido e conhecendo a gravidade dos erros praticados, expia ou submete-se a rudes provas, a fim de esconder-se daqueles a quem prejudicou e agora reaparecem na condição de cobradores insanos. Trata-se de um mecanismo utilizado também para apagar as lembranças que ressumam do seu inconsciente e o atormentam.

==> Aqui ela se refere ao autismo, e fala como Bezerra de Menezes em Loucura e Obsessão: o Espírito se esconde das antigas vítimas e também se escondem de si mesmos tentando apagar as lembranças dos erros praticados.


==> Como vimos antes, não importam as causas, pois cada caso é um caso. O que importa é que a encarnação é sempre, para típicos e atípicos, oportunidade bendita de refazer caminhos, fazer novas sementeiras para nosso progresso espiritual.

==> Estamos hoje plantando as sementes do amanhã, de nossa próxima reencarnação!

Reflexão ao grupo:

- Face ao nosso conhecimento espírita, de que somos todos Espíritos reencarnados, para nossa evolução espiritual, cada um em sua necessidade específica de experiência, como devemos atuar no meio social onde a vida nos colocou, perante os neurodivergentes?

- E sendo neurodivergente? Como devo atuar buscando minha evolução nessa encarnação, numa sociedade majoritariamente neurotípica?

4. Conclusão

O mundo é um mundo neurotípico, daqueles que a gente costuma olhar e ver que somos muito parecidos nas nossas características. Os autistas eles têm características muito próprias. Eles são chamados os neurodivergentes, são os atípicos do ponto de vista neuromental. E, portanto, essa conexão desses dois estilos de vida, o neurotípico e o atípico, exigem uma arte no âmbito da pedagogia, no âmbito da convivência familiar, do ponto de vista do manejo dos pais, portanto, do ponto de vista do olhar no âmbito das dos diversos grupos sociais.

E juntar o mundo dos neurodivergentes com aqueles que são neurotípicos é o grande desafio para aqueles que vivemos em sociedade e que queremos fazer as inclusões.


Talvez uma inclusão mais desejável seja esses mundos se conectarem e não um dentro do outro, mas eles poderem coexistirem. Talvez essa seja a melhor forma de inclusão. Não os autistas se adaptarem aos neurotípicos, mas os autistas permanecerem como neurodivergentes, como atípicos e inabituais em relação à maioria, do jeito que eles são.


Assim, nós olhamos para essa etapa vivencial na Terra que faz parte do mundo de transição planetária, aonde muitos dos espíritos que renascem nessa condição que a tenham a um compromisso com essa nova formatação de ser, com essas novas características de ser.


Talvez os autistas, notadamente aqueles que trazem um compromisso de apoio à sociedade, com as superdotações, com as altas habilidades que eles trazem nas diversos campos do conhecimento, ajudem a humanidade a olhar sobre uma nova ótica e também como o estilo de ser, de conviver, exigindo determinados parâmetros para que eles possam funcionar com saúde.

Talvez a nossa relação neurotípica, dita normal, precisa ser reavaliada pois o nosso mundo é um mundo muito barulhento, de muitas cores e de muita velocidade, muito descartável, com pouco silêncio, com pouca pausa.

5. Comentários do Cap. 20 do livro Céu Azul.

7. Exercício de respiração profunda e pausada, prece final e passes coletivos.

8. Avaliação

Encontro com 5 jovens com bastante participação.

Não cheguei a falar do caso de Loucura e Obsessão nem dos 2 textos de Joanna.

A análise do texto de Kardec fizeram tranquilamente.

Falei das características dos neurodivergentes, e também do que o Alberto Almeida falou como reflexão pra todos: se esses autistas que chegam, com super foco em algumas áreas, não vem nos ensinar um novo modo de viver e conviver, se não é uma preparação para a sociedade do mundo regenerado. Falei do envolvimento espiritual dos pais que recebem crianças nessas condições de autismo e também dos disgnósticos tardios, já na fase adulta.

Reforcei também a questão do uso da inteligência: que dificuldades em expressar pensamentos, sentimentos e vontade indica mau uso anterior no uso da inteligência.

Citei os 2 casos que Hermínio descreveu no livro dele sobre o Autismo. Levei o livro pra mostrar que esse tema já vem de estudos há algumas décadas.


Reforcei a questão de aceitação de todos como cada um é. Do objetivo da encarnação e que todos estamos com a mesma oportunidade: resolver pendências anteriores e aprender para evoluirmos espiritualmente. Da necessidade do respeito, da compreensão. Como disse o Alberto e o Hermínio no livro, é uma violência a gente querer trazê-los para o mundo dos neurotípicos!

Perguntaram sobre esquizofrenia, síndrome de down. Pediram estudo sobre síndrome de personalidade múltipla - o transtorno de identidade.

Falamos nos minutos finais sobre o cap. 20 do livro Céu Azul. Só dois jovens tinham lido.

9. Anexos – Subsídios teóricos

ESE, Cap V — Bem-aventurados os aflitos > Causas anteriores das aflições. > 10

10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.


Cap VIII – 'Bem-Aventurados os que têm Puro o Coração'

Item 21. Nota. Quando uma aflição não é consequência dos atos da vida presente, deve-se-lhe buscar a causa numa vida anterior. Tudo aquilo a que se dá o nome de caprichos da sorte mais não é do que efeito da justiça de Deus, que não inflige punições arbitrárias, pois quer que a pena esteja sempre em correlação com a falta. Se, por sua bondade, lançou um véu sobre os nossos atos passados, por outro lado nos aponta o caminho, dizendo: “Quem matou à espada, pela espada perecerá”, palavras que se podem traduzir assim: “A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.” Se, portanto, alguém sofre o tormento da perda da vista, é que esta lhe foi causa de queda. (..)

É possível que ele próprio, tomado de arrependimento, haja escolhido essa expiação, aplicando a si estas palavras de Jesus: “Se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o.”

O Livro dos Espíritos

Introdução- item XV

Nos trabalhos corporais, estropiam-se os braços e as pernas, que são os instrumentos da ação material; nos trabalhos da inteligência, estropia-se o cérebro, que é o do pensamento. Mas, por se haver quebrado o instrumento, não se segue que o mesmo tenha acontecido ao espírito. Este permanece intacto e, desde que se liberte da matéria, gozará, tanto quanto qualquer outro, da plenitude das suas faculdades.”

Ao contrário, admiti uma sucessão de existências e tudo se explica conforme a justiça: a idiotia pode ser uma punição ou uma prova e, em todo o caso, não passa de incidente na vida do Espírito.


Perg. 369. O livre exercício das faculdades da alma está subordinado ao desenvolvimento dos órgãos?

Os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma, manifestação que se acha subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos órgãos, como a excelência de um trabalho o está à da ferramenta própria à sua execução.”

Perg. 375. Qual, na loucura, a situação do Espírito?

O Espírito, quando em liberdade, recebe diretamente suas impressões e diretamente exerce sua ação sobre a matéria. Encarnado, porém, ele se encontra em condições muito diversas e na contingência de só o fazer com o auxílio de órgãos especiais. Altere-se uma parte ou o conjunto de tais órgãos e eis que se lhe interrompem, no que destes dependam, a ação ou as impressões. Se perde os olhos, fica cego; se o ouvido, torna-se surdo, etc. Imagina agora que seja o órgão que preside às manifestações da inteligência e da vontade o atacado ou modificado, parcial ou inteiramente, e fácil te será compreender que, só tendo o Espírito a seu serviço órgãos incompletos ou alterados, uma perturbação resultará de que ele, por si mesmo e no seu foro íntimo, tem perfeita consciência, mas cujo curso não lhe está nas mãos deter.”

RE, Agosto/1865 > Problema psicológico

Toda a perturbação da inteligência ou das funções orgânicas pode ser explicada fisiologicamente, seja qual for a causa primeira, visto que tendo sido estabelecidas leis pelo Criador para as relações entre a inteligência e os órgãos de transmissão, elas não podem ser derrogadas. A perturbação dessas relações é uma consequência dessas leis, e pode ferir o culpado por suas faltas anteriores: aí está a expiação.

(Sociedade de Paris, a 7 de julho de 1865 (Médium, Sr. Desliens, Espírito Moki)


RE, Jul/1860 - A frenologia e a fisiognomia

(…) Objetam com os casos conhecidos, nos quais a influência do organismo sobre a manifestação das faculdades é incontestável, como os da loucura e da idiotia, mas é fácil resolver o problema. Diariamente veem-se homens muito inteligentes tornarem-se loucos. O que isto prova? Um homem muito forte pode quebrar uma perna e não poderá mais andar. Ora, a vontade de andar não está na perna, mas no cérebro. Essa vontade só é paralisada pela impossibilidade de mover a perna. No louco, o órgão que servia às manifestações do pensamento, uma vez desarranjado por uma causa física qualquer, o pensamento não pode manifestar-se de maneira regular. Ele vaga a torto e a direito, fazendo o que chamamos extravagâncias. Nem por isso deixa de existir em sua integridade, e a prova está em que, se o órgão for restabelecido, volta o anterior pensamento, assim como o movimento da perna que se restabelece. Assim, o pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana. O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.

Se o instrumento for deteriorado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não mais se pode ver.

Às vezes, entretanto, acontece que a suspensão da livre manifestação do pensamento não é devida a uma causa acidental, como na loucura a constituição primitiva dos órgãos pode oferecer ao Espírito, desde o nascimento, um obstáculo do qual sua atividade não pode triunfar. É o que ocorre quando os órgãos são atrofiados, ou apresentam uma resistência insuperável. Tal é o caso da idiotia. O Espírito está como que aprisionado e sofre essa constrição, mas nem por isso deixa de pensar como Espírito, do mesmo modo que um prisioneiro atrás das grades. (...)

admiti uma sucessão de existências e tudo se explica conforme a justiça: a idiotia pode ser uma punição ou uma prova e, em todo o caso, não passa de incidente na vida do Espírito”. (Allan Kardec)

Triunfo Pessoal, Cap. 6 ‘Transtornos Profundos’, item 'Transtorno Obsessivo-Compulsivo’

"Na fisiopatologia desses transtornos são detectadas várias anomalias biológicas, dentre as quais a presença de epilepsia do lobo temporal, o aumento expressivo de atividade metabólica no giro orbital esquerdo e até mesmo uma alteração cromossômica na constituição do ser. Sob o ponto de vista neurológico, observa-se a influência não somente da epilepsia do lobo temporal, mas também da Coréia de Sydenhan, da síndrome de Giles de la Tourette etc. Aí também são encontradas perturbações neurobiológicas, como, por exemplo, o aumento do fluxo sanguíneo cerebral no córtex orbitofrontal, neostriatum, globo pálido e tálamo, no hipocampo e córtex posterior do giro cíngulo.

Esses desencadeadores dos transtornos neuróticos obsessivo-compulsivos, do ponto de vista psicológico, encontram-se no inconsciente pessoal, como herança também de atos transatos, sem dúvida, no qual estão inscritos igualmente os códigos das imagens arquetípicas que permitem, por outro lado, vinculação com outras mentes ora desencarnadas."

Sob outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam com os fatores neurológicos e orgânicos em geral impressos no corpo perispiritual, em face dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a experimentarem a recuperação moral através do processo depurador a que ora fazem jus.

A psicoterapia cognitiva-comportamental, bem-conduzida em relação a esses enfermos, ameniza ou produz a cura dos efeitos danosos e mórbidos; no entanto, a terapêutica bioenergética, por alcançar os fulcros espirituais de onde se exteriorizam os campos vibratórios, interrompe a emissão da energia enfermiça, afastando os agentes que, necessariamente atendidos, orientados e confortados moralmente, terminam por abandonar os propósitos malsãos em que permanecem e libertam os seus inimigos entregando-os à Consciência Cósmica.”

"Ideal, portanto, que sejam tomadas providências para que as referidas terapêuticas, psicológica, espiritual e psiquiátrica sejam utilizadas, a fim de facultar ao paciente a sua recuperação.

Na economia moral de todo ser encontram-se os seus atos próximos ou transatos programando a sua existência, estabelecendo processos de liberdade ou de encarceramento, asas para alá-lo ou grilhões para retê-lo no piso das paixões dissolventes."

Espelhos da Alma, Joanna de Ângelis

6) O autismo pode ser entendido como uma dificuldade do Espírito em enfrentar sua encarnação? Como auxiliar nesses casos?

O Espírito, estando lúcido e conhecendo a gravidade dos erros praticados, expia ou submete-se a rudes provas, a fim de esconder-se daqueles a quem prejudicou e agora reaparecem na condição de cobradores insanos. Trata-se de um mecanismo utilizado também para apagar as lembranças que ressumam do seu inconsciente e o atormentam.

Nada obstante, experimentando as dificuldades de comunicação com o exterior, não fica indene ao sofrimento que carrega no imo do ser, embora não logre fazer uma catarse libertadora e terapêutica.

A conversação edificante, a paciência e a bondade para com o autista, em qualquer grau em que a problemática se apresente, os passes de transmissão de energias, as atividades de desobsessão, porque invariavelmente ocorrem também esses fenômenos, são os melhores instrumentos de auxílio em seu benefício.

Até os 7 ou 8 anos de idade, quase sempre a reencarnação prossegue e completa-se totalmente.

Recomenda-se que, enquanto a criança esteja dormindo, os genitores conversem com ternura, explicando-lhe quanto é amada, como foi esperada com carinho, quão maravilhosa é a oportunidade de que ora desfruta, a fim de transmitir-lhe tranquilidade e confiança.

O Espírito escuta, percebe os cuidados, renova-se e imprime no organismo, especialmente na área cerebral afetada, a esperança, a alegria e a mensagem de otimismo, passando a experimentar resultados positivos e saudáveis. (Cap. Joanna de Ângelis Responde – Parte 1)

19) Muitos psicoterapeutas têm apresentado novas doenças como enfermidades do vazio, em face do sentimento de falta de perspectiva que envolve a atualidade da humanidade. Podemos entender essas doenças modernas como automutilação, Borderline, entre outras, como expressão desse vazio?

Estamos diante de processo algo semelhante ao autismo. A culpa inscrita no cerne do ser que necessita de recuperação, responde pela doença. O Espírito reencarnado, considerando não merecer afeto, não ter ainda encontrado objetivo psicológico para a existência enriquecedora, permite-se a automutilação, rebeldia sistemática, a fim de chamar a atenção, inspirar compaixão e interesse, ao tempo que pensa estar liberando-se da culpa e buscando uma forma de prazer mórbido com o sofrimento.

Porque o comportamento do paciente não tem limites, o suicídio se apresenta como alternativa libertadora, o que é um engodo cruel.

A terapêutica deve ter as mesmas características que aquelas aplicadas no autismo, com as constantes demonstrações de amor, que é a alma da vida, de interesse pelo que faz e pelo que anela, porém, de maneira natural e afetuosa. (Cap. Joanna de Ângelis Responde – Parte 2)

https://estudole.febtv.com.br/categorias_das_perguntas/esquizofrenia-loucura-perturbacoes-autismo/

Existe alguma relação dos Espíritos e o autismo? Há casos de cura espiritual de autistas?

Sim, existe relação. E recomendamos duas leituras acerca do tema: 1 – Suely Caldas Schubert, que aborda o assunto, na obra Os Poderes da Mente, no capítulo “Auto obsessão – Doenças Fantasmas – Autismo”; e 2 – Hermínio Miranda, no livro ‘Autismo, uma abordagem espiritual’, afirma que o autista é o espírito culpado, que se esconde no hemisfério direito do cérebro, como proteção. Mas, longe de ser um castigo é, muitas vezes, misericórdia. Há casos de melhora na condição, em função das terapias que a medicina humana encontrou e do avanço no diagnóstico precoce. Curas espirituais prometidas, aqui na Terra, não devem ser levadas a sério. A misericórdia divina sempre atuará quando necessário.

Alquimia da Mente, Cap. 6 (texto de 1994 Teoria proposta pelo autor, com base em diversos pesquisadores que são citados no livro pelo Hermínio.)

Apenas para refrescar a memória, vamos recorrer ao sábio Aurélio, no qual encontramos o autismo como "fenômeno patológico caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo". (...)

Ora, se a entidade espiritual vem para a vida terrena como que obrigada, ou pelo menos contra a sua vontade, não é de admirar-se que, uma vez acoplada a um corpo físico limitador, se recuse a receber as instruções que a confirmariam na indesejável obrigação de ter que se adaptar a um tipo de vida que não lhe oferece qualquer estímulo ou atrativo. Nesse caso, ou a personalidade rebela-se e recusa o tutoramento da individualidade ou, ao contrário, a própria individualidade recusa-se a programar uma parte de si mesma para

a detestada vida terrena.

Ao leitor não familiarizado com as práticas mediúnicas, devo informar que é mais comum do que possamos imaginar a atitude de entidades que preferem ficar indefinidamente na dimensão póstuma, em lugar de resignar-se ao aprisionamento de algumas décadas num pesado corpo material.

Significado de Autismo (https://www.dicio.com.br/autismo/) em 08/09/2025

Transtorno global do desenvolvimento, caracterizado por alterações no desenvolvimento neurológico, pela dificuldade de socialização, de comunicação verbal e/ou do uso da linguagem.

Autismo. uma Leitura Espiritual (prefácio de Dr. Jano Alves de Souza – médico neurologista)

"O autismo é uma desordem do desenvolvimento do funcionamento cerebral relativamente frequente, acometendo de dois a cinco indivíduos em dez mil. O quadro clínico é marcado por um comprometimento grave de interação social e da linguagem verbal e não verbal, além de um estreitamento do espectro de interesses e atividades, iniciando antes dos três anos de vida. O retardo mental, embora frequente, não é um aspecto obrigatório, havendo indivíduos que revelam capacidade prodigiosa para funções como memorização, cálculos e música, a despeito de conservarem suas características autísticas. Alguns casos de autismo são consequências de infecções no período intra-uterino ou neonatal, de doenças genéticas ou malformações. A maioria, no entanto, tem causa desconhecida. (...)

Sejam quais forem os mecanismos materiais envolvidos na gênese do autismo, indubitavelmente, sua causa inicial está nas experiências pregressas e nas necessidades cármicas do espírito reencarnante”.


Loucura e Obsessão, Cap. 7, caso Aderson:

O nosso amigo é o típico autista, conforme a clássica denominação psiquiátrica. Apesar de serem comuns as cobranças obsessivas, paralelamente às enfermidades mentais, este paciente sofre-as menos, porque vem recebendo a ajuda desta Casa, há mais de seis meses. (...) Os inimigos que lhe adicionavam sofrimento, e ainda não o liberaram da cobrança que se permitem, encontram, graças à assistência espiritual que lhe tem sido dispensada, dificuldade de sintonia, embora permaneçam as irradiações das ondas mentais inferiores pelas quais se manifesta a sincronização Espírito a Espírito. (...)

Estamos diante, tecnicamente, de um vigoroso processo de auto-obsessão, por abandono consciente da vida e dos interesses objetivos. Quando o indivíduo mantém intensa vida mental em ações criminosas, que oculta com habilidade, mascarando-se para o cotidiano, a duplicidade de comportamento faz-se-lhe cruel transtorno que ele carpe, silenciosamente. O delito, que fica ignorado das demais pessoas, é conhecido do delinquente, que o vitaliza com permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a polivalência das ideias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida, que lentamente empareda o seu autor. Passam desconhecidos pelo mundo, esses gravames, que o eu consciente sepulta nos depósitos da memória profunda, sem que eles se aniquilem, ali permanecendo em gérmen, que irradia ondas destruidoras, envolvendo o criminoso. (...)

Surpreso, ante a vida após a morte física, negou os fatos escabrosos e, mesmo sob a implacável cobrança da loucura, bloqueou a mente, em tentativa inútil de fugir ao ressarcimento inditoso imposto pela ignorância dos seus inimigos...”

Aderson foi reconduzido à reencarnação com todas as marcas do horror que lhe foi infligido. Refugiando-se na negação do fato como crime, já que se cria no direito de havê-lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu, no corpo, os limites de movimento e

produziu a prisão na qual se encastela. Assomando à consciência todas as lembranças do passado, vive, nesse mundo, agora sob a injunção da culpa que o vergasta, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorece a reparação noutras circunstâncias. Expiar o mal que se fez, para logo depois repará-lo, é o impositivo da Justiça Divina ao alcance de todos nós. Larga, como efeito, se faz a expiação. (...)

Incursos, neste capítulo, há muitos Espíritos que buscaram na alienação mental, através do autismo, fugir à suas vítimas e apagar as lembranças que os acicatam, produzindo um mundo interior agitado ante uma exteriorização apática, quase sem vida. O modelador biológico imprime, automaticamente, nas delicadas engrenagens do cérebro e do sistema nervoso, o de que necessita para progredir: asas para a liberdade ou presídio para a reeducação.

Como se vê, a obsessão não é, neste caso, fator responsável pela loucura. A autopunição gerou o quadro de resgate para o infrator da Lei. Aqueles inimigos desencarnados que se lhe acercam, pioram-lhe a expiação, mas é o Espírito calceta quem se impõe os sofrimentos que sabe lhe serão benéficos para a redenção.

Os Poderes da Mente, Suely Caldas Schubert, Cap. Auto-Obsessão, item “Autismo”

Em nossas Casas Espíritas, temos condições de atender às crianças portadoras de autismo, compreendendo que nem sempre são Espíritos enredados em crimes nefastos do passado, mas podem ser criaturas insatisfeitas com a atual experiência reencarnatória, ou extremamente melancólicas, que se negam à vida, seja por suicídio em existência anterior ou por motivos outros. O importante é atendê-las com amor, buscando transmitir-lhes a noção do quanto são amadas e do quanto a vida é importante e pode ser melhor aproveitada.”

https://www.febnet.org.br/portal/2024/06/10/momento-feb-a-visao-espirita-sobre-o-autismo/ (Em 06/09/2025)

A nossa mente funciona de diversas maneiras. Os avanços científicos na área da saúde, com abordagens humanistas, têm permitido cada vez mais dialogar e criar mecanismos para que as pessoas possam usufruir das relações sociais, independentemente da condição em que se manifestam.


Segundo o Ministério da Saúde, o transtorno do espectro autista, ou TEA, “é uma condição caracterizada pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento”.


Nenhuma pessoa é igual a outra, logo nenhum autista é igual a outro.


As caracterizações do transtorno são descritas e classificadas pelos níveis de suporte, indicados no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5.

Conforme aprendemos nos estudos da Doutrina Espírita, precisamos analisar as situações de forma ampla, considerando múltiplas possibilidades.

É arriscado, por exemplo, atribuir causa única para as condições neuroatípicas, assim como a Ciência ainda não determinou rigorosamente as causas para o seu surgimento. Portanto, é preciso cautela para não inferir uma relação determinística entre a trajetória do Espírito em suas múltiplas existências e as questões do neurodesenvolvimento.

É preciso lembrar que tanto típicos como atípicos são Espíritos encarnados em busca de evolução moral.

Nossos irmãos e irmãs autistas são Espíritos em experiência transitória e devem ser amados e direcionados pelas famílias e amigos para que possam conviver com as limitações atuais, impostas nesta encarnação, para que tenham um bom proveito durante a sua estada aqui na Terra. Somos todos feitos à imagem e semelhança de Deus, não nos esqueçamos.

https://br.psicologia-online.com/pessoas-neurodivergentes-tipos-sintomas-e-desafios-1852.html (Acesso em 06/09/2025)

Ser uma pessoa neurodivergente significa ter uma forma de processar a informação e experimentar o mundo que difere do padrão considerado típico ou neurotípico. Pessoas neurodivergentes podem ter habilidades e perspectivas únicas que podem ser valiosas em diversos contextos. No entanto, também podem enfrentar desafios em áreas como comunicação, interação social, regulação sensorial ou organização. (...)


Existem vários tipos de neurodivergência, cada um com características e desafios únicos. Os tipos mais comuns são:


Transtorno do Espectro Autista (TEA): caracteriza-se por dificuldades na comunicação, na interação social e em padrões de comportamento repetitivos. Pessoas com TEA podem ter interesses intensos e habilidades destacadas em áreas específicas;

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): manifesta-se em dificuldades para manter a atenção, controlar impulsos e regular a atividade. Pessoas com TDAH podem ser hiperativas, impulsivas ou ter dificuldades para se organizar e completar tarefas.

Dislexia; Síndrome de Tourette; Síndrome de Asperger

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c93yk11wqx9o - em 23 maio 2025

13 revelações do Censo inédito sobre autistas e pessoas com deficiência no Brasil

(acesso em 10/09/2025)

O Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa 1,2% da população, segundo dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (23/5).

Esta é principal descoberta do Censo a respeito dos autistas no Brasil, porque é a primeira vez que o IBGE fez um levantamento das pessoas com TEA no país.

Foi perguntado aos participantes se eles já foram diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde.


A partir das repostas, o instituto concluiu por meio de técnicas de amostragem que a prevalência é maior entre homens (1,5% da população masculina) do que entre as mulheres (0,9% da população feminina).


https://neuroconecta.com.br/novos-dados-de-prevalencia-do-autismo-1-em-31-criancas-sao-diagnosticadas-segundo-estudos-recentes/ - Novos dados de prevalência do autismo: 1 em 31 crianças são diagnosticadas, segundo estudos recentes (cita relatórios divulgados no dia 15 de Abril de 2025 pelo CDC dos EUA)

(Acesso em 10/09/25)


O TEA é um transtorno genético, no qual fatores ambientais contribuem para sua manifestação.

Em resumo, o crescimento nos diagnósticos de autismo é multifatorial e, em grande parte, reflexo de melhorias no sistema de saúde e educação. Isso deve ser celebrado, mas também nos alerta sobre a necessidade de adaptação urgente das estruturas sociais.

Fatores de risco ambientais para autismo com comprovação

Alguns fatores ambientais a ciência já deu conta de comprovar como fatores de risco para autismo. Entre os fatores com comprovação estão:

Idade parental avançada

Uso de medicamentos durante a gestação como antidepressivos e ácido valpróico (valproato)

Prematuridade

Baixo peso ao nascer

Problemas de saúde materna como Diabetes gestacional

Infecções durante a gestação

Histórico de doenças auto imune materna

Uso de drogas e álcool durante a gestação

Síndromes genéticas

Outros fatores ambientais como exposição a poluentes e pesticidas durante a gestação e no período pós-natal ainda precisam de mais estudos para comprovação.

https://www.youtube.com/watch?v=uQlDD0g97_A - Autismo e espiritualidade | 08/04/2025, com Alberto Almeida (transcrição automática de trecho da palestra)

O autismo é apresentado como um transtorno, mas não como uma patologia. É um jeito de ser, é uma maneira própria de se colocar no mundo. E como tal, precisa ser compreendido a fim de que o manejo daquele que traz essa manifestação, essa qualidade de características, possa ser feito de uma forma adequada, de uma forma mais produtiva, útil, ajudando aqueles que são os autistas e os seus familiares e os professores e os profissionais.

É verdade que junto com o autismo se apresentam comorbidades, ou seja, aquele que traz o autismo pode também trazer alterações, transtornos outros que podem necessitar de um atendimento farmacológico, não só psicoterapêutico, pedagógico, mas também farmacológico.

Ou seja, é aquele ser que, portanto, vai apresentando ao lado da manifestação do autismo uma outra entidade que precisa ser tratada efetivamente e às vezes tratada, dependendo da circunstância, com medicamentos.

Mas esse olhar já vai nos distinguindo de que autismo é um jeito de se colocar no mundo e que, portanto, o olhar para ele é um olhar que precisa ser bastante diferenciado, porque as pessoas que detém o autismo trazem a característica da dificuldade da comunicação social, da interação social e traz também uma manifestação restrita das suas atividades e que se transformam em atividades repetitivas, ao lado de um cortejo de outras características que compõe, por assim dizer, o autista.


Cada autista é um autista e tem os seus próprios semblantes, os seus próprios coloridos dentro do espectro, já que em sendo do espectro, nós já vamos considerar de que a pessoa pode transitar do um ao três, do três a um, naquilo que se chama de nível de suporte, que é hoje, como é visto a temática.


A pessoa que é autista, trazendo as suas características, precisa de um apoio. E esse apoio, dependendo da sua, do grau de prejuízo que ele traga, ele pode ser um apoio muito intenso. Aí a gente caracteriza como nível de suporte três. Habitualmente o autista que traz essa característica traz uma comorbidade também. às vezes traz depressão, às vezes traz TOC, às vezes traz uma deficiência mental e é, portanto, alguém que demanda um cuidado, um olhar médico, psicológico, da terapia ocupacional, da fonoaudiologia, dessas disciplinas todas no âmbito da saúde que veio ao encontro daquela pessoa para ajudá-la, dando um suporte, seja para tratar a comorbidade, seja para manejar o autismo.

E há aqueles que estão lá no nível de suporte um, que detém uma possibilidade de manifestação, de comportamento no mundo, que precisa de um suporte menor, porque tem prejuízos menores, mas ninguém é sempre uma outra coisa, porque em sendo do espectro, a pessoa que tá no nível um, dependendo de uma demanda de que ela se veja possuída, ela pode descer para o nível três de suporte. E aquele que está apresentando o nível três de suporte, se não tem uma comorbidade, sendo diagnosticado e sendo cuidado, ele pode evoluindo para o nível dois e às vezes para o nível um de suporte, caracterizando, portanto, assim de que o autismo ele pode estar em instâncias diferentes, dependendo do estilo de vida, do cuidado que esteja recebendo, do tratamento que esteja recebendo.

O mundo é um mundo neurotípico, daqueles que a gente costuma olhar e ver que somos muito parecidos nas nossas características. Os autistas eles têm características muito próprias. Eles são chamados os neurodivergentes, são os atípicos do ponto de vista neuromental. E, portanto, essa conexão desses dois estilos de vida, o neurotípico e o atípico, exigem uma arte no âmbito da pedagogia, no âmbito da convivência familiar, do ponto de vista do manejo dos pais, portanto, do ponto de vista do olhar no âmbito das dos diversos grupos sociais.

Para que essas pessoas, que hoje cada vez mais frequentes do ponto de vista da das crianças que nascem a cada 36, no último dado dos Estados Unidos, a cada 36 nascimentos nasce um autista. E ao lado desses, que são os neurodivergentes, os atípicos, tem os TDHs, que tem também igualmente com mais frequência comparecido nos nascimentos dos bebês, formando junto com os autistas, os neurodivergentes, que compõem, por assim dizer, uma população crescente.


E juntar o mundo dos neurodivergentes com aqueles que são neurotípicos é o grande desafio para aqueles que vivemos em sociedade e que queremos fazer as inclusões.


Infelizmente, essas inclusões elas são revestidas de muito sofrimento, de muita dor pela nossa ignorância, sobretudo e sobretudo por conta de que as pessoas não compreendem a forma de fazer. Não só não compreendem o autismo, o TDAH, mas também não compreendem é que tipo de habilidades, manejos, técnicas, estratégias podem ser utilizado para viabilizar uma convivência mais pacífica, mais harmoniosa, seja em casa, junto com a parentela, seja no âmbito escolar, seja no âmbito profissional dos adultos, que hoje cada vez mais têm sido diagnosticados tardiamente, já com inúmeros prejuízos pelo percurso que fizeram.

É, portanto, nessa perspectiva que a sociedade hoje se encontra, procurando fazer esse encontro desses dois tipos de população que precisam coexistir, coabitar, conviver e como fazê-lo de forma harmoniosa.

Infelizmente, a tentativa de inclusão, ela tem sido feita de uma forma um pouco difícil e às vezes fracassada, porque tenta-se colocar o mundo do autista dentro do mundo neurotípico e procurando fazer com que os autistas se adaptem ao mundo neurotípico o que é uma violência, porque as estruturas neurobiológicas e mental são diferentes.

A forma emocional como os autistas funcionam é diferente. Então, quando se tenta fazer uma inclusão, trazendo o mundo dos autistas para dentro do mundo dos neurotípicos, habitualmente surgem desequilíbrios, conflitos. As crianças entram em exaustão, os adultos que tentam cohabitar e conviver com essas situações também entram em crise.

Talvez uma inclusão mais desejável seja esses mundos se conectarem e não um dentro do outro, mas eles poderem coexistirem. Talvez essa seja a melhor forma de inclusão. Não os autistas se adaptarem aos neurotípicos, mas os autistas permanecerem como neurodivergentes, como atípicos e inabituais em relação à maioria, do jeito que eles são.

Se conseguirmos elaborar espaços de convivência, espaços de cohabitação, de interações nos grupos sociais, nesta perspectiva, nós teremos muito menos sofrimento, muito menos violência, muito menos dor e conseguiremos que os autistas possam, nesse manejo diminuir os seus prejuízos e saírem desse nível mais difícil, que é o nível de suporte três, e avançarem pro nível de suporte um. Porque muitos deles estão no nível três por falta do manejo, por a inabilidade dos profissionais, dos pais, dos professores, dos educadores e até dos profissionais em fazer a abordagem adequada.


Assim, nós olhamos para essa etapa vivencial na Terra que faz parte do mundo de transição planetária, aonde muitos dos espíritos que renascem nessa condição que a tenham a um compromisso com essa nova formatação de ser, com essas novas características de ser.


Eu penso que nós caminhamos para uma nova remodelação de convivência mundial, porque olhando para o mundo neurotípico, nós estamos muito adoecidos. Nos mundos sociais, os grupos, as sociedades que são apinhadas com esse estilo neurotípico, parece que nós precisamos fazer algumas revisões, seja na forma de convivência, seja no estilo de lidar um com o outro, seja nessa estratégia de poder trabalhar e ganhar a sobrevivência, de educar, de ser educado. Nós temos muitas coisas para serem revistas.

Parece que a nossa sociedade vem patinando e eu penso que os mundos que trazem agora as pessoas diferenciadas do ponto de vista do seu olhar, da forma como funcionam mentalmente, atipicamente, mas com superdotação, com altas habilidades, vão contribuir para que, do ponto de vista da transição planetária, nós consigamos encontrar um novo formato do ponto de vista de convivência social e quem sabe uma nova formatação cerebral.

Nós estamos numa transição e não sabemos ainda onde é que isso vai dar do ponto de vista de um lugar que deve ser o lugar melhor para todos vivermos, porque a lei do progresso é inevitável na Terra. Estamos, portanto, vivendo esses diferentes semblantes sociais, as diferentes pessoas de se manifestarem.

E eu penso que os autistas, notadamente aqueles que trazem um compromisso de apoio à sociedade, eu digo de apoio porque com as superdotações, com as altas habilidades que eles trazem nas diversos campos do conhecimento, eles têm ajudado a humanidade a olhar sobre uma nova ótica e também como o estilo de ser, de de conviver exige determinados parâmetros para que ele eles possam funcionar com saúde.

Também nós neurotípicos estamos nos beneficiando de olharmos de que talvez a nossa relação neurotípica dita normal, ela é muito atrapalhadinha e precisa, talvez de um olhar diferenciado, reavaliarmos a forma como interagimos, como lidamos uns com os outros, seja do ponto de vista da interação afetiva emocional, seja do ponto de vista neurosal, aonde o nosso mundo é um mundo muito muito barulhento, é um mundo muito vocacionado para ruídos, é um mundo que de muitas cores e de muita velocidade, muito descartável, com pouco silêncio, com pouca pausa.


Tudo isso, talvez esse mundo novo que surge no mundo convivencial que os autistas nos revelem sejam possibilidades para aprendermos nessa junção de dois mundos diferentes.

Talvez nos enriqueçamos para termos uma sociedade com convivência dos seus habitantes e dos cidadãos de uma forma mais saudável, de uma forma mais plena, de uma forma mais feliz.


Essa é a minha percepção. Logo, eu gostaria de levantar de que o autismo traz essa característica genética e hoje há um consenso de que a neurodivergência ela tem origem no aspecto genético. Alguns daqueles que são os autistas guardam na hereditariedade, tendo os pais autistas ou trazendo os gens do autismo. E aqueles que são os filhos fazem a captação desses gens e modelam o autismo, tendo pais autistas ou pais que não são autistas, mas que têm os gens do autismo e modelam o autismo. Esse é um ponto que é muito importante, porque tem filhos que são autistas dos mesmos pais e filhos que não são autistas. E essa é uma pergunta que sempre se faz do ponto de vista espiritual, já que o espiritismo, como uma ciência que estuda o espírito, vem contribuir grandemente para esse olhar.

E esse olhar que o Espiritismo nos traz, nos convida a perceber de que todo processo genético, ele está na base da construção, da seleção dos gens, o espírito imortal ajudado por aqueles que são os benfeitores espirituais, desde a seleção do espermatozoide, do , até na formação do zigoto, a multiplicação das células e daquele período embriogênico, aonde acontecem mutações gênicas e aonde surge da biologia consagrada no âmbito genético. Da biologia consagrada no âmbito genético, nós vamos encontrar o espírito imortal que já existe. Ele é pré-existente ao ovo zigoto. Ele é pré-existente à junção do espermatozoides ao óvulo. E é ele que vale-se desse tecido oferecido por pai e mãe e faz a sua construção do seu corpo de uma forma geral, incluso o cérebro.

E é aí que o espírito, portanto, de um filho traz o autismo e de um outro filho não traz o autismo. Esse processo é um processo muito desafiador à medicina, medicina fetal, para a genética, para todo o esquema de saúde da psicologia, da psiquiatria, porque não se encontra as motivações, a não ser falar dessas estatísticas, mas se encontra a causa primeira que gera, portanto, um ser que faz o autismo, seleciona o e o outro que não faz.

E por que um faz o autismo e faz outras comorbidades que se apresentam na criança desde cedo? Esse processo a gente só consegue explicação através de uma visão espiritualista.


E o espiritismo traz essa contribuição no seu olhar dizendo que é um espírito imortal que faz a seleção, portanto, daquilo que é gameta e faz com que aquele gameta masculino, o espermatozoide, que irá encontrar aquele óvulo que já está previsto ali dentro do processo da ovulação maternal para que nessa junção esse espírito articule, por se dizer como se fosse um programador. Ele vai articulando conformidade com a sua necessidade e faz a modelação de um cérebro que trará as características, seja para o TDH, seja para o autismo, seja uma alteração às vezes importante do ponto de vista de uma deficiência mental, seja uma síndrome que acompanhe o autismo. Sim, é nesse âmbito genético que nós vamos encontrar o ascendente primeiro no espírito imortal, na base de toda a formação do ser, desde as genesias, por exemplo, de um braço ou de um pedaço do encéfalo, por exemplo, nós temos o espírito que faz essa modelação que se estabelece sobretudo no período de natureza gênica, o período chamado embriogênico, aonde as composições, sejam genéticas, sejam hereditárias, sejam aquelas outras que não são hereditárias e que são manifestações às vezes até teratológicas que são congênitas, elas nasçam sem um composto genético.

É o espírito que articula isso, seja o gem, seja uma alteração com gênita, que não tem nada a ver com o gem, ele modela um corpo, um corpo físico que tem a ver com a sua necessidade intrínseca evolutiva, como se fosse o espírito a forma e o bolo fosse formado pela forma. Então, a forma que faz o bolo é o espíritual. O bolo é o corpo, desde o cérebro às mãos, a anatomia, a fisiologia. Ela vai traduzir o que o espírito na sua manifestação energética através do seu corpo espiritual chamado perispírito. Ele impregna ali no período embriogênico as alterações, sejam hereditárias ou genéticas, sejam de natureza congênita, assim, modelando um corpo que intrinsecamente está de acordo com suas necessidades, vindo por pais, que do ponto de vista reencarnatório tem tudo a ver com aquela criança que vai nascer trazendo um autismo, trazendo uma comorbidade, o TDAH ou seja o que seja, ou um corpo mais formoseado ou um corpo que traz alteração anatômica.

Os pais têm tudo a ver com aquela criança. Não há casualidade biológica para a visão da medicina da alma, há uma causalidade e não casualidade. A casualidade é o campo das probabilidades e o acaso. A causalidade é o estudo das leis de causa e que geram efeitos. É, portanto, os elementos causais que determinam consequências. Para nós que estudamos o espiritismo, a ciência espírita, estamos identificados com a causalidade. Tudo que se nos acontece no corpo tem a ver com essa junção do espírito que vai pegar os gametas femininos e masculinos e vai modelar um corpo e a ver com o pai e com a mãe que estão ali funcionando como os pais daquela criança que vai nascer mais ou menos saudável, de conformidade com o programa espiritual daquele espírito que poderá trazer uma neurodivergência ou não, que poderá trazer o corpo rígido ou alterado. Tudo isso tem a ver com a lei de causa e efeito que nos entrelaça a todos. Ou seja, ninguém é filho por acaso da biologia e ninguém traz uma neurodivergência, uma manifestação neurotípica ou uma genesia de um órgão, simplesmente porque a biologia graciosamente premiou aquela pessoa ou por assim dizer, casualmente se manifestou. Não existe isso do ponto de vista do cosmos e de um criador que é soberanamente justo e bom. A visão de Deus, portanto, ela comparece aí para dizer nos como Jesus dizia ao seu tempo, que é cada um segundo as suas obras.

Então, nós estamos imersos num corpo físico junto daqueles que são os nossos pais relacionados àquela missão que temos que desenvolver ou aquela expiação ou provação que precisamos experimentar. Tudo está encadeado em natureza e não há de modo algum sorte e azar. Isso não há. Tudo está relacionado à escolhas que fizemos hoje e que fizemos ontem e que juntas naquilo que somos agora.

Os autistas adultos quase sempre viveram todas as décadas que viveram usando estratégias para sobreviver. As chamadas camuflagens são máscaras sociais que usam para funcionar mais ou menos parecido com neurotípicos, mas isso representa uma alta carga de energia, um alto esforço. Levaram esses autistas adultos a experimentarem ao longo dessa trajetória muitas exaustões, porque todas as vezes que o autista tenta ser um neurotípico ou parecer-se com neurotípico, ele precisa colocar muita energia, porque de qualquer modo é uma estratégia de violência e ele se desgasta muito, ele entra naquilo que a gente chama de exustão, de colapso. Às vezes ele deriva para um processo de debilidade, às vezes para a agressividade, para a agitação, como é comum observarmos nas crianças que quando entram em exaustão se agridem, se batem, dependendo do grau em que elas se encontram, ou agridem os outros ou começam a se movimentar porque elas estão em processo de exaustão e fazem a tentativa de autorregulação emocional através desses comportamentos, seja de autoagressão, seja de manifestação externa, seja de atitudes comportamentais de poderem se isolar às vezes e ficarem ali escondidas, silenciosas, elas estão se autorregulando.


Atender as diferenças é a maestria da sabedoria daquele rompe com a ignorância, se apropria do conhecimento e consegue ajudar aqueles que são seus filhos, os seus alunos, fazendo sempre um encaixe das diferenças, não como processo competitivo e nem como bullying, porque usa-se muito a diferença do autista para se fazer assédio moral nos adultos ou para fazer bullying nas crianças. Essa atitude é uma atitude muito depreciativa que leva a desregulação dos autistas e muitas vezes ao colapso e às vezes até a tentativa de suicídio ou de homicídio, como vemos algumas vezes algumas crianças que trazem comorbidade reagirem desta forma.

O índice de suicídio entre autistas é maior do que no mundo neurotípico, porque é compreensível. Um mundo que oprime as minorias e que fazem assédios morais ou bullying, ele experimenta, portanto, um movimento de tentativa de autorreação da dor, buscando o suicídio.

Infelizmente a relação de pertencimento, de fazer parte é o grande desafio hoje das famílias, os parentes, para aquele que tem autista em casa.

Aqueles que estão na escola, têm os filhos autistas, é difícil encontrar uma sala de aula que não tenha um autista hoje, porque se a média é a cada 36 crianças que nascem tem um autista e eu quero crer que esse índice já diminuiu, aumentou a frequência, é natural que aqui e acolá tenha um, dois ou três autistas e não vão poder criar uma escola exclusiva para os autistas, porque isso também é uma forma de exclusão. Então essas crianças precisam estar relacionadas. E eu vejo que quando se consegue isso, a riqueza para as crianças é imensa, porque se faz um olhar de perto, um olhar compassivo de empatia, se ensinando na escola, sobretudo no lar fundamentalmente, que é a primeira escola da vida, a necessidade de poder olhar como é que o outro se sente, então minimizar determinadas atitudes que possam representar exclusão.


A relação de pertencimentos autistas é uma relação que precisa ser valorizada com inclusão, mas a inclusão deva ser uma inclusão sem a opressão dos autistas.

É verdade que algumas crianças que apresentam comorbidades precisam às vezes de um apoio medicamentoso, seja acupuntura, seja homeopatia, seja até a química farmacológica mesmo. Mas precisamos compreender e analisar de que isso é uma instância. Lançar a mão na direção da química com última instância, de que o manejo é mais adequado.

A criança está, por exemplo, dentro da sala e quer sair. Às vezes a gente acha que é indisciplina, que ela quer fugir, de que ela está rompendo a regra da escola. Mas se é uma escola que olhe, por exemplo, os autistas com a delicadeza que deve ser, se a criança vai sair, ela deixa sair e como acompanhante ou fica sobre uma certa supervisão, a criança vai, anda um pouco e volta. Ela está se autorregulando, ela não está boicotando a aula, ela não tá querendo furar a aula, ela não está sendo irreverente porque e ela quer ser irreverente, revoltada, não. Ela está ali sobrecarregada.

O autismo, não se cura, desaparece. Ele é uma condição do ser que nasceu.

É como se dissesse assim: "Eu vou curar uma pessoa que nasceu, por exemplo, com uma síndrome." Não, ela vai levar a síndrome, ela vai levar a característica. Não é uma doença, então não precisa ser curado, mas precisa ser cuidado, tratado nesse sentido do manejo.

Mas como é difícil para um adulto que é autista aceitar que é autista. Ele passa um período de luto, que às vezes vai além de ano, até que ele possa acomodar dentro de si a sua própria história como autista sem saber que ele era, e ajustar a sua vida agora de conformidade com um novo diagnóstico.

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