Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos - 05/09/2025
Tema: O Pensamento
Objetivos:
- Identificar a força dos pensamentos e seus efeitos em nosso cotidiano;
- Perceber a importância de vigiar os pensamentos para nossa saúde física e mental;
- Identificar no pensamento, o exercício da liberdade sem limites, mas com responsabilidade;
- Perceber que nossos pensamentos são gravados em nosso ser, e que os mesmos podem ser visualizados pelos Espíritos que nos cercam.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, 2ª parte, Do Mundo Espírita, Cap.IX- Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal - perg 456 e seguintes; Cap X - Lei de Liberdade, pergs. 833 à 837, 843 870, 872 (Resumo teórico do móvel das ações humanas);
O Céu e o Inferno, 1ª parte: Código Penal da Vida Futura;
A Gênese, Cap. XIV – Os Fluidos, item 15 em ‘Fotografia do Pensamento’;
Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 19 – Dominação telepática.
Material: Um exemplar de A Gênese; papel de recado e caneta para cada jovem.
- vídeo trecho de uma palestra de Andrei Moreira – Formas Pensamento (2:29 min): https://www.youtube.com/watch?v=lD6QTT2qsp8
Roteiro do encontro:
1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
2. Motivação Inicial:
- Passar o vídeo da fala de Andrei Moreira, de 2:29 min.
- Formar trios para discutirem sobre a fala do Andrei: (10 min)
==> como relacionar essa explicação dele com a teoria espírita?
==> qual o efeito sobre nós mesmos, de pensamentos negativos persistentes? E os positivos?
3.Desenvolvimento
- Hoje esse é o nosso tema: o Pensamento! Tema solicitado por vocês no início do ano.
- Ouvir as reflexões dos trios e na sequência, perguntar se eles sabem em qual livro Kardec explicou esse assunto que Andrei fala no vídeo. (Obs.: se falarem algo muito fora da teoria espírita, somente pedir que aguardem que trataremos dessa questão).
==> foi o último livro que Kardec publicou: A Gênese.. Mostrar o livro, dizendo que esse assunto do vídeo está no Cap. XIV Os Fluidos, que é um assunto muito importante da DE pois os fluidos estão na base de todos os fenômenos mediúnicos e anímicos.
==> falar também do cap. XV, onde Kardec analisa os ditos milagres de Jesus, sob a ótica espírita a partir do conhecimento dos fluidos e suas propriedades.
- Kardec colocou no cap. XIV um item que se chama: Fotografia do Pensamento. Ler esse item pausadamente, explicando os conceitos, relacionando com as respostas deles e com o vídeo do Andrei:
A Gênese, Cap.XIV, Cap. XIV – Os Fluidos, item 15 em ‘Fotografia do Pensamento
Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.
Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar.
O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito.
Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus.
- No Livro dos Espíritos, no cap da 3º parte, da Lei de Liberdade, Kardec faz a perg.:
Perg.833. Haverá no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?
“No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo.”
Perg.834. É responsável o homem pelo seu pensamento?
“Perante Deus, é. Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, ele o condena ou absolve, segundo a sua justiça.”
- Nessa perg.834, os Espíritos responderam que somos responsáveis pelo nosso pensamento. Por que somos responsáveis?
==> porque, como vimos no trecho de A Gênese, o nosso pensamento é força criadora. Criamos o que pensamos, tanto aqui enquanto encarnados, como também no plano espiritual quando desencarnados.
E nos conectamos com outras mentes que estão vibrando, sentindo e pensando na mesma sintonia que nós!
- Sugerir uma reflexão individual: vocês tem, frequentemente, algum pensamento indesejado, que não gostariam de ter?
==> individual, e não será compartilhado. É que precisamos refletir no que pensamos, para nos conhecermos melhor, né? (1 min)
==> dar papel para que escrevam o pensamento identificado, e depois guardem com eles mesmos.
- Vimos que damos “vida” aos nossos pensamentos, e de certa forma, passamos a viver em regime de influência mútua: nós, nossas criações mentais e também as companhias espirituais que se associam com essas nossas vibrações.
- Qual então, o efeito em nossa saúde física e mental, de nossos pensamentos persistentes, alimentados por nós?
==> Fazer relação com as reflexões que os trios fizeram no início.
==> Podemos adoecer como efeito de nossos pensamentos persistentes e negativos?
- Kardec explica no item 18 desse mesmo cap de A Gênese:
“Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.”
- Então, qual a consequência de nossos pensamentos?
==> Saúde ou doença; angústia ou serenidade; paz ou ansiedade...
- E como podemos fazer para nos preservarmos de pensamentos doentios, viciosos? Andrei também citou essa questão no vídeo…
==> orar e vigiar, como orientou Jesus. Vigiar nossos pensamentos e orar pedindo forças, lucidez, para permanecermos no caminho do Bem.
==> E exige esforço para mudar o teor dessa “vida” vibratória que criamos em torno de nós!
- Kardec, também no Cap XIV da Gênese, explica como essa vigilância e oração atua em nós:
Item 21. (...) À invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.
- Uma consequência disso tudo que aprendemos com a atuação do pensamento e as propriedades dos fluidos, é que podemos estar em guerra mental, mesmos quietos em casa, em nosso quarto!
==> Kardec lembra isso no item 19:
“Ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize por palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.”
- Vamos concluir com um exemplo de um caso de dominação telepática, apresentada pelo Espírito André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade:
O casal janta na companhia das três filhas. O marido está alheio à conversação que se faz animada em torno da mesa, mantém ar de enfado, olhar distante. Após ler os jornais, prepara-se para sair. A mulher fica decepcionada, esperava que ele ficasse para as preces que fariam em conjunto, logo mais. Nesse momento, surge em cena à frente dos olhos do marido, uma surpreendente imagem de mulher projetada sobre ele à distância, aparecendo e desaparecendo, com intermitências. Apressado, ele despede-se e sai, alegando negócios e compromissos. A esposa não acredita e intui que os compromissos sejam com outra mulher. À medida que a dona da casa a identifica mentalmente e passa a produzir pensamentos hostis em relação a ela, a mesma imagem de mulher que aparecera para o marido começa a surgir à sua frente, até se tornar inteiramente presente. Ambas entram em franca contenda mental, trocando mútuas acusações como autênticas inimigas.
Nesses casos de influência telepática, o fenômeno está relacionado com a sintonia.
O assistente Áulus adverte: “Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens. Muita vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar a aversão de que se veem possuídos, uns à frente dos outros, e alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais, alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores”. Milhões de lares podem ser comparados a trincheiras de lutas, em que pensamentos guerreiam pensamentos com angústia e repulsão.”
==> vemos nesse caso, a não vigilância do pensamento, o mau uso da liberdade de pensar e a consequente responsabilidade...
==> importância de, ao identificarmos o pensamento, analisarmos se ele é positivo ou negativo, e darmos a necessária correção de rumo.
4. Comentários do Cap. 19 do livro Céu Azul.
5. Exercício de respiração profunda e pausada, prece final e passes coletivos.
6. Avaliação
Encontro com 9 jovens com boa participação. Não deu tempo de falar do relato de André Luiz, nem de ler todos os itens do Cap. XIV da Gênese. Fizeram boas reflexões sobre o vídeo do Andrei, e ficaram bem reflexivos na atividade individual.
Nos últimos 10 min, falamos do cap. 19 do livro Céu Azul.
7. Anexos – Subsídios teóricos
Livro dos Espíritos, Item. 872 (trecho de Kardec):
“Assim, de acordo com a doutrina espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente. Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos Espíritos bons. Foi o que Jesus nos ensinou por meio da sublime prece que é a Oração Dominical, quando manda que digamos: “Não nos deixes sucumbir à tentação, mas livra-nos do mal.”
A Gênese, Cap. XIV 'Os Fluidos'
7. O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. (...) O corpo perispirítico e o corpo carnal têm pois origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.
9. A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.
13. Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; (...) finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som.
14. Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem.
Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente.
Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza.
16. Tem consequências de importância capital e direta para os encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais.
Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes.
18. (...) O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
19. (...) Mas, do mesmo modo que há radiações sonoras, harmoniosas ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, agradável é a impressão; penosa, se aquele é discordante. Ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize por palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.
20. O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral, fato este que só o Espiritismo podia tornar compreensível. (...) É que, com efeito, o pensamento é uma emissão que ocasiona perda real de fluidos espirituais e, conseguintemente, de fluidos materiais, de maneira tal que o homem precisa retemperar-se com os eflúvios que recebe do exterior.
21. (...) À invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.
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