terça-feira, 19 de agosto de 2025

Liberdade e Responsabilidade

 Casa Espírita Missionários da Luz - Diretoria de Infância e Juventude

                                                                                Mocidade: > 14 anos 15/08/2025

Tema: Liberdade e Responsabilidade

Objetivo:

Estudar a diferença entre fatalidade e livre arbítrio;

Refletir sobre o conceito de liberdade e a responsabilidade que lhe é associada.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos: Pergs. 122, 127, pergs 258 e 259, 264 (Escolha das Provas); 843 à 867, 872 (Lei de Liberdade);

Evangelho Seg.Espiritismo, Cap.V – Bem-aventurados os Aflitos, itens 4 à 8; Cap XI — Amar o próximo como a si mesmo, itens 2 e 4;

O Céu e o Inferno, 1ª parte: Código Penal da Vida Futura;

Mateus,16:27 - a cada um será dado segundo as suas obras;

Mateus, 7:12 - Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas;

Paulo. 1 Coríntios, 6.12 ‘Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm.

Material: um exemplar de o LE.

Desenvolvimento:

Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial

Motivação ao tema:

Vocês conhecem o escritor Richard Bach? Ele é autor de diversos livros como “Fernão Capelo Gaivota”, “Longe é um lugar que não existe”, e um chamado “Um” (One):

“Se o espaço mudasse de posição e o tempo se curvasse e pudéssemos nos conhecer como seremos daqui a vinte anos? E se pudéssemos conversar, face a face, com as pessoas que fomos no passado, com as pessoas que somos em vidas paralelas, em mundos alternativos? O que diríamos, o que lhes perguntaríamos? Em que sentido mudaríamos se soubéssemos aquilo que nos espera além do espaço e do tempo?

Um é o romance mais surpreendente de Richard Bach. Neste livro ele viaja com a mulher, Leslie, a um mundo onde a sobrevivência depende de descobrirem o que os outros aspectos deles mesmos aprenderam em caminhos que eles jamais trilharam; onde a imaginação e o medo são instrumentos para salvar e destruir mundos; e onde morrer é um passo no triunfo sobre a morte. Do mesmo modo que o mundo pode não ser o que parece, mostram os Bach, também nós podemos ser mais do que o que parecemos. Um é uma curiosa fantasia que se apoia tanto na ciência quanto na espiritualidade.” (sinopse do livro)

Nessa ficção, o personagem, que é piloto, casado com Leslie, vê diversas linhas na superfície do oceano, como se fossem pistas de pouso. Ele escolhe uma e ‘desce’! Ao ‘pousar’, se encontra em algum ‘lugar’ num determinado ‘tempo’, em que vê sua vida se desenrolando com outra história... Decisões que ele não tomou, ou tomou, diferente das escolhas dele na vida atual, e quais foram as consequências.... pode observar uma vida não vivida por ele, que ‘existiu’ em outra dimensão.... Outra profissão, outra família, sem família, sem profissão.... E no livro, ele levanta voo e ao descer em outra ‘pista’, novamente vê outra vida não vivida por ele....

Bem interessante essa história!

==> O que vocês acham disso? Vocês já pensaram que nossas diferentes escolhas podem nos levar a vidas completamente diferentes?

==>Se eu escolher uma profissão ao invés de outra, minha vida poderia ser diferente? Sob qual ponto de vista?

- Deixar que falem; provavelmente, pensarão em consequências materiais da vida, e não nas questões específicas do progresso espiritual planejado para a reencarnação.

==> lembrar o encontro da semana passada onde falamos da escolha das provas antes da reencarnação (LE, pergs 258 e 259 (Escolha das Provas)).

Desenvolvimento:

Trabalho em Grupos:

- Propor a divisão em 2 grupos para refletirem num caso dentro dessa linha que o autor de UM traz: diferenças nos destinos das pessoas, a partir de suas escolhas. (10 min)

Grupo 1:

Um filme começa com uma festa de formatura do ensino médio.

Duas amigas vão ao banheiro e conversam sobre os sonhos de uma delas, que é artista! Adora desenhar, criar! Seu plano para o ano seguinte, é seguir para Los Angeles, onde quer começar sua carreira em animação gráfica!

Porém, ela está preocupada, pois está com receio de estar grávida… Os pais moram no Texas e se ela não for para Los Angeles, terá que voltar para a casa dos pais. E o namorado, na real é mais amigo do que namorado, tem seus próprios planos para o ano seguinte.

Tira da bolsa uma caixinha onde tem um teste de gravidez, e faz o teste!

A amiga ao lado, na torcida para ser só um susto...

==> Tarefa do grupo: imaginar como seria a sequência da vida dessa jovem adolescente, no caso do teste dar positivo para gravidez. Imagine a sequência da vida dela nos próximos 10 anos.

Grupo 2:

Um filme começa com uma festa de formatura do ensino médio.

Duas amigas vão ao banheiro e conversam sobre os sonhos de uma delas, que é artista! Adora desenhar, criar! Seu plano para o ano seguinte, é seguir para Los Angeles, onde quer começar sua carreira em animação gráfica!

Porém, ela está preocupada, pois está com receio de estar grávida… Os pais moram no Texas e se ela não for para Los Angeles, terá que voltar para a casa dos pais.. E o namorado, na real é mais amigo do que namorado, tem seus próprios planos para o ano seguinte.

Tira da bolsa uma caixinha onde tem um teste de gravidez, e faz o teste!

A amiga ao lado, na torcida para ser só um susto...

==> Tarefa do grupo: imaginar como seria a sequência da vida dessa jovem adolescente, no caso do teste dar negativo para gravidez. Imagine a sequência da vida dela nos próximos 10 anos.

Apresentação dos Grupos:

- Após os 10 min, pedir que os 2 subgrupos contem como foram os 10 anos seguintes dessa jovem, após a festa de formatura do ensino médio.

Reflexões doutrinárias:

- Depois das apresentações, pedir que os jovens analisem as duas possibilidades que eles elaboraram, baseados no conhecimento que possuem sobre planejamento reencarnatório, livre arbítrio e fatalidade.

Conclusão:

O planejamento é uma das possibilidades para a encarnação. Independente de nossas escolhas enquanto encarnados, toda encarnação é oportunidade de aprendizado e progresso espiritual.

As regras básicas são:

- tem coisas que acontecem que impactam nossa vida, independente de nossa vontade. Pode ser por livre arbítrio de outros ou fatalidade (escolha prévia das provas);

- temos liberdade de ação até um certo ponto, e toda ação tem uma consequência correspondente, e um nível de responsabilidade por essas consequências (O Céu e o Inferno, 1ª parte: Código Penal da Vida Futura); )LE perg. 844 e 849);

- nossas ações impactam também nas encarnações de outros Espíritos. Planos em conjunto não seguidos, são adiados para outras oportunidades;

- Regra Áurea: não faça aos outros o que não deseja que façam a você! (ESE, Cap. XI, itens 2 e 4).

Com relação ao termo “fatalidade”, importante reforçar que de acordo com a DE, existe fatalidade nessa nossa existência:

- no nascimento e na morte; (todos vamos morrer – desencarnar!)

- em acidentes, eventos, independente de nossa vontade, que mudam radicalmente nossas vidas.

==> Porém, esses eventos significativos nessa existência, foram por nós, Espíritos, escolhidos antes da atual reencarnação.

Antes de encerrar, perguntar se o grupo tem alguma dúvida específica sobre esse assunto.

Comentários do cap. 17 do Livro Céu Azul.

Exercícios de respiração profunda, prece final e passes

Avaliação:

Encontro com 7 jovens com boa participação e interesse. Participaram do trabalho em grupos e da discussão posterior. O tema havia sido solicitado por um dos jovens presentes, que se sentiu respondido em suas dúvidas. A questão principal é sempre Fatalidade x Livre Arbítrio.

Não deu tempo de ver o livro Céu Azul.

ANEXOS

Livro dos Espíritos

LE Perg. 849. Qual a faculdade predominante no homem em estado selvagem: o instinto, ou o livre-arbítrio?

“O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade, no tocante a certas coisas. Mas aplica, como a criança, essa liberdade às suas necessidades; ela se amplia com a inteligência. Conseguintemente, tu, que és mais esclarecido do que um selvagem, também és mais responsável pelo que fazes do que ele o é pelos seus atos.”

- no caso das crianças e jovens, os pais orientam e decidem pelos filhos.

- Quanto maior a inteligência, maior a liberdade, maior a responsabilidade.

LE Perg.844 Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?

“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”

LE perg. 847. A aberração das faculdades tira ao homem o livre-arbítrio?

“Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja inteligência se ache turvada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem liberdade.”

LE.Perg 859.a) — Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?

“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”

LE Perg. 851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.

LE Perg.866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?

“Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles veem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”

Evangelho Segundo o Espiritismo

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição. (Cap V, item 4)

Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.

Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos (...). Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. (Cap V, item 6)

Filme citado: Como Seria Se…? (título original em inglês: Look Both Ways) - Netflix 17/8/22

Trata-se de uma comédia romântica dramática –dividida entre duas realidades paralelas– que começa justamente com a protagonista fazendo um teste de gravidez durante a festa de formatura.

Na trama, Natalie (interpretada por Lili Reinhart) passa mal na noite da formatura e decide fazer um teste de gravidez no banheiro da festa. A partir desse momento, a história se desdobra em duas realidades paralelas:

Realidade A (teste negativo): Natalie não está grávida e se muda para Los Angeles com uma amiga, onde começa sua carreira em animação gráfica.

Realidade B (teste positivo): Natalie descobre que está grávida, retorna ao Texas para a casa dos pais e passa a enfrentar os desafios da maternidade – enquanto Gabe, pai da criança, também está presente em sua vida.

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