Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos
08/08/2025
Tema: Lei de Sociedade - Minha Família
Objetivos:
- Identificar na família o ambiente que preciso para evoluir;
- Identificar os laços espirituais e consanguíneos que nos unem na família;
- Levar os jovens a refletirem sobre a importância de sua família e como atuar para auxiliá-la.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos, pergs 258 e 259 (Escolha das Provas), 582 e 583 (Missão dos pais), 774 e 775 (Laços de Família – Lei de Sociedade);
- O Evangelho Seg. Espiritismo, Cap. XIV, itens 8 (A parentela corporal e a parentela espiritual) e 9 (A ingratidão dos filhos e os laços de família).
Material: Um exemplar do LE e do ESE, canetas coloridas, prancheta com 1 caneta e 1 folha de papel pra cada jovem. Música suave.
Folha com um diagrama de família, com círculos e linhas com flechas, pra servir de modelo (ou desenhar no quadro ao explicar a atividade).
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial.
Iniciar com os pontos principais do cap. 16 do livro Céu Azul, perguntando aos jovens - pelo que o livro mostra:
- quem programa uma reunião mediúnica?
- quais os tipos de Espíritos que se comunicam?
- como esses Espíritos são selecionados para se comunicar?
- dos Espíritos sofredores, quais os que se apresentam em pior situação de sofrimentos?
1.Motivação Inicial:
Vamos iniciar com uma revisão da questão da escolha das provas antes da reencarnação, no Livro dos Espíritos, no cap. VI ‘Da Vida Espírita”. (Ler pausadamente):
258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar, e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”
(...) Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal.
259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e escolhemos?
“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades são a consequência da posição em que vos achais e, muitas vezes, das vossas próprias ações. (...) Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele evento. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino.
==> o que é um fato principal, por exemplo? Nascer na família que nascemos, no contexto e nas circunstâncias que envolveram nosso nascimento….
==> Então, como em todos os anos, hoje nossas reflexões serão sobre nossa família. O núcleo familiar onde escolhemos reencarnar.
- Comecemos com a reflexão:
==> até agora, estão satisfeitos com as escolhas que fizeram com relação à família onde nasceram?
==> 1 minuto para pensar na família que vocês tem; nas pessoas que convivem com você na sua casa.
==> Em silêncio e individual. Podem fechar os olhos se quiserem… (colocar uma musiquinha).
- Agora, vou dar uma prancheta com caneta e uma folha de papel pra cada um de vocês. Escrevam o seu nome no topo da folha, e representem cada uma das pessoas que mora com você hoje, usando a simbologia do modelo. (5 min) ==> colar o papel com o modelo no quadro (ou desenhar enquanto explica).
O modelo contem:
- um círculo bem no centro da folha, que representa você.
- as outras pessoas da família, também serão representadas com círculos (com o nome da pessoa dentro).
- o traço entre você e cada membro de sua família representa como é sua relação com essa pessoa:
a) a distância entre círculos dos membros da família e o seu círculo, diz se a pessoa está mais próxima (afinidade) ou mais longe de você (pouca afinidade).
Com relação ao relacionamento entre vocês:
b) linha tracejada, indica que a relação está abalada;
c) se a relação só se dá através de um intermediário, coloque uma barra transversal à linha;
d) se há um bloqueio que impede a sua relação com essa pessoa, faça um retângulo fino (um muro) na linha.
2. Desenvolvimento do conteúdo – Compartilhamento em trios
Passados os 5 minutos, montar trios para que conversem sobre suas famílias e seus relacionamentos. Na conversa, busquem refletir:
i. O que a minha família espera de mim?
ii. Havendo relações na minha família que eu gostaria que fossem melhores, o que posso fazer para melhorar esses relacionamentos?
iii. Eu busco melhorar essas relações?
==> Todos devem falar! É uma oportunidade de vocês se conhecerem melhor! (não precisarão compartilhar no retorno ao grupão) (15 a 20 min)
Voltando ao grupão, ver com eles como foi pensar sobre a família e seus relacionamentos.
==> vamos pensar um pouco sobre a importância da família. Toda a sociedade sabe da importância da família, que é a base da sociedade. E isso também foi tratado por Kardec no LE.
Na pergunta 775, na 3ª parte do livro, na Lei de Sociedade, temos:
Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
“Uma recrudescência do egoísmo.”
==> Ou seja, o que aconteceria no mundo se não houvesse mais as famílias? ==> vitória do egoísmo! Surgimento do egoísmo com maior intensidade!
Vemos o complemento desse assunto na perg. 774:
Perg. 774. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”
==> é na família, na convivência diária, que aprendemos a nos amarmos uns aos outros. Precisamos querer, né? Nós sabemos que não é por acaso que nos reunimos numa família!
==> e com as reencarnações, vamos ampliando as relações familiares e caminhando para o amor universal, pra família universal, que é nosso destino.
==> é claro, que também na família são reunidos Espíritos não afins, ou até mesmo inimigos, para irem desfazendo a animosidade. A “força” dos laços familiares vai aos poucos, fortalecendo os laços já existentes, e criando novos laços.
3. Conclusão:
Mesmos nas situações mais difíceis em família, estamos onde precisamos estar, com quem precisamos estar. Assim, como precisamos da família, a família também precisa de nós!
Como Kardec nos trouxe no Evangelho, “fora da caridade não há salvação”.
E é caridade moral saber calar ao invés de agredir, renunciar, respeitar, perdoar...
Agradeçamos a Deus, todos os dias, pela família que temos, pois essa é a família que precisamos para nosso crescimento espiritual!
Voltando às reflexões iniciais que vocês fizeram, busquem olhar cada membro da família atual, como Espíritos ligados a vocês, desde épocas passadas, reunidos atualmente, para crescimento mútuo.
4. Exercícios de respiração profunda, passes coletivos e prece final.
5. Avaliação
Encontro com 6 jovens. Vimos o cap. do livro Céu Azul.
Fizeram o diagrama da família, após as reflexões sobre as perguntas do LE. Não deu tempo de fazer a reflexão em grupos. Conversamos genericamente no grupo, e dois jovens falaram que tem casos em que só falam por um intermediário. Lembrei essa reflexão que foi feita em 2023, que alguns haviam participado, e pedi que avaliassem se as relações na família haviam melhorado nesses dois anos.
6. Anexos
Livro dos Espíritos:
582. Pode-se considerar como missão a paternidade?
“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. Constitui, ao mesmo tempo, grandíssimo dever, que empenha, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização física débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de endireitar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de endireitar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”
583. São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?
“Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap XIV — Honrai a vosso pai e a vossa mãe
8. Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação.
9. A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.
Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. (...)
Por fim após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. (...)
Ó espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. (...)
Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Mães! Abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. (...)
Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não
sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade.(...) As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. (...)
De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus. (...)
Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.
Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
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