sábado, 7 de junho de 2025

Meu corpo – instrumento do Espírito – Saúde e Doença

 Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ

Mocidade: > 14 anos 06/06/2025

Tema: Meu corpo – instrumento do Espírito – Saúde e Doença

Objetivo:

- Perceber a responsabilidade de bem cuidarmos do corpo, instrumento do Espírito, e da vigilância de nossos pensamentos para resistirmos à más influências espirituais;

- Identificar as diversas causas de doenças e os diversos aspectos da saúde.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, 3ª parte, pergs 710 à 724 (Lei de Conservação);

ESE, Cap. IX item 10; Cap. XVII – Sede Perfeitos, item 11 ‘Cuidar do Corpo e do Espírito’;

- RE Nov1860 - Palestras familiares de além-túmulo. Baltazar, o Espírito gastrônomo;

- RE Fev/1867 - Dissertações Espíritas - As três causas principais das doenças;

- Após a Tempestade , Joanna de Angelis/Divaldo Franco, Cap.9 'Viciação Alcoólica';

- Triunfo Pessoal, Joanna de Angelis/Divaldo Franco, Cap.6 Transtornos profundos, item Depressão;

- Pensamento e Vida, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 14 ‘Corpo’, Cap. 15 ‘Saúde’;

- Fonte viva — Emmanuel/Chico Xavier, Cap 41 'Na senda escabrosa'; Cap. 70 'Solidão'.


https://www.youtube.com/watch?v=GNspH6BrMQA&list=LL

O que a Doença Esconde? Alberto Almeida – Mai/2025

Causas das Doenças – Jorge Elarrat

https://www.youtube.com/live/obFSSEzBptQ?si=9bpOaUKorekDH7VZ


Material: Exemplar de O Livro dos Espíritos, do Evang.Seg.Espiritismo; texto do artigo da RE.

Desenvolvimento:

1. Hora das novidades da semana.

2. Exercícios de respiração profunda e prece inicial.

3. Motivação Inicial:

Iniciar lendo trechos da conversa de Kardec com um Espírito glutão (RE Nov/1860 – Baltazar)

==> realçar as características desse Espírito, após 30 anos depois de sua desencarnação, e o suplício de sentir vontade de comer sem poder satisfazer esse desejo. Conforme Kardec observou, ele não foi um homem mau, porém, viveu exclusivamente para as coisas materiais, no caso dele, na questão da alimentação.

Hoje vamos conversar sobre o capítulo da Lei de Conservação, da 3a parte do LE, com foco na saúde.

==> Pensando na encarnação, qual o mais importante instrumento do Espírito? ==> o Corpo Físico!

==> Porquê? Sem o corpo, como vamos cumprir nosso objetivo na encarnação?

Vemos essa importância dos cuidados com o corpo, na Lei de Conservação, na perg. 718.

A lei de conservação obriga o homem a prover às necessidades do corpo?

Sim, porque, sem força e saúde, impossível é o trabalho.”

4. Reflexão sobre saúde e discussão em grupos

Vocês sabem qual a definição de saúde da OMS?

No site do governo federal vemos que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade. (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude)

Porém, esse conceito vem evoluindo, abrangendo outras áreas:

- A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 22 de janeiro de 1998, que “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou  enfermidade.”.  (https://www.ufmg.br/boletim/bol1551/segunda.shtml)

==> essas duas definições deixam claro que a não existência de doenças no corpo, não significa saúde. E faz todo sentido para nós, espíritas, pois sabemos que somos um Espírito que possui um perispírito e quando encarnados, também possuímos um corpo físico.

Dentro desse conceito de saúde como um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social o que precisamos para manter a saúde? ==> anotar no quadro as respostas, agrupando-as em 3 grupos:

Corpo Físico:

- Alimentação saudável;

- Exercícios físicos;

- Higiene física ==> higiene da habitação, higiene corporal, higiene alimentar e profilaxia das doenças contagiosas (através do uso de vacinas).

Saúde Mental e Social:

- Higiene Mental ==> O bem ou mal-estar mental/emocional reflete-se em nosso estado físico;

- Social: Nossos relacionamentos na sociedade em que vivemos.

Espiritualidade:

- Religiosidade em nossas vidas

- Separar a turma nesses 3 grupos, para que cada grupo discuta como cada um está cuidando desse aspecto de sua saúde na atual encarnação. (10 min)

- Apresentação dos grupos – complementar para cada grupo

i. Corpo Físico – importância de cuidarmos de todos os aspectos relativos à saúde de nosso corpo?

- nos alimentamos corretamente? Regularmente? Cuidamos dos excessos? (lembrar do Espírito Baltazar)

- nos exercitamos com moderação? Qual o objetivo do exercício físico?

- cuidamos dos diversos aspectos da higiene?

ii. Saúde Mental e Social:

Mental

Como podemos cuidar da saúde mental? O que impacta nossa saúde mental?

==> cuidarmos de nossos sentimentos e pensamentos, pois eles interferem diretamente em nossa saúde física também!

Pensamento e Vida, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 15 ‘Saúde’

Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.”

Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos, voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas”

Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são consequentes.”

A prática do bem, simples e infatigável pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.” (Cap. 14 'Corpo')

E a saúde sob o aspecto social?

Existem ambientes, grupos, que são nocivos à nossa saúde mental, física e espiritual...

Muitas vezes precisamos mudar de hábitos sociais, para seguirmos na caminhada do bem.

No livro Fonte viva, de Emmanuel/Chico Xavier, Cap 70 'Solidão', vemos uma reflexão importante sobre essa questão dos círculos de amizade:

À medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível.

Onde se encontram os que sorriram contigo no parque primaveril da primeira mocidade? Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras ridentes do início?

Certo, ficaram…

Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contato da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.

Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio…

Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido…”

==> não é a toa que essa página se chama “Solidão”. Se já nos decidirmos pela caminhada evolutiva; se já temos a convicção da imortalidade, da nossa condição de Espíritos em evolução, muitas vezes precisamos rever nossas amizades, nossos hábitos nas horas de laser…

==> Alguém já sentiu isso?

E temos também um alerta de Joanna de Ângelis:

O hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o Psiquismo Divino, dos atos de beneficência e de amor, do relacionamento fraternal e da conversação edificante constitui psicoterapia profilática que deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas.” (Triunfo Pessoal, Cap.6 Transtornos profundos, item Depressão)

==> vemos também aqui a questão da religiosidade!

iii. Espiritualidade

No livro Fonte viva, de Emmanuel/Chico Xavier, Cap 41 'Na senda escabrosa', vemos uma reflexão importante sobre um dos versículos da carta de Paulo aos Hebreus:

Nunca te deixarei, nem te desampararei.” — Paulo. (HEBREUS, 13.5)

A palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física, na subida pedregosa da ascensão. Muito mais que de pão do corpo, necessitamos de pão do Espírito.

Se as células do campo fisiológico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoções da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.”

==> como vimos na questão da saúde mental, necessitamos de alimentação espiritual para darmos conta das nossas emoções!

==> não nos esqueçamos da oração, para nos mantermos conectados aos Bons Espíritos, e resistirmos às tentações!

5. Conclusão:

Tem um vídeo onde Alberto Almeida explicou que existem 3 tipos de doenças:

i. enfermidades que retratam as doenças da alma. Incluem as doenças autoimunes (auto punição).

ii. enfermidades depurativas - aparecem em pessoas éticas, nobres, de bem, expurgando mazelas de vidas anteriores. Está a caminho da saúde integral. Ao finalizar a existência, espiritualmente, estarão limpas, saudáveis! Ex. Maria de Magdala, conforme relato de Humberto de Campos em Boa Nova.

Iii. enfermidades normais do corpo que se desgasta naturalmente - nos idosos. Não significa resgate ou débitos de vidas anteriores. Não é doença; é o desgaste normal do corpo biológico.

A genética traz a possibilidade da doença, mas podemos ou não ativar o gen (epigenética) pelo jeito como lido com a vida. É nossa responsabilidade nessa vida, ativar ou não os gens que trazem a possibilidade da doença.

A enfermidade também pode vir por ações imprudentes, imprevidentes, que tomamos e com isso, geramos doenças no corpo.

E também, alguns medicamentos geram reações no corpo, que podem atuar na alma (gerando depressão, por exemplo). É uma via de mão dupla!

Essa reflexão também está num artigo da Revista Espírita, que fala das 3 causas das doenças: Espírito, perispírito e corpo! Precisamos cuidar dos três!

Também no ESE, no Cap. XVII – Sede Perfeitos, item 11 ‘Cuidar do Corpo e do Espírito!

Jorge Elarrat fala que também existem algumas doenças que são provas do Espírito, exceto as doenças mentais. E fala de doenças-auxílio, produzidas pelos mentores para evitar que nos envolvamos em situações que nos atrapalhariam a caminhada espiritual. Cita o caso de Felipe, no livro Painéis da Obsessão.

Então, são muitas as causas das doenças; não podemos julgar!

==> Estejamos atentos! Cuidemos de nosso corpo, instrumento do Espírito, e vigiemos nossos sentimentos, nossos pensamentos, para que possamos dar conta dos nossos objetivos reencarnatórios!

6. Revisão dos capítulos 1 a 12 do livro Céu Azul, e leitura em conjunto do cap. 13 com a reflexão em seguida.

7. Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.

Avaliação:

Encontro com 6 jovens. Como estavam em poucos fizemos só discussão dialogada. Falaram dos diversos aspectos da saúde do corpo e também citaram a saúde mental. De modo geral, não se alimentam bem! Na reflexão sobre a higiene ambiental, conversamos sobre a organização e limpeza do quarto deles. Só um arruma a cama ao acordar; um só joga as cobertas dentro do armário; outro arruma na hora do almoço quando volta da escola, os outros deixam “pronta” pra próxima noite. Falei dos textos de Emmanuel em Pensamento e Vida e também o texto de Joanna em Triunfo Pessoal. Não deu tempo de falar das origens das doenças. Só falei por alto.

Fizemos essa reflexão em 1h e depois fomos para o livro. Recapitulamos os capítulos antes do 12 e iniciamos a leitura e discussão do cap.13, sem conseguirmos chegar ao fim do mesmo.

AnexosSubsídios teóricos

Joanna de Angelis, no livro: Após a Tempestade, Cap.9 'Viciação Alcoólica' (Caso apareça a questão da bebida “social”)

A vinculação alcoólica escraviza a mente desarmonizando-a e envenena o corpo deteriorando-o. Tem início através do aperitivo inocente, que logo se converte em dominação absoluta”.

A pretexto de comemorações, festas, decisões, etc, não se comprometa com o vício, na suposição de que dele se libertará quando queira, pois se os viciados pudessem, não estariam sob essa violenta dominação.”

RE Nov1860 - Palestras familiares de além-túmulo. Baltazar, o Espírito gastrônomo.

Numa reunião espírita particular apresentou-se espontaneamente um Espírito, sob o nome de Baltazar, e ditou a seguinte frase por meio de batidas:

Gosto da boa mesa e das mulheres; viva o melão e a lagosta, o café e o licor !”

É evidente que aquela frase burlesca revela, da parte do Espírito, uma natureza muito especial, cujo estudo pode lançar uma nova luz sobre o que podemos chamar a fisiologia do mundo espírita.

Eis por que a Sociedade julgou dever evocá-lo, não por um motivo fútil, mas na esperança de encontrar um novo assunto para instrução.

1. Evocação.

Meus amigos, eis-me aqui, diante de uma grande mesa… Mas ah! Está vazia!

2. Esta mesa está vazia, é certo; mas quereis dizer-nos de que vos serviria se estivesse carregada de alimentos? Que faríeis deles?

Sentiria o seu aroma, como outrora lhes saboreava o gosto.

Observação: Esta resposta é todo um ensinamento. Sabemos que os Espíritos têm as nossas sensações e percebem os odores tão bem quanto os sons. Não podendo comer, um Espírito material e sensual se repasta da emanação dos alimentos; saboreia-os pelo olfato, como em vida o fazia pelo paladar. Há, pois, algo de material em seu prazer; mas como, na verdade, há mais desejo do que realidade, este mesmo prazer, aguilhoando os desejos, torna-se um suplício para os Espíritos inferiores, que ainda conservaram as paixões humanas.

4. Quando vedes comidas gostosas, sentis vontade de comer?

Ah! Comer! Eu não posso mais. Para mim, esses alimentos são o que são as flores para vós: cheirais, mas não comeis. Isto vos contenta. Pois então! Também eu fico contente.

5. Sentis prazer vendo os outros comerem? — Muito, quando estou perto.

6. Sentis necessidade de comer e beber? Notai que dizemos necessidade; há pouco havíamos dito desejo, o que não é a mesma coisa.

Necessidade, não; mas desejo, sim, sempre!

7. Esse desejo fica plenamente satisfeito pelo cheiro que aspirais? É a mesma coisa que se realmente comêsseis?

É como se eu vos perguntasse se a vista de um objeto que desejais ardentemente vos substitui a posse desse objeto.

8. Assim, parece que o desejo que experimentais deve ser um verdadeiro suplício, pois não há prazer real…

Suplício maior do que pensais. Mas eu procuro atordoar-me, criando-me a ilusão.

10. O tempo vos parece longo? Por vezes vos aborreceis?

Não. Eu percorro as feiras e os mercados; vou ver chegar a pescaria e com isto me ocupo muito bem.

12. Há muito tempo que estais morto? — Morri há uns trinta anos, com oitenta de idade.

Observação. Este Espírito é um verdadeiro fenômeno. Ele faz parte dessa classe numerosa de seres invisíveis que não se elevaram em nada acima da condição da Humanidade. Só tem de menos o corpo material, mas as suas ideias são exatamente as mesmas. Este não é um mau Espírito. Ele não tem contra si senão a sensualidade, que, ao mesmo tempo, é para ele um suplício e um gozo. Como Espírito, não é, pois, muito infeliz; é até feliz ao seu modo. Mas Deus sabe o que o espera em nova existência! Uma triste volta poderá fazê-lo bem refletir e desenvolver o senso moral, ainda abafado pela preponderância dos sentidos.

RE Fev/1867 - Dissertações Espíritas - As três causas principais das doenças

O que é o homem?... Um composto de três princípios essenciais: o espírito, o perispírito e o corpo. A ausência de qualquer um destes três princípios acarretaria necessariamente o aniquilamento do ser no estado humano. (...) Se, pois, temos a presença de três princípios, esses três princípios devem reagir um sobre o outro, e seguir-se-á a saúde ou a doença, conforme haja entre eles harmonia perfeita ou desarmonia parcial. (...)

Se a doença ou desordem orgânica, como queiram chamar, procede do corpo, os medicamentos materiais sabiamente empregados bastarão para restabelecer a harmonia geral. (...)

Ora, o que fazem geralmente os médicos? Eles cuidam do corpo e o curam; mas curam a doença? Não. Por quê? Porque sendo o perispírito um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá tornar-se a causa em relação a esta, e se for entravado, os órgãos materiais que se acham em relação com ele serão igualmente atingidos na sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruís o efeito; mas, residindo a causa no perispírito, a doença voltará novamente, quando cessarem os cuidados, até que se perceba que é preciso levar alhures a atenção, cuidando fluidicamente o princípio fluídico mórbido. Se, enfim, a doença proceder da mente, do espírito, o perispírito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e não é cuidando de um nem do outro que se fará desaparecer a causa.

O Livro dos Espíritos, 3ª parte, Lei de Conservação

710. Nos mundos em que a organização fisiológica é mais apurada têm os seres vivos necessidade de alimentar-se?

Têm, mas seus alimentos estão em relação com a sua natureza. Tais alimentos não seriam bastante substanciosos para os vossos estômagos grosseiros; assim como os deles não poderiam digerir os vossos alimentos.”

713. Traçou a natureza limites aos gozos?

Traçou, para vos indicar o limite do necessário. Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”

714. Que se deve pensar do homem que procura nos excessos de todo gênero o requinte dos gozos? “Pobre criatura! Mais digna é de lástima que de inveja, pois bem perto está da morte!”

a) — Perto da morte física, ou da morte moral? “De ambas.”

O homem que procura nos excessos de todo gênero o requinte do gozo coloca-se abaixo do animal, pois que este sabe deter-se, quando satisfeita a sua necessidade. Tal homem abdica da razão que Deus lhe deu por guia, e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual. As doenças, as enfermidades e a própria morte, que resultam do abuso, são, ao mesmo tempo, o castigo à transgressão da lei de Deus.

722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita na tradição de diversos povos?

Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus.”

723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da natureza?

Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne; do contrário, debilita-se o homem. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. O homem deve, pois, alimentar-se de acordo com as exigências de seu organismo.”

724. Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? “Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação se houver privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.”

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