Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 13/06/2025
Tema: Lei de Amor – Valor da Amizade
Objetivos:
Levar os jovens a refletirem sobre o ensino de Jesus sobre a bênção da amizade;
Refletir sobre a importância da amizade, dentro da Lei do Amor, como campo a ser cultivado e que se estende a outras encarnações.
Bibliografia:
- NT, João 15,12:17;
- Boa Nova, Irmão X/Chico Xavier, Cap. 12 Amor e Renúncia;
- RE Fev/1864 > Dissertações espíritas > Estudo sobre a reencarnação, item IV ‘As afeições terrenas e a reencarnação;
- ESE, Cap. XI ‘Amar o Próximo Como s Si Mesmo’, item 8 (A Lei de Amor).
Material: Livro Boa Nova, papel de recado e caneta para cada jovem.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
Motivação Inicial:
==> Hoje vamos refletir um pouco sobre aqueles a quem considero como meus amigos; refletir sobre o valor das amizades.
Na sexta da semana santa, fizemos uma reflexão em grupo, de uns trechos da última ceia de Jesus com seus discípulos. Trechos do Evangelho de João onde Jesus falou da amizade.
Vamos relembrar pois é um trecho bem lindo! Jesus chamou os discípulos de amigos, nessa linda passagem em João 15,12:17: (ler bem devagar)
O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.
Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno.
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.
Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai conceda a vocês o que pedirem em meu nome.
Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros.
==> o que vocês acham dessa fala de Jesus?
==> a família, a gente escolhe antes da reencarnação, de acordo com nossas necessidades evolutivas. Mas os amigos, escolhemos para partilhar a estrada conosco. É uma bênção ter amigos!
==> Vamos agora, individualmente, pensar em vivências de vocês relativas à amizade; lembrarmos de exemplos em que nós precisamos de um amigo e ele nos ajudou, ou que nós ajudamos um amigo; ou que tivemos momentos significativos com nossos amigos; momentos que ficaram registrados em nossa memória.
==> depois, vamos anotar o nome do amigo e um título para essa experiência. Não precisa escrever a vivência, só uma frase ou palavra que te lembre dessa vivência!
==> dar papel de recado e caneta para cada um.
Reflexão teórica
Antes de falarmos dessas vivências de vocês, vamos conhecer um pouco mais sobre o convívio de Jesus com seus discípulos.
Humberto de Campos, o Irmão X, pela psicografia de Chico Xavier, relata no livro Boa Nova, um diálogo entre Jesus e Pedro logo depois da transformação da água em vinho, na festa de casamento em Caná.
Pedro não entendeu porque Jesus fez aquilo. Não seria um incentivo à embriaguez?
==> Imaginam qual foi a resposta? O que acham?
Ler o trecho:
“Simão disse ele —, conheces a alegria de servir a um amigo? (...)
Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos d’alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos.”
==> o que podemos entender nessa resposta? Que elementos importantes temos aqui?
- o verbo servir: servir a um amigo. ==> Jesus era amigo da família; o noivo era amigo Dele de infância e ficar sem vinho numa festa, naquela época, era uma vergonha pública.
- Jesus estende o ensino falando das afeições da alma: são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Família, já nascemos nela, mas os amigos, nós escolhemos. É afeição de alma para alma.
==> e o texto continua. Jesus fala a Simão Pedro:
Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é em si mesma um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, (...) Ainda que todos os nossos amigos do mundo se convertessem, um dia, em nossos adversários, ou mesmo em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa!…
- quem realmente ama os amigos, não espera retribuição! O amor se alegra por se doar aos que amamos! Às vezes a gente se decepciona, se magoa com a atitude de um amigo. O que nos cabe fazer então? ==> se realmente amamos o amigo, devemos buscar compreendê-lo, ir conversar com ele, saber o que motivou a atitude dele que nos magoou.
É preciso dar um crédito ao amigo! Afinal, nós o escolhemos como amigo, né?
- como Jesus falou a Pedro, mesmo que o amigo vire as costas pra gente, a alegria dos momentos bons vividos não pode ser apagada! Aguardemos o passar do tempo, fazendo o nosso melhor, de coração aberto para uma reconciliação!
- Outro texto bem bacana sobre a amizade, está na RE/Fev1864, onde Kardec publicou uma linda msg sobre as afeições verdadeiras:
“Para começar, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica, atraindo dois seres, um para outro, unindo-os no mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, pois os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada; são precisos a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático. Desde que nesse sentimento haja personalidade, há materialidade. Ora, nenhuma afeição material persiste no domínio do Espírito. Assim, toda afeição apenas resultante do instinto animal ou do egoísmo, se destrói com a morte terrestre.”
- que interessante essa reflexão! Fala dos fluidos que emitimos e que nos atraem uns aos outros!
- o que vocês entenderam como sentimento de personalidade, de materialidade? - realça que existem afeições/atrações que são originadas no interesse pessoal, no egoísmo! Então, nesses casos, não há verdadeira amizade… não há verdadeiro amor! Nesse caso, a atração é “material” e não espiritual!
“Contemplai a Humanidade e vede quão poucas afeições verdadeiras existem na Terra! (...) As afeições verdadeiras são em minoria relativas, mas elas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, primeiro na Terra, persistindo depois, no estado de Espírito, numa amizade ou num amor inalterável que cresce continuamente, elevando-se mais e mais.”
- que lindo esse pensamento, né? Uma afeição verdadeira que só cresce, aqui e no mais além! Mas para isso, precisamos cultivar, doar, renunciar... Devotamento e abnegação!
- um amigo assim, verdadeiro, você pode ficar sem ver, nem falar por anos! Mas quando se reencontram, é como se tivessem se visto na véspera...
4. Atividade em grupos
- Depois dessas reflexões sobre as verdadeiras afeições, propor a divisão em 2 ou 3 grupos, para que compartilhem as experiências que anotaram, e depois escolham uma delas para relatarem no grupão.
- Apresentação dos grupos.
5. Conclusão
==> Como disse Jesus, na fala de Irmão X, “Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria”! Sejamos nós a doar sem esperar retribuição. Vejamos Jesus: Judas o traiu; Pedro o negou 3x; Pedro, Tiago e João dormiram enquanto ele orava um pouco antes de ser preso… E Ele não deixou de amá-los… compreendeu a fraqueza deles.
==> Sabemos agora que Jesus é nosso Amigo e Mestre, Guia e Modelo; nos escolheu! Tem sempre um olhar amoroso e bom para cada um de nós! Ele é nosso amigo, sempre! E nós? Somos amigos d’Ele? Para isso, precisamos seguir seus ensinos!
6.Exercício de respiração profunda e pausada, e prece final.
7.Avaliação
Encontro com 7 jovens e um rapaz de 23 anos, ex-EEVJ que veio visitar. Foram bem boas as reflexões com base nos 2 textos que citei trechos. Não fiz o trabalho em equipe pelo tempo que ia levar; pedi que compartilhassem; só 4 compartilharam. Interessante que falaram de momentos em que eles foram auxiliados pelos amigos; não apareceu o oposto. Mas todos anotaram, de forma reflexiva. Às 21:15h comecei a leitura do livro. Fechamos o cap. 13. Bem melhor a leitura em conjunto pois conseguimos trabalhar os conceitos que o livro traz.
Anexos
RE Fev/1864 > Dissertações espíritas > Estudo sobre a reencarnação, item IV ‘As afeições terrenas e a reencarnação’.
Examinemos agora a questão da afeição sob os aspectos material e espiritual.
Para começar, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica, atraindo dois seres, um para outro, unindo-os no mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, pois os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada; são precisos a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático. Desde que nesse sentimento haja personalidade, há materialidade. Ora, nenhuma afeição material persiste no domínio do Espírito. Assim, toda afeição apenas resultante do instinto animal ou do egoísmo, se destrói com a morte terrestre. Assim, quantos seres que se dizem amados são esquecidos após pouco tempo de separação! Vós os amastes por vós e não por eles, que não vivem mais, pois os esquecestes e substituístes. Procurastes consolo no esquecimento, eles se vos tornaram indiferentes, porque não tendes mais amor.
Contemplai a Humanidade e vede quão poucas afeições verdadeiras existem na Terra! Assim, não se deve admirar tanto a multiplicidade das afeições aí contraídas. As afeições verdadeiras são em minoria relativas, mas elas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, primeiro na Terra, persistindo depois, no estado de Espírito, numa amizade ou num amor inalterável que cresce continuamente, elevando-se mais e mais.
Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.
A afeição espiritual tem por base a afinidade fluídica espiritual que, atuando só, determina a simpatia. Quando assim é, é a alma que ama a alma, e essa afeição só toma força pela manifestação dos sentimentos da alma. Dois Espíritos unidos espiritualmente se buscam e tendem sempre a aproximar-se. Seus fluidos são atrativos. Se eles estiverem num mesmo globo, serão impelidos um para o outro. Se forem separados pela morte terrena, seus pensamentos unir-se-ão na lembrança, e a reunião far-se-á na liberdade do sono, e quando soar a hora da reencarnação para um deles, ele procurará aproximar-se de seu amigo, entrando no que constitui a sua filiação material, e o fará com tanto mais facilidade quanto seus fluidos perispirituais materiais encontrarem afinidades na matéria corporal dos encarnados que deram à luz o novo ser. Daí um novo acréscimo de afeição, uma nova manifestação do amor. Tal Espírito amigo que vos amou como pai vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços aumentará de encarnação em encarnação, e se perpetuará de maneira inalterável quando, realizado o vosso trabalho, viverdes a vida de Espírito.
Mas esta verdadeira afeição não é comum na Terra, e a matéria vem retardá-la, anular-lhe os efeitos, conforme ela domine o Espírito. A verdadeira amizade, o verdadeiro amor sendo espiritual, tudo quanto se refere à matéria não é de sua natureza e em nada concorre para a identificação espiritual. A afinidade persiste, mas fica em estado latente até que, com o predomínio do fluido espiritual, de novo se efetue o progresso simpático.
Resumindo, a afeição espiritual é a única resistente no domínio do Espírito. Na Terra e nas esferas do trabalho corporal, ela concorre para o avanço moral do Espírito encarnado que, sob a influência simpática, realiza milagres de abnegação e de devotamento pelos seres amados. Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas as aspirações e a maior felicidade que o Espírito pode desfrutar. (Um Espírito protetor do médium)
Boa Nova, Irmão X/Chico Xavier, Cap. 12 Amor e Renúncia;
Inquirido com bondade pelo Mestre, o apóstolo esclareceu:
Senhor, em face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula?
Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu.
Simão disse ele —, conheces a alegria de servir a um amigo? (...)
Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos d’alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo--lhes as satisfações íntimas. (…)
Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é em si mesma um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, quando a luz do entendimento tardar no espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros. Ainda que todos os nossos amigos do mundo se convertessem, um dia, em nossos adversários, ou mesmo em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa!...
Novo Testamento, João 15 – na última ceia, com os discípulos, Jesus fala da amizade:
12 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
14 Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
15 Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
16 Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.
17 Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros.
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