Casa Espírita Missionários da Luz Juventude: > 14 anos
16 e 23/05/2025
Tema: Emancipação da Alma
Objetivos:
- Estudar a propriedade da alma de se emancipar do corpo, entrando em contato com outros Espíritos encarnados ou não;
- Reconhecer a importância de se preparar para ter sonhos inteligentes (LE, perg. 402).
Bibliografia:
- O Livro dos Médiuns, 2ª parte, itens 53 à 59 (Perispírito),105 à 107 (propriedades do perispírito); item 284 e seguintes (Evocação de Pessoas Vivas);
- O Livro dos Espíritos, 2ª parte, perg. 257 (sensações dos Espíritos); 93 à 95 (Perispírito); Cap. VIII (Da Emancipação da Alma), pergs 402 à 418;
- Evang.Seg. Espiritismo, cap. 28 (Coletânea de Preces Espíritas), item 38 (À hora de dormir);
A Gênese, Cap. XIV, itens 07 à 23 (Formação e Propriedades do Perispírito);
- Revista Espírita Mar1860 > ‘Estudo sobre o Espírito das pessoas vivas’ - ‘O Dr. Vignal’;
- RE Jun1866 “Um Sonho Instrutivo”.
Material: LE, 2 cópias do texto da RE para leitura inicial
Desenvolvimento:
1. Novidades da semana.
2. Exercício de respiração profunda e prece inicial
3. Motivação
Solicitar dois voluntários para leitura de um artigo da RE: evocação do Dr.Vignal enquanto dormia. (colocar o PDF do diálogo no grupo para que todos possam acompanhar a leitura).
- durante a leitura, perguntar o que entenderam da pergunta e da resposta e fazer ligação com o estudo da semana anterior, sobre o perispírito.
- quando no texto tiver observações de Kardec, fazer a leitura e explicar ao grupo o ponto que Kardec realça.
4. Discussão inicial
- Hoje estudaremos esse estado que estava o Dr.Vignal enquanto dormia em sua casa: emancipado. Kardec colocou no LE um capítulo só para estudar esse estado dos Espíritos encarnados. Está na 2ª parte do LE, no cap. VIII – Da Emancipação da Alma, onde ele analisa a questão dos sonhos. E no Livro dos Médiuns (2ª Parte, Cap. I, item 53, como uma nota de rodapé), Kardec se reporta a esse cap do LE:
“Quem se quiser reportar a tudo o que dissemos em O Livro dos Espíritos sobre os sonhos e o estado do Espírito durante o sono (nrs 400 a 418), conceberá que esses sonhos que quase toda gente tem, em que nos vemos transportados através do espaço e como que voando, são mera recordação do que o nosso Espírito experimentou, quando, durante o sono, deixara momentaneamente o corpo material, levando consigo apenas o corpo fluídico, o que ele conservará depois da morte. Esses sonhos, pois, nos podem dar uma ideia do estado do Espírito, quando se houver desembaraçado dos entraves que o retêm preso ao solo.”
==> o que Kardec quis dizer na última frase? Que quando desencarnados vivenciaremos estado semelhante ao que ficamos durante o sono! É como se treinássemos a vida de desencarnado todas as noites!
==> Como vimos nesse relato da RE, e também no LE, o Espírito não fica preso, encarcerado no corpo. Consegue se emancipar do corpo e ter uma vida de relação nesse estado.
==> Qual característica do perispírito permite que isso aconteça: Expansibilidade – capacidade de se expandir. Como disse Kardec, pelos sonhos podemos confirmar essa característica do perispírito! (LE - perg. 402)
5. Reflexão a partir de perguntas sorteadas ao grupo:
Vamos estudar esse tema a partir das perguntas do LE, sorteando quem vai responder, ok?
==> pedir pra alguém acessar um sorteador pelo celular, e ir sorteando os números (usar a posição dos nomes dos jovens na chamada!). (sorteador.com.br)
i. Durante o sono, a alma repousa como o corpo? “Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. ” (LE, perg. 401)
ii. “Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto?” - Não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto. (LE, Perg.416)
iii. Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo? Sim, porque o Espírito tem um corpo, como o balão cativo tem um poste. Ora, da mesma forma que a agitação do balão abala o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fazê-lo experimentar fadiga. (LE, perg. 412).
iv. Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono? “É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.” (LE, perg. 414)
v. Que utilidade podem ter as visitas espirituais durante o sono, se as esquecemos? Guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas ideias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. (LE, perg. 415)
vi. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos? “O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.” (LE, Perg. 420)
vii. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito? “Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade.” (LE, perg. 407)
viii. Como fazer para santificar as nossas horas de sono? Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade.” (Evang.Seg. Espiritismo, cap. 28, item 38)
x. Estando emancipado, pode o Espírito se comunicar com Espíritos de outros mundos? “Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potência e pode pôr-se em comunicação com outros Espíritos, quer neste mundo, quer noutro.” (LE, perg. 402)
x. O que fazem os Espíritos elevados durante o sono? “Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual.” (LE, perg. 402).
xi. O que fazem os Espíritos inferiores durante o sono? “Esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós.” (LE, perg. 402)
xii. O que são os sonhos? “O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono.” (LE, perg. 402)
“Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da presente existência ou de existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.” (Comentário de Kardec à perg. 402 de o LE).
xiii. Então, todos os sonhos se referem a visitas ou atividades espirituais?
Não. Existem sonhos fisiológicos, psicológicos e avisos do nosso inconsciente. O sonhos físicos, refletem o que sentimos no corpo físico. Se estivermos com frio, sonhamos que estamos em meio à neve, por exemplo. Sonhos psicológicos são resultados de nossos pensamentos, interesses e preocupações. Se tivermos um problema a resolver é comum sonhar com a situação. (LE, perg. 402) Sonhos do inconsciente são sempre simbólicos, e estão relacionados com nosso contexto atual, ou seja, o simbolismo do sonho é um recado de nosso inconsciente sobre nossa situação atual.
xiv. Porque nem sempre nos lembramos dos sonhos espirituais? “Vossos sonhos nem sempre refletem a ação da alma em seu pleno desenvolvimento; são, muitas vezes, apenas a lembrança da perturbação que experimenta à sua partida ou no seu regresso ao corpo.” (LE, perg. 402)
xv. Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem um pressentimento, mas que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? “Pode suceder que tais pressentimentos venham a se confirmar apenas na experiência do Espírito, e não na do corpo; isto é, o Espírito vê aquilo que deseja porque vai ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma sempre está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma ideia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa ideia.” (LE, perg. 405)
xvi. E quando o que vemos no sonho acontece de fato? “Podem algumas vezes ser um pressentimento do futuro, se Deus o permitir, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?” (LE, perg. 404)
xvii. E os pesadelos? “Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.” (LE, perg. 402)
xviii. Qual a relação entre os sonhos durante a encarnação e a perturbação após a desencarnação? Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores.(...) Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. (LE, perg. 402)
6. Conclusão
- Vamos refletir por alguns minutos, sobre a qualidade de nosso sono: Dormimos bem? Ficamos descansados? Acordamos com boa sensação?
- É importante observar como acordamos, lembrar de nossos sonhos, para que possamos santificar essas horas tão importantes para nós: é a parte espiritual de nossa encarnação! Devemos utilizá-las com sabedoria!
Devemos pedir, em oração, para que durante o sono possamos nos encontrar com o nosso espírito protetor e dele receber conselhos, força e coragem nas dificuldades da vida, para saber qual a melhor atitude a tomar diante de determinada situação. Com o tempo, o exercício e o nosso merecimento, podemos receber as respostas através de intuição durante o dia. Também podemos encontrar alguém de quem não gostamos para fazer as pazes e nos harmonizarmos, preparando o perdão e o desfazimento da mágoa e do ódio que vão ocorrer quando estivermos acordados. Pode-se, também, encontrar pessoas, aprender, assistir aulas, trabalhar e fazer o bem no Mundo Espiritual.
7) Passes coletivos e prece.
8) Avaliação
Encontro de 16/05: com 13 jovens. Ficamos somente na leitura e reflexão sobre o texto da Revista Espírita.
Encontro de 23/05/25 (conduzido pelo Luiz Henrique): com 10 jovens, com boa participação. “Foi mto bom nosso encontro; não conseguimos estudar todas as perguntas ali pois rendeu bem os comentários; estudamos até a parte de santificar o nosso sono.
9) Anexos
ESE, Cap 28, item 38. Prefácio. — O sono tem por fim dar repouso ao corpo; o Espírito, porém, não precisa de repousar. Enquanto os sentidos físicos se acham entorpecidos, a alma se desprende, em parte, da matéria e entra no gozo das faculdades do Espírito. O sono foi dado ao homem para reparação das forças orgânicas e também para a das forças morais. Enquanto o corpo recupera os elementos que perdeu por efeito da atividade da vigília, o Espírito vai retemperar-se entre os outros Espíritos. Haure, no que vê, no que ouve e nos conselhos que lhe dão, ideias que, ao despertar, lhe surgem em estado de intuição. É a volta temporária do exilado à sua verdadeira pátria. É o prisioneiro restituído por momentos à liberdade. Mas, como se dá com o presidiário perverso, acontece que nem sempre o Espírito aproveita dessa hora de liberdade para seu adiantamento. Se conserva instintos maus, em vez de procurar a companhia de Espíritos bons, busca a de seus iguais e vai visitar os lugares onde possa dar livre curso aos seus pendores. Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade.
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