Casa Espírita Missionários da Luz - Diretoria de Infância e Juventude
Mocidade: > 14 anos 20/09/2024
Tema: Liberdade e Responsabilidade
Objetivo:
Refletir sobre o conceito de liberdade e a responsabilidade que lhe é associada;
Refletir: sou livre em meus atos?;
Consigo diferenciar meus pensamentos dos do grupo social e da mídia?
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos: Pergs. 122, 127, 262 à 273, 639 à 641 (O bem e o mal), 843 à 867, 872;
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap.V – Bem-aventurados os Aflitos, itens 4 à 8;
Mateus,16:27 - a cada um será dado segundo as suas obras.
https://www.youtube.com/watch?v=b2wRpgY7k_s&t=3009s
O
LIVRE-ARBÍTRIO E O DETERMINISM0 | Alberto Almeida (PA)
Material: caneta e 3 folhinhas de recados para cada jovem; um exemplar de o LE.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial
Motivação ao tema:
- Entregar papel e caneta, pra cada um, pedindo que respondam as perguntas, analisando
sua situação atual (pode escolher o contexto: família, escola, trabalho): (Não precisa se
identificar)
==> Qual a liberdade que tenho atualmente?
==> Costumo agir de acordo com minhas ideias/valores ou sigo as opiniões dos outros?
==> Somos responsáveis pelo que pensamos?
- entregar um papel a cada jovem, fazer a pergunta e depois recolher o papel. Depois distribuir o outro papel e fazer a 2a pergunta, recolher e depois então a 3a. pergunta.
Desenvolvimento: livre arbítrio - responsabilidade
Falar que vamos trabalhar com os papéis resposta depois.
Os conceitos: Liberdade, Responsabilidade, Fatalidade, Livre arbítrio, são termos que
estão relacionados com a Lei de Liberdade, tratado por Kardec na terceira parte de O LE,
no estudo das leis morais da vida.
Liberdade
Escolher um dos jovens e perguntar o que é “liberdade” para ele.
Depois falar que Kardec fez a seguinte pergunta no capítulo da Lei de Liberdade:
825. Haverá no mundo posições em que o homem possa jactar-se de gozar de absoluta liberdade? (jactar-se = se auto afirmar)
==> o que vocês acham? Quem acha que SIM? Quem acha que NÃO?
Os Espíritos responderam:
“Não, porque todos precisais uns dos outros, assim os pequenos como os grandes.”
==> interessante essa resposta; nos indica que só teria total liberdade quem fosse autossuficiente; que não precisasse de ninguém pra nada...
E Kardec continua:
826. Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade?
“Nas do eremita no deserto. Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar; não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta.”
==> então aqui outro aspecto: temos que respeitar os direitos de quem convive conosco.
Assim, ter liberdade seria você poder fazer o que quiser, quando quiser e onde estiver. Por
isso, desde que vivemos em sociedade, não temos liberdade absoluta!
Livre-arbítrio
Escolher outro jovem e perguntar o que ele entende por “livre-arbítrio”.
==> liberdade de agir de acordo com nossa vontade! Todos nós tomamos decisões,
fazemos escolhas. Não somos máquinas! Agimos de acordo com nossa vontade!
- o corpo interfere no nosso livre arbítrio? ==> contar os SIM e os NÃO.
- como estamos encarnados, algumas questões físicas, do corpo, impactam nosso livre arbítrio.
Ex.: Se somos muito gordos, mesmo que queiramos correr, o corpo não permite
agilidade na movimentação; se estamos com muita fome ou muito sono, não
conseguimos nos concentrar numa tarefa: o cérebro atua no sentido do atendimento às
necessidades fisiológicas do corpo.
Responsabilidade
- Cabe a quem a responsabilidade pelas consequências dos atos realizados?
- a quem realizou o ato!
==> existem atenuantes? Agravantes?
- certamente! Até na nossa justiça vemos diferentes graus de responsabilidade pelos mesmos atos!
Por exemplo: se um jovem de 14 anos pega um carro escondido e bate em outro carro. Quem vai responder pelos danos materiais e pessoais que possam haver?
==> os pais/responsáveis, pois a criança e o jovem menor perante a lei, não tem total consciência do que faz, então a responsabilidade recai aos que respondem por ele.
Quem dá outro exemplo da responsabilidade não ser atribuída a quem fez o ato danoso?
==> pessoas que não tem capacidade de raciocínio, deficientes mentais.
(LE perg. 847. A aberração das faculdades tira ao homem o livre-arbítrio?
“Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja inteligência se ache turvada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem liberdade. )
- Vocês acham que alguém pode obrigar outra pessoa a beber ou a se drogar, por exemplo?
Quem acha que SIM? Quem acha que NÃO?
E caso a pessoa se veja constrangida e faça o que o outro impõe, e aconteça algo ruim a partir daí, a quem cabe a responsabilidade?
LE, perg. 639. Não sucede frequentemente resultar o mal que o homem pratica da posição em que os outros homens o colocam? Quais, nesse caso, os mais culpados?
“O mal recai sobre quem lhe foi o causador. Nessas condições, aquele que é levado a praticar o mal pela posição em que seus semelhantes o colocam tem menos culpa do que os que, assim procedendo, o ocasionaram, porque cada um será punido não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar.”
- E quando a gente pensa em fazer algo, mas não chega a realizar o que pensou? Temos responsabilidade pelo que pensamos?
==> Pegar as respostas dos jovens a essa pergunta feita inicialmente, e contar os SIM e os NÃO, dando a resposta dos Espíritos:
LE, perg.834. É responsável o homem pelo seu pensamento?
“Perante Deus, é. Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, Ele o condena ou absolve, segundo a sua justiça.”
Um último aspecto com relação à responsabilidade pelos atos: será que o corpo pode ter características que levem a pessoa a ter algum tipo de comportamento?
LE, Perg. 846. Sobre os atos da vida nenhuma influência exerce o organismo? E, se essa influência existe, não será exercida com prejuízo do livre-arbítrio?
“É inegável que sobre o Espírito exerce influência a matéria, que pode embaraçar-lhe as manifestações. Daí vem que, nos mundos onde os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desdobram mais livremente. Porém, o instrumento não dá a faculdade. Além disso, cumpre se distingam as faculdades morais das intelectuais. Tendo um homem o instinto do assassínio, seu próprio Espírito é, indubitavelmente, quem possui esse instinto e quem lho dá; não são seus órgãos que lho dão. Semelhante ao bruto, e ainda pior do que este, se torna aquele que nutrifica o seu pensamento, para só se ocupar com a matéria, pois que não cuida mais de se prevenir contra o mal. Nisto é que incorre em falta, porquanto assim procede por vontade sua.” (Vede n°s. 367 e seguintes: “Influência do organismo”.)
Fatalidade
Escolher outro jovem e perguntar o que ele entende por “fatalidade”.
- De acordo com a DE, existe fatalidade nessa nossa existência?
==> no nascimento e na morte; (todos vamos morrer – desencarnar!)
==> em acidentes, eventos, independente de nossa vontade, que mudam radicalmente nossas vidas.
==> Porém, esses eventos significativos nessa existência, foram por nós, Espíritos, escolhidos antes da atual reencarnação.
Recuperando as outras respostas iniciais dos jovens
- Ler as respostas dos jovens às perguntas, conduzindo às reflexões finais:
==> Qual a liberdade que tenho atualmente?
==> Costumo agir de acordo com minhas ideias/valores ou sigo as opiniões dos outros?
- nós todos somos influenciados pelo grupo social!
- sabemos o quanto o julgamento dos outros tem impacto na vida de cada um de nós, principalmente na juventude.
- por isso, é necessário ponderar, refletir, ter domínio real de si, de seus valores, para ter maiores condições de discernir entre as diversas opções que a todo momento nos são oferecidas. (autoconhecimento)
Nunca podemos nos esquecer da nossa realidade espiritual! Estarmos despertos para
isso nos auxilia nas escolhas; no bom uso de nosso livre arbítrio.
- O quanto estamos conscientes sobre nossas escolhas? Ou seja, o quanto realmente
agimos dentro de nossos valores?
- É preciso estar atento para não se perder nos convites que aparecem, esquecendo que
somos um Espírito reencarnado!! Muitos convites parecem atraentes, mas as
consequências podem trazer impactos em toda a existência!
Quais são esses convites que são desvios?
É difícil ser jovem espírita?
- Os jovens precisam de um adulto que seja referência, para ajudar nas escolhas da
juventude.
Porque não pode ser outro jovem? Pela perspectiva! A visão do jovem não consegue ainda
perceber todas as questões da vida.
E vocês? Quem vocês buscam para auxílio nas escolhas? (deixar que pensem e respondam
quem é o adulto de referência de cada um deles. Importante essa reflexão para refletirem
sobre as pessoas que estão em seus relacionamentos e a importância delas)
Exercícios de respiração profunda, prece final e passes
Avaliação:
Encontro com 6 jovens. Levamos um tempinho nas anotações deles respondendo às
perguntas iniciais. Sobre serem influenciados pelo meio, alguns disseram que não,
outros que “às vezes”; citaram também as decisões dos pais com relação a eles.
Sobre a responsabilidade pelos pensamentos, responderam que sim. A pergunta
sobre a liberdade que eles tem atualmente ficou muito genérica; responderam de
diversas formas e não deu tempo de trabalhar com essas respostas no final.
Teve boa participação e interesse. Foram boas as reflexões. Algumas dúvidas sobre
fatalidade, sobre o que seria fatalidade na encarnação.
ANEXOS
Livro dos Espíritos
LE Perg. 262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
“Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda do homem.”
- no caso das crianças e jovens, os pais fazem o mesmo: orientam e decidem pelos filhos.
- Quanto maior a inteligência, maior a liberdade, maior a responsabilidade. (Perg.849)
LE. Perg. 640. Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?
“É como se o tivesse praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas se, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se ousara.”
LE. Perg. 641. Será tão repreensível desejar o mal quanto fazê-lo?
“Depende. Há virtude em resistir-se voluntariamente ao mal que se deseje praticar, sobretudo quando haja possibilidade de satisfazer-se a esse desejo. Se apenas não o pratica por falta de ocasião, é culpado quem o deseja.”
LE Perg.844
Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?
“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”
LE.Perg 859.a) — Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?
“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”
LE Perg. 851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.
LE Perg.866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?
“Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles veem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”
Evangelho Segundo o Espiritismo
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
(Cap V, item 4)
Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos (...). Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. (Cap V, item 6)
Conceitos:
Significado de Liberdade:
- condição do ser que pode agir consoante as leis da sua natureza;
- direito que qualquer cidadão tem de agir sem coerção ou impedimento, segundo a sua vontade, desde que dentro dos limites da lei;
- FILOSOFIA: capacidade própria do ser humano de escolher de forma autônoma, segundo motivos definidos pela sua consciência.
Significado de Livre-arbítrio
Oportunidade ou possibilidade de tomar decisões por vontade própria, seguindo o próprio discernimento e não se pautando numa razão, motivo ou causa, estabelecida.
Significado de Responsabilidade:
- Obrigação; dever de arcar, de se responsabilizar pelo próprio comportamento ou pelas ações de outra(s) pessoa(s);
- Sensatez; competência para se comportar de maneira sensata.
- Natureza ou condição de responsável; capacidade de responder por seus próprios atos; qualidade de quem presta contas as autoridades.
Fatalidade
Característica ou particularidade do que é fatal.
Aquilo que não se consegue evitar; fado ou fatalismo.
Circunstância marcada por uma infelicidade; desgraça: o acidente foi uma fatalidade.
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