Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ – Mocidade > 14 anos – 13/09/2024
Tema: Lei de Justiça, Amor e Caridade
Objetivos:
Perceber que todos os homens possuem o sentimento de justiça e que o progresso moral desenvolve esse sentimento;
Entender justiça como cada um respeitar os direitos dos demais;
Refletir sobre a base da justiça, segundo a lei natural, conforme o ensino de Jesus: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo."
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos, Cap. XI, 3ªParte: Pergs. 873 à 879;
- Evang.Seg.Espiritismo, Cap XI “Amar ao Próximo como a si mesmo”, itens 1 à 4.
http://dij-cemil.blogspot.com/search/label/Justi%C3%A7a%20e%20Direito%20Naturais
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Material: 4 cópias do trecho do ESE; um exemplar de O LE.
Procedimentos:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece inicial.
Motivação inicial:
Pedir 4 voluntários para leitura/interpretação do trecho de Mateus, 18:23 a 35, no cap. XI do ESE, item 3. (Personagens do trecho: i.Narrador (Jesus); ii. Rei; iii. Devedor 1; iv. Devedor 2)
Desenvolvimento:
Nosso assunto hoje é a Lei de Justiça, Amor e Caridade, que está no final da 3a.parte do Livro dos Espíritos, Das Leis Morais.
Vamos começar a reflexão, dividindo a turma em 2 subgrupos para estudarem o ensino de Jesus nessa parábola dos Credores e Devedores.
- Perante a lei civil da época, o Devedor 1 estava errado em cobrar ao Devedor 2?
- Perante a Lei de Deus qual a diferença entre o Rei (credor do Devedor 1) e o Devedor 1 (credor do Devedor 2)?
- Qual o ensino de Jesus ao contar essa parábola?
- Apresentação dos subgrupos.
==> Tem situações, que a gente fica em dúvida sobre o que deve ou não fazer. Jesus nos orientou com relação a isso, e Kardec colocou essa orientação no ESE, no cap. XI, item 2:
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Mateus, 7:12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, 6:31.)
- Pedir que os 2 subgrupos troquem alguns participantes e discutam a questão:
- Qual a diferença entre fazer aos outros o que queremos para nós, de fazer pra gente o que queremos para os outros?
- apresentação dos grupos.
Kardec tratou essa questão na Perg. 876 do LE. Pedir que um dos jovens leia só a perg:
Posto de parte o direito que a lei humana consagra, qual a base da justiça, segundo a lei natural?
==> vemos aqui que a lei humana, no caso da parábola, dava ao Devedor 1, o direito de cobrar sua dívida ao Devedor 2.
Como vemos que a lei humana, mutável pela inferioridade moral dos homens, nem sempre está de acordo com a Lei de Deus, então Kardec pergunta, como saber se mesmo estando de acordo com a lei humana, se estamos de acordo com a lei divina.
E os Espíritos respondem: (pedir que o jovem leia a resposta)
“Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”
==> então o Devedor 1, mesmo estando no direito da lei civil, deveria agir como o Rei agiu para com ele. Como ele foi perdoado numa quantia enorme, deveria perdoar seu devedor, que devia uma quantia mínima, perto da dívida que ele tinha para com o Rei.
==> lembramos da oração que Jesus nos ensinou, que diz: “Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
- ler o comentário de Kardec nessa perg. 876:
“Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria, e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. Não sendo natural que haja quem deseje o mal para si, desde que cada um tome por modelo o seu desejo pessoal, é evidente que nunca ninguém desejará para o seu semelhante senão o bem. Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças, sempre o homem se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo.”
Justiça humana (falível) x Justiça Divina (imutável)
- Qual outro aspecto interessante podemos identificar com relação à diferença entre a lei humana, falha, e a lei de Deus, sábia, justa, benevolente, imutável?
Quem pode dar um exemplo? ==> complementar as respostas com os exemplos: pena de morte, aborto, eutanásia, por exemplo. Legal em alguns países e ilegal perante a lei de Deus e também ilegal em outros países.
- Olhando a história, vemos que as leis humanas mudam conforme as sociedades vão progredindo. O que era legal num século, pode ser considerado um crime num século seguinte.
Justiça Humana: Sociedade x Justiça Divina: nível de consciência
- Outro ponto é que as leis sociais só regulam questões relativas à vida na sociedade. Mas tem coisas que estão no âmbito interno da família, e também questões íntimas nossas, que só nossa consciência pode avaliar.
“..é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada do tribunal da consciência.” (LE, perg.875)
Ex.: traição (nos relacionamentos, na amizade, nos contratos, etc), mentira, calúnia, etc.
Senso de Justiça x Desenvolvimento Moral
==> O sentimento de justiça varia de acordo com o desenvolvimento moral da pessoa.
Assim, existem diversos níveis desse senso de justiça, que depende do amadurecimento moral de cada um: (perg. 873 do LE)
a) Tem pessoas que acham que se é legal, é justo.
b) Outros, pesam que mesmo sendo legal, não é certo (senso de dever).
c) Alguns poucos, já possuem senso cósmico – justiça de Deus.
- Pedir que um jovem lei a perg. 879 do LE:
Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?
“O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”
==> no LE o nome da lei é Justiça, Amor e Caridade. Sem amor e sem caridade, não há a verdadeira justiça.
Fixação do Conteúdo:
Contar a trama do livro Renúncia, de Emmanuel/Chico Xavier, que se passou na França, no século XVII:
Eram duas amigas Madalena e Suzana. Madalena era de família em decadência financeira, e Suzana era de família rica.
Suzana tinha um primo, Cirilo, de quem gostava desde a adolescência. Porém, Cirilo e Madalena se conheceram numa festa e se apaixonaram. Quando Suzana soube ficou arrasada e com muito ódio de Madalena, que nunca soube dessa paixão de Suzana por Cirilo.
Antero, um primo de Madalena que morava com a família, era apaixonado por ela e também ficou muito chateado com o romance dela com Cirilo.
Cirilo e Madalena se casaram.
Naquela época, a América, colônia inglesa, era um local de muitas oportunidades de riqueza, e a família de Cirilo, que passava muitas dificuldades financeiras, decidiu se mudar para lá. Como o filho mais velho, ele foi conduzido por deveres filiais, a acompanhar a família nessa jornada.
Madalena não pode acompanhar o marido, pois a mãe dela estava muito doente, e ela precisava cuidar da mãe. Então, o casal se separou logo após o casamento.
Suzana foi para a cidade de Blois, na França, onde vivia seu pai.
Madalena ficou cuidando dos pais em Paris, e Cirilo viajou para a América com a família.
A mãe de Madalena morreu pouco depois. Na sequência começou uma grande epidemia de varíola na França. Milhares de pessoas morreram, pois não se conheciam métodos para conter a doença. O pai de Madalena pegou a doença e morreu, e logo depois, Madalena também adoeceu gravemente ficando sob os cuidados do primo Antero.
Sabendo da doença de Madalena, Suzana foi a Paris para se inteirar do que acontecia. Encontrou Madalena a beira da morte, e vendo a confusão que se estabelecera na cidade devido ao grande número de mortes, combinou com Antero forjarem a morte de Madalena na epidemia e inventarem a notícia do naufrágio do navio que levava Cirilo e família para a América.
Assim, Antero viajaria para a Espanha com Madalena, onde poderiam se casar, e Suzana viajaria com o pai para a América, onde poderia se casar com Cirilo.
E assim, os dois executaram esse plano sinistro.
Madalena custou para se recuperar, e ficou com algumas sequelas da doença, porém não perdeu a filhinha que estava em gestação. Nasceu Alcíone, a heroína dessa história. Junto com Antero elas se mudaram para a Espanha onde viveram até Alcíone completar 18 anos. Madalena nunca aceitou casar-se com o primo, mantendo-se fiel ao marido que julgava falecido. Antero morreu alguns anos após a mudança para a Espanha.
Alcíone e a mãe, viveram sempre com muitas dificuldades financeiras e resolveram retornar à Paris.
Como Madalena piorou muito seu estado de saúde na viagem para a França, Alcíone precisou buscar trabalho para manter a mãe. Em Paris, Alcíone se empregou como governanta na casa de uma família rica, que tinha recém chegado da América, pois a filha adolescente tinha problemas de saúde.
Tomando contato com as informações dessa família, Alcíone percebeu que o marido, Cirilo, era seu pai, e a adolescente, sua meia irmã. A esposa e mãe, era Suzana.
==> O que vocês acham que seria justo fazer depois dessa descoberta de Alcíone?
- se revelar como filha de Cirilo, exigindo seus direitos legais e apoio a sua mãe extremamente doente?
- o que aconteceria com a família de Suzana se a verdade viesse à tona?
- como ficaria Madalena ao saber que havia sido enganada e sofreu todos aqueles anos sozinha, criando a filha?
==> Lembrar que a lei de justiça divina é também de amor e de caridade.
- Deixar que o grupo reflita sobre o que manda a lei divina nesse caso, relatando depois que Alcíone nunca contou a ninguém esse segredo.
- Convidar os jovens a lerem esse romance para conhecerem os desdobramentos dessa história.
Prece final
Avaliação:
Encontro com 3 jovens. O tema foi desenvolvido com conversas mas não deu muita energia. Foi feita a leitura dos personagens no início, mas não foi feito trabalho em grupo. Foi contada a história de Renúncia no fim.
ANEXOS
Texto do ESE, Cap. XI, item 3.
Narrador (Jesus):
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. – Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. – Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. – O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo:
Devedor 1:
“Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo”
Narrador (Jesus):
– Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. – Esse servidor, porém, ao sair encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo dizia:
Devedor 1:
“Paga o que me deves.”
Narrador (Jesus):
– O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo:
Devedor 2:
“Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo:
Narrador (Jesus):
– Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, para tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. – Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse:
Rei:
“Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. – Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?”
Narrador (Jesus):
E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, 18:23 a 35.)
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