Casa Espírita Missionários da Luz - Juventude: > 14 anos 09/08/2024
Tema: Lei de Conservação - Respeito aos animais
Objetivo:
Refletir sobre o cuidado que devemos ter para com os animais;
Analisar a questão da alimentação animal, conforme as orientações dos Espíritos na literatura espírita.
Bibliografia:
- LE, perg s 27 (Espírito e Matéria), 606 e 607 (Cap.XI Dos três reinos > Os animais e o homem'; 722 à 724 (Privações Voluntárias), 729 e 734 (Lei de Destruição);
- Revista Espírita, Ago/1862 'O planeta Vênus';
- Revista Espírita, Abril/1858, Revista Espírita, Abr/1858, Palestras familiares de além-túmulo - Descrição de Júpiter - Bernard Palissy;
- A Gênese, Cap. 3 - ‘O Bem e o Mal’, item 24 ‘Destruição dos seres vivos uns pelos outros’;
- O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, Perg.79 e 129;
- Missionários da Luz, André Luiz/Chico Xavier, Cap.11 = Intercessão, Cap. 13 'Vampirismo';
- Dias Gloriosos, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 10 ‘Clonagem Humana’;
- Cartas e Crônicas, Irmão X/Chico Xavier, Cap. 04 - 'Treino para a Morte'.
- Em Defesa da Vida Animal – FEB, volumes I e II.
https://www.febnet.org.br/portal/wp-content/uploads/2021/05/WEB-Em-Defesa-da-Vida-Animal-13-05-21.pdf
https://www.febnet.org.br/portal/wp-content/uploads/2023/03/WEB-Em-Defesa-da-Vida-Animal-volume-2.pdf
Material: Um exemplar de O Livro dos Espíritos e de O Consolador.
Desenvolvimento:
Dar as boas vindas aos grupos, hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece.
Motivação ao tema:
Perguntar aos jovens: vocês acham que nós temos parentesco espiritual com os animais?
==> se não forem explícitos na resposta, reforçar:
Vocês acham que os Espíritos antes de serem criados por Deus, eram as almas dos animais?
Depois das respostas, entregar o Livro dos Espíritos a um dos jovens, pedindo que leia a pergunta 606 e a 606a).
LE,
perg. 606.
Donde tiram os animais o
princípio inteligente
que constitui a alma de natureza especial de que são dotados? “Do
elemento inteligente universal.”
a)
–
Então emanam
de um único princípio
a inteligência do homem e a dos animais? “Sem
dúvida alguma,
porém no homem passou por uma elaboração que a coloca acima da que
existe no animal.”.
Perguntar se eles sabem o que é princípio inteligente, e depois explicar a trindade universal Deus, Espírito e Matéria, conforme a perg. 27 de o LE, explicando os dois elementos básicos da criação divina. Explicar os termos Princípio Inteligente e Princípio Espiritual.
Pedir que outro jovem leia as perguntas 607 e 607a comentando com eles:
LE, perg. 607. Dissestes que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento? “Numa série de existências que precedem o período a que chamais humanidade.”
LE, perg. 607 a) – Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?
“Já não dissemos que tudo na Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme já dissemos. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período humano, (...).
Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar da Sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
Emmanuel diz no livro O Consolador, psicografia pelo Chico Xavier, que somos parentes dos animais:
O
Consolador, Emmanuel/Chico Xavier
Considerando que eles igualmente possuem diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, através de numerosas experiências chegarão, um dia, ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de angelitude. A escala do progresso é sublime e infinita.
No quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busquemos uma figura que nos convoque ao sentimento de solidariedade e de amor que deve imperar em todos os departamentos da natureza visível e invisível. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal.
==> devemos ter, como seres mais desenvolvidos, esse olhar de respeito e cuidado para os seres inferiores da criação, em todos os reinos da natureza.
Desenvolvimento do tema
== Alimentação Animal ==
Sabendo que os animais são nossos “irmãos” menores, o que vocês acham da alimentação animal? (deixar que discutam essa questão)
Kardec tratou dessa questão no LE:
LE,
perg. 734. Em
seu estado atual, tem
o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais?
==> vemos que os Espíritos responderam que somente pela necessidade. Jamais o abuso.
==> será que todos temos necessidade da alimentação animal?
Emmanuel também trata desse assunto em O Consolador:
O
Consolador, Emmanuel/Chico Xavier
==> Ele aqui diz que podemos obter os nutrientes da carne animal pelo vegetal. Atualmente já temos muitas pessoas veganas, que não consomem nenhum produto de origem animal; nem mesmo o leite!
==> De qualquer modo, precisamos avaliar com médicos, nutricionistas, a condição específica de cada um de nós, caso desejemos parar de nos alimentarmos com a carne animal.
Joanna de Ângelis, por Divaldo Franco, também comenta esse assunto:
Dias Gloriosos, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 10 ‘Clonagem Humana’
Porque os revestimentos do invólucro material se originam na energia pensante, é compreensível que, à medida que se aperfeiçoa a essência, mais sutil se expressa o exterior. Igualmente, as funções biológicas se tornam mais delicadas, superando as injunções a que se encontravam submetidas, quando inicialmente programadas para as contingências ainda violentas do habitat terrestre e para as condições alimentares proporcionadoras dos recursos vivenciais no planeta.
Diante das naturais transformações experimentadas na estrutura da Terra, e da desnecessidade da ingestão de carnes cruas; de excessos gordurosos animais; de abusos na atividade da máquina física, como consequência de menores exigências emocionais e mentais sobre a mesma, as necessidades têm-se transferido mais para o campo das expressões superiores, desse modo alterando-lhe o mecanismo funcional.
==> Joanna fala que com a natural evolução do Espírito, o planeta muda e nossos corpos também mudam, o que modifica também a questão da necessidade de determinados alimentos mais grosseiros.
Será que nos mundos mais evoluídos que a Terra, os habitantes de lá comem carne animal? ==> o que vocês acham?
Revista Espírita, Ago/1862 'O planeta Vênus'
Seus habitantes só se nutrem de frutas e laticínios. Eles ignoram o bárbaro costume de alimentar-se de cadáveres de animais, ferocidade só existente nos planetas inferiores.
Revista Espírita, Abril/1858, Palestras familiares de além-túmulo - Descrição de Júpiter - Bernard Palissy
Perg. 23. ─ Qual é a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal como aqui? ─ Puramente vegetal. O homem é o protetor dos animais.
== “Necessidade” da alimentação animal após a desencarnação ==
Um outro aspecto, é a questão da necessidade de alimentos grosseiros após a desencarnação… Será que tem churrasco no plano espiritual?
Irmão X, por Chico Xavier, nos alerta numa página que ele chamou de treino para a morte!
Cartas e Crônicas, Irmão X/Chico Xavier, Cap. 04 - 'TREINO PARA A MORTE'
Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.
André Luiz, por Chico Xavier, no livro Missionários da Luz, explica um pouco mais como Espíritos inferiores buscam as energias animais nos matadouros...
Missionários da Luz, André Luiz/Chico Xavier, Cap.11 = Intercessão
Em pouco tempo, distanciando-nos dos núcleos suburbanos, encontramo-nos nas vizinhanças de grande matadouro.
Minha surpresa não tinha limites, porque observei a atitude de vigilância assumida pelo meu orientador, que penetrou firmemente a larga porta de entrada. Pelas vibrações ambientes, reconheci que o lugar era dos mais desagradáveis que conhecera, até então, em minha nova fase de esforço espiritual. Seguindo Alexandre de muito perto, via numerosos grupos de entidades francamente inferiores que se alojavam aqui e ali.
Diante do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um quadro estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições, atiravam-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora… (...)
Não visitamos, nós ambos, na esfera da Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais.
== Não à violência! Não à crueldade com os animais! ==
O principal, é como vemos os animais, se os respeitamos e cuidamos. Não sermos indiferentes à crueldade com os animais! Infelizmente, ainda existem muitos métodos cruéis na indústria alimentícia com relação aos animais para abate.
André Luiz traz a esse respeito algumas reflexões. Ler o trecho de Missionários da Luz:
Missionários da Luz, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13 'Vampirismo'
“Em todos os setores da Criação, Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência. Atrever-nos-íamos a declarar, porventura, que fomos bons para os seres que nos eram inferiores?” (...)
"Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da Natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão. Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusarmos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?"
==> Aqui o instrutor de André Luiz, nos fala da crueldade que a humanidade tem para com os animais, e compara nossa necessidade de amparo dos Espíritos Superiores, com a necessidade dos animais de nosso amparo e cuidado!
=============
- Falar da iniciativa da FEB disponibilizando dois PDFs aos espíritas, para que nos conscientizemos da importância de nossa atuação na preservação da Natureza e, principalmente, no respeito aos animais.
O PDF traz:
Participe da Campanha 'Em Defesa da Vida.
Esclareça-se e também diga NÃO à violência contra os animais.
Infelizmente, existem condições cruéis que vivem, em muitos casos, aves, bovinos e outros animais pro abate pela indústria da carne.
Que somos apoiadores dessas crueldades quando participamos, ainda que indiretamente, dos produtos dessa indústria.
Conclusão
Concluir com a msg de Emmanuel em O Consolador, na perg. 129:
“Temos
de considerar, porém, a máquina
econômica do interesse e da harmonia
coletiva, na qual tantos
operários fabricam o seu pão cotidiano.
Suas peças não
podem ser destruídas de um dia para o outro, sem
perigos graves. Consolemo-nos
com a visão do porvir,
sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos
tempos
novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação
os
despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.”
Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.
Avaliação:
Encontro com 5 jovens, com participação.
Como teve o acidente aéreo no dia, com desencarnação das 62 pessoas, falamos no início dos desastres coletivos e a situação dos Espíritos após o acidente, antes de iniciarmos o tema da noite.
Não deu tempo de trabalhar os textos de André Luiz; só comentei na crueldade com os animais na indústria da carne. As perguntas do LE foram lidas e comentadas, assim como a trindade da criação (não lembravam direito como era...)
Anexos
Subsídios teóricos:
A Gênese, Cap. 3 , item 24 ‘Destruição dos seres vivos uns pelos outros’
Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue.
Emmanuel, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 17
Os animais têm a sua linguagem, os seus afetos, a sua inteligência rudimentar, com tributos inumeráveis. São eles os irmãos mais próximos do homem, merecendo, por isso, a sua proteção e amparo. (...)
O homem está para o animal, simplesmente como um superior hierárquico. Nos irracionais desenvolvem-se igualmente as faculdades intelectuais. O sentimento de curiosidade é, na maioria deles, altamente avançado e muitas espécies nos demonstram as suas elevadas qualidades, exemplificando o amor conjugal, o sentimento da paternidade, o amparo ao próximo, as faculdades de imitação, o gosto da beleza. Para verificar a existência desses fenômenos, basta que se possua um sentimento acurado de observação e de análise. (...)
Da noite dos grandes princípios, ainda insondável para nós, emergimos para o concerto da vida. A origem constitui, para o nosso relativo entendimento, um profundo mistério, cuja solução ainda não nos foi possível atingir, mas sabemos que todos os seres inferiores e superiores participam do patrimônio da luz universal. (...)
É certo que o Espírito jamais retrograda, constituindo uma infantilidade as teorias da metempsicose dos egípcios, na antiguidade. Mas, se é impossível o regresso da alma humana ao circulo da irracionalidade, recebei como obrigação sagrada o dever de amparar os animais na escala progressiva de suas posições variadas no planeta.
Estendei até eles a vossa concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente, os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios da vida.
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