sábado, 6 de julho de 2024

Lei de Conservação – Desprendimento dos bens terrenos

 Casa Espírita Missionários da Luz                          Mocidade: > 14 anos – 05/07/202                                     

Tema: Lei de Conservação – Desprendimento dos bens terrenos

Objetivos:

- Refletir sobre como me relaciono com os bens que possuo ou desejo possuir: a que sou apegado?

- Diferenciar o servir a Deus e a Mamon.

Bibliografia:

- O Livro dos Espíritos: Pergs. 702 à 717 (lei de conservação);

- ESE, Cap. XVI;

- O Céu e o Inferno, 2ª parte, Cap. IV - Espíritos Sofredores - Auguste Michel;

- O “Filho Pródigo” (LC 15:11 a 32);

- O “Jovem Rico”, Mateus 19:16-30, Lucas 18:18-30;

- Novo Testamento, Atos, Cap 9 (Conversão de Saulo);

- Evangelho Redivivo, FEB, Livro IV, Tema 28 – As Três Parábolas da Misericórdia, item 28.2 (LC 15:11 a 32); Tema 32, item 32.1 O Rico Notável. O Perigo das Riquezas. Recompensa Prometida ao Desapego (LC 18:18 a 30);

- Evangelho Redivivo, FEB, Livro II, Tema 49, Item 49.9 O Moço Rico (Mt, 19:16-22).

Material:  

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial

  2. Motivação: 

Vamos iniciar a nossa reflexão de hoje, com 3 passagens do Novo Testamento.

i. O “Filho Pródigo” (Lc 15:11 a 32): contar a parábola, reforçando o momento da percepção, o “caindo em si”:

Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai.”

ii. O Jovem Rico (Lc 18:18 a 30; ESE, Cap. XVI item 2), reforçando a decisão do jovem perante a proposta, perante o convite de Jesus:

Ele, porém, ouvindo isso, ficou cheio de tristeza, pois era muito rico.

Vendo-o assim, Jesus disse: “Como é difícil aos que têm riquezas entrar no Reino de Deus! Com efeito, é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”

iii. Novo Testamento, Atos, Cap 9 (A convesão de Saulo)

Relatar a personalidade de Saulo: jovem, rico, doutor da lei, o mais cotado para assumir o posto de Gamaliel no Sinédrio. Perseguidor dos primeiros cristãos. Chamado pessoalmente pelo Cristo, no deserto para a estrada de Damasco:

E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.

E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?

E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.

E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? …”.

E a partir daí, começa a trajetória do grande apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, que durante os próximos 30 anos, até sua morte, trabalhou incansavelmente por levar a Boa Nova de Jesus a todas as gentes.

iv. E um último caso, relatado por Kardec no livro O Céu e o Inferno, 2ª parte, Cap. IV - Espíritos Sofredores - Auguste Michel (Havre, março de 1863)

Era um moço rico, estroina, gozando à larga e exclusivamente da vida material. Embora inteligente, a despreocupação com as coisas sérias constituía o fundo de seu caráter. Sem maldade, mais bom do que mau, era amado por seus companheiros de prazer, e procurado na alta sociedade por suas qualidades de homem mundano; sem ter feito mal, não fizera bem. Morreu de uma queda de carro num passeio.

Deu diversas comunicações após sua desencarnação, em sofrimentos, dizendo 2 meses após a morte:

Vejo quanto a minha vida foi oposta ao que devia ser; vejo as faltas que cometi. Fui um ser inútil no mundo; não fiz nenhum bom emprego de minhas faculdades; minha fortuna não serviu senão para satisfazer minhas paixões, meus gostos de luxo e minha vaidade; pensei apenas nos gozos do corpo e não em minha alma. Descerá a misericórdia de Deus sobre mim, pobre Espírito que sofre ainda pelas minhas faltas terrestres? Orai para que ele me perdoe, e que eu seja libertado das dores que ainda sinto.”

Anotar os 4 casos no quadro:

i) Parábola do Filho Pródigo – caindo em si…

ii) O jovem Rico – como é difícil um rico entrar no reino dos céus

iii) o jovem Saulo de Tarso x Paulo de Tarso – o apóstolo dos gentios

iv) Auguste Michel – sofrimento após a morte, preso no corpo (no cemitério)

  1. Discussão dialogada:

4 jovens ricos; 4 histórias…

- Fazer discussão em 2 subgrupos, discutindo como foi a vida de cada um, suas escolhas e as consequências na própria encarnação e após a desencarnação. Qual a diferença entre essas 4 histórias? (5 min)

- Apresentação dos subgrupos.

- a prova da riqueza é bem difícil, pelas tentações, pelas ilusões que o mundo oferece a quem tem poder, bens, dinheiro. O filho pródigo, viveu para os prazeres que a fortuna podia lhe proporcionar. Mas com a chegada da miséria, caiu em si, não se revoltou, e retomou a caminhada. “Meu filho estava morto e reviveu”. Simboliza todos aqueles que estando no erro, se arrependeram e mudaram o rumo de suas vidas.

- O jovem rico, não conseguiu. Recebeu o convite direto de Jesus, mas tinha um grande apego aos bens, ao orgulho de raça… Seguiu no caminho das ilusões transitórias do mundo das formas…

- Paulo de Tarso, ao receber o convite de Jesus, se colocar a serviço. Largou tudo: fortuna, poder, prestígio, família, amigos de ilusões. E se tornou o maior dos apóstolos!

- Auguste Michel não teve tempo de rever a vida durante a encarnação. Um acidente levou-o de forma súbita, à desencarnação ainda na juventude.

- A encarnação é como uma viagem de trem. Não sabemos quando nem em qual estação teremos que descer do trem. Mas todos desceremos em alguma estação! Essa é a única certeza que temos na encarnação!

Vejamos o ensino de Jesus:

Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (Lucas,16:13.) (Evang. Cap.XVI, item 1)

- De quais senhores Jesus se refere?

- às ilusões do mundo x as questões espirituais

- O que significa servir a Deus?

- servir a Deus, é trabalhar em favor da nossa evolução espiritual em todas as nossas atividades diárias. Santificar nossas atividades diárias.

- Como santificar nossas atividades? Fazer da melhor forma possível, fazendo como se fosse para Jesus. Esse é um bom parâmetro: Se eu estivesse fazendo isso para Jesus, como eu faria?

- O que significa servir a Mamon?

- é trabalhar unicamente para os objetivos da Terra.

- apego às questões relacionadas à nossa vida aqui na Terra. APEGO. Servir à Mamon significa apego.

- a questão é identificarmos a que somos apegados...

Vemos no Evang. Cap.XVI, item 14, um trecho da msg do Espírito Lacordaire:

O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes impedimentos ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais.”

O desapego aos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacrificar por eles os interesses da vida futura, em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los.”

5. Atividade de Fixação

Todos nós estamos sempre servindo a alguém/alguma coisa.

==> A questão é perceber a quem servimos. Ou seja: a que somos apegados?

- podemos nesses exemplos que vimos, pensar que como não somos ricos, estamos livres desse perigo. Será que é assim?

- Só existe apego ao dinheiro, poder, prestígio?

- Discussão 2 a 2: a que sou apegado? O que me causa desconforto, medo, pensar em perder? (2 min)

- apresentação das duplas

4.    Conclusão

Lucas, 18, 28:30, vemos a continuidade do ensinamento no trecho do jovem rico:

28 Disse, então, Pedro: “Eis que deixamos nossos bens e te seguimos!” 29 Jesus

lhes disse: “Em verdade eu vos digo, não há quem tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais ou filhos por causa do Reino de Deus, 30 sem que receba muito mais neste tempo e, no mundo futuro, a vida eterna”.

- aqui, Jesus deixa claro, que o foco deve ser sempre os compromissos espirituais. Servir a Deus, sempre! Nesse trecho Jesus amplia a questão do apego aos bens materiais para apego à felicidade junto aos seus, em detrimento do serviço a Deus. Paulo de Tarso, precisou renunciar a sua família para seguir sua tarefa junto à Jesus.

- renunciar à família não é deixar de atendê-los em suas necessidades, mas sim, compreender que nem sempre nossos familiares e amigos entenderão nossa escolha de servir Jesus.

5.   Exercícios de respiração lenta e profunda,  prece final e passes 

6.    Avaliação

Encontro com apenas 3 jovens (período de férias escolares). Não fizemos a atividade de fixação, nem falei de servir a Deus e a Mamon. O encontro foi com conversas. Quando falei do apego, li a msg de Emmanuel.

Anexos: (subsídios teóricos)

O “Filho Pródigo” (Lc 15:11 a 32):

11 Disse ainda: “Um homem tinha dois filhos. 12 O mais jovem disse ao pai:

Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles.

13 Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa.

14 E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar privações. 15 Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. 16 Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17 E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! 18 Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. 20 Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. 21 O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.

22 Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. 23 Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, 24 pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’ E começaram a festejar. ….

O Jovem Rico (Lc 18:18 A 30)

18 Certo homem de posição lhe perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” 19Jesus respondeu: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus! 20Conheces os mandamentos: Não cometas adultério, não mates, não roubes, não levantes falso testemunho; honra teu pai e tua mãe”.

21 Ele disse: “Tudo isso tenho guardado desde a minha juventude”. 22 Ouvindo, Jesus disse-lhe: “Uma coisa ainda te falta. Vende tudo o que tens, distribui aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me”. 23 Ele, porém, ouvindo isso, ficou cheio de tristeza, pois era muito rico.

24 Vendo-o assim, Jesus disse: “Como é difícil aos que têm riquezas entrar no Reino de Deus! 25 Com efeito, é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” ...

Novo Testamento, Atos, Cap 9

1 E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.

2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns deste Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.

3 E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.

4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?

5 E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.

6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.


Dinheiro, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 3, ‘Estudando a riqueza’

Não é somente o Rico da Parábola o grande devedor diante da vida.

A fortuna amoedada é, por vezes, simples cárcere.

Há outros avarentos que devemos recordar em nossa viagem para a Luz Maior.

Temos, conosco, os sovinas da inteligência, que se ocultam nas floridas trincheiras da inércia; os abastados da saúde que desamparam os aflitos e os doentes; os privilegiados da alegria que cerram a porta aos tristes, isolando-se no oásis de prazer; os felizes da fé que procuram a solidão, a pretexto de se preservarem contra o pecado; os expoentes da mocidade que menosprezam a velhice; os favorecidos da família terrestre, que olvidam os andarilhos da penúria que vagueiam sem lar.

Todos esses ricos da experiência comum contraem pesados débitos para com a Humanidade.

Lembremo-nos de que o Tesouro Real da Vida está em nosso coração.

Quem não pode doar algo de si mesmo, na boa vontade, no sorriso fraterno ou na palavra sincera de bondade e encorajamento, debalde estenderá as mãos recheadas de ouro, porque só o amor abre as portas da plenitude espiritual e semeia na Terra a luz da verdadeira caridade, que extingue o mal e dissipa as trevas.

A pobreza é mera ficção.

Todos temos algo.

Todos podemos auxiliar.

Todos podemos servir.

E, consoante a palavra do Mestre, “o maior na vida será sempre aquele que se fizer o devotado servidor de todos”.

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