terça-feira, 25 de junho de 2024

Laços Afetivos e seus compromissos espirituais

 Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade: > 14 anos – 14/06/2024


Tema: Laços Afetivos e seus compromissos espirituais

Objetivos:

  • Perceber os compromissos afetivos no namoro, noivado, casamento;

  • Refletir sobre a responsabilidade que temos nos relacionamentos afetivos;

  • Reconhecer os ascendentes espirituais nas ligações afetivas.

Bibliografia:

  • O Livro dos Espíritos, pergs. 60, 291, 695. e 696 (Lei de Reprodução); 167 à 171 (Da Pluralidade das Existências), Cap. V (item 222), parágrafos 6* ao 9*; perg 258 (Escolha das Provas), 262, pergs. 392 e 393 (Esquecimento do Passado), perg. 938.

  • O Céu e o Inferno, 2ª parte > Cap V - Suicidas > Louis e a costureira de botinas;

  • Revista Espírita, Setembro/1858 > Problemas morais - Suicídio por amor (mesmo caso de O Céu e Inferno);

  • Vida e Sexo, Emmanuel/Chico Xavier, Cap, 3 ‘Namoro”;

  • Sexo e Consciência - (transcrição palestras de Divaldo Franco), Introdução de Joanna de Ângelis;

  • Diretrizes da Educação – Camilo/Raul Teixeira, Perg. 29;

  • Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Caps. 2 e 8;

  • Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5.

Material: Um exemplar dos livros ‘O Céu e O Inferno’, ‘Adolescência e Vida’ e ‘Vida e Sexo’.

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial

  1. Motivação:

Ler para o grupo, a história do Céu e Inferno: Louis e a costureira de botinas (só a história e não a evocação posterior).

==> vemos nesse caso que aconteceu em 1858, acompanhado por Kardec, que o relacionamento de Louis e Victorine, acabou de forma trágica.

- vamos então conversar dois-a-dois: quem tem mais responsabilidade pelo suicídio de Louis?

- Provavelmente dirão que ele é quem tem maior responsabilidade. Ler os diálogos que aconteceram após, pelas evocações feitas por Kardec a São Luís e depois ao próprio Louis.

  1. Discussão dialogada

- O que podemos concluir então, com esse caso real?

==> que os laços afetivos que fazemos, trazem compromissos! Que somos responsáveis pelos laços que criamos.

- Vamos então estudar 3 textos dos autores espirituais, Emmanuel e Joanna, para leitura e reflexão sobre: Do ponto de vista espiritual, qual a função dos relacionamentos afetivos e que cuidados precisamos ter? (15 min)

Grupo 1: Emmanuel Vida e Sexo, Cap. 3 ‘Namoro’

Grupo 2: Adolescência e Vida – Joanna de Ângelis - Cap. 8 – O Adolescente e o Namoro

Grupo 3: Adolescência e Vida – Joanna de Ângelis – Cap. 2 - O Adolescente e sua Sexualidade

Perguntas direcionadoras aos grupos:

Grupo 1 - Emmanuel - Vida e Sexo - Cap. 3 'O Namoro'

- Quais motivações espirituais podemos perceber no processo de atração entre dois seres?

Grupo 2 - Adolescência e Vida – Joanna de Ângelis - Cap. 8 – O Adolescente e o Namoro

- Do ponto de vista espiritual, qual a função dos relacionamentos afetivos e que cuidados precisamos ter?

Grupo 3: Joanna de Ângelis, Adolescência e Vida, Cap. 2

- Como Joanna analisa o efeito das energias sexuais na adolescência?

- Porque ela avalia que a função sexual tem implicações profundas nos refolhos da alma?

- Apresentação dos grupos (devem resumir o que o texto apresenta e trazer as conclusões do grupo)

Grupo 1: Emmanuel/Chico Xavier em Vida e Sexo, Cap. 3 ‘Namoro’:

Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração. O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce mistério" senão faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.

Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio. (…)

É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.”

==> vemos aqui 4 causas da lei das afinidades espirituais entre os seres:

i. Combinaram antes da reencarnação atuarem juntos na atual existências;

ii. Já foram parceiros sexuais em existências passadas;

iii. Erraram em existências passadas no campo das paixões ferindo a si e ao outro;

iv. Simplesmente atração magnética por semelhança de vibrações (sem vínculos no passado)

==> Não podemos esquecer que também existem influências espirituais de desencarnados junto ao casal, que podem incentivar as relações sexuais prematuras.

Grupo 2: Adolescência e Vida – Joanna de Ângelis - Cap. 8 – O Adolescente e o Namoro

namoro é uma necessidade psicológica, parte importante do desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem afetiva dos jovens, porquanto, na amizade pura e simples são identificados valores e descobertos interesses mais profundos, que irão cimentar a segurança psicológica quando no enfrentamento das responsabilidades futuras.

Trata-se de um período de aproximação pessoal, de intercâmbio emocional através de diálogos ricos de idealismos, de promessas — que nem sempre se cumprem, mas que fazem parte do jogo afetivo — e sonhos, quando a beleza juvenil se inspira e produz. (...)

Assim, o namoro preenche a lacuna da imaturidade e propicia renovação psicológica e conforto físico, sem ardência de paixão, nem frustração amorosa antes do tempo.

 Quando o namoro derrapa em relacionamento do sexo, por curiosidade e precipitação, sem a necessária maturidade psicológica nem a conveniente preparação emocional, produz frustração, assinalando o ato com futuras coarctações, que passam a criar conflitos e produzir fugas, gerando no mundo mental dos parceiros receios injustificáveis ou ressentimentos prejudiciais.

Coarctação = restrição, aperto, redução.

==> Joanna fala que o namoro é uma necessidade psicológica! Permite aprendizagem afetiva que vai cimentar a segurança psicológica quando no enfrentamento das responsabilidades futuras. Orienta também para a questão da função sexual sem a maturidade psicológica.

Grupo 3: Joanna de Ângelis, Adolescência e Vida, Cap. 2:

Na adolescência, o despertar da sexualidade é como o romper de um dique, no qual se encontram represadas forças incomensuráveis, que se atiram, desordenadas, produzindo danos e prejuízos em relação a tudo quanto encontram pela frente.”

A sociedade contemporânea encontra-se em grave momento de conduta em relação ao sexo, particularmente na adolescência. Superada a ignorância do passado, contempla, assustada, os desastres morais do presente, sofrendo terríveis incertezas acerca do futuro.”

A orientação sexual sadia é a única alternativa para o equilíbrio na adolescência, como base de segurança para toda a reencarnação.”

Sem dúvida, o sexo faz parte da vida física, entretanto, tem implicações profundas nos refolhos da alma, já que o ser humano é mais do que o amontoado de células que lhe constituem o corpo.”

No que diz respeito ao sexo, este requer o mesmo tratamento e dignificação que são dispensados aos demais órgãos, com o agravante de ser o aparelho reprodutor, que possui uma alta e expressiva carga emocional, desse modo requisitando maior soma de responsabilidade, assim como de higiene e respeito moral.

O controle mental, a disciplina moral, os hábitos saudáveis no preenchimento das horas, o trabalho normal, a oração ungida de amor e de entrega a Deus, constituem metodologia correta para a travessia da adolescência e o despertar da idade da razão com maturidade e equilíbrio.”

==> aqui Joanna fala dos cuidados com relação ao uso da função sexual. Principalmente na puberdade! Mas não menospreza a realidade das energias sexuais, orientando para o uso dessas energias nos esportes, estudos, oração, a ação no bem, canaliza essas energias.

  1. Conclusão

São muito sérios os laços afetivos, os compromissos que duas pessoas assumem quando se relacionam. Muitos dramas são transferidos de uma para outra encarnação, por conta dos erros cometidos, do desrespeito pela vida, pelo outro e por si próprio.

Nesse assunto, como em tudo o mais, não podemos esquecer o ensino trazido por Jesus:

Fazeis aos homens tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas” (Mt,7:12), e

Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem” (Lc, 6:31).

  1. Exercícios de respiração lenta e profunda e prece final.

  1. Avaliação

Estudo realizado em dois encontros.

14/06/24 – encontro com 5 jovens. Foram boas as discussões do caso do Louis e as reflexões com relação aos compromissos afetivos. Não deu tempo de estudar os textos de Emmanuel e de Joanna. No início, ficamos uns 20 minutos discutindo sobre as mudanças no Ensino Médio, a quantidade absurda de trabalhos que eles tem, e a falta de tempo livre.

21/06/24 – encontro com 5 jovens. Não foi trabalhado o texto 3. Foram boas as reflexões. Percebe-se que todos querem encontrar alguém que espontaneamente dê conexão o que contrasta com o modismo atual de “ficar”, sem estabelecerem um compromisso de namoro para o necessário conhecimento mútuo.

ANEXOS

Apoio teórico:

O Livro dos Espíritos, perg. 938, considerações de Allan Kardec:

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de se sentir amado. Um dos maiores prazeres que lhe sejam concedidos sobre a Terra é o de reencontrar corações que se simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência.”

Diretrizes da Educação – Camilo/Raul Teixeira

Perg. 29: Qual a função dos períodos de namoro, noivado e casamento?

Encarando esses períodos como exigências sociais, que obedecem à necessidade que os indivíduos apresentam de estabelecerem um contato mínimo, antes do matrimônio propriamente dito. Vemo-las como propiciadores desses contatos, desses entrosamentos, partindo do conhecimento mais periférico, que envolve modos, beleza plástica, falas, etc., passando por um estágio em que já se vivencia uma intimidade maior no campo das ideias, da firmeza e fragilidade da outra pessoa, filosofia de vida, temperamento, ocasião em que se deverão pôr as cartas na mesa, no sentido de se definirem posturas para o casamento, condutas perante a questão profissional da mulher, quanto ao trabalho fora de casa, à criação dos filhos, ao ajustamento religioso dos filhos em razão de possíveis diferenças do casal, etc.

Joanna de Ângelis, na Introdução do livro ‘Sexo e Consciência’, de 2013

Pode-se afirmar que a maioria dos conflitos humanos, pessoais e coletivos, tem no sexo, nos seus atributos e manifestações, a gênese essencial que se apresenta mascarada por diversos mecanismos de ocultação e de fuga da realidade, o que se transforma em buscas equivocadas e comportamentos estranhos, esdrúxulos, agressivos, criminosos…”

Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5

Confundindo, muitas vezes, as sensações com as emoções, deixa-se arrastar pelos impulsos dos desejos infrenes, estabelecendo compromissos graves mediante relações apressadas que se transformam em desastres comportamentais.”

Se, nessa fase inicial da puberdade, ou logo após os relacionamentos se agravam, transformando-se em convivência sexual, por certo o amadurecimento das emoções demonstrará o erro da escolha, a dor interna do desencanto, a angústia que decorre da eleição feita por precipitação, o transtorno da depressão...”

Desportos e estudos, disciplinas sem rigidez e com amizade, relacionamentos afetivos e convivência saudável podem contribuir valiosamente para facilitar o trânsito no período juvenil, sem traumas nem compromissos precipitados de efeitos danosos.”

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