Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade: > 14 anos – 31/05/2024
Tema: Trabalho, Repouso e Diversões
Objetivos:
- Reconhecer o trabalho como instrumento de progresso espiritual;
- Identificar a necessidade do repouso segundo a lei natural do trabalho;
- Refletir sobre os divertimentos saudáveis segundo a visão espírita.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, pergs 132, 630, 674 à 685 (Lei do Trabalho); 711 à 717 (Lei de conservação);
- Ilumina-te, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, ‘Lazeres e Divertimentos’;
- Vidas Vazias, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, cap. 10 ‘Divertimentos e Futilidades’;
- Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 11 ‘A Vida Social do Adolescente’;
- O Espírito da Maldade - Alvorada Cristã, Neio Lúcio/Chico Xavier.
Material: LE, livros Alvorada Cristã e Ilumina-te.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial
Motivação:
Pedir que os jovens leiam a história de Neio Lúcio ‘O Espírito da Maldade’. Cada um lê um parágrafo.
- Terminada a leitura, pedir que digam qual a moral da história, e depois que lembrem quais os personagens e o que faziam:
Joãozinho - cuidava do irmão menor
Zelinha - fazendo uma blusa de tricô
Quincas - plantando mudas de laranjeiras
Marquinhos - mimado pela mãe, não tinha nenhuma responsabilidade em casa
- Como terminou a história? ==> O Espírito do mal ficou sendo companheiro de Marquinhos em muitas outras ações negativas.
- Reforçar que o trabalho, a ação construtiva, é um preservativo para o mal. Mente ocupada nas tarefas no bem, não capta sugestões infelizes e afasta os Espíritos ainda dedicados ao mal.
Discussão dialogada sobre o tema Necessidade do Trabalho:
No Evangelho de João, temos um ensinamento de Jesus sobre o trabalho:
E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. (João, 5:17)
- Jesus falou isso aos fariseus, depois que ele havia curado um doente na sinagoga, em dia de sábado e foi criticado pelos fariseus.
==> Como podemos entender essa afirmação de Jesus?
- Que o trabalho é uma lei divina! Porquê será?
Vamos então fazer cochicho 2-a-2 para discutir porque será que o trabalho é uma lei divina. Porque Deus fez do trabalho uma lei natural? (3 minutos)
Depois das respostas das duplas, falar que no LE, na perg 132, que trata da encarnação, temos uma resposta que nos faz refletir sobre o trabalho:
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. (...)
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. (…) É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
E Kardec comenta na sequência:
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na natureza.
Como vemos, todos nós temos o que fazer; todos temos responsabilidades. É natural. Está nas leis da natureza, nas leis divinas.
==> Lançar nova questão para as duplas: E quem não precisa trabalhar pra viver? Quem nasceu em berço de ouro. Como fica a aplicação da lei do trabalho? (2 minutos)
Respostas das duplas: (complementar se necessário)
- o trabalho desenvolve nossa inteligência (Lei do Progresso) (LE, Perg. 132)
- pelo trabalho modificamos o meio ambiente, melhorando as condições de vida no planeta (LE, Perg. 132)
- mente ocupada no trabalho está preservada do mal. O trabalho é um preventivo contra o mal, uma segurança. (“Mente vazia, oficina do diabo! ==> sabedoria popular)
Kardec tratou desse assunto, do Trabalho como lei divina, na 3ª parte do LE, como uma das Leis Morais: a Lei do Trabalho! E tem uma pergunta famosa que todo espírita sabe!
Pedir que um jovem leia a perg. 675 do LE:
Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”
==> às vezes podemos estar nos movimentando, ocupados, mas fazendo coisas que não estão nas leis naturais; que fazem mal a nós próprios e também aos outros.
Embasamento
teórico (se necessário):
4. Discussão dialogada – Repouso
Quando falamos de trabalho, também falamos do repouso. Nova discussão nas duplas:
==> O repouso, o descanso, também é uma lei natural? Qual o objetivo do repouso? Pra que serve o repouso? (mais 3 minutos)
Depois das respostas das duplas, pedir que um dos jovens leia a perg. 682 do LE:
Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da natureza? “Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.”
- Nessa resposta vemos 2 objetivos para o repouso. Quais são eles?
==> reparação física do corpo (descanso físico);
==> liberdade para que possamos nos elevar acima da matéria.
- o que significa isso?
==> o corpo precisa descansar. Isso todos sabemos. Para repor as energias. Mas e a mente? Como a mente pode descansar?
==> Pela resposta dada à perg. 682, nos elevando acima da matéria!
- Podemos entender que quando não estamos em ocupação útil (trabalhando) deveríamos estar nos elevando acima da matéria?
5. Atividade de Fixação
- O que costumamos fazer quando não estamos cumprindo nossas obrigações?
==> Pedir que um por vez, diga o que costuma fazer nesses momentos, e ir escrevendo no quadro as respostas. ==> incentivar com perguntas sobre o lazer, os divertimentos.
==> Depois analisar com o grupo as atividades anotadas no quadro: estão de acordo com as leis de Deus, ou não?
- As msgs que lemos na literatura espírita de ex-espíritas, falam de como lamentam o tempo perdido...(livros Instruções Psicofônicas e Vozes do Grande Além, ambos pelo Chico Xavier).
4. Conclusão
O trabalho nos mantém ativos no bem. Preservativo contra o mal, as más ideias, as más influenciações dos Espíritos inferiores.
O repouso é importante para a prática de silenciar a mente para ouvirmos a nós mesmos e a Deus. Ouvirmos as boas sugestões de nosso Guia Espiritual.
Busquemos ser úteis! Valorizemos as horas do repouso com atividades igualmente úteis!
Ler as frases de Joanna, para encerrar:
(Ilumina-te, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, ‘Lazeres e Divertimentos’)
(https://www.revistaautadesouza.com/index.php/2020/06/06/lazeres-e-divertimento/)
“ Há lazeres no lar, no trabalho, na comunidade, ricos de divertimentos domésticos não desgastantes, como frutos da consciência objetiva do dever. “
Se te sentes afadigado no trabalho a que te dedicas, muda a rotina, retempera o ânimo e sentirás renovação emocional, tornando-te tranquilo.”
“Preenche as tuas horas com atividades produtivas, e naquelas dedicadas ao repouso, ao lazer, não te desligando da realidade, prosseguindo ativo mentalmente e com emoção de felicidade.”
5. Exercícios de respiração lenta e profunda, prece final e passes
6. Avaliação
Encontro com 10 jovens, sendo 3 jovens visitantes de outras CE’s, com boa participação. Não foi feita a atividade de fixação. Trouxeram naturalmente nas discussões, os pontos principais do tema. Não deu tempo de falar dos trechos de Joanna.
Anexos: (subsídios teóricos)
Joanna de Ângelis, em Adolescência e Vida, diz:
“Assim, a preferência do jovem é por outro da mesma faixa etária, os seus jogos são pertinentes às ocorrências que lhe estão sucedendo no dia-a-dia. Há uma abrupta mudança de interesses, e portanto, de companhias, que se tornam imperiosos para a formação e definição da sua personalidade. Não mais ele se compraz nos encantamentos anteriores, nas coleções infantis que lhe eram agradáveis, nem tampouco nas aspirações que antes o mantinham preso ao lar, ao estudo ou aos esportes até então preferidos.”
“O jovem tem necessidade de programar e desenvolver uma forma de filosofia de vida, que o levará à descoberta da própria identidade. Para esse desenvolvimento ele necessita saber quem é e o que deve fazer, de modo que se possa empenhar na realização do novo projeto existencial.”
“A questão da independência do jovem no contexto doméstico, nesse período, não é simples, porque a família dá segurança e compensação, trabalhando, no entanto, embora de forma inconsciente, para que ele perca a oportunidade de definir a personalidade, tornando-se parasita do lar, peso inevitável na economia da sociedade que dele espera esforço e luta para o contínuo crescimento.”
O Espírito da Maldade - Alvorada Cristã, Neio Lúcio/Chico Xavier
O Espírito da Maldade, que promove aflições para muita gente, vendo, em determinada manhã, um ninho de pássaros felizes, projetou destruir as pobres aves.
A mãezinha alada, muito contente, acariciava os filhotinhos, enquanto o papai voava, à procura de alimento.
O Espírito da Maldade notou aquela imensa alegria e exasperou-se.
Mataria todos os passarinhos, pensou consigo.
Para isto, no entanto, necessitava de alguém que o auxiliasse. Aquela ação exigia mãos humanas.
Começou, então, a buscar a companhia das crianças. Quem sabe algum menino poderia obedecê-lo?
Foi à casa de Joãozinho, filho de Dona Laura, mas Joãozinho estava muito ocupado na assistência ao irmão menor, e, como o Espírito da Maldade somente pode arruinar as pessoas insinuando-se pelo pensamento, não encontrou meios de dominar a cabeça de João.
Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota. Encontrou a menina trabalhando, muito atenciosa, numa blusa de tricô, sob a orientação materna, e, em vista de achar-lhe o cérebro tão cheio das ideias de agulha, fios de lã e peça por acabar, não conseguiu transmitir-lhe o propósito infeliz.
Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino, a observar se o Quincas, filho dele, estava em condições de servi-lo. Mas Quincas, justamente nessa hora, mantinha-se, obediente, sob as ordens do papai, plantando várias mudas de laranjeiras e tão alegre se encontrava, a meditar na bondade da chuva e nas laranjas do futuro, que nem de leve percebeu as ideias venenosas que o Espírito da Maldade lhe soprava na cabeça.
Reconhecendo a impossibilidade de absorvê-lo, o gênio do mal lembrou-se de Marquinhos, o filho de Dona Conceição.
Marquinhos era muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar e lhe protegia a vadiagem. Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa a reinar na preguiça.
O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o, à porta de um botequim, com enorme cigarro à boca. As mãos dele estavam desocupadas e a cabeça vaga.
- “Vamos matar passarinhos?” - disse o espírito horrível aos ouvidos do preguiçoso.
Marquinhos não escutou em forma de voz, mas ouviu em forma de ideia.
Saiu, de repente, com um desejo incontrolável de encontrar avezinhas para a matança.
O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse, conduziu-o, facilmente, até a árvore em que o ninho feliz recebia as carícias do vento.
O menino, a pedradas criminosas, aniquilou pai, mãe e filhotinhos.
O gênio sombrio tomara-lhe as mãos e, após o assassínio das aves, levou-o a cometer muitas faltas que lhe prejudicaram a vida, por muitos e muitos anos.
Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu que o Espírito da Maldade somente pode agir, no mundo, por intermédio de meninos vadios ou de homens e mulheres votados à preguiça e ao mal.
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