Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos
15/09/2023
Tema: Suicídio, nunca!
Objetivos:
- Refletir sobre as causas do suicídio e como a DE dá o fortalecimento moral para resistir aos embates da existência material.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, perg 155, 257, 943 à 957, (Desgosto da Vida. Suicídio);
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap V – Bem-Aventurados os Aflitos, itens 14 à 17 - ‘O Suicídio e a Loucura’; Cap. XXVIII, item 71 (Coletânea de Preces Espíritas – Por um Suicida);
O Céu e o Inferno, 2ª parte, Cap V ‘Suicidas’;
Revista Espírita, Allan Kardec - Janeiro de 1869, ‘Suicídio por Obsessão’;
Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco, Cap. 25, ‘O Adolescente e o suicídio’.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5406 - Um minuto apenas (Com áudio)
Material:
- áudio do Momento Espírita: Um Minuto Apenas;
- um exemplar de o LE.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial.
Motivação Inicial:
Reproduzir o áudio do Momento Espírita: Um Minuto Apenas
- Que conclusão podemos tirar dessa história? (incentivar a participação).
Depois lembrar ao grupo que estamos em setembro, mês que se dedica a reflexões sobre como prevenir o suicídio. Hoje vamos refletir um pouco sobre essa questão.
Desenvolvimento do conteúdo
a) Vamos iniciar pensando no que será que leva uma pessoa ao suicídio? Quais possíveis causas podemos perceber? Vamos discutir com quem está ao seu lado? (2 min)
- Ouvir as conclusões de cada dupla/trio.
Vejamos o que nos diz a DE:
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap V, item 15:
“é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhe apontem.”
“16. A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral.”
==> aqui no ESE, Kardec fala que é sempre por um desgosto, um descontentamento. E como todos passamos por dificuldades de toda ordem pela nossa própria condição evolutiva e a de nosso planeta, Kardec acrescenta que o materialismo é um grande incentivador do suicídio.
É o que vemos também em Joanna, no livro:
Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco, Cap. 25 ‘O Adolescente e o suicídio’;
“A desinformação a respeito da imortalidade do ser e da reencarnação responde pela correria alucinada na busca do suicídio, com a proposta de encontrar nele solução para as dificuldades que são ensanchas de progresso, sem as quais se permaneceria estacionado no patamar em que se transita.”
==> vemos que as dificuldades que todos passamos, são características da nossa condição evolutiva, são provas que nos possibilitam evolução espiritual, quando conseguimos suportá-las com resignação, coragem e fé. A certeza da imortalidade e o conhecimento da realidade da reencarnação nos auxiliam também a superar as dificuldades do caminho.
O Livro dos Espíritos tem 19 perguntas (14 perguntas e 5 subitens) com relação ao suicídio!
Vemos a importância de refletirmos sobre esse assunto que sempre abalou as sociedades!
Kardec tratou desse tema na 4a parte do LE, no capítulo das Penas e Gozos Terrestres, ou seja, no capítulo das dores, dos sofrimentos na vida encarnada!
As perguntas (da 943 à 957) citam diversas causas que podem levar ao suicídio:
i. Desgosto da vida (vemos que em cada faixa etária/fase da vida, esse desgosto muda de foco)
ii. Fugir das misérias e decepções
iii. Se deixar morrer de fome (falta de condições mínimas para sobreviver)
iv. Desespero pela vergonha de um erro cometido
v. Evitar que a vergonha caia sobre a família
vi. Chegar mais depressa na vida espiritual que consideram que será melhor que a atual
vii. Sacrifício da própria vida em prol de outros (renúncia)
viii. Suicídio involuntário (vícios, etc)
ix. Abreviar uma morte inevitável
x. Imprudência nas ações da vida
xi. Por dever, em povos com culturas mais atrasadas
xii. Para encontrar seus afetos que já desencarnaram
xiii. Transtornos mentais (Isso está na perg.944a, onde os Espíritos respondem que o louco que se mata não sabe o que faz)
==> falar de cada uma dessas causas, conforme as pergs do LE.
Tem mais uma causa que a DE trata em outras obras, que é o suicídio por obsessão. Nesse caso, o obsessor é co-responsável pelo ato suicída.
b) E as consequências do suicídio? Quais são?
- Pedir que discutam com o colega sentado do outro lado (pra mudar a dupla). (2 min)
- Ouvir as conclusões das duplas e, depois, pedir que um dos jovens leia a perg. 957 de o LE:
957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar: o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
==> varia para cada caso, e de acordo com as causas que levaram a pessoa ao suicídio;
==> e como a existência foi interrompida, a nova existência será pior do que aquela na qual se suicidou, pois tem o agravante de ter desequilibrado vibratoriamente seu perispírito, seu psiquismo.
E Kardec não comentou aqui, as consequências para a família, os amigos, e todos os que são ligados ao suicida. Se a desencarnação de alguém sempre traz abalos para seu grupo familiar e social, imaginem a desencarnação pro suicídio?
Fixação do conteúdo
- Ler ou contar o caso da RE, jan/1869 ‘Suicídio por Obsessão’ (em anexo).
==> que lições podemos tirar desse caso que Kardec relatou na RE?
- por dois anos, o rapaz lutou com a ideia do suicídio; ==> isso acontece em muitos casos. A pessoa tem uma dor e não divide com ninguém! Sofre sozinha, não busca ajuda.
- ele não tinha vontade de morrer; queria se livrar da voz que o obsidiava;
- descobriu que continuava vivo, e ouvindo a mesma voz o atormentando. ==> Essa situação é relatada em diversos casos. O problema, a dor que levou o suicida à morte, permanece com ele após a desencarnação, acrescido das dores desencadeadas pelo próprio do suicídio.
- vemos também que a obsessora era a antiga esposa dele, na encarnação anterior, que se suicidou também, por não resistir aos maus tratos e dificuldades no casamento com ele. Ou seja, até aquele momento, continuava em sofrimento, presa ao Espírito do ex-marido, de quem quis se vingar.
- o problema dele, na encarnação atual, a obsessão, era consequência das ações equivocadas dele na existência anterior. Como vemos no Cap. V de O ESE, existem duas causas pras nossas dores e aflições na vida: nessa vida mesmo, resultado de nossas ações e decisões equivocadas, e de vidas passadas (como era o caso dele). De qualquer modo, cabe a nós buscarmos na fé, na ação no bem, as forças pra resistirmos à prova difícil.
- como disse o Espírito que deu a mensagem à Kardec, o rapaz suicida, sabia que passaria por essa dificuldade pois ele mesmo escolheu essa prova: a de resistir à tentação do suicídio.
Conclusão:
A religiosidade é muito importante como prevenção ao suicídio, pois a crença em Deus e na imortalidade da alma, propicia esperança aos que sofrem.
Muito importante também, falar com alguém de confiança se ideias de suicídio surgirem em sua mente. É preciso pedir ajuda! Buscar auxílio médico e psicológico!
Lembremos sempre, que nunca ninguém está abandonado!
Também os Espíritos suicidas se restabelecerão, renascerão, e novas oportunidades terão para refazer os caminhos.
Exercícios de respiração profunda, passes coletivos e prece final.
Avaliação
Encontro com 8 jovens. Ouviram e comentário o áudio do Momento Espírita. Um jovem chegou atrasado e o grupo foi recontando a história pra ele.
Fizemos as discussões nas duplas e nas apresentações das conclusões, pedi que um dos jovens anotasse no quadro as causas citadas pelas duplas.
Depois
fui comentando cada um dos aspectos das perguntas do LE sobre as
causas do suicídio, comparando com as causas que o grupo
trouxe.
Contei o caso da RE do suicídio por obsessão.
De
modo geral, eles não participaram muito. Não trouxeram dúvidas nem
perguntas.
Anexos
Reflexões sobre o suicídio: http://dij-cemil.blogspot.com/search/label/suicidio
Momento Espírita:
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5406 - Um minuto apenas (Com áudio)
Lúcia era uma mulher feliz. Como poucas, acreditava.
Casada com o homem por quem se apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada. Um filho lhe viera coroar a felicidade.
Que mais ela poderia desejar?
Acordava pela manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar, cuidava do filho, aguardava o marido.
Tudo ia muito bem. Até o dia em que descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema vinha tomando corpo de algum tempo.
Magoada, se dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito.
A resposta foi brutal, violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater.
Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o cúmulo.
Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão física.
Então, acordou na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria decisão.
Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela desejava vingança.
Por isso, tomou o filho de quatro anos pela mão e decidiu que o mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência.
Seu destino era o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que era um local onde o mar batia com violência no penhasco.
A rua por onde transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se desesperou.
Estranho paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar para que morresse.
Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma, vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-a pela mão.
Neste momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão um papel.
Lúcia o arranca das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um minuto apenas.
Ela lê: Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda.
Vai andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha assinada por um Espírito.
Ela terminou de ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise de choro.
O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem. Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no banco, no mesmo onde seu marido trabalhava.
Foi para casa. Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre espiritismo. Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de imediato.
Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um centro espírita.
Atendida por companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias forças para superar a crise.
O marido, notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à casa espírita. Para descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento.
Hoje, ambos trabalham na seara espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um adolescente e mais dois filhos se somaram a ele.
* * *
Mudança de rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o socorro.
Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe.
Um minuto apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as nuvens, clareando tudo.
Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro chega. O panorama se modifica. A vida refloresce.
Tenha paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus providencia o auxílio.
Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida.
Um minuto a mais...
* * *
Em um minuto apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em estradas luminosas no rumo da vida maior.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24, do livro O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. LEAL. Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. FEP.
Em 26.4.2018.
SUICÍDIO POR OBSESSÃO -
Allan Kardec - Revista Espírita, janeiro de 1869
Lê-se no Droit:
"O Sr. Jean-Baptiste Sadoux, fabricante de canoas em Joinville-le-Pont, percebeu ontem um jovem que, depois de ter vagado durante algum tempo sobre a ponte, subiu no parapeito e se atirou ao Marne. Imediatamente foi em seu socorro e, ao cabo de sete minutos, retirou-o. Mas a asfixia já era completa e todas as tentativas para reanimar aquele infeliz foram infrutíferas.
"Uma carta encontrada com ele o faz reconhecer como o Sr. Paul D..., de vinte e dois anos, residente à Rua Sedaine, em Paris. A carta, dirigida pelo suicida ao seu pai era extremamente tocante. Pedia perdão por abandoná-lo e dizia que havia dois anos era dominado por uma ideia terrível, por uma irresistível vontade de se destruir. Acrescentava que lhe parecia ouvir fora da vida uma voz que o chamava sem descanso e, a despeito de todos os esforços, não podia impedir de ir para ela. Encontraram, também, no bolso do paletó uma corda nova, na qual tinha sido feito um laço corredio. Depois do exame médico-legal, o corpo foi entregue à família."
A obsessão aqui está bem evidente, e o que não está menos é que o fato nada tem a ver com o Espiritismo, nova prova de que o mal não é inerente à crença. Mas se o Espiritismo não entra neste caso, só ele dá sua explicação. Eis a instrução dada a respeito por um dos nossos Espíritos familiares, e da qual ressalta que, malgrado o arrastamento a que o jovem cedeu para a sua infelicidade, não sucumbiu à fatalidade. Tinha o seu livre arbítrio e, com mais vontade, poderia ter resistido. Se tivesse sido espírita, teria compreendido que a voz que o solicitava não poderia ser senão de um mau Espírito e as consequências terríveis de um instante de fraqueza.(PARIS, GRUPO DESLIENS, 20 DE DEZEMBRO DE 1868.
- MÉDIUM: SR. NIVARD)
A voz dizia: Vem! vem! mas teria sido ineficaz essa voz do tentador, se a ação direta do Espírito não se tivesse feito sentir. O pobre suicida era chamado e impelido. Por que? Seu passado era a causa da situação dolorosa em que se achava; apegava-se à vida e temia a morte. Mas esse apelo incessante que ouvia, pergunto eu, encontrou força? Não; encontrou a fraqueza que o perdeu. Venceu os temores, porque esperava no fim encontrar do outro lado da vida o repouso que o lado de cá lhe negava. Foi enganado: o repouso não veio. As trevas o cercam, a consciência lhe censura o ato de fraqueza e o Espírito que o arrastou gargalha ao seu redor e o criva de motejos constantes. O cego não o vê, mas escuta a voz que lhe repete: Vem! vem! e depois zomba de suas torturas.
A causa deste caso de obsessão está no passado, como acabo de dizer. O próprio obsessor foi impelido ao suicídio por esse que acaba de fazer cair no abismo. Era sua mulher na existência precedente e tinha sofrido consideravelmente com o deboche e as brutalidades de seu marido. Muito fraca para aceitar a situação que lhe era dada com resignação e coragem, buscou na morte um refúgio contra os seus males. Ela vingou-se depois: sabeis como. Entretanto o ato desse infeliz não era fatal; tinha aceito os riscos da tentação; esta era necessária ao seu propósito, porque só ela poderia fazer desaparecer a mancha que havia sujado sua existência anterior. Ele tinha aceito os seus riscos, com a esperança de ser mais forte e se havia enganado: sucumbiu. Recomeçará mais tarde? Resistirá? Dele dependerá.j
Rogai a Deus por ele, a fim de que lhe dê a calma e a resignação de que tanto necessita, a coragem e a força para não falir nas provas que tiver de suportar mais tarde.
Louis Nivard
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