segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Lei de Sociedade - Família

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos

01/09/2023

Tema: Lei de Sociedade - Família

Objetivos:

- Identificar na família o ambiente que preciso para evoluir;

- Identificar os laços espirituais e consanguíneos que nos unem na família;

- Levar os jovens a refletirem sobre a importância de sua família e como atuar para auxiliá-la.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, Pergs. 203 à 217, 266, 385, 582, 681, 768 à 775; 980;

O Evangelho Seg. Espiritismo , Cap. XIV;

Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I - “O sentido da Família”.


Material: Prancheta com 1 caneta e 2 folhas de papel pra cada jovem.

O evangelizador deve ver o filme brasileiro ‘A Vida Invisível’, de 2019.

Folha com um diagrama de família, com círculos e linhas com flechas, pra servir de modelo (ou desenhar no quadro ao explicar a atividade).

Desenvolvimento:

Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial.

  1. Motivação Inicial:

- Vamos fechar os olhos e respirar bem profundamente.

- Agora visualize o rosto de cada um dos membros de sua família, um a um, e para cada um destaque uma característica (uma característica é uma qualidade ou um atributo que permite identificar algo ou alguém, distinguindo-o dos seus semelhantes. Pode tratar-se de questões relacionadas com o carácter, a personalidade ou algo simbólico, mas também com o aspecto físico).

- Olhe atentamente, visualizando a característica de cada um novamente. Essa família faz parte do seu planejamento reencarnátorio. Cada um deles seguiu com você nesse grande passeio chamado “Vida” e todos estão interligados a você, suas raízes, sua história, sua conexão, seus vínculos. Por alguns vocês nutrem intenso amor e simpatia, por outros vocês lutam para conquistar o entendimento e a compreensão ... e está tudo bem, esse é o processo que necessitamos vivenciar no momento presente...


- Agora, vou dar uma prancheta com caneta e folhas de papel pra cada um de vocês. Escrevam o nome e a característica de cada membro da família que vocês visualizaram. (2 min)

- Agora, na outra folha, façam um círculo bem no centro da folha. Esse círculo significa você.

- Agora vamos representar as outras pessoas da família, também com círculos (com o nome da pessoa dentro), ligados ao seu círculo com linhas com flechinha na ponta. Vamos usar a seguinte notação (mostrar o modelo ou desenhar no quadro):

  • a) a distância entre círculos dos membros da família e o seu círculo, diz se a pessoa está mais próxima ou mais longe de você, com relação ao relacionamento entre vocês;

  • b) flecha com a ponta para o círculo do membro da família, indica pessoas que eu influencio;

  • c) flecha com a ponta para dentro do meu círculo, indica que essas pessoas me influenciam;

  • d) linha interrompida, tracejada, indica que a relação está abalada;

  • e) linha com uma barra transversal, indica que a relação só se dá através de um intermediário;

  • f) linha interrompida com um retângulo fino (um muro), indica que há um bloqueio que impede a sua relação com essa pessoa. (10 min)

- Agora, no verso da folha com os nomes/características, respondam às perguntas (uma pergunta por vez, dando 3 minutos para cada resposta):

i. Quem sou eu na minha família?

ii. O que espero da minha família?

iii. O que a minha família espera de mim?

iv. Há relações na minha família que eu gostaria que fossem melhores? Quais relações são essas?

v. O que posso fazer para melhorar esses relacionamentos?

vi. Eu busco melhorar essas relações?

  1. Desenvolvimento do conteúdo

- Vamos formar trios para conversar sobre a família de cada um e suas relações. É uma oportunidade de vocês se conhecerem melhor! (15 min) (não precisarão compartilhar no retorno ao grupão)

- Voltando ao grupão, ver com eles como foi pensar sobre a família e seus relacionamentos.

- vamos pensar um pouco sobre a importância da família. Toda a sociedade sabe da importância da família, que é a base da sociedade. E isso também foi tratado por Kardec no LE.


Na pergunta 775, na 3ª parte do livro, na Lei de Sociedade, temos:

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?

Uma recrudescência do egoísmo.”


==> Ou seja, o que aconteceria no mundo se não houvesse mais as famílias? ==> vitória do egoísmo! Surgimento do egoísmo com maior intensidade!


Como podemos entender essa resposta? Porque o relaxamento dos laços familiares propicia mais condições para o surgimento do egoísmo? == > (deixar que respondam)

Vemos o complemento desse assunto na perg. 774:

Perg. 774. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”

==> é na família, na convivência diária, que aprendemos a nos amarmos uns aos outros.

==> e com as reencarnações, vamos ampliando as relações familiares e caminhando para o amor universal, pra família universal, que é nosso destino.

==> é claro, que também na família são reunidos Espíritos não afins, ou até mesmo inimigos, para irem desfazendo a animosidade. A “força” dos laços familiares vai aos poucos, fortalecendo os laços já existentes, e criando novos laços.

  1. Fixação do conteúdo

Vamos ver uma história retratada num filme brasileiro, chamado A Vida Invisível, de 2019, que conta a história de duas irmãs, Guida e Eurídice, adolescentes no Rio, em 1950, numa sociedade paternalista e conservadora.

  • Quem não viu e pretendia ver, sinto muito!!! Vou dar spoilers!!! Ou melhor, vou contar a história!!!!


Guida e Eurídice eram as duas filhas de uma família patriarcal da década de 50, ou seja, a mulher não tinha voz ativa na sociedade.

- Elas eram muito unidas, muito amigas. – aqui podemos ver que existiam laços espirituais entre elas. Espíritos afins que reencarnaram na mesma família.


- Eurídice era talentosa no piano; bem tímida. Guida, ao contrário, era extrovertida e namoradeira. Adorava as baladas da noite do Rio.

Naquela época, família patriarcal, vocês acham que Guida se dava bem com os costumes rígidos do pai? O pai permitia que Guida saísse para as baladas noturnas?

Claro que não! Então o que Guida fazia? Quem arrisca um palpite?

- ela combinava com a irmã, que dava cobertura, e ela fugia de noite, saindo pela janela!

- aqui já temos um ponto a considerar: em nome do amor, podemos ou devemos ser cúmplices em erros?

- Eurídice acobertava a irmã, mas ficava com medo de serem descobertas e preocupada com a irmã. Não dormia enquanto ela não voltava.

Um dia, Guida resolveu fugir com o namorado (que namorava escondido, claro!). E novamente pediu à irmã que a acobertasse!. Essa noite foi a última vez que as duas irmãs se viram nessa encarnação. Todo o filme passa na tentativa das duas se reencontrarem.

No dia seguinte ao da fuga, o pai ficou sabendo e falou para a mãe e para Eurídice, que por essa ação, Guida estava morta para a família!

- início de um novo drama entre esses Espíritos....

O que aconteceu então?

Eurídice continuou sua vida, sempre preocupada e com saudades da irmã, sem notícias dela.

Ela ficou noiva e se casou.

Sempre procurando notícias da irmã.

Sonhava em ser pianista, mas engravidou e acabou se frustrando nesse sonho. Pareceu viver toda a encarnação descontente, frustrada.

E Guida? O que aconteceu com ela? Quem arrisca?

- ela e o namorado, viajaram para outro país, e lá, ele a abandonou. Nunca se casaram. Ela voltou pra casa dos pais, alguns anos depois, grávida.

O pai não quis saber dela.

A mãe chorou, implorou pela aceitação da filha de volta e do neto que viria, mas ele foi irredutível.

Ameaçou-a: se quisesse aceitar a filha, que se fosse embora com ela.

E também a proibiu de contar à Eurídice que a irmã havia voltado.

E para Guida, disse que Eurídice tinha se mudado para a Europa para estudar piano.

E o filho de Guida? Será que estava previsto nessa reencarnação? Não sabemos...

Mas desde que se iniciou essa gestação, passou a fazer parte da vida dela.

Guida foi morar em quarto alugado, teve o filho com a ideia de abandoná-lo ao nascer, mas não teve coragem.

- vemos aqui, que ela venceu a tentação do abandono do filho. Resolveu assumir o filho e, sozinha, sem marido, na sociedade conservadora da época, tocar a sua vida.

A dona da casa que a acolheu, se afeiçoou a ela e ao menino. Formaram como uma família: mãe, filha e neto. Enquanto jovem, continuou indo nas baladas...

Muitas dificuldades financeiras; muito trabalho para trazer sustento para a casa. Uma vida de sacrifícios, força, alegria de viver mesmo nesse cenário difícil e sem o amparo da família consanguínea que nem conheceu seu filho.

Nunca deixou de escrever para a irmã, no endereço dos pais. A mãe guardava as cartas. Nunca foram entregues à Eurídice.

No fim do filme, arrumando as coisas numa mudança de casa, Eurídice já idosa, com 2 filhos e netos, encontra uma caixa com todas as cartas que Guida escreveu a ela durante todos os anos até o fim de sua vida, e que nunca foram entregues pra ela!

Eurídice sentiu uma tristeza profunda por uma vida que poderia ter sido tão diferente...

As duas vivendo no Rio, e nunca se reencontraram!

- Vamos fazer novamente trios para discussão sobre esses conflitos familiares que o filme retrata.

==> Vendo as características de cada personagem, o que será que haviam planejado nessa encarnação?

==> Qual poderia ser a ligação entre esses 4 Espíritos que reencarnaram juntos?

==> Onde começou o drama desses personagens?

==> Como poderia ter sido diferente, se outras fossem as escolhas?

- Pedir que os trios apresentes suas conclusões.

Reflexões sobre o filme:

- Vemos que com os temperamentos diferentes delas, uma poderia ajudar a outra a vencer suas dificuldades íntimas. Talvez Eurídice tenha vindo junto com a Guida para tentar ajudá-la a conter seus impulsos, E Guida, a auxiliar a irmã a ser mais ativa, mais confiante....

- Guida fugiu com o namorado achando que seria feliz. Podemos ser felizes trazendo dor, sendo ingratos com aqueles que nos deram a vida?

- será que estava previsto essa separação das duas no planejamento reencarnatório? Temos o nosso livre arbítrio e muitas vezes tomamos decisões equivocadas que mudam o rumo de nossa encarnação.

- O pai foi tão severo, orgulhoso e não perdoou a filha. Poderia ter sido muito mais feliz, pois com a atitude dele, prejudicou a filha, a esposa, Eurídice e a ele próprio.

- não sabemos qual a vinculação anterior que esses dois Espíritos, pai e Guida, tinham antes dessa reencarnação. Vemos a dureza no tratamento com essa filha.

Seria amor ferido? Desilusão? Mágoa?

Quantas obsessões começam pelo amor ferido que se transforma em ódio!

  1. Conclusão:

Mesmos nas situações mais difíceis em família, estamos onde precisamos estar, com quem precisamos estar. Assim, como precisamos da família, a família também precisa de nós!

Como Kardec nos trouxe no Evangelho, “fora da caridade não há salvação”.

E é caridade moral saber calar ao invés de agredir, renunciar, respeitar, perdoar...

Agradeçamos a Deus, todos os dias, pela família que temos, pois essa é a família que precisamos para nosso crescimento espiritual!

Voltando às reflexões iniciais que vocês fizeram, busquem olhar cada membro da família atual, como Espíritos ligados a vocês, desde épocas passadas, reunidos atualmente, para crescimento mútuo.

  1. Exercícios de respiração profunda, passes coletivos e prece final.

  1. Avaliação

Encontro com 9 jovens. Fizeram a atividade individual com atenção. Não fiz as perguntas, passando direto para a discussão nos trios. Fizemos 3 trios para as discussões.
Faltou explicitar que focassem na família nuclear (a que vive na mesma casa, e um ou outro membro que não vive junto mas é ligado à família nuclear).
Não deu tempo pra nova discussão em trios sobre o filme. Só relatei de modo geral as escolhas que os personagens tomaram filme e as consequências na encarnação.


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