Casa Espírita Missionários da Luz - Juventude: > 14 anos 18/08/2023
Tema: Lei de Conservação - Respeito aos animais e a Natureza
Objetivo:
Refletir sobre o cuidado que devemos ter para com os animais e a Natureza;
Analisar a questão da alimentação animal, conforme as orientações dos Espíritos na literatura espírita.
Bibliografia:
- LE, perg s 27 (Espírito e Matéria), 606 e 607 (Cap.XI Dos três reinos > Os animais e o homem'; 722 à 724 (Privações Voluntárias), 729 e 734 (Lei de Destruição);
- Revista Espírita, Ago/1862 'O planeta Vênus';
- Revista Espírita, Abril/1858, Revista Espírita, Abr/1858, Palestras familiares de além-túmulo - DESCRIÇÃO DE JÚPITER - BERNARD PALISSY;
- A Gênese, Cap. 3 - ‘O Bem e o Mal’, item 24 ‘Destruição dos seres vivos uns pelos outros’;
- Em Defesa da Vida Animal – FEB, volumes I e II.
https://www.febnet.org.br/portal/wp-content/uploads/2021/05/WEB-Em-Defesa-da-Vida-Animal-13-05-21.pdf
https://www.febnet.org.br/portal/wp-content/uploads/2023/03/WEB-Em-Defesa-da-Vida-Animal-volume-2.pdf
Material: trechos das reflexões em pedaços de papel.
Desenvolvimento:
Dar as boas vindas aos grupos, hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece.
Motivação ao tema:
Falar da trindade universal Deus, Espírito e Matéria, conforme a perg. 27 de o LE, explicando os dois elementos básicos da criação divina. Explicar os termos Princípio Inteligente e Princípio Espiritual.
Depois, entregar a cada jovem, em pedaços de papel, trechos de msgs que falam da questão do princípio inteligente evoluindo através dos diversos reinos da natureza. (trechos colhidos dos PDFs da FEB, sobre defesa da vida animal).
Trechos a serem entregues em pedaços de papel:
Emmanuel,
Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 17
E,
como o objetivo desta palestra é o estudo dos animais, nossos irmãos
inferiores, sinto me à vontade para declarar que todos nós já nos
debatemos no seu acanhado círculo evolutivo. São eles os nossos
parentes próximos, apesar da teimosia de quantos persistem em o não
reconhecer. (...)
O
Consolador, Emmanuel/Chico Xavier
Perg.79
–Como interpretar nosso parentesco com os animais?
Considerando
que eles igualmente possuem diante do tempo, um porvir de fecundas
realizações, através de numerosas experiências chegarão, um dia,
ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no
escoar dos milênios, a situação de angelitude. A escala do
progresso é sublime e infinita.
No
quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busquemos uma figura que nos
convoque ao sentimento de solidariedade e de amor que deve imperar em
todos os departamentos da natureza visível e invisível. O mineral é
atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é
razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de
laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em
nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal.
LE,
perg. 606.
Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma
de natureza especial de que são dotados? “Do
elemento inteligente universal.”
a)
–
Então emanam de um único princípio a inteligência do homem e a
dos animais?
“Sem
dúvida alguma, porém no homem passou por uma elaboração que a
coloca acima da que existe no animal.”.
LE,
perg. 607.
Dissestes que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde
ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas
desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa
primeira fase do seu desenvolvimento?
“Numa
série de existências que precedem o período a que chamais
humanidade.”
LE,
perg. 607 a)
– Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o
princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?
“Já
não dissemos que tudo na Natureza se encadeia e tende para a
unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é
que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a
pouco e se ensaia para a vida, conforme já dissemos. É, de certo
modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito
do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna
Espírito. Entra então no período humano, (...).
Reconhecei
a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é
solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que
for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, seria
blasfemar da Sua bondade, que se estende por sobre todas as suas
criaturas.”
- Pedir que as duplas/trios apresentem suas conclusões.
- Falar dessa iniciativa da FEB disponibilizando esses dois PDFs aos espíritas, para que nos conscientizemos da importância de nossa atuação na preservação da Natureza e, principalmente, no respeito aos animais.
O
PDF traz: Participe
da Campanha 'Em Defesa da Vida.
Esclareça-se
e também diga NÃO à violência contra os animais.
Falar das condições cruéis que vivem, em muitos casos, aves, bovinos e outros animais pro abate pela indústria da carne.
Que somos apoiadores dessas crueldades quando participamos, ainda que indiretamente, dos produtos dessa indústria.
Conclusão
Concluir com a msg de Emmanuel em O Consolador, na perg. 129:
“Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia
coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano.
Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos
graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos,
dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres
poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos
inferiores.”
Encerrar pedindo que um dos jovens leia o conto de Neio Lucio:
O Peru Pregador, para concluir as reflexões da noite.
Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.
Avaliação:
Encontro com 5 jovens. Não fizemos as duplas devido ao número reduzido de jovens. Também não foi possível ler todos os trechos selecionados. Não tinham ideia da trindade da criação. Não deu tempo de ler o conto de Neio Lucio. Uma das jovens era vegetariana por pena dos animais. Outro jovem comentou que nunca tinha pensado nesse assunto.
Anexos
Subsídios teóricos:
A Gênese, Cap. 3 , item 24 ‘Destruição dos seres vivos uns pelos outros’
Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.
No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue.
Emmanuel, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 17
Os animais têm a sua linguagem, os seus afetos, a sua inteligência rudimentar, com tributos inumeráveis. São eles os irmãos mais próximos do homem, merecendo, por isso, a sua proteção e amparo. (...)
O homem está para o animal, simplesmente como um superior hierárquico. Nos irracionais desenvolvem-se igualmente as faculdades intelectuais. O sentimento de curiosidade é, na maioria deles, altamente avançado e muitas espécies nos demonstram as suas elevadas qualidades, exemplificando o amor conjugal, o sentimento da paternidade, o amparo ao próximo, as faculdades de imitação, o gosto da beleza. Para verificar a existência desses fenômenos, basta que se possua um sentimento acurado de observação e de análise. (...)
Da noite dos grandes princípios, ainda insondável para nós, emergimos para o concerto da vida. A origem constitui, para o nosso relativo entendimento, um profundo mistério, cuja solução ainda não nos foi possível atingir, mas sabemos que todos os seres inferiores e superiores participam do patrimônio da luz universal. (...)
É certo que o Espírito jamais retrograda, constituindo uma infantilidade as teorias da metempsicose dos egípcios, na antiguidade. Mas, se é impossível o regresso da alma humana ao circulo da irracionalidade, recebei como obrigação sagrada o dever de amparar os animais na escala progressiva de suas posições variadas no planeta.
Estendei até eles a vossa concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente, os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios da vida.
Antologia Mediúnica do Natal (Espíritos Diversos) — Neio Lúcio/Chico Xavier
Cap. 37 'O peru pregador'
Um belo peru, após conviver largo tempo na intimidade duma família que dispunha de vastos conhecimentos evangélicos, aprendeu a transmitir os ensinamentos de Jesus, esperando-lhe também as divinas promessas. Tão versado ficou nas letras sagradas que passou a propagá-las entre as outras aves.
De quando em quando, era visto a falar em sua estranha linguagem “glá-glé-gli-gló-glu”. Não era, naturalmente, compreendido pelos homens. Mas os outros perus, as galinhas, os gansos e os marrecos, bem como os patos, entendiam-no perfeitamente.
Começava o comentário das lições do Evangelho e o terreiro enchia-se logo. Até os pintainhos se aquietavam sob as asas maternas, a fim de ouvi-lo.
O peru, muito confiante, assegurava que Jesus-Cristo era o Salvador do Mundo, que viera alumiar o caminho de todos e que, por base de sua doutrina, colocara o amor das criaturas umas para com as outras, garantindo a fórmula de verdadeira felicidade na Terra. Dizia que todos os seres, para viverem tranquilos e contentes, deveriam perdoar aos inimigos, desculpar os transviados e socorrê-los.
As aves passaram a venerar o Evangelho; todavia, chegado o Natal do Mestre Divino, eis que alguns homens vieram aos lagos, galinheiros, currais e, depois de se referirem excessivamente ao amor que dedicavam a Jesus, laçaram frangos, patinhos e perus, matando-os, ali mesmo, ante o assombro geral.
Houve muitos gritos e lamentações, mas os perseguidores, alegando a festa do Cristo, distribuíram pancadas e golpes à vontade.
Até mesmo a esposa do peru pregador foi também morta.
Quando o silêncio se fez no terreiro, ao cair da noite, havia em toda parte enorme tristeza e irremediável angústia de coração.
As aves aflitas rodearam o doutrinador e crivaram-no de perguntas dolorosas.
Como louvar um Senhor que aceitava tantas manifestações de sangue na festa de seu natalício? Como explicar tanta maldade por parte dos homens que se declaravam cristãos e operavam tanta matança? Não cantavam eles hinos de homenagem ao Cristo? Não se afirmavam discípulos d’Ele? Precisavam, então, de tanta morte e tanta lágrima para reverenciarem o Senhor?
O pastor alado, muito contrafeito, prometeu responder no dia seguinte. Achava-se igualmente cansado e oprimido. Na manhã imediata, ante o Sol rutilante do Natal, esclareceu aos companheiros que a ordem de matar não vinha de Jesus, que preferira a morte no madeiro a ter de justiçar; que deviam todos eles continuar, por isso mesmo, amando o Senhor e servindo-o, acrescentando que lhes cabia perdoar setenta vezes sete. Explicou, por fim, que os homens degoladores estavam anunciados no versículo quinze do capítulo sete, do Apóstolo Mateus, que esclarece: — “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que veem até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” Em seguida, o peru recitou o capítulo cinco do mesmo evangelista, comentando as bem-aventuranças prometidas pelo Divino Amigo aos que choram e padecem no mundo.
Verificou-se, então, imenso reconforto na comunidade atormentada e aflita, porque as aves se recordaram de que o próprio Senhor, para alcançar a Ressurreição Gloriosa, aceitara a morte de sacrifício igual à delas.
Alvorada Cristã — Neio Lúcio/Chico Xavier, Cap. 17 'A conta da vida'
Quando Levindo completou vinte e um anos, a mãezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria.
No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada.
O filho, até à maioridade, não tolerava qualquer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.
Recusava bons conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício.
Nessa noite, todavia, a abnegada mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida jovem.
As orações da devotada criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão.
Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa de semelhante visita.
O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu:
— Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.
Enquanto o moço arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:
— Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam. Em troca, que fizeste de útil? Não restituíste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação? Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a ociosidade te paralise o coração e desfigure o espírito!…
O moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou…
Amanhecera.
O Sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.
Levindo escapou da cama, correu até à genitora e exclamou:
— Mãezinha, arranje-me serviço! Arranje-me serviço!…
— Oh! Meu filho, — disse a senhora num transporte de júbilo, — que alegria! Como estou contente!… Que aconteceu?
E o rapaz, preocupado, informou:
— Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.
Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.
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