Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ
Mocidade: > 14 anos 05/05/2023
Tema: Desvios do Planejamento Reencarnatório
Objetivo:
Analisar alguns casos de desvios no planejamento, e a necessidade de vigiarmos para não nos desviarmos do caminho.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, pergs 258 à 266 (Escolha das Provas); 843 à 847 (Livre arbítrio); 851 à 867 (Fatalidade);
O Céu e o Inferno, 2ªparte, Cap VIII - Expiações terrestres > ‘Anna Bitter’.
Material: Exemplar de O Livro dos Espíritos e de O Céu e o Inferno.
Desenvolvimento:
1. Hora das novidades da semana.
2. Exercícios de respiração profunda e prece inicial.
3. Motivação Inicial:
Hoje vamos refletir um pouco sobre o planejamento reencarnatório e os desvios que às vezes fazemos. Vamos começar vendo umas perguntas do Livro dos Espíritos.
Pedir que um jovem leia a perg. 258 (Escolha das Provas):
Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar, e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”
a) – Não é Deus, então, que lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
“Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus que estabeleceu todas as leis que regem o universo. Ide agora perguntar por que decretou ele esta lei e não aquela! Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem.
==> que pontos importantes temos nessa pergunta? Antes de reencarnar, nós mesmos escolhemos o gênero das provas que passaremos. E como escolhemos, somos responsáveis pela forma como vamos passar por essas provas e pelas consequências desses nossos atos!
==> podemos então deduzir dessa resposta que todas as dificuldades, dores, problemas que passamos foram escolhidas por nós? Quem gostaria de opinar nesse assunto?
Depois das respostas, pedir que outro jovem leia a resposta da perg. 259 pois Kardec fez essa pergunta:
“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades são a consequência da posição em que vos achais e, muitas vezes, das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele evento. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muita probabilidade de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”
==> o que é gênero das provas? Quem pode dar um exemplo? ==> Os próprios Espíritos deram um exemplo na resposta!!!
Outro exemplo: Se você tivesse nascido numa favela no Rio, como seria a sua vida? Que tipo de tentações, de convites receberia? Como seriam os amigos que teria lá?
==> qual teria sido a sua escolha antes de reencarnar? ==> Nascer na favela.
==> como é a vida de muitas crianças que nascem nas favelas?
==> todas essas crianças seguem o mesmo tipo de vida? ==> Não!
==> depende de quê? ==> das escolhas que cada um faz no decorrer da vida; da vontade, do esforço de cada um.
Karde fez outra pergunta bem interessante, a 260: Como pode o Espírito desejar nascer entre gente de má vida?
==> o que vocês acham que os Espíritos responderam a ele?
==> Depois de responderem, pedir que um jovem leia a resposta dada a Kardec:
“Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem, é necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contato com gente dada à prática de roubar.”
4. Discussão dialogada
Pensando nas escolhas prévias que fazemos, e nas provas que a vida nos trará, onde aparecem os desvios no planejamento feito?
==> quando não resistimos às tentações que o gênero de provas nos traz.
==> quando nos deixamos levar pelos vícios de toda ordem: revolta, inveja, orgulho, raiva, tristeza, preguiça, etc.
Vamos ver um caso que Kardec colocou no livro o Céu e o Inferno. O caso de Anna Bitter.
Ler o caso:
Ser atingido pela perda de um filho adorado é um desgosto doloroso; mas ver um filho único que dá as mais belas esperanças, no qual se concentraram suas únicas afeições, definhar sob seus olhos, extinguir-se sem sofrimentos, por uma causa desconhecida, uma dessas bizarrias da natureza que desconcertam a sagacidade da ciência; ter esgotado inutilmente todos os recursos e adquirido a certeza de que não há nenhuma esperança, e aguentar essa angústia de cada dia durante longos anos sem lhe prever o fim, é um suplício cruel que a fortuna aumenta, em vez de aliviá-lo, porque se tem a esperança de ver um dia um ser querido desfrutar dela.
Tal era a situação do pai de Anna Bitter; assim, um desespero sombrio se apossara da sua alma, e seu caráter se azedava cada vez mais à vista desse espetáculo pungente cuja saída não podia ser senão fatal embora indeterminada.
==> qual deve ter sido a escolha feita por esses dois Espíritos? Pai e filha? Qual o gênero das provas?
- deixar que reflitam sobre o caso e depois ver a continuidade do texto:
Um amigo da família, iniciado no Espiritismo, acreditou dever interrogar seu Espírito protetor a esse respeito, e recebeu dele a resposta seguinte:
“Aceito dar-te a explicação do estranho fenômeno que tens sob os olhos, porque sei que ao pedir-ma não és movido por uma indiscreta curiosidade, mas pelo interesse que diriges a essa pobre criança, e porque surgirá para ti, crente na justiça de Deus, um ensinamento valioso. (...)
A pobre garota, cujo decreto de morte o Onipotente suspendera, deve em breve voltar para o nosso seio, pois Deus teve compaixão dela, e seu pai, esse desgraçado entre os homens, deve ser atingido na única afeição da sua vida, por ter troçado do coração e da confiança daqueles que o cercam. Por um momento seu arrependimento tocou o Altíssimo, e a morte suspendeu seu gládio sobre essa cabeça tão querida; mas a revolta voltou, e o castigo segue sempre a revolta.
Gládio = espada
Depois da morte da Anna, seu Espírito também foi evocado:
Obrigada, meu amigo, por vos terdes interessado pela pobre criança, e por terdes seguido os conselhos do vosso bom guia. Sim, graças às vossas preces, pude deixar mais facilmente meu envoltório terrestre, pois meu pai, infelizmente, não orava: maldizia. No entanto, não lhe quero mal: era devido à sua grande ternura por mim. Peço a Deus para lhe fazer a graça de ser esclarecido antes de morrer; incito-o, encorajo-o; minha missão é aliviar seus últimos instantes.
==> vemos aqui que Anna é de fato, um Espírito mais evoluído e cuja missão é ajudar o pai a sair do egoísmo e revolta em que vive. Será que ele conseguiu vencer a prova da perda da única filha?
==> O pai morreu depois de ter sofrido o vazio do isolamento da perda da filha.
O guia do médium. Este homem não era ateu, nem materialista; mas era daqueles que creem vagamente, sem se preocupar com Deus nem com o futuro, absorvidos como estão pelos interesses da terra. Profundamente egoísta, teria sem dúvida sacrificado tudo para salvar a filha, mas teria também sacrificado sem escrúpulo todos os interesses de terceiros em seu benefício pessoal. (...). Ele não se interessava por ninguém na terra, ninguém se interessa por ele aqui; está sozinho, abandonado: essa é sua punição. A filha está perto dele, no entanto, mas ele não a vê; se a visse, não seria punido. O que ele faz? dirige-se a Deus? arrepende-se? Não; murmura continuamente; blasfema até; faz, numa palavra, como fazia na terra. Ajudai-o, pela prece e com conselhos, a sair de sua cegueira.
A Anna? Será que conseguiu seguir o planejamento reencarnatório?
Quanto a mim, não tinha senão um resto de expiação a cumprir, é por isso que ela não foi muito dolorosa, nem muito difícil. Na minha estranha doença, eu não sofria; era antes um instrumento de provação para meu pai, pois ele sofria mais de me ver naquele estado do que eu; eu estava resignada, e ele não.
Vemos esses dois Espíritos que reencarnaram com provas que os elevassem.
Ela, uma encarnação breve, com doença sem sofrimentos físicos, uma finalização de uma expiação anterior. Foi bem sucedida na prova. E na missão de ajudar o pai, fez sua parte mas ele não soube aproveitar.
Ele, inferior a ela, mas muito ligado a ela afetivamente, egoísta, se desviou do planejamento, pois nunca se conformou com a doença da filha. Se revoltou, não aceitou.
Perdeu a oportunidade da encarnação junto dela pra crescer! Quem sabe quando poderá novamente estar junto dela? Nem após a desencarnação ele não conseguiu estar com ela, pela revolta que ainda trazia em si.
5. Conclusão:
Vemos como a fé em Deus, a certeza da imortalidade e das muitas existências, é fundamental para que possamos bem nos conduzir na encarnação!
Quando nos desvinculamos de nossa essência divina, quando nos desconectamos de nossos amigos espirituais, nos perdemos nos convites, nas tentações do mundo e nos desviamos do planejamento que fizemos antes da reencarnação.
6. Se der tempo, outro caso para reflexão: contar resumidamente a história do violinista judeu do filme Canção dos Nomes. Procurar imaginar quais seriam as provas escolhidas para o violinista e como ele se saiu. As escolhas feitas e as consequências para ele e para a família adotiva.
7. Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.
Avaliação:
Encontro com 9 jovens (Bruna, Hérien, Larissa, Maria Luiza, Marina, Vinicius, Lucas, Maria Clara e Flavia), com participação. Estudo somente de 30 minutos, pois fizeram antes, o cartão de felicitações pelos 74 anos de niver da CEMIL.Não foi visto o texto de o CeI, nem comentado do filme. Somente reflexões sobre as perguntas do LE que também nem foram lidas integralmente. Dei como exemplo o caso relatado por Hermínio Miranda, em Nossos Filhos são Espíritos, do Espírito que reencarnaria na Argentina, como filha mais velha de uma família de 8 filhos, a mãe morreria e ela teria que cuidar dos irmãos menores (Espíritos abortados por ela em encarnação anterior).
Anexos –
The Song os Names
O CÂNTICO DOS NOMES diz respeito a uma canção específica que vai falar do holocausto judeu. Cantar para não esquecer é a solução encontrada e será a cena mais emocionante deste filme, ao desatarmos o nó da narrativa, entendermos o que movimenta os personagens numa trajetória que se extende por décadas.
Dovidi Rapoport (Clive Owen, adulto) é judeu polonês e toca violino como ninguém. Antes da Segunda Guerra, viaja com sei pai pra Inglaterra, que vê ali uma oportunidade de o filho estudar música e desenvolver uma carreira. Dovidi fica em Londres e passa a viver com a família de Martin Simmonds (Tim Roth, adulto). A guerra estoura e Rapoport fica em Londres definitivamente.
Os meninos são criados como irmãos e, aos 21 anos, Dovidi vai se apresentar em seu primeiro concerto. A expectativa é grande, mas ele não aparece. É em torno desse sumiço que o filme vai rolar, cheio de flashbacks pra nos situar no passado.
Sim, porque é no futuro, quando Dovidi e Martin já são adultos, que a busca vai acontecer. Martin não sossega até descobrir o que aconteceu com o amigo. Sempre permeado pela narrativa do passado, alinhavando os argumentos que constroem a trajetória dos personagens, temos a música como pano de fundo pra construção da pessoa que Dovidi se torna.
Porém, mais importante do que a música e a valorização da cultura, da arte e da educação, é o apreço pela tradição judaica, pelo sentido da religiosidade diante dos holocaustos por que o povo judeu passou em toda a sua história. É diante disso que o cântico – aquele, da cena mais emocionante – ganha seu significado mais profundo de pertencimento. Nele está a necessidade de lembrar sempre pra não esquecer. E não se repetir.
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