Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ
Mocidade: > 14 anos 12/05/2023
Tema: Processo de Desencarnação
Objetivo:
Estudar o processo da desencarnação e a situação dos Espíritos após a morte;
Estudar a situação das crianças após a morte;
Estudar o processo das desencarnações coletivas.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos – 2ª parte – Cap. III; 4ª parte, pergs 154 à 157, 161 (Separação da Alma e do corpo); 163 à 165 (Perturbação Espiritual), 197 à 199 (Sorte das Crianças após a Morte), 936 (Perda de Entes Queridos), e 957 (Suicídio);
- A Gênese – Cap. XI – 18 e 19 (Encarnação dos Espíritos);
- O Céu e o Inferno, 2ª parte Cap. I ‘O Passamento’;
- O Livro dos Médiuns, Cap. XXV (Das evocações), item 282, perg. 35 (crianças após a morte);
- Evang.Seg.Espiritismo, Cap. V, item 21 ‘Mortes Prematuras’, Cap. XXVII, itens 10 e 18 (Pedi e Obtereis); Cap. XXVIII, itens 59 e 63 (Preces pelos que já não estão na Terra);
- O que é o Espiritismo? > Capítulo III — Solução de alguns problemas pela doutrina espírita > O homem depois da morte > 154;
- RE, Dez/1858 > Um Espírito nos funerais de seu corpo. Estado da alma no momento da morte;
- RE Jan/1858 > Evocações particulares. > Mamãe, aqui estou!.
Material: Exemplar de O Céu e o Inferno; O Que é o Espiritismo; O Livro dos Médiuns; RE Jan/1858; O LE.
Desenvolvimento:
1. Hora das novidades da semana.
2. Exercícios de respiração profunda e prece inicial.
3. Motivação Inicial:
Relatar o caso que Kardec publicou na RE, Dez/1858, ‘Um Espírito nos funerais de seu corpo’, onde relata a situação de um senhor que teve morte súbita fora de casa, explicando que quem relatou a Kardec o fato, foi um médium vidente muito lúcido, o Sr.Adrien:
O
Sr. X... acabava de ser vitimado por um ataque de apoplexia.
Algumas
horas depois
de sua morte, o Sr. Adrien, um de seus amigos, achava-se na câmara
mortuária, com a esposa do defunto. Ele
viu distintamente o Espírito andar em todas as direções; olhar
alternativamente para o seu corpo e para as pessoas presentes e
depois sentar-se numa poltrona. Tinha exatamente a mesma aparência
de quando vivo.
Vestia-se do mesmo jeito: sobrecasaca preta e calças pretas. Estava
com as mãos nos bolsos e parecia desconfiado.
No dia seguinte, durante o serviço fúnebre, o Sr. Adrien viu novamente o Espírito de seu amigo vagando ao lado do caixão, mas já não tinha a roupa da véspera: estava envolto numa espécie de túnica. Entre ambos travou-se a seguinte conversa.
─ Diga-me uma coisa, meu caro Espírito: o que sentes agora?
─ Conforto e sofrimento.
─ Não compreendo isto.
─ Sinto que estou vivendo a minha verdadeira vida, entretanto, vejo o meu corpo aqui neste caixão; apalpo-me e não me sinto, contudo sinto que vivo, que existo. Serei então dois seres? Ah! Deixe-me sair desta noite, deste pesadelo.
─ Deverás ficar muito tempo assim?
─ Oh! Não. Graças a Deus, meu amigo, sinto que despertarei em breve. Seria horrível se assim não fosse. Tenho as ideias confusas; tudo é obscuridade; penso na grande divisão que acaba de ser feita... e da qual nada compreendo.
Que efeito lhe produziu a morte?
─ A morte? Eu não estou morto, meu filho! Você se engana. Eu me levantava e de repente fui atingido por uma escuridão que me desceu sobre os olhos; depois me levantei e imagine o meu espanto ao me ver, ao me sentir vivo e ter ao meu lado, sobre o ladrilho, meu outro ego deitado. Minhas ideias estavam confusas. Eu tentava me recompor, mas não conseguia. Vi minha mulher chegar e velar-me, lamentando-se, mas eu me perguntava o motivo. Eu a consolava, falava-lhe, mas ela nem me respondia nem me compreendia. É isto que me torturava e deixava meu espírito mais perturbado. Só você me fez bem, porque me escutou e compreende o que eu quero. Você me ajuda a destrinçar minhas ideias e me faz um grande bem. Mas por que os outros não fazem o mesmo? Eis o que me tortura... O cérebro está esmagado por esta dor... Irei vê-la. Talvez agora ela me entenda…
4. Discussão dialogada
- O que vocês acharam desse relato? O que aconteceu?
- Como vocês acham que é o morrer? Como acontece? Será sempre igual ao do Sr. X desse relato de Kardec?
==> depois das respostas, pedir que um jovem leia o trecho de O Céu e Inferno:
Na morte natural, aquela que resulta da extinção das forças vitais pela idade ou a doença, o desprendimento se opera gradualmente; no homem cuja alma está desmaterializada e cujos pensamentos se desligaram das coisas terrestres, o desprendimento é quase completo antes da morte real; o corpo vive ainda a vida orgânica, e a alma já entrou na vida espiritual e não está mais ligada ao corpo a não ser por um laço tão fraco que se rompe sem dificuldade no último batimento do coração. Nessa situação, o Espírito pode ter já recuperado sua lucidez, e ser testemunha consciente da extinção da vida de seu corpo do qual está feliz de se ter libertado; para ele, a perturbação é quase nula; não é mais do que um momento de sono tranquilo, do qual ele sai com uma indizível impressão de felicidade e de esperança.
No homem material e sensual, aquele que viveu mais pelo corpo do que pelo espírito, para quem a vida espiritual não é nada, nem mesmo uma realidade em seu pensamento, tudo contribuiu para apertar os laços que o prendem à matéria; nada veio afrouxá-los durante a vida. Com a aproximação da morte, o desprendimento se opera também por graus, mas com esforços contínuos. As convulsões da agonia são o indício da luta travada pelo Espírito que por vezes quer romper os laços que lhe resistem, e outras vezes se agarra a seu corpo do qual uma força irresistível o arranca violentamente, parte por parte. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 9)
- Sugerir sorteio para respostas a perguntas para nortearem nossa reflexão e possibilitar maior participação!
Perguntas pra reflexão:
a) Será que é difícil para o Espírito, morrer? Será que dói?
b) Faz diferença para o Espírito se a morte é natural ou é por acidente?
c) E para o suicida? Como é o morrer para o suicida?
d) E se a morte veio na infância? Como fica o Espírito da criança que morreu?
e) E nas mortes coletivas? Todos os que morrem despertam juntos no Plano Espiritual?
==> depois que o sorteado responder, pedir que ele leia a resposta nas obras básicas:
a) Será que é difícil para o Espírito, morrer? Será que dói?
Disto resulta que o sofrimento, que acompanha a morte, está subordinado à força de aderência que une o corpo e o perispírito; que tudo o que pode ajudar na diminuição dessa força e na rapidez do desprendimento torna a passagem menos penosa; por fim, que se o desprendimento se opera sem nenhuma dificuldade, a alma não experimenta nenhuma sensação desagradável. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, último parágrafo do item 5)
b) Faz diferença para o Espírito se a morte é natural ou é por acidente?
Na morte natural, a que sobrevém pelo esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo. (LE. Perg.154)
Na morte violenta, as condições não são exatamente as mesmas. Nenhuma desagregação parcial pôde trazer uma separação prévia entre o corpo e o perispírito; a vida orgânica, em toda sua força, é subitamente detida; o desprendimento do perispírito não começa senão depois da morte, e, neste caso como nos outros, não se pode operar instantaneamente. O Espírito, pego de improviso, fica como que atordoado; mas, sentindo que pensa, acredita que ainda está vivo, e essa ilusão dura até que se tenha dado conta de sua situação. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, trecho inicial do item 12)
c) E para o suicida? Como é o morrer para o suicida?
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção. (LE, comentário da perg.957, início do 2º parágrafo)
d) E se a morte veio na infância? Como fica o Espírito da criança que morreu?
Qual, na outra vida, o estado intelectual e moral da alma da criança morta em tenra idade? Suas faculdades conservam-se na infância, como durante a vida?
O incompleto desenvolvimento dos órgãos da criança não dava ao Espírito a liberdade de se manifestar completamente; livre desse invólucro, suas faculdades são o que eram antes da sua encarnação. O Espírito, não tendo feito mais que passar alguns instantes na vida, não sofre modificação nas faculdades. (O que é o Espiritismo?, Cap. III, item 154)
Como pode o Espírito de uma criança, que morreu em tenra idade, responder com conhecimento de causa, se, quando viva, ainda não tinha consciência de si mesma?
“A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria; porém, desprendido desta, goza de suas faculdades de Espírito, porquanto os Espíritos não têm idade, o que prova que o da criança já viveu. Entretanto, até que se ache completamente desligado da matéria, pode conservar, na linguagem, traços do caráter da criança.” (O Livro dos Médiuns, Cap. XXV (Das evocações), item 282, perg. 35)
Pedir que um outro jovem leia ao artigo da RE Jan/1858 > Evocações particulares. > Mamãe, aqui estou! (jovem que desencarnou com 14 anos, que vem conversar com a mãe).
Alguns livros psicografados falam de Instituições no PE, que abrigam os Espíritos que desencarnaram como crianças:
- Entre a Terra e o Céu, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 9 ‘No Lar da Benção’, Cap. 10 e 11;
- Voltei, Irmão Jacob /Chico Xavier, Cap. Nova Moradia Espiritual, item 'O Parque de Repouso'.
e) E nas mortes coletivas? Todos os que morrem despertam juntos no Plano Espiritual?
Nos casos de morte coletiva, tem sido observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se reveem imediatamente. No estado de perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que lhe interessam.
(O Livro dos Espíritos, comentário da perg. 165, penúltimo parágrafo)
5. Conclusão:
No livro O Céu e o Inferno, Kardec colocou diversos casos de situação de Espíritos no momento da desencarnação e como se percebiam depois da morte. São diversas situações.
O importante é: aqueles que vivem o Bem, são espiritualizados, tem o hábito da oração, da meditação, tem o processo de libertação do corpo mais tranquilo e são recebidos por amigos e familiares no PE.
Assim, busquemos seguir as lições de Jesus! Vivermos Bem para desencarnarmos bem!
6. Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.
Avaliação:
Encontro com 4 jovens. Só li o caso inicial da RE, e o restante foi em roda de conversa. De modo geral, não tinham informações claras sobre as diversas situações.
Anexos – Subsídios teóricos
“Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.” (LE. Perg.155)
A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. (LE. Comentário da perg.155a)
Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito. (A Gênese, Cap.XI, item 18)
(força que atuava era a influência do princípio vital)
Na passagem da vida corpórea à vida espiritual produz-se ainda outro fenômeno de importância capital: é o da perturbação. Nesse momento, a alma experimenta um entorpecimento que paralisa momentaneamente suas faculdades e neutraliza, ao menos parcialmente, as sensações; ela fica, por assim dizer, em estado cataléptico, de sorte que quase nunca é testemunha consciente do último suspiro. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 6)
A perturbação pode então ser considerada como o estado normal no instante da morte; sua duração é indeterminada; ela varia de algumas horas a alguns anos. À medida que a perturbação se dissipa, a alma fica na situação de um homem que sai de um sono profundo; as ideias são confusas, vagas e incertas; vê como através de um nevoeiro; pouco a pouco a vista clareia, a memória volta, e reconhece a si mesma. Mas esse despertar é bem diferente, de acordo com os indivíduos; nuns, é calmo e propicia uma sensação deliciosa; em outros, é cheio de terror e de ansiedade, e produz o efeito de um horrendo pesadelo. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 6)
Qual, na outra vida, o estado intelectual e moral da alma da criança morta em tenra idade? Suas faculdades conservam-se na infância, como durante a vida?
O incompleto desenvolvimento dos órgãos da criança não dava ao Espírito a liberdade de se manifestar completamente; livre desse invólucro, suas faculdades são o que eram antes da sua encarnação. O Espírito, não tendo feito mais que passar alguns instantes na vida, não sofre modificação nas faculdades. (O que é o Espiritismo?, Cap. III, item 154)
Como pode o Espírito de uma criança, que morreu em tenra idade, responder com conhecimento de causa, se, quando viva, ainda não tinha consciência de si mesma?
“A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria; porém, desprendido desta, goza de suas faculdades de Espírito, porquanto os Espíritos não têm idade, o que prova que o da criança já viveu. Entretanto, até que se ache completamente desligado da matéria, pode conservar, na linguagem, traços do caráter da criança.” (O Livro dos Médiuns, Cap. XXV (Das evocações), item 282, perg. 35)
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