Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 14/10/2022
Tema: Bem-aventurados os Aflitos
Objetivos:
- Estudar o capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo;
- Refletir a partir de estudo de caso, as aflições decorrentes de escolhas em encarnações anteriores e as geradas pelas condutas na encarnação atual.
Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V;
O Livro dos Espíritos, perg. 919; 4a parte, Cap. I ‘Das Penas e Gozos Terrenos);
NT, Jo, 16:33;
Trilogia de Yvonne Pereira: Nas Voragens do Pecado, Cavaleiro de Numiers, Drama da Bretanha.
https://www.youtube.com/watch?v=Z0R31bOYpLs&list=PLZ3eQbY0Rt-SqNGdrRHQ2ipIQDGHs4bfi&index=14 BERTHE de SOURMEVILLE por Elisa Braga (SP) | #13 HISTÓRIA PARA REFLETIR - YVONE PEREIRA ==> animação apresentando os personagens, ligando-os aos personagens de Nas Voragens do Pecado. (8 min)
https://www.youtube.com/watch?v=_0s322081Qk&list=PLZ3eQbY0Rt-SqNGdrRHQ2ipIQDGHs4bfi&index=15 - A FUGA por Elisa Braga (SP) | #14 HISTÓRIA PARA REFLETIR - YVONE PEREIRA, 7:43 minutos (Berthe se casa com Henri. Louis volta. Berthe foge com Louis)
https://www.youtube.com/watch?v=V6kHXVBkrXE - ONDE SE VÊ QUE NEM SEMPRE SE ESTÁ SÓ com Jorge Elarrat e Paulo Witter | #15 MEMÓRIAS DE UMA MÉDIUM (animação a partir dos 12:42 minutos até 21:54 min)
https://www.youtube.com/watch?v=DSB5bTDgZnE&list=PLZ3eQbY0Rt-SqNGdrRHQ2ipIQDGHs4bfi&index=16 - PREPARATIVOS por Elisa Braga (SP) | #16 HISTÓRIA PARA REFLETIR - YVONE PEREIRA (10:16 min) – Berthe volta 10 anos depois, depois das tragédias com Louis e Ferdinand. Berthe morre junto aos padres Tom e Rômulo.
https://pt.slideshare.net/SERDCS/o-cavaleiro-de-numiers-41911428
https://clubedosespiritas.blogspot.com/2012/03/abril-2012.html - (resumos do livro Cavaleiro de Numiers)
Desenvolvimento:
1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
2. Motivação Inicial:
Jesus
disse:
“No
mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo”
(Jo, 16:33)
E Kardec colocou como título no cap.V do ESE: “Bem aventurados os Aflitos”, onde reuniu diversas mensagens e reflexões sobre as dores, os sofrimentos que existem na Terra.
Esse é o maior capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo. Por que será, né? Kardec faz as perguntas que de modo geral, as pessoas que pensam sobre a vida fazem:
- Por que sofrem uns mais do que outros?
- Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições?
- Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir?
(deixar que respondam)
Quais tópicos vocês acham que Kardec colocou nesse capítulo? O que vocês acham que seria importante refletir, sob a ótica da DE, quando falamos das aflições do mundo, da vida? (Deixar que se expressem)
O item inicial que Kardec colocou foi: Justiça das aflições. ==> Então aqui, ele já começa dizendo que há uma lógica, justa, nas aflições do mundo… Os itens são:
— Causas atuais das aflições. — Causas anteriores das aflições.
— Esquecimento do passado. — Motivos de resignação. — O suicídio e a loucura.
Vendo esses itens, o que já podemos imaginar sobre o capítulo das Aflições?
- Como conciliar essas situações com a justiça de Deus, que é justo e bom?
3. Fixação de Conteúdo
Vamos refletir sobre esse assunto, a partir do estudo de uma das existências da médium Yvonne Pereira, registrada na obra O Cavaleiro de Numiers, que já comentamos aqui em estudos anteriores. Nessa existência ela se chamava Berthe.
- Passar a animação que conta o início da história. Iniciar aos 1:16 minutos, pois antes é a relação dos personagens com o livro anterior, Nas Voragens do Pecado:
https://www.youtube.com/watch?v=Z0R31bOYpLs&list=PLZ3eQbY0Rt-SqNGdrRHQ2ipIQDGHs4bfi&index=14
- quais aflições iniciais vemos na infância de Berthe?
==> pai rico, sedutor, não assumiu a paternidade; mãe camponesa, morre no nascimento da filha. Berthe é acolhida pela baronesa, a tia, até os 10 anos, quando a tia morre doente. Barão e filho Louis, viajam após a morte da baronesa e Berthe fica só, aos cuidados da família Numiers, recebendo educação pelos padres Tom e Rômulo.
- imaginem como se sente uma criança que se vê de repente, abandonada pela família que conhecia até então? A tia era como uma mãe pra ela; o primo, muito querido e a quem havia a promessa de casamento no futuro…
Estudos atuais, na psicologia transpessoal e em outras linhas psicológicas também, mostram que essas dores na 1ª infância deixam marcas profundas na psique da pessoa. Cada Espírito reage de uma forma a essas dores sofridas na infância! Chico Xavier, por exemplo, também passou por uma infância muito difícil, com perdas, e teve a vida de missionários que todos conhecemos! Mas nem todos reagem da mesma forma, na busca de preencher esse vazio da dor do abandono, da perda.
- essas aflições tem origem na vida de Yvonne como Berthe? Não! As causas dessas aflições são independentes da vontade de Berthe, que era uma criança de 10 anos! Estão, portanto, em uma existência anterior, relatada no primeiro livro da trilogia: Nas Voragens do Pecado.
==> vemos aqui, os outros 2 itens que Kardec colocou no capítulo das Aflições: Esquecimento do Passado e Motivos de Resignação.
==> na existência anterior, como Ruth Carolina de Champelle, ela teve uma família grande, nobre, amorosa, que a educou nas orientações do Evangelho e que ela não soube honrar, valorizar. Perdeu assim, na existência como Berthe, a possibilidade de ter uma família amorosa junto de si.
- Passar o 2º vídeo com a continuidade da história de Berthe:
https://www.youtube.com/watch?v=_0s322081Qk&list=PLZ3eQbY0Rt-SqNGdrRHQ2ipIQDGHs4bfi&index=15 (A FUGA)
- aqui, já estando na adolescência, começam a se delinear as experiências, as provas da existência que Berthe haveria de passar. E, naturalmente, as escolhas a serem feitas…
- quais aflições vemos logo no início?
==> Falta de notícias do tio e do primo. Berthe deixa de receber a mesada para sua manutenção. Novamente o abandono! Com 15 anos, jovem e bela, novamente sem saber de seu futuro, sem informações da família! Observemos que ela foi acolhida com todo o carinho pela família Numiers! Mas a lacuna do abandono, estava lá, gerando aspectos na personalidade dela!
Como podemos vê-la nessa fase dos 15 anos? ==> sedutora! Usando sua beleza para fletar com os rapazes da cidade! Essa é uma das formas da psique preencher a lacuna do amor, do abandono: ser amada, cortejada, admirada pelo sexo oposto. É uma compensação inconsciente na busca de preencher a dor do abandono.
Algumas pessoas se retraem, ficam super tímidas, não se relacionam com serenidade, com leveza com os demais; outras ficam orgulhosas querendo ser boas em tudo…
Essas nossas condutas inconscientes, que fazem nosso modo ser, de nos relacionarmos, são causas atuais de muitas aflições, como vemos no caso de Berthe!
==> por isso a importância do autoconhecimento! De nos observarmos, tentarmos entender o porquê de nossa forma de atuar no mundo… Voltamos à perg. 919a de OLE, nas orientações de Sto Agostinho!
==> e nós? Como nos expressamos na vida? Temos posturas que sempre fazemos sem nos darmos conta?
==> Voltando à Berthe, qual a escolha que ela faz, ao se ver sem a família, e após a defesa de Henri por ela? Decide se casar com Henri! Se passam 3 anos, tudo vai bem até o retorno de Louis, 11 anos depois de ter saído dali com o pai…
==> Nesse momento temos um ponto crítico da vida de Berthe!
- que escolhas vemos que ela faz? Quais as consequências?
==> desrespeito com o marido, com a família Numiers que a acolheu como filha aos 10 anos de idade!
==> fingimento ao voltar a ser carinhosa e atenciosa com o marido, premeditando a fuga com o primo, que não queria fugir com ela! Ela o convenceu, usando seu poder de sedução!
Consequências?
- pode alguém ser feliz, desgraçando a vida dos outros, sendo ingrata, fingindo, mentindo? Claro que não! Nesse ponto da existência, as escolhas dela começam a gerar a causa de futuras aflições!
- além de gerar futuras aflições para ela mesma, igualmente gerou aflições para Henri e sua família! Henri não conseguiu suportar a dor da fuga dela, e a vergonha perante a cidade, de ter sido abandonado. Ela já era co-responsável pelo suicídio de Franz pois flertou com ele sem estar interessada nele!
- ela teve algum apoio espiritual para esse momento crucial da existência? ==> Sim! Os dois padres, a quem ela amava e respeitava, e que a aconselhavam desde seu nascimento! Mas ela não os ouviu.
- o que ela deveria ter feito? ==> Novamente vemos o item ‘Motivos de Resignação’ que Kardec colocou no capítulo das Aflições. Berthe deveria ter se resignado com a sua nova vida, que não era uma vida ruim, pois eles viveram bem, felizes por 3 anos!
- Passar o 3º vídeo com a continuidade da história de Berthe, após sua fuga com Louis
https://www.youtube.com/watch?v=V6kHXVBkrXE - ONDE SE VÊ QUE NEM SEMPRE SE ESTÁ SÓ com Jorge Elarrat e Paulo Witter | #15 MEMÓRIAS DE UMA MÉDIUM (animação a partir dos 12:42 minutos até 21:54 min) ==> não achei a animação em separado!
- O que vemos aqui, das novas escolhas de Berthe? Vemos que uma coisa puxa outras! Precisamos ter coragem de assumir as consequências de nossos atos! Mas para isso, antes é preciso o arrependimento! Esse é o 1º passo no processo de reabilitação de um erro… se arrepender! Mas infelizmente, Berthe ainda não havia se arrependido…
- Aqui, ela vai tomando uma série de escolhas equivocadas, sempre prejudicando os outros e a si própria!
- novas escolhas equivocadas (causas de mais aflições para ela e os demais!):
1ª – finge estar arrependida e engana novamente Henri, usando seu poder de sedução. Henri não suporta nova rejeição, volta pra sua região natal e se suicida ao se jogar de um penhasco! Com o suicídio do filho, a mãe dele morre de tristeza, e o pai, Arnold, perde a motivação para viver se entregando ao vício do álcool, com ódio por Berthe que desgraçara sua família!
2ª – aceita ser amante de Ferdnand, o provedor financeiro do marido Louis que retirou toda a possibilidade de trabalho de Louis para obrigá-la a aceitá-lo como amante, sustentando essa situação por 2 anos, até que Louis descobre. Luis sugere vender seus quadros e se retirarem da cidade, mas ela rejeita; não quer deixar a vida de ‘brilho’ e ‘esplendor’ que Ferdnand propiciava.
3ª – Ferdnand deixa de ser discreto na sociedade com relação a sua intimidade com a esposa de Louis, praticamente o obrigando a propor um duelo pela honra da esposa. Ferdnand era um excelente espadachim e conhecedor de armas mas Louis era apenas um artista, bem distante do mundo das armas. Assim, Louis morre no duelo.
4ª – Berthe trama e assassina Ferdnand, atraindo-o a sua casa com promessas de reatar relações com ele, e o envenena. Mas uma ação equivocada, premeditada friamente. Depois foge a cavalo, de volta à sua região natal, na busca pelo padre Tom, onde vem a morrer algum tempo depois, por doença que já trazia em si.
- Berthe encerra essa encarnação com mais débitos do que possuía antes de reencarnar.
4. Conclusão
Vemos que nessa triste existência de Yvonne, como Berthe, a causa anterior das aflições estava somente no seu nascimento e abandono aos 10 anos. Todas as demais aflições foram geradas por ela mesma, a partir das escolhas equivocadas que tomou!
Essas aflições dela não são bem aventuradas, pois não foram dores de expiação de erros do passado em processo de regeneração, mas sim, geradas por ela mesma na encarnação presente.
Vemos os mandamentos trazidos por Jesus, como norte para nossas ações na existência: amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos! Não fazermos aos outros o que não desejamos para nós!
5. Prece final
6. Avaliação.
Encontro para 4 jovens com participação e interesse. Os vídeos passados foram ótimos e as reflexões a cada um também! Eles trouxeram desafios pessoais que já tinham vivenciado, comparando com as decisões equivocadas de Berthe.
ANEXOS
Personagens
da Trilogia
Nas Voragens (Séc XVI) |
Cavaleiro Numiers (Séc XVII) |
Drama Bretanha (Séc XIX) |
Luís de Narbonne |
Henri Numiers |
Arthur d’Evreux |
Ruth-Carolina de La-Chapelle |
Berthe de Sourmeville-Stainesbourg |
Andrea de Guzman |
Carlos Felipe II |
Padre Antoine Thomas |
Victor de Guzman d’Albert |
Príncipe Frederico de G. |
Barão Louis de Stainesbourg, primo de Berthe |
Alexis d’Evreux |
O
Cavaleiro de Numiers
Henri,
Louis e Berthe
Na aldeia de Stainesbourg, em Bruges, capital da Flandres Ocidental (província da Bélgica), por volta de 1680, vamos encontrar o bondoso Padre Rômulo. Encontramos também, Antoine Thomas, pupilo do Padre, já com seus 30 anos. Antoine tornou-se professor e padre, revelando-se como pessoa bondosa.
O Cavaleiro Henri de Numiers, amigo de Antoine, rico proprietário e ótimo espadachim. Henri era alto, forte e destemido. Era também genioso, sem ser mau. Algumas lições boas aprendeu com seu professor, Padre Rômulo, no entanto teimava em dizer-se ateu.
Henri foi criado junto com Louis Frederych, filho do Barão de Stainesbourg. Aliás, sua mãe foi ama de leite de Louis e o pai de Henri, empregado do Barão, recebeu dele várias propriedades.
A mãe de Louis, muito bondosa, adotou uma criancinha órfã, cuja mãe havia sido camareira em sua casa. A criança era prima bastarda de Louis, e recebeu o nome Berthe. Com o passar dos anos, Berthe crescera com a formosura da mãe, sendo educada como uma nobre, mas não passava de uma bastarda. Quando Berthe tinha 10 anos, a mãe de Louis faleceu mas algum tempo antes sugeriu que Louis, casasse com Berthe quando ela crescesse.
Com a morte mãe de Louis, seu pai resolveu viajar e pediu ao filho que o acompanhasse. Este concordou, mas queria levar Berthe, ao que o pai não deixou. O pai de Louis avisa ao Padre Rômulo e ao casal de Numiers, sua partida para a Alemanha junto do filho e sua decisão de confiar a menina Berthe aos cuidados do casal de Numiers e, para tanto, deixaria a quantia necessária.
O Padre Thom tem a vaga impressão de que amava Berthe desde muitos séculos, e gostaria que ela fosse sua irmã ou filha para melhor protegê-la.
Quando está com 18 anos, Berthe percebe que ama santamente o Padre Thom (Antoine) e era por ele amada. Um amor impossível. Não podia corresponder ao amor de Henri que também a amava. O Padre Thom se impôs paciência e voltou-se a Deus com mais fervor. Berthe não teve forças para renunciar ao amor e volúvel, prejudicou corações generosos de outros rapazes que a queriam com devotamento.
Henri soube que Franz, um dos rapazes da região, queria casar-se com Berthe e enciumado surra barbaramente o rapaz. Uma semana depois, Franz suicida-se de vergonha. Berthe recebe Henri como seu defensor e após beijá-lo, consente em se casar. Um mês depois, se casam.
O casal Berthe e Henri viviam há 3 anos na mais perfeita harmonia e o padre Thom se recolheu ao mais completo isolamento se dedicando a caridade, socorrendo os sofredores do corpo e da alma.
Enquanto isso, Louis se dedica ao aprendizado das belas artes na Holanda. Quando seu pai, após uma tuberculose, desencarna, Louis se vê desamparado e sem recursos. Não manda mais notícias nem mesada ao Padre Rômulo. O jovem refugia-se no convento na Holanda e aí torna-se culto. Para cuidar da vida própria sai do convento e inicia vida artística. Louis pensa em buscar Berthe no Natal pois, com a morte do pai ele passou a ser seu tutor, mas passam-se os anos e ele não vai buscá-la. Louis torna-se secretário particular do Conde Ferdnand de Görs que o leva para Flandres, e a todos conquistava com a sua arte.
Finalmente Louis decide voltar e pede licença ao Conde para visitar a terra natal, onze anos após sua partida, disposto a cumprir sua promessa de matrimônio a prima Berthe. Chegando ao antigo lar, é informado que sua prima havia se casado há três anos com Henri de Numiers.
Louis aceita hospedar-se na casa dos Numiers, pois sua afeição por Henri conservara-se inalterável. Henri feliz com presença de Louis. O jovem preocupado, nota que a presença da prima lhe desperta novamente toda paixão por ela. E, temeroso, procura sempre a companhia de Henri pois, nota ser correspondido.
Henri já começa a desconfiar registrando inconscientemente as vibrações da esposa e Berthe irrita-se com o silêncio de Louis a respeito deles dois. Henri procura o Padre Thom, seu amigo de sempre, e confessa que só agora notava os sentimentos de atração e repulsa que a esposa sentia por ele e por muito amá-la jamais duvidou dela. Confessa também que acha que Berthe jamais esqueceu o primo Louis e é amada por ele.
Padre Thom coloca Padre Rômulo a par dos acontecimentos e este se dirige para Quinta Numiers para apelar a Louis, que possui bom coração, para se afastar. O jovem após longa conversa com o Padre, promete partir na manhã seguinte. Durante a noite, todos jantam em ambiente de paz e harmonia.
No dia seguinte, Berthe foge com Louis, deixando Henri desesperado, que passa a beber com frequência.
Três meses não se tinha notícias do paradeiro de Berthe e de Louis, mas o padre Thom já havia sabido pelos criados do Castelo de Stainesborg, que os primos haviam fugido para Paris. Padre Rômulo também havia descoberto, examinando os restos de cerveja na noite do jantar de despedida de Louis, que Berthe pusera narcótico na cerveja de Henri. Conclui então, que Louis e Berthe estavam combinados, pois a jovem levou roupas e economias.
O que não sabiam é que Louis relutara em levar a prima.
Passados alguns meses, Henri não se recupera da fuga da esposa e se suicida, jogando-se do alto de um penhasco.
Após a fuga, Berthe e Louis se casam pois Louis consegue anular o casamento de Berthe e Henri, pois ela era menor de idade quando se casou com Henri e ele, Louis, como seu tutor legal, não havia consentido no casamento. Porém, o Conde Ferdnand de Görs, que contratava os trabalhos artísticos de Louis, se apaixona por Berthe e a pressiona a tornar-se sua amante, quando Louis ficou doente e sem condições de trabalhar.
Diante da concordância de Berthe em ser sua amante, o Conde levou médicos, medicamentos, recursos para o tratamento da doença. Louis sarou e passou a trabalhar e ganhar ainda mais. Durante dois anos perdurou a situação. Berthe, amante do conde mas triste de ter caído.
O conde então, força uma situação constrangedora para Louis que se vê forçado a desafiá-lo para um duelo, em nome da sua honra.
Louis sentia-se sereno, sabendo que iria morrer pois o conde era excelente espadachim. Murmurou para Berthe ”estás perdoada, querida amiga da minha infância”. E foi ao encontro do conde, pelas mãos de quem morreu, pedindo perdão a Henri Numiers, compreendendo as leis de justiça.
Berth então entra em desespero pelo remorso, saudade e decepção, adoecendo e sofrendo delírios. Permanece reclusa por dois meses, alimentando seu ódio pelo conde a quem responsabiliza totalmente por sua desgraça, sem admitir os próprios erros, até que planeja sua vingança.
O conde, por sua vez, apaixonado, cada vez mais atraído pela mulher pela qual se julgava amado tornou-se mal humorado e impaciente, insistindo em procurá-la por cartas, intencionando até desposá-la. Até que um dia ela responde marcando encontro na casa dela, onde o atrai para assassiná-lo por envenenamento, cumprindo assim sua vingança.
Berthe se veste de homem e foge à cavalo, sem destino, e o animal a levou à sua antiga Stainesbourg. Lá chegando, dirigiu-se temerosa ao Presbítero disfarçada ainda de homem. Os padres Rômulo e Thom receberam-na com tanto calor humano que ela desmaiou ao se sentir segura. No Presbítero, Berthe adoecera gravemente e era mantida escondida. Com remorsos e cheia de pesadelos, vai piorando até que desencarna assistida ainda pelos dois padres, antes que a polícia a encontre.
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