terça-feira, 26 de julho de 2022

Sexualidade e Compromissos Afetivos

 Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade: > 14 anos – 22/07/2022

Estudo Híbrido (Presencial e Google Meet)

Tema: Sexualidade e Compromissos Afetivos

Objetivos:

  • Identificar a função sexual como natural e instrumento de progresso, com emprego digno, e o devido respeito aos outros e a si mesmo;

  • Refletir sobre a responsabilidade decorrente do uso da função sexual.

Bibliografia:

  • O Livro dos Espíritos, Perg.696 (Lei de Reprodução), perg 845 (Livre Arbítrio), 911 (paixões);

  • RE, Julho/1862, “duplo-suicidio-por-amor-e-dever-estudo-moral”;

  • Vida e Sexo, Emmanuel/Chico Xavier, Cap, 3 ‘Namoro”, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’; Cap. 24 ‘Carga Erótica’;

  • Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13;

  • Desafios da Educação, Camilo/Raul Teixeira, “A Honra de Procriar” e pergs. 29 e 55;

  • Sexo e Consciência, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, ‘Introdução’;

  • Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap 5.

Material: LE

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial

  1. Motivação:

Hoje daremos continuidade ao assunto da semana passada, quando vimos a triste história de Andrea (uma das reencarnações da médium Yvonne Pereira).

- Vocês lembram como acabou essa reencarnação dela? (suicídio aos 17 anos)

- se algum dos jovens não estava na semana passada, pedir que outro jovem, que estava, conte o que aconteceu em breves palavras.

- Como poderíamos identificar as causas que levaram ao suicídio dela?

- jogo, ‘brincadeira’ de namoro (escondido da família);

- traição do compromisso do noivado dela;

- rompimento do ‘namoro’ por decisão da família;

- relação sexual entre os dois, escondidos no bosque, como uma despedida;

- manutenção dos encontros escondidos por 3 meses;

- gravidez indesejada;

- suicídio dela por vergonha perante a família e por ser obrigada a casar com o amante, uma vez que a família decidiu pelo rompimento do noivado dela e pelo casamento dela com o pai da criança em gestação.

==> Quais temas do nosso cotidiano, vemos nesse drama que se passou há cerca de 200 anos? Essa história é antiga, mas os temas estão aí, assim como os personagens, os Espíritos que vivenciaram esse drama.

i. Irresponsabilidade nos compromissos afetivos;

ii. Traição de compromisso de noivado;

iii. Gestação na adolescência (ela tinha 17 anos);

iv. Suicídio

- e também temos o tema ‘Aborto’ que não apareceu nessa história, mas que está bastante relacionado com gravidez indesejada.

A questão da sexualidade é assunto de toda a humanidade, por ser natural, por estar na lei divina de Reprodução, uma das leis morais que Kardec colocou no LE.

Os dramas não acontecem só na adolescência; ocorrem também na idade adulta. Atendemos uma família no projeto de ASPE da CEMIL, uma mãe com 3 filhos, sendo a caçula, uma menina de 6 anos, de pai diferente do pai dos outros dois filhos. A mãe, é uma mulher jovem, de 30 e poucos anos, bonita. Se envolveu com esse rapaz, engravidou, ele foi embora pois não estava disposto a assumir uma família. E ela, sozinha, além da filha, arrumou também AIDS! Ela e a filha! Todo mês tem que ir ao HC para consulta e pegar os medicamentos, que as duas tomam todos os dias.

Porque as pessoas engravidam sem querer?

Porque as pessoas ainda hoje, contraem doenças venéreas? (DST – doenças sexualmente transmissíveis)

Existem atrações, paixões irresistíveis?

Vamos conversar sobre essas questões?

  1. Discussão dialogada

Vamos começar com o LE. Pedir que um dos jovens leia:

911. Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para dominá-las?

Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”

==> Então, a resposta é NÃO! Se nos deixamos levar pelas paixões, é porque gostamos, queremos fazer! Vejamos o caso da Andrea: noiva, gostando do noivo, achou divertido um namorico escondido com o vizinho. E deu no que deu! Ela se divertia, ele, o ‘namorado’ não estava brincando!

Vamos começar falando do namoro, porque todas as questões sexuais começam pelo namoro, né? Ou não? (deixar que falem!)

==> falamos aqui, das relações entre as pessoas, com respeito, confiança, entrega afetiva.

Temos uma fala do instrutor de André Luiz, no livro Missionários da Luz, Cap.13:

- O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta que é muito difícil para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio humano, com referência ao assunto. Basta dizer que a união sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres se aproximam demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais. No capítulo de relações dessa espécie, há muita inconsciência criminosa e indiferença sistemática às leis divinas.”

==> esse livro é da década de 50… quase 80 anos atrás. Ele diz que eles, os Espíritos nobres, não conseguem nos esclarecer sobre esse tema.

==> Será que ainda se aplica aos tempos atuais? A maioria das uniões sexuais ainda se dá puramente por instinto, como nos animais irracionais?

Como comentamos na semana passada, muitos conflitos da vida, se devem a questões afetivas não ou mal resolvidas. Joanna fala, num texto de 2013:

Pode-se afirmar que a maioria dos conflitos humanos, pessoais e coletivos, tem no sexo, nos seus atributos e manifestações, a gênese essencial que se apresenta mascarada por diversos mecanismos de ocultação e de fuga da realidade, o que se transforma em buscas equivocadas e comportamentos estranhos, esdrúxulos, agressivos, criminosos…” (Joanna de Ângelis, na Introdução do livro ‘Sexo e Consciência’)

==> vemos esses conflitos todos os dias! São amizades destruídas, crimes, lares desfeitos, crianças criadas só pela mãe...

Lembram que nós vimos um caso na RE, ‘Duplo suicídio por amor’? Dos amigos que gostavam da mesma moça, que escolheu um deles, casou com ele e se tornou amante do outro? Depois os dois amantes se suicidaram de remorsos? Quantas reencarnações seriam necessárias para eles resolverem essa questão?

==> quando se trata de questões afetivas, parece que as pessoas perdem o juízo! Precisamos refletir sobre esse tema! Vamos começar pelo início: o namoro!

== > Qual a função do namoro? Como começa? (Deixar que falem)

Vamos ouvir dois Espíritos falando a respeito: Camilo (1995) e Emmanuel (1970):

29 – Qual a função dos períodos de namoro, noivado e casamento? Encarando esses períodos como exigências sociais que obedecem à necessidade que os indivíduos apresentam de estabelecerem um contato mínimo antes do matrimônio propriamente dito, vemo-los como propiciadores desses contatos, desses entrosamentos, partindo do conhecimento mais periférico, que envolve modos, gostos, beleza plástica, falas etc., passando por um estágio em que já se vivencia uma intimidade maior no campo das ideias, da firmeza e fragilidade de outra pessoa, filosofia de vida, temperamento, ocasião em que se deverão pôr as cartas na mesa, no sentido de se definirem posturas para o casamento, condutas perante a questão profissional da mulher quanto ao trabalho fora de casa, à criação dos filhos, ao ajustamento religioso dos filhos em razão de possíveis diferenças do casal etc. (José Raul Teixeira; Camilo (Espírito). Desafios da educação)

==> ou seja, o namoro é a fase inicial dos relacionamentos afetivos, pra conhecimento mútuo da dupla. Todo casamento começou pelo namoro, certo?

E Emmanuel responde em Vida e Sexo, Cap. 3 ‘Namoro’:

A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento. Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração. O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce mistério" se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.

==> essa química, essa atração, não é só por instinto. Existe o instinto, os hormônios, mas existe um algo a mais que Emmanuel chamou de “doce mistério”.

Tanto que, as pessoas gostam de um e não de outro, né? Tem atração por um e não por outro. Porque isso acontece?

- Emmanuel cita algumas razões para essa química:

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.

Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.

==> Emmanuel coloca 3 causas vindas de encarnações anteriores (reencontros), e uma causa de “harmonização na complementação magnética”. O que será isso?

O Espírito Camilo responde, através da psicografia de Raul Teixeira, num livro de perguntas e respostas: Desafios da Vida Familiar:

Perg. 16: Como podemos entender que duas pessoas se encontrem, se gostem e se unam, formando um casal para viver junto longamente?

Do mesmo modo que os vegetais se direcionam na busca do Sol e tem suas raízes que procuram diversos nutrientes no solo ou no subsolo, as almas também desejam se nutrir.

Esta procura de alimentação, de complementação que as almas efetuam dá-se o nome de psiquismo. O ser espiritual – essa psique em permanente atividade – anela encontrar em outro ser espiritual aquilo que lhe falta, de costume, à própria formação psicológica ou algo que se some ao que já lhe é comum.

Em realidade, não é comum que esse tipo de busca esteja ao nível do consciente. Quase sempre isso ocorre em nível inconsciente.

Quando alguém de depara com outro alguém que lhe dê resposta afetiva capaz de alimentar seus sentimentos, nutrir seus sonhos, contribuir com seus projetos de vida a dois, é comum se formalize o interesse de uma parte pela outra, ou o interesse recíproco, em condição favorável para a formação do par, do casal. (Desafios da Vida Familiar, Camilo, Raul Teixeira)

- então, dá ‘liga’ nas energias… deu sintonia vibratória entre os dois. Como ímãs que se atraem…

==> o que será que Emmanuel quer dizer com o “momento do raciocínio”?

Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio

==> não se deixar arrastar pelas emoções...

Emmanuel acrescenta:

É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.

==> no caso da Andrea, vimos que o obsessor, que já tinha muita raiva dela, estava influenciando pra ver o circo pegar fogo!

==> vemos então, que se as emoções dominam o raciocínio, se os envolvidos se deixam levar pela influência espiritual que os acompanha, a vida pode mudar de uma hora para outra!

Vejamos aqui com vocês! (perguntar aos mais velhos do grupo, o que fariam se a tivessem namorada, se relacionassem sexualmente, e ela engravidasse? O mesmo para as meninas do grupo.)

- o que fariam se isso acontecesse hoje com vocês? Como lidariam com a situação? Como seus pais reagiriam? E seus estudos? Seus planos?

==> é o que Emmanuel comenta no trecho que vimos: “namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.”. O que era um simples namoro, assumiu proporções maiores que trouxeram responsabilidades!

Outro texto de Emmanuel:

Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.

Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, … (Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’)

==> e aqui Emmanuel fala que se estabelece um “circuito de forças” entre os dois, e a responsabilidade quando se quebra esse circuito sem razão justa.

- vemos como é séria essa questão! Durante muito tempo o uso da função sexual foi tido como proibido, com todo um julgamento de “pecado” e depois, com a liberação sexual, caminhamos para o outro extremo, ficando banalizado.

E Camilo, em Desafios da Educação, na perg 55, orienta:

Constituindo o sexo energia de vida, que faz do ser humano um cocriador com o Criador, o seu uso está ajustado ao grau de amadurecimento espiritual de cada um.”

(…) o sexo fora do casamento será aceito como algo natural, quando o casal mantiver essa recíproca afeição que confere respeitabilidade ao relacionamento; quando o par assuma publicamente sua responsabilidade, sem querer ocultar os resultados desse amor, e, dessa forma, mesmo sem os formalismos humanos, ante as vistas de Deus está casado.“

==> O que vocês acham dessa opinião do Espírito Camilo, dada em 1995?

==> em tudo o que fazemos, devemos ser responsáveis e autênticos. E compromissos na área da comunhão sexual, são uniões afetivas perante as Leis de Deus.

Para fechar essas reflexões, trazemos contribuição de Joanna, em livros mais recentes:

Confundindo, muitas vezes, as sensações com as emoções, deixa-se arrastar pelos impulsos dos desejos infrenes, estabelecendo compromissos graves mediante relações apressadas que se transformam em desastres comportamentais.”

Se, nessa fase inicial da puberdade, ou logo após os relacionamentos se agravam, transformando-se em convivência sexual, por certo o amadurecimento das emoções demonstrará o erro da escolha, a dor interna do desencanto, a angústia que decorre da eleição feita por precipitação, o transtorno da depressão...”

Desportos e estudos, disciplinas sem rigidez e com amizade, relacionamentos afetivos e convivência saudável podem contribuir valiosamente para facilitar o trânsito no período juvenil, sem traumas nem compromissos precipitados de efeitos danosos.”

(Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5)

  1. Conclusão

Concluímos com Emmanuel:

Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre em processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem por sede de apoio afetivo, e é claramente, nas lavras da experiência, errando e acertando e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de nós - os filhos de Deus em evolução na Terra - conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios, de modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade celeste e do Amor Universal. (Vida e Sexo, Emmanuel, cap. 24)

São muito sérios os laços afetivos, os compromissos que duas pessoas assumem quando quando se relacionam. Muitos dramas são transferidos de uma para outra encarnação, por conta dos erros cometidos, do desrespeito pela vida, pelo outro e por si próprio.

Nesse assunto, como em tudo o mais, não podemos esquecer o ensino trazido por Jesus:

Fazeis aos homens tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas” (Mt,7:12), e

Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem” (Lc, 6:31).

  1. Exercícios de respiração lenta e profunda e prece final.

  1. Avaliação

Encontro para 6 jovens presenciais sendo que somente uma estava no encontro da semana passada. Pedi a ela que relatasse como começou a história de Drama da Bretanha. Ela lembrava bem a questão do obsessor de Andrea e do diálogo do irmão, Victor coom o obsessor, pedindo uma trégua. Como foi um grupo diferente da discussão do encontro passado, o diálogo foi caminhando a partir da história de Andrea (Berthe), Arthur (Henri Numiers) e Marcus (Ferdinand), e os compromissos afetivos e namoros. O único texto do roteiro que li para eles foi o de Emmanuel em Vida e Sexo, que fala das 4 razões pelas quais duas pessoas se atraem. Trouxeram diversas perguntas com relação ao namoro.


ANEXOS

Apoio teórico:

LE, perg. 845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?

As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.”

Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’

Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.

Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das consequências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.”

Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13

- Na Crosta - disse-me Alexandre, sorrindo, após reaproximar-se de mim -, em sentido geral ainda existe muita ignorância acerca da missão divina do sexo. Para nós, porém, que desejamos valorizar as experiências, a paternidade e a maternidade terrestres são sagradas. A faculdade criadora é também divindade do homem.”

- O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta que é muito difícil para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio humano, com referência ao assunto. Basta dizer que a união sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres se aproximam demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais. No capítulo de relações dessa espécie, há muita inconsciência criminosa e indiferença sistemática às leis divinas.”

- É lamentável - continuou o orientador, gravemente - que a maioria dos nossos irmãos encarnados na Crosta tenha menosprezado as faculdades criativas do sexo, desviando-as para o vórtice de prazeres inferiores.”

Tentam arrastar a luz para as trevas e convertem os atos sexuais, profundamente veneráveis em todas as suas características, numa paixão viciosa tão deplorável como a embriaguez ou a mania do ópio.”

Quem foge ao bem, é defrontado pelo crime; quem foge à ordem, cai no desequilíbrio. As uniões sexuais, portanto, que se efetuem à distância desses sublimes imperativos, transformam-se em causas geradoras de sofrimento e perturbação. Ao demais, não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo.”

A Honra de Procriar” - Camilo/Raul Teixeira – Desafios da Educação

Nenhuma função que tenha o espírito na Terra encarnado será mais bela ou mais pujante do que a função de co-criador com Deus.

O Criador depôs em cada um dos Seus Filhos essa chama, perenemente acesa, alimentada por essa energia cósmica que tudo penetra, que tudo inunda, que tudo faz vibrar, e que se convencionou chamar de Vida. (...)

No consórcio esponsalício, quando duas almas se unem sob a bênção do amor, essa sublime energia criadora que se movimenta em todo ser humano, chamada energia sexual, estabelece a nutrição hormono-psíquica do casal, ocasião em que se diz, simbolicamente, que os dois se tornam uma só carne, facultando que levem uma vida harmonizada, à semelhança de quem se vale de um copo d'água fresca quando tem sede. (…)

Enquanto reencarnados na Terra, os espíritos, na sua quase totalidade, necessitam dessas experiências sob risco de enfermarem, psicologicamente, espiritualmente, quando não ofertem nem recebam esses nectares da Vida. (...)

Essas energias criadoras não são encontradas somente nos casais, mas, conforme já o assinalamos, está presente em todas as criaturas. Assim é que ela está no gesto enternecido entre almas que se amam, independente de relações conjugais, independente de contatos genitais. Está ativa no afeto dos amigos que se abraçam, que se tocam ou simplesmente se envolvem psiquicamente, sem qualquer contato corporal, produzindo o mesmo efeito.

55 – Até que ponto podemos aceitar com naturalidade o sexo fora do casamento? Será correto o procedimento de pais liberais que deixam seus filhos “dormirem” com seus namorados ou namoradas, nas dependências da própria casa? Constituindo o sexo energia de vida, que faz do ser humano um cocriador com o Criador, o seu uso está ajustado ao grau de amadurecimento espiritual de cada um. Em nenhum estatuto divino por nós conhecido está prescrito que para o exercício da sexualidade devam os indivíduos ter formalizado ou não a relação por meio de qualquer documento. Conforme aprendemos com o Espiritismo, o casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Logo, o sexo fora do casamento será aceito como algo natural, quando o casal mantiver essa recíproca afeição que confere respeitabilidade ao relacionamento; quando o par assuma publicamente sua responsabilidade, sem querer ocultar os resultados desse amor, e, dessa forma, mesmo sem os formalismos humanos, ante as vistas de Deus está casado.

Desde então, se namorados de filhas ou namoradas de filhos, ajustando-se às referidas condições, por se assumirem como casados, e não tendo podido erguer seu próprio recanto, não havendo ainda possibilidade de morarem juntos, nada obsta que venham a dormir juntos nas casas uns dos outros. Entretanto, se a situação não ultrapassa as linhas do prazer pelo prazer, da aventura mais barata, a situação muda de figura. Claro é que os pais não têm como impedir que os filhos nela estejam incursos, porém, abrir seu lar para facilitar esses conúbios, seja em nome de “modernismos” ou de “avanços sociais”, não deixará de configurar um regime doméstico de prostituição, em que se utiliza o sexo sem nobre ética, sem respeito pela pessoa humana, sem maturidade, o que mais facilmente abrirá fossos de enfermidades espirituais indefiníveis.

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