quarta-feira, 20 de julho de 2022

Laços Afetivos e seus compromissos espirituais

 Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade: > 14 anos – 15/07/2022

Estudo Híbrido (Presencial e Google Meet)

Tema: Laços Afetivos e seus compromissos espirituais

Objetivos:

  • Perceber os compromissos afetivos no namoro, noivado, casamento;

  • Refletir sobre a responsabilidade que temos nos relacionamentos afetivos;

  • Reconhecer os ascendentes espirituais nas ligações afetivas.

Bibliografia:

  • O Livro dos Espíritos, pergs. 60, 291, 695. e 696 (Lei de Reprodução); 167 à 171 (Da Pluralidade das Existências), Cap. V (item 222), parágrafos 6* ao 9*; perg 258 (Escolha das Provas), 262, pergs. 392 e 393 (Esquecimento do Passado), 467 e 468.

  • Vida e Sexo, Emmanuel/Chico Xavier, Cap, 3 ‘Namoro”.

https://clubedosespiritas.blogspot.com/2012/04/o-drama-da-bretanha-clube-do-livro-maio.html – resumo do livro Drama da Bretanha

https://clubedosespiritas.blogspot.com/2012/03/abril-2012.html

https://pt.slideshare.net/SERDCS/nas-voragens-do-pecado

Material:

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e Prece Inicial

  1. Motivação:

Hoje começaremos com uma história real, passada no século XIX, na Bretanha, região norte da França que dá para o mar...

Essa história foi contada por Charles, através da psicografia de Yvonne Pereira, no livro Drama da Bretanha. Se trata de uma história envolvendo compromissos afetivos.

Como estudamos em abril desse ano, esse livro faz parte de uma trilogia, autobiográfica de Yvonne Pereira. Na época analisamos as tramas dentro da ótica da reencarnação e da escolha das provas.

Hoje, veremos sob a ótica dos compromissos afetivos. Veremos apenas a trama que se desenvolve no livro, e as decisões que os personagens tomam e suas consequências.

  1. Discussão dialogada

Essa história se passa na família de Guzman. Uma família nobre, cuja linhagem começou no século XIII, na região da Bretanha, na França.

Durante a revolução francesa, a família havia se refugiado na Espanha, onde ficou até o fim da revolução, e onde nasceu a caçula Andrea.

Victor era o filho mais velho do Conde e tinha passado longo tempo no Oriente. Tornou-se doutor em medicina e ciências esotéricas, fizera o curso no Egito. Ele tinha respeito a todas as crenças, mas rendia-se a renovação cristã.

Andrea de Guzman, então com 15 anos, por ter nascido durante a revolução, só foi conhecer seu irmão quando todos retornaram à Bretanha. Um grande amor logo reuniu os dois irmãos. Andrea não tinha muita afinidade com os pais. Ela sofria de frequentes crises, acessos de loucura, que os pais não sabiam como lidar e não aceitavam essa característica da filha. Crescera com a assistência das governantas do castelo e dos primos gêmeos, que ela adorava sendo por eles igualmente amada: Alexis e Arthur, de 18 anos.

Os dois jovens irmãos pelo sangue não eram verdadeiramente amigos. Recíproco sentimento de desconfiança e repulsa impedia-os de se unirem com o amor fraterno. Eles não se compreendiam, censuravam-se por tudo e por nada, e jamais se confidenciavam, abrindo os corações em presença um do outro. A hostilidade mais pronunciada, porém, provinha de Arthur, que era provocador e se aprazia em atingir o irmão com ofensas sempre que possível. Alexis como que o temia e jamais o provocava, limitando-se a defender-se quando as admoestações ultrapassavam os limites das conveniências. Frequentemente, Andrea reconciliava-os, sem contudo conseguir extinguir a animosidade que parecia infelicitar a vida dos gêmeos. Ambos amavam a prima e sentiam ciúmes dela, esforçando-se sempre por ultrapassar as gentilezas do outro para com ela.


A história começa no Natal do ano de 1804, já de volta à Bretanha, e todos comemoravam o fim da Revolução pois Napoleão Bonaparte já tinha se tornado imperador da França e todos que haviam se exilado puderam retornar a seus lares.

Nessa época Alexis preparava-se para estudar em Paris; Arthur iria para Toulon dedicar-se as armas; Victor dedicava-se a medicina e a educação moral-espiritual da irmã, de seus familiares, dos serviçais e colonos.

Como era costume na época, durante a festa do Natal, o Conde anuncia o noivado de Andrea e Alexis, seu primo:

Um murmúrio discreto acolheu a inesperada comunicação. Colhida de surpresa, a jovem Andrea titubeou, fitando insistentemente o pai e o prometido que lhe davam, enquanto este, que desde a véspera fora cientificado pelos tios da oficialização do acontecimento, que muito grato lhe era ao coração, levantou-se, curvou-se em vênia dirigida aos tios (...).

Recebo-a com a mais grata alegria do coração, visto que minha gentil prima Andrea de Guzman é merecedora de todo o meu amor e da minha admiração… (…) agradecendo a concessão da mão de Andrea e esta levantava-se em sinal de assentimento.



Dentre os presentes, um coração havia que se conservara retraído e decepcionado, sem externar felicitações ou alegrias pelo evento, … Arthur, o gêmeo de Alexis, surpreendido com o compromisso aceito pelo irmão, corara ao ouvir o tio anunciá-lo, crispando os dedos sob a ardência de forte emoção, ao passo que o coração se lhe precipitava no peito em pulsações dolorosas. Arthur amava Andrea tanto quanto o irmão a amava, ambos não ignoravam o que no coração do outro se passava, e esse sentimento, tão nobre e puro que se eternizaria na vida espiritual, revelara-se na infância por uma ternura incompreensível ao entendimento humano comum...

== > aqui começam os dramas afetivos dessa história real.

== > o que fazer quando você ama (ou pensa que ama) uma pessoa, seu irmão (ou amigo, ou primo) sabe, pois também tem o mesmo sentimento, e ver se formar o casal, ficando você de fora?

== > E Andrea? Que se viu comprometida sem ter sido consultada?

(deixar que falem)

E tem um outro aspecto importante nessa história: as crises de Andrea, tidas como transtorno mental. Então, logo depois desse anúncio que surpreendeu a todos (menos o pai e o noivo), ouviu-se uma “gargalhada equívoca, abafada, como que difusa pelos quatro ângulos do salão”.

== > uma gargalhada difusa, que não se localizava de onde vinha, mas audível por todos. E Andrea, disse assustada em choro convulsivo:

- Ele, meu Deus, sempre ele, o meu algoz, que em sonhos ou em vigília não me permite um só dia de verdadeira satisfação! Sim, minha mãe, sei que ele reprova meu casamento com Alexis e que será em vão que eu alimente esperanças de felicidade. Suas preferências são antes para Arthur.

- e teve então, uma de suas crises emocionais:



Retirada nos braços do irmão, que por ela sentia uma ternura toda piedosa e paternal, para os seus aposentos particulares, Andrea debatia-se em violento ataque de nervos, como se súbita possessão das trevas se arremessasse sobre ela.



== > estava armada a confusão! Na frente de todos da grande família! Gargalhada que não se sabe de onde vem, palavras sem nexo da Andrea e a crise de nervos!

== > como podemos explicar essas ocorrências?

Vemos aqui os ecos do passado! As ligações entre as diversas reencarnações! Como vimos no estudo em abril, esses espíritos (Victor, Andrea, Arthur, Alexis e o obsessor) já tem uma história anterior, onde não foram cumpridos os compromissos afetivos, gerando dramas que se transferem de uma para outra reencarnação, até que se resolvam pelos laços do amor sincero e da renúncia.

- temos então um caso de obsessão tenaz, por ódio, do tipo subjugação, conforme vemos no Livro dos Médiuns no capítulo das obsessões. E Victor, como tinha conhecimento das ciências ocultas, conversou com o obsessor e pediu uma trégua, durante a qual, ele evangelizaria Andrea. Pela superioridade moral de Victor, o obsessor concordou, dizendo que ficaria a espreita. O menor deslize dela, ele voltaria a atacar ferozmente.

Outra questão interessante, é que quando ela tinha essas crises, e tinha desde a infância, somente Arthur conseguia acalmá-la. Ele chegava junto dela, falava bem calmo, e ela voltava a si. Já Alexis, deixava Andrea ainda mais irritada.

== > vemos que o obsessor tinha afeto por Arthur e rejeição por Alexis. E ódio por Andrea!

Andrea não teve mais as crises, e o tempo foi passando. Alexis passaria 3 anos estudando em Paris, e Arthur pretendia nesse período, conquistar a prima. Ela por sua vez, parecia amar os dois. Até que um dia Victor perguntou:



- Afinal, minha querida Andrea, qual dos dois amas: Alexis, teu prometido diante de toda a família, ou Arthur, que parece adorar-te e a quem favoreces com um carinho inequívoco? Que significa o que observo em torno de ti e de Arthur?

== > temos aqui outra situação para vermos. O que fazer quando gostamos de 2 pessoas ao mesmo tempo? Será isso possível?



E ela respondeu:

Sinto por meu noivo um sentimento capaz de todos os sacrifícios, uma admiração infinita, mas também sinto por Arthur um amor piedoso, uma atração irresistível, que não poderá ser esquecida… Perguntas o que significa tudo isso? Mas, eu não sei, Victor, apenas reconheço, desgostosa, o que vai pelo meu coração...

==> vemos a diferença nos sentimentos… Com o noivo, é um sentimento mais nobre, menos paixão. Com Arthur, é mais “irresistível”. E ela disse também que “às vezes, sinta um certo temor dele e uma instintiva repulsa, logo dominada pelo coração.

Um pouco antes da viagem de Alexis, Arthur, que sofria de tontura e desmaios em lugares altos, caiu de um terraço onde tentou pegar algo numa árvore próxima e fraturou a coluna, ficando paraplégico.

== > eram os compromissos do passado, onde Arthur, como o Henri Numiers, se suicidou atirando-se de um penhasco.

Alexis segue pra Paris, e a vida na Bretanha segue normalmente, tendo Andrea todos os cuidados constantes com o primo querido, agora deficiente físico.

Mas as provas continuam. Arthur venceu a dele, pois se voltou para o estudo de Deus e das ciências ocultas, a partir das orientações de Victor. Andrea, que durante todo o tempo era apresentada a essas mesmas lições morais, era avessa a esses assuntos.

Eis que chega, numa propriedade próxima ao castelos dos Guzman, um cavaleiro, perto dos 35 anos, solteiro, vivido, milionário, recém chegado dos EUA, para onde havia ido quando mais jovem e aumentara ainda mais sua fortuna: Marcus de Villiers, Conde de Stainesbourg e SaintPatrice.

Ele mandou uma carta se apresentando e pedindo licença para visitá-los e se apresentar. Arthur diz

- Não sei por que, Senhor Conde, mas não sinto simpatias pelo Conde de Villiers, aparteou Arthur, ao ver o tio entregar a carta ao criado, para levá-la ao emissário.

- Ele é tão alto e tão forte que me faz medo... Sinto medo dele … interveio a impressionável Andrea.

- Como assim, tu o conheces? perguntaram a um só tempo Victor e Arthur.

- Costumo vê-lo quando passa a cavalo todas as manhãs. O Conde é muito amável, cumprimenta-me sempre...



==> as forças atrativas entre os seres que precisam acertar as contas do passado reunindo-os para as necessárias provas...

== > vemos aqui, as questões afetivas, as paixões envolvendo Andrea e esses quatro Espíritos. E pelos sentimentos, pelas percepções, pelos dramas, vemos compromissos quebrados, traições, dores do ontem, reunindo os personagens novamente.

Vamos ver como foi a visita:

Marcus de Villiers foi pontual na sua visita do dia seguinte. Tratava-se, com efeito, de um cavalheiro fino de maneiras, culto, amável, um belo homem, cuja conversação atraente soube cativar seus anfitriões. Contava cerca de trinta e cinco anos de idade e sua tez, um tanto crestada pelo sol da América, tornava-o porventura mais atraente e belo no conceito das damas. Bom pianista, tornou o serão da família de Gusman num encantador recreio, com as belas peças que executou; e, à mesa, soube converter o jantar num repasto talvez ainda mais agradável, ao narrar, a pedido de Victor e do Conde, seu pai, suas viagens pela grande Confederação Americana, onde a vida pitoresca que levara caberia num volume.

Andrea confessava-se encantada, fascinada pela palavra e as maneiras do visitante. Cantou, durante o serão, acompanhada por ele ao piano, com agrado dos pais, que exultavam por vê-la alegre e desfrutando saúde.

Levando vida insípida, prisioneira daquele palácio imenso, divertiu-se imensamente nessa noite, pois Marcus convidou-a até mesmo para a dança, enquanto sua mãe tocava, e a formosa prometida de Alexis sentiu sua mãozinha delicada afagada pelas mãos do Conde, enquanto seus olhos se assustavam sob o olhar provocante do dançarino.

== > e agora? O que fazer quando estando com um compromisso afetivo com alguém, surge outra pessoa em sua vida, trazendo sentimentos contraditórios, diferenciados?

==> e quando você se interessa por alguém que já tem um compromisso afetivo firmado?

Marcos achava-se, com efeito, enamorado de Andrea desde muito antes, e aquela visita outra causa não tivera senão aproximar-se da menina e observar a possibilidade de cortejá-la definitivamente. (...)

Ao visitar a família, agora, Marcus de Villiers já dirigira a Andrea uma carta de amor, sem contudo assiná-la. (...) Andrea aceitara e ocultara a missiva de todos de casa, deleitando-se com o inédito da aventura, cujas consequências não foi capaz de prever.

Existia, portanto, um entendimento sigiloso entre ela e o novo vizinho, quando este deliberou visitar a família. Não obstante, Marcus não ignorava que Andrea era prometida de um primo que residia em Paris.

Depois do jantar, da música, da dança, Marcus ficou ainda mais empolgado com Andrea...

Naquela noite, pois, ao regressar a casa, sentia-se inquieto, excitado, insofrido: pessoalmente, Andrea era mais encantadora, pela meiguice e singeleza que irradiava de si, do que a princípio supusera, e sua atração por ela recrudescera com aquela visita. E só pela madrugada conseguiu adormecer.



== > pronto! Agora virou ideia fixa! Conquistar Andrea!

Lembremos que tem alguém à espreita, observando os mínimos passos de Andrea… o obsessor! E a proteção dela era a conduta moral exemplar e ação no bem!



Voltemos à história:

A partir desse dia, as visitas de Marcus de Villiers à família de Guzman se sucederam. A qualquer pretexto ou a pretexto nenhum, apresentava-se ele a seus vizinhos ou convidava-os para a sua mesa ou as suas cavalgadas. Victor e Arthur sentiam algo desagradável pairando pelo ar, em torno do galante Conde, e não viam com satisfação a ascendência por ele tomada sobre Andrea e seus pais...

Marcus, porém, fingia não compreender a reserva dos dois jovens a seu respeito e continuava com os galanteios em torno de Andrea e as insinuações junto aos velhos condes, que, encantados com suas gentilezas, mais o admiravam -de dia para dia. O certo era que a jovem de Guzman d'Albret, fácil, volúvel, inconsequente, sedenta de emoções e distração, não obstante amar sinceramente o noivo ausente, deixava-se levar pelo passatempo amoroso que a distraía da mortal insipidez em que vivia, brincando com as labaredas que crepitavam no seio abrasado daquele homem que ela não conhecia.

== > o que vemos aqui? O que vocês acham? Que jogo era esse entre Marcus e Andrea? Quais as intenções dele? E dela? (deixar que opinem)

- gente, questões afetivas são um jogo? Uma brincadeira? Ela amava o noivo distante. Não tinha intenções mais sérias com o Marcus; só distração mesmo.

Além de não ser correto brincar com os sentimentos dos outros, sabemos que existem os antecedentes espirituais! No caso, esses dois já tinham uma história da reencarnação anterior (livro: O Cavaleiro de Numiers).

E ele? Sabendo que ela era noiva, é correto ficar nesse jogo de conquista da noiva de outra pessoa?

Que consequências poderiam vir desse ‘jogo afetivo’ desses dois?



Continuemos….

Durante as aulas de idioma inglês, que ele deliberara dar-lhe com o consentimento dos pais, fazia-lhe declarações de amor, as quais ela recebia com sorrisos, não obstante sem retribuí-las. Recebia bilhetes trazidos por mensageiros clandestinos e entregues a Matilde, sua criada de quarto. Aceitava-o como par para os passeios pelo parque, ora a sós com ele, ora acompanhados de Arthur, cuja cadeira de rodas ele se dignava guiar. Deixava que ele lhe apertasse furtivamente a mão à mesa da ceia..., mas, quando o via partir, criticava-o zombeteiramente, chamando-lhe presunçoso e brutamontes, ria-se dele a sós com Matilde, que de tudo era inteirada, considerando-o ridículo, e, espreguiçando-se entre as almofadas do divã, exclamava por entre risos:

- O Senhor de Villiers, com todos os seus títulos e haveres, não vale um só fio dos cabelos louros do meu Alexis.

- == > ela jogava conscientemente com os sentimentos dele! Se divertia com ele!

== > vocês acham que isso ocorre hoje em dia? Pessoas se divertem com as outras pessoas, iludindo-as que gostam delas?

== > Qual a função do namoro?

Emmanuel responde em Vida e Sexo, Cap. 3 ‘Namoro’:

A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento. Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração. O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce mistério" se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.

Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.



E acrescenta:

É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.

Mas Deus sempre age através de outras pessoas nos aconselhando pro bem. No caso, através da criada de quarto de Andrea:

- Eu tenho pensado, "Mademoiselie", mau grado meu, que poderia ser muito desagradável um encontro entre o Senhor de Viliers e o Conde Alexis. O Senhor de Villiers é atrevido e nota-se que está apaixonado por "Mademoiseile". Em seu lugar, eu temeria pelo futuro, perdoai-me dizê-lo, O Conde de Saint-Patrice resignar-se-á a ser ludibriado e perdê-la? Ele parece caprichoso e não ser homem capaz de perder uma partida... E se o Senhor d'Evreuz viesse a saber do que se passa aqui? Ele é tão bondoso e gentil, ama-a ternamente e não merece ser enganado. Por que "Mademoiselie" procede assim?

Mas Andrea desconsiderou. Achou que Alexis nunca saberia e que tudo acabaria bem. Mas não foi isso o que aconteceu…

Victor, que estava em viagem soube dos encontros furtivos entre Andrea e Marcus e procurou o vizinho, que confirmou tudo e disse que iria ao pai de dela para pedir a mão de Andrea em casamento. E assim o fez, sendo negado o pedido pelo pai, cumpridor de seu compromisso com Alexis. Nessa ocasião, proibiu Marcus de voltar à propriedade dos Guzman.

Numa tentativa desesperada, Marcus manda um bilhete a Andrea contando o que aconteceu, dizendo que voltaria aos EUA e pede um último encontro de despedida.



Lembremos o LE:

Perg. 467. "Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

- Pode, visto que tais aspectos só se apegam ao que, pelos seus desejos os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos os atraem.”

Perg. 468. - “Renunciam as suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?

Que querias que fizessem? Quando nada conseguem abandonam o campo. Entretanto ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato."

Lembram o obsessor de Andrea, que a acompanhava desde a infância? Que deu uma trégua a pedido de Victo? Pois bem… ei-lo de volta...

O obsessor de Andrea, certo dia, viu Arthur chorar copiosamente, a sós em seu quarto, quando todo o castelo já mergulhara no silêncio noturno e auscultou as razões por que o infeliz tanto se torturava...

Compreendeu que a causa dos novos sofrimentos de Arthur provinha ainda de Andrea. Procurou-a então, cioso de perscrutar sua conduta desde quando dela se afastara atendendo às súplicas de Victor, que desejara reeducá-la...

== > procurou-a por todo o castelo, onde todos já dormiam pelo adiantado da hora, e não a encontrou.

Depois de algum trabalho, pois não possuía lucidez bastante para penetrar a ambiência e devassar seus escaninhos de uma só vez, e atraído, certamente, por afinidades que o desamor estabelecera, foi encontrar Andrea nos braços de um homem, na semiobscuridade de uma latada de rosas, que a luz da lua mal iluminava.

Então compreendeu o que se passava, Era mais uma traição, das muitas que ela tão bem sabia praticar contra aqueles que a amavam. Era por isso que Arthur sofria e chorava. Andrea era infiel ao noivo, aos pais, ao irmão, e a ele, que também a amava e quisera vê-la pura e dignificada por si mesma.



==> Andrea atendeu ao convite de Marcus e se encontrou com ele de madrugada. Com as emoções dela e dele em desalinho, com o sofrimento de Arthur pelo envolvimento da prima amada com Marcus, o obsessor foi atraído (pois se manteve à espreita, como diz o LE) e pegando os dois nesse encontro escondido, toda a fúria, todo o ódio voltaram com força total, insuflando os ânimos de Marcus, que acaba se relacionando sexualmente com Andrea, que não conseguiu fugir dele.

== > mais um drama se construindo, por conta da falta de responsabilidade dos dois, falta de respeito por todos da família que tanto a amavam, falta de respeito com o noivo!

Marcus feliz, começou a fazer preparativos no castelo para o casamento, pois certamente, agora os pais aprovariam.

Andrea, entretanto, em crises de remorso, ansiedade, medo das consequências. E um pensamento começar a aparecer em sua mente:

- Se não houver outro remédio, matar-me-ei!

==> era o obsessor que começava o processo de sugestão hipnótica para levá-la ao suicídio…

==> Nesse circunstância que Andrea se encontrava, o que ela poderia fazer? O que vocês acham? (deixar que falem…)

Não pensou em Marcus senão para odiá-lo, não tratou de raciocinar que, antes de tudo isso, fora pedida em casamento por ele, e que, portanto, somente nele encontraria ainda possibilidades de ser feliz.

E Marcus continuava mandando bilhetes para ela, para o encontro escondido, ameaçando contar ao pai dela, caso ela não fosse. E assim, ela foi diversas vezes. E 3 meses se passaram. E ele continuando com os preparativos para a festa de casamento. Ele aguardava que ela contasse a família e ele fosse chamado a responder pela sedução; e como não acontecia, ele continuava com os encontros, se expondo mais, para serem descoberto. Até que um dia um criado do castelo os pegou.



Andrea estava grávida (com 17 anos), e o pai e o irmão foram falar com Marcus que imediatamente a pediu em casamento, ficando então acertado que ele faria uma visita a família na semana seguinte para assinatura do contrato de casamento.

==> lembremos que naquela época havia o duelo. Caso Marcus negasse ou não assumisse a responsabilidade, pela tradição, Victor ou o pai, o desafiariam para um duelo pela desonra à família.



O pai de Andrea chamou Alexis, explicou a situação, desfez o contrato de casamento e convocou toda a família, como naquela noite de Natal, para falar do cancelamento do contrato casamento firmado com Alexis e do novo contrato de casamento com o conde.

A decisão foi acordada pela família.

Andrea porém, completamente desequilibrada, envergonhada e humilhada perante a família, sob forte emoção e conduzida pelo obsessor, corre para o penhasco e se joga no mar bravio abaixo, terminando assim a existência, aos 17 anos de idade.

E tudo começou com uma brincadeira… um jogo afetivo com um desconhecido...


  1. Conclusão

São muito sérios os laços afetivos, os compromissos que duas pessoas assumem quando quando se relacionam. Muitos dramas são transferidos de uma para outra encarnação, por conta dos erros cometidos, do desrespeito pela vida, pelo outro e por si próprio.

Nesse assunto, como em tudo o mais, não podemos esquecer o ensino trazido por Jesus:

Fazeis aos homens tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas” (Mt,7:12), e

Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem” (Lc, 6:31).



  1. Exercícios de respiração lenta e profunda e prece final.



  1. Avaliação

Encontro com 6 jovens no presencial com ótima participação. Precisei voltar às duas encarnações anteriores dos personagens e não deu tempo de falar do trecho de Vida e Sexo nem das perguntas relativas à obsessão. Uma questão que apareceu foi no caso de Berthe e Ferdinand, do livro Calaleiro de Numiers, acharam correto ela se tornar amante dele para salvar o marido Louis. Reforcei bem os compromissos afetivos e as consequências que muitas vezes passam de uma reencarnação para outra.

ANEXOS

Apoio teórico:

Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita.” (“O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, cap. XXVIII, “Coletânea de preces espíritas”, n° 81)

Resumo do fim do livro:

https://clubedosespiritas.blogspot.com/2012/04/o-drama-da-bretanha-clube-do-livro-maio.html

Todos sofreram com o impacto do suicídio de Andrea: Marcus ficou com a consciência pesada e foi embora para os Estados Unidos, mudou completamente a sua conduta, formou família e virou protestante. Sempre orava pelo espírito de Andrea.

O Conde de Guzman e a Condessa buscaram conforto na religião, para a dor e a consciência pesada que os oprimia.

Alexis e Arthur seguiram para a Espanha na companhia dos tios, mas fixaram-se num convento de franciscanos.

Alexis tornou-se religioso e protegeu o irmão até a sua desencarnação, aos 25 anos; ambos reconciliaram-se definitivamente. Arthur reencarnara apenas para preencher o tempo que lhe faltava para viver na existência anterior, cortada pelo suicídio. Alexis, depois do suicídio de Andrea, seguiu com a vida através da fé em Deus, de amor ao próximo, humildade e caridade.

Personagens da Trilogia de Nas Voragens do Pecado:

Nas Voragens (Séc XVI)

Cavaleiro Numiers (Séc XVII)

Drama Bretanha (Séc XIX)

Luís de Narbonne, marido de Ruth

Henri Numiers, marido de Berthe

Arthur d’Evreux, primo de Andrea

Ruth-Carolina de La-Chapelle

Berthe de Sourmeville-Stainesbourg

Andrea de Guzman

Carlos Felipe II (irmão de Ruth)

Padre Antoine Thomas

Victor de Guzman d’Albert (irmão de Andrea)

Príncipe Frederico de G. (noivo e depois marido de Ruth)

Barão Louis de Stainesbourg, primo de Berthe e depois, amante/marido.

Alexis d’Evreux, irmão gêmeo de Arthur

Reginaldo de Troulles, serviçal de Luís que descobre a farsa de Ruth.

Conde Ferdnand de Gors, amante de Andrea e depois, assassinado por ela.

Marcus de Villiers, amante de Andrea

Monsenhor de B – pai adotivo de Luís

Arnold de Numiers, pai de Henri.

Espírito obsessor de Andrea





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