segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Lei de Amor - amor ao próximo como a si mesmo

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 12/11/2021

Estudo Virtual Google Meet

Tema: Lei de Amor - amor ao próximo como a si mesmo

Objetivos:

  • Estudar o capítulo XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, refletindo sobre a questão do amor ao próximo como a mim mesmo: tenho amor por mim mesmo?;

  • Perceber a importância do autoconhecimento para possibilitar o amor a si mesmo;

  • Analisar aspectos para perceber a sombra que existe em nós. 

Bibliografia:

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, itens 1,2 e 8;

LE, perg.919;

NT, João,13:34;

Revista Espírita. Fevereiro de 1864. IV – ‘As afeições terrenas e a reencarnação’;

Joanna de Ângelis – Em Busca da Verdade, Cap 1, ‘A contínua luta entre o ego e o Self;

Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', item 'Projeção';

Espelhos da Alma, artigo de Marlon Reikdal, pág 138,139;

O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, perg.322 e 351.


Material – cada jovem com papel e lápis em mãos

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.

  1. Motivação Inicial:

Hoje vamos falar sobre o AMOR. (Mostrar textos em slides)

No cap. XI de OESE, Kardec colocou logo no início do capítulo: (itens 1 e 2)

— “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. Mateus, 22: 34 a 40.)

Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, 7:12.)

Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. Lucas, 6:31.)

- de qual lei eles falavam? – a lei de Deus, que eles seguiam e confundiam também com a lei de Moisés..

- 1º, amar a Deus, depois amar aos outros. Mas Jesus colocou um parâmetro, uma medida desse amor. Qual foi? - amar aos outros como a nós mesmos.

Como seria isso? Como saber se nos amamos? Como nos amamos? Todos amamos de igual forma?


Na última ceia de Jesus com seus discípulos, ele deu mais um mandamento:

Jo,13:34- Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.

- aqui vemos que ele deu outra medida para esse amor: o amor dEle pelos discípulos, ou seja, por todos nós.

Vemos então que existem gradações da forma de amar.

No item 8 desse capítulo de OESE, Kardec colocou uma linda msg de Lázaro, que tem o trecho:

Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.”

Nos amamos a nós mesmos, como Jesus nos amou?

-Não!!! Porque a nossa capacidade de amar evolui, conforme nós próprios vamos evoluindo! Conclusão: a capacidade de amar varia entre as pessoas!

  1. Desenvolvimento

Vemos que Jesus colocou um caminho para a felicidade: amar a nós mesmos; a partir daí, amarmos ao próximo, e desse amor ao próximo, chegarmos a amar a Deus.

Faz sentido?

- se não me amo, como vou amar ao próximo?

- se não amo o próximo que é filho de Deus também, que eu vejo, como vou amar a Deus que não vejo?

Vemos isso a 1ª epístola de João, 4:20:

Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”


- é todo um caminho a ser percorrido!

Quais seriam os critérios para sabermos se uma pessoa ama outra pessoa?

-pedir que cada um diga um critério que percebe no ato de amar. Pode ser para qualquer tipo de amor (conjugal, parental, fraternal, filial, amizade, etc)

(anotar os verbos que eles falarem. Ex.: cuidar, respeitar, compreender, esperar, desculpar, orientar, etc).

Vamos ver esses critérios, com relação ao amor por nós mesmos! Vamos refletir um pouco sobre como nos amamos! Afinal, esse é o primeiro passo! Amar a nós mesmos!

- Pedir que peguem papel e caneta para uma reflexão sobre a forma como nos amamos.

Verbo 1: CUIDAR – anotar como é o cuidado que vc tem com você mesmo. Reforçar que o cuidar envolve todas as nossas dimensões: física, mental, psicológica, social, espiritual. (2 min)

- passado o tempo, pedir que cada diga como é esse cuidar-se. Conduzir como uma roda de conversa, de forma que todos possam interagir uns com os outros.

- observar que assim como às vezes não compreendemos as reações dos outros, igualmente também temos reações a determinadas situações que nós mesmos nos surpreendemos!

Porque isso acontece?

Porque nós não nos conhecemos totalmente. Então, o primeiro passo nesse processo de autoamor, é o autoconhecimento.


Na 3ª parte de OLE, onde Kardec estudou questões relativas à Perfeição Moral, ele incluiu como itens de estudo

1. As virtudes e os vícios. — 2. As paixões. — 3. O egoísmo. — 4. Caracteres do homem de bem. — 5. Conhecimento de si mesmo.


E na famosa pergunta 919:

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

E no subitem 919ª, a resposta de Santo Agostinho nos orienta:

Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.”

O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.”

  1. Fixação do Conteúdo:

Um primeiro passo no autoconhecimento, é buscar identificar, nas coisas do dia-a-dia, pistas de quem realmente somos, pois nosso eu interior sempre se faz presente, mesmo que a gente não perceba.

Perguntas que auxiliam a nos autodescobrirmos:

-pedir que peguem de novo, papel e caneta.

  1. Como você imagina que deve ser para que as pessoas te aceitem e gostem de você?

  1. Qual imagem você não gostaria que as pessoas tivessem de você?

Ao encontro da sombra, Connie Zweig, p. 15, Introdução, item ‘A apresentação da sombra’

A sombra pessoal desenvolve-se naturalmente em todas as crianças. À medida que nos identificamos com as características ideais de personalidade que são encorajadas pelo nosso ambiente, vamos formando aquilo que W. Brugh Joy chama ‘o eu das decisões de Ano Novo’.

Ao mesmo tempo, vamos enterrando na sombra aquelas qualidades que não são adequadas à nossa autoimagem, como a rudeza e o egoísmo.

Muitas forças estão em jogo na formação da nossa sombra e, em última análise, determinam o que pode e o que não pode ser expresso. Pais, irmãos, professores, clérigos e amigos criam um ambiente complexo no qual aprendemos aquilo que representa comportamento gentil, conveniente e moral, e aquilo que é mesquinho, vergonhoso e pecaminoso.”


a gente esconde o que não é considerado adequado. Mas esconder, não é reformar, deixar de ser! Precisamos perceber que somos assim, para vigiarmos e mudarmos!


Joanna de Ângelis – Em Busca da Verdade

Supõem, precipitadamente, que podem forçar a mudança, tornando-se puras, embora os conflitos, culminando em descobrimentos dolorosos de existências vazias.” (p.18)

A sombra que existe no ser humano não deve ser combatida, senão, diluída pela integração na sua realidade pessoal.” (Cap 1, ‘A contínua luta entre o ego e o Self’)

  1. Do que você tem repulsa ou aversão no ser humano. E horror de pensar que você pudesse ser desse jeito?

Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', item 'Projeção'

Toda vez que alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter de alguém, projeta-se nele, transferindo do eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente, a qualidade negativa que lhe é peculiar. Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete inconscientemente.”

  • Não se trata de não ver defeitos nos outros, mas de se sentir envolvido, mexido, pelo jeito de ser do outro.

  1. Escrever ato impulsivo e não intencional, que COSTUMA fazer e depois se arrepende.



  1. Escrever um feedback negativo, que tenha frequentemente recebido de diferentes pessoas.


Espelhos da Alma, artigo de Marlon Reikdal, pág 138,139

A psicanalista inglesa Molly Tuby sugere seis maneiras pelas quais, mesmo sem saber, encontramos a nossa sombra no dia-a-dia (citação no livro “Ao encontro da sombra: o potencial oculto do lado escuro da natureza humana”)

  • Mesmo sem perceber, em nossos atos, mostramos nosso eu interno.



  1. Exercício de respiração profunda e pausada, e prece final.

  1. Avaliação

Aula para 9 jovens  que foram chegando durante o encontro. Matheus e Larissa saíram antes do fim.

Houve participação de alguns nas reflexões. Acharam difícil a temática. Com relação ao hábito da reflexão perante as situações do dia-a-dia, somente uma jovem já tinha esse hábito. Só fomos até a perg. 'c'.

  1. Anexos

O Livro dos Espíritos

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

919a. ..

Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.”

.“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas.”...


O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier

Perg. 322Há uma gradação do amor, no seio das manifestações da natureza visível e invisível?

-Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso.

O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal.

Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas “precipitações” da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional.

No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade.

Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo.

Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.


perg. 351 –Como entender o “amor a nós mesmos”, segundo a fórmula do Evangelho?

-O amor a nós mesmos deve ser interpretado como a necessidade de oração e de vigilância, que todos os homens são obrigados a observar.

Amar a nós mesmos não será a vulgarização de uma nova teoria de auto adoração. Para nós outros, a egolatria já teve o seu fim, porque o nosso problema é de iluminação íntima, na marcha para Deus. Esse amor, portanto, deve traduzir-se em esforço próprio, em auto-educação, em observação do dever, em obediência às leis de realização e de trabalho, em perseverança na fé, em desejo sincero de aprender com o único Mestre, que é Jesus-Cristo.

Quem se ilumina, cumpre a missão da luz sobre a Terra. E a luz não necessita de outros processos para revelar a verdade, senão o de irradiar espontaneamente o tesouro de si mesma.

Necessitamos encarar essa nova fórmula de amor a nós mesmos, conscientes de que todo bem conseguido por nós, em proveito do próximo, não é senão o bem de nossa própria alma, em virtude da realidade de uma só lei, que é a do amor, e um só dispensador dos bens, que é Deus.

RE Fev/ 1864. IV - As afeições terrenas e a reencarnação.

Antes de tudo, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica, atraindo um ser para outro, unindo-os num mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, já que os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que seja espiritual e desinteressada; são precisos abnegação, devotamento e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel deste arrastamento simpático. Desde que nesse sentimento haja personalidade, há materialidade. Ora, nenhuma afeição material persiste nos domínios do Espírito. Desse modo, toda afeição que não resulta senão do instinto animal ou do egoísmo, se destrói com a morte terrestre; é assim que seres que se dizem amados são esquecidos após pouco tempo de separação!


Espelhos da Alma, artigo de Marlon Reikdal, pág 138,139

A psicanalista inglesa Molly Tuby sugere seis maneiras pelas quais, mesmo sem saber, encontramos a nossa sombra no dia-a-dia (citação no livro “Ao encontro da sombra: o potencial oculto do lado escuro da natureza humana”):

Nos nossos sentimentos exagerados em relação aos outros ("Eu simplesmente não acredito que ele tenha feito isso!", "Não consigo entender como ela é capaz de usar uma roupa dessas!")

No feedback negativo que recebemos daqueles que nos servem de espelhos ("Já é a terceira vez que você chega tarde sem me avisar.“)

Nas interações em que continuamente exercemos o mesmo efeito perturbador sobre diversas pessoas diferentes ("Eu e o Sam achamos que você não está sendo honesto com a gente.")

Nos nossos atos impulsivos e não-intencionais ("Puxa, desculpe, eu não quis dizer isso!")

Nas situações em que somos humilhados ("Estou tão envergonhada com o jeito que ele me trata.")

Na nossa raiva exagerada em relação aos erros alheios ("Ela simplesmente não consegue fazer seu trabalho em tempo!", "Cara, mas ele perdeu totalmente o controle do peso!")


Joanna de Ângelis - Psicologia da gratidão, p. 49-50, Cap 2, ‘A Sombra Perturbadora e a Gratidão’

Todos aqueles que são portadores de sombra – e todos o são – em vez de a compreenderem na condição de processo de crescimento, experimentam uma certa forma de vergonha, de constrangimento, e procuram disfarçá-la.

Tal comportamento dá lugar a uma sociedade hipócrita, artificial, incapaz de procedimentos maduros e significativos que a todos beneficie.

O ser mais hábil no disfarce é sempre o mais homenageado e querido, produzindo-lhe maior soma de conflito, porque se vê obrigado a continuar a parecer aquilo que, realmente, não é. ()


Joanna de Ângelis – Triunfo Pessoal, p. 19, - Cap 1, ‘Os arquétipos Junguianos’

A sombra, significando o lado escuro da personalidade, pode ser analisada como herança dos atos ignóbeis ou infelizes que o Espírito gostaria de esquecer ou negar...”


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