quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Devemos denunciar os erros dos outros?

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade    > 14 anos             05/11/2021

Estudo Virtual Google Meet

 

Tema: Bem-aventurados os Misericordiosos

 

Objetivos:

Estudar o capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, refletindo sobre a questão da percepção, recriminação e divulgação dos erros dos outros.

 

Bibliografia:

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, itens 19 à 21; Cap. XXI item 9 (Caracteres do Verdadeiro Profeta);

LE, perg.614 (Lei Divina ou Natural). 

Material – cada um deve ter em mãos, papel e caneta.

 

 Desenvolvimento: 

1.    Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.

 

2.    Motivação Inicial:

 

No cap. XXI do Evangelho, temos uma mensagem do Espírito Erasto, que começa falando que devemos desconfiar dos falsos profetas. Ele diz:

“É útil em todos os tempos essa recomendação, mas, sobretudo, nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e Messias. É contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar.”

 

Dentro desse contexto, de ver os erros de outras pessoas, que é bem amplo, temos a seguinte questão:

- Devemos divulgar, denunciar o mal, o erro de outra pessoa?

      - pedir que todos se coloquem, expondo suas opiniões a esse respeito.

 

3.    Desenvolvimento

a)    Divulgar o mal

Depois das respostas, refletir com eles, se existem critérios para sabermos se devemos ou não denunciar, divulgar aos outros, ou erros ou delitos que vemos em alguém.

- Deixar que procurem identificar os critérios, conforme a resposta de São Luís à Kardec, no Cap.X do Evangelho:

 

21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)

 

ð  Se o erro só prejudica à própria pessoa, não se deve divulgar.

ð  Se pode trazer prejuízo a outros, pode ser um dever, desmascarar, como disse Erasto na msg sobre os falsos profetas.

 

Quem pode dar um exemplo para ilustrar essa questão?

Exemplo caso o grupo não traga nenhuma situação: uma moça conhece um rapaz e começam a se relacionar afetivamente. Ela mora em Curitiba; ele em São Paulo mas está em curso aqui em Curitiba, onde se conheceram. O relacionamento vai se firmando. Eles estão sempre juntos, ele conhece os amigos dela, sua família, se dão super bem. Já estão pensando o que farão quando ele terminar o curso: fica definitivamente em Curitiba? Volta pra SP e ela vai junto?

Num fim de semana uma amiga dela vai pra São Paulo a passeio e num jantar num restaurante, vê o namorado da amiga curitibana, comemorando o noivado dele com uma paulistana. As duas famílias reunidas, comemoração, alegria, festa no restaurante.

- e aí? Deve-se denunciar a situação para amiga curitibana?

 

      Exemplo da outra situação: Num concurso público, sua amiga fez a prova, entrevista e foi selecionada. Ficou super feliz com o novo trabalho! Vocês saíram pra comemorar e na conversa, você fica sabendo que o concurso era para cargo de nível superior, e você sabe que sua amiga não fez faculdade. Você pergunta a ela como ela conseguiu ser contratada se não tem diploma de nível superior. Ela, então, confessa que falsificou um diploma.

                  - e nesse caso? O que fazer?

 

b)    Repreender os outros

Vamos ver outro aspecto também relacionado com o erro dos outros.

- Pergunta ao grupo: temos o direito de repreender os outros?

 

      Da mesma forma, existem critérios para sabermos se devemos ou não repreender os outros?

     

ESE, Cap.X item 19. Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?

Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. – S. Luís. (Paris, 1860.)

 

      - se somos responsáveis pela educação daquele que está em erro, sim! Devemos repreender para educar!

      - se estamos de alguma forma relacionados com a pessoa em erro, devemos repreender com cuidado, amorosamente, para sermos úteis, para ajudar essa pessoa.

 

De qualquer modo, é muito importante avaliar qual o nosso sentimento íntimo no caso em questão.

- sentimos prazer íntimo de pegar a pessoa em erro? Se sim, é maldade nossa!

- nós também não cometemos o mesmo erro? Temos moral para repreender?

 

c)    Notar os erros dos outros

 

Último aspecto nesse assunto com relação aos erros dos outros, que está no Cap. X, da bem-aventurança aos misericordiosos.

E ser misericordioso, é não se fixar no mal dos outros; buscar perceber e realçar o bem que as pessoas possuem.

 

- Então, para sermos bem-aventurados agindo com misericórdia, não devemos reparar nos erros, nos defeitos dos outros?

 

“Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem.”

“aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros” (Item 20 do Cap. X do Evangelho).

 

- não! Temos que ser capazes de reconhecer o mal onde existe. E verificarmos se nós também não temos esse mal em nós!

- o que não devemos é só ver o mal, sem buscar entender as dificuldades, as limitações dos outros. Devemos buscar ver também, as virtudes que as pessoas têm! Todos nós temos vícios, mas também temos virtudes!

 

4.    Fixação do Conteúdo:

Considerando que estamos nesse planeta de provas e expiações, e todos temos defeitos e virtudes, vamos fazer um exercício de percepção nossa e dos nossos afetos.

 

- Pedir que cada um pegue uma folha de papel e caneta, e de forma individual, vamos fazer a reflexão (não será preciso compartilhar o que escreveu com ninguém! É só pra gente refletir mesmo!)

      - escrever na folha, o nome de uma pessoa que você gosta bastante. Pode ser qualquer pessoa que você conheça bem. Escrever então, o que você mais gosta nessa pessoa; que qualidades percebe nela.  (2 minutos)

      - agora, escreva o que você percebe nessa pessoa que é um defeito, um vício, uma característica que você acha que não é legal.   (2 minutos)

      - agora pense e escreva: você possui alguma dessas características que você anotou no caderno, independente se boa ou não? Quais?

 

      - escrever na folha, o nome de outra pessoa que você não gosta muito. Pode ser qualquer pessoa de seu relacionamento, que você conheça bem.

- agora, escreva porque você não gosta dessa pessoa.   (2 minutos)

- escrever agora, o que você identifica nessa pessoa que é legal, qualidades que percebe nela, apesar de você não gostar dela.  (2 minutos)

- agora pense e escreva: você possui alguma dessas características que você anotou no caderno, independente se boa ou não? Quais?

 

Para finalizar: como foi fazer essa reflexão sobre essas duas pessoas da sua vida? – deixar que respondam.

 

5.    Exercício de respiração profunda e pausada, e prece final.

 

6.    Avaliação

Encontro com 5 jovens. Fizemos todas as atividades e elas interagiram bem. Trouxeram outros aspectos tais como situações em que a pessoa que vê o erro acaba sendo conivente ou ‘cúmplice’ se não denuncia.

Na reflexão escrita, não tinham ninguém que não gostassem. Mas acharam interessante procurar ver pontos positivos nas pessoas em que não se afinam muito.

 

7.    Anexos 

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X

É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem? 

20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas? 

Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? – S. Luís (Paris, 1860.)

 

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