Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 05/11/2021
Estudo Virtual Google
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Tema: Bem-aventurados os Misericordiosos
Objetivos:
Estudar o capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, refletindo sobre a
questão da percepção, recriminação e divulgação dos erros dos outros.
Bibliografia:
O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, itens 19 à 21; Cap.
XXI item 9 (Caracteres do Verdadeiro Profeta);
LE, perg.614 (Lei Divina ou Natural).
Material – cada um deve ter em mãos,
papel e caneta.
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
2.
Motivação
Inicial:
No cap. XXI do
Evangelho, temos uma mensagem do Espírito Erasto, que começa falando que
devemos desconfiar dos falsos profetas. Ele diz:
“É útil em todos os
tempos essa recomendação, mas, sobretudo, nos momentos de transição em que,
como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma
multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e Messias. É
contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar.”
Dentro desse contexto, de
ver os erros de outras pessoas, que é bem amplo, temos a seguinte questão:
- Devemos divulgar, denunciar o mal, o erro de outra pessoa?
-
pedir que todos se coloquem, expondo suas opiniões a esse respeito.
3.
Desenvolvimento
a) Divulgar o mal
Depois das respostas,
refletir com eles, se existem critérios
para sabermos se devemos ou não denunciar, divulgar aos outros, ou erros ou
delitos que vemos em alguém.
- Deixar que procurem
identificar os critérios, conforme a resposta de São Luís à Kardec, no Cap.X do
Evangelho:
21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de
outrem?
É muito delicada esta
questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa
só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar
prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior
número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira
pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a
ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos
inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)
ð
Se
o erro só prejudica à própria pessoa, não se deve divulgar.
ð
Se
pode trazer prejuízo a outros, pode ser
um dever, desmascarar, como disse Erasto na msg sobre os falsos profetas.
Quem pode dar um
exemplo para ilustrar essa questão?
Exemplo caso o grupo
não traga nenhuma situação: uma moça conhece um rapaz e começam a se
relacionar afetivamente. Ela mora em Curitiba; ele em São Paulo mas está em
curso aqui em Curitiba, onde se conheceram. O relacionamento vai se firmando. Eles
estão sempre juntos, ele conhece os amigos dela, sua família, se dão super bem.
Já estão pensando o que farão quando ele terminar o curso: fica definitivamente
em Curitiba? Volta pra SP e ela vai junto?
Num fim de semana uma
amiga dela vai pra São Paulo a passeio e num jantar num restaurante, vê o
namorado da amiga curitibana, comemorando o noivado dele com uma paulistana. As
duas famílias reunidas, comemoração, alegria, festa no restaurante.
- e aí? Deve-se
denunciar a situação para amiga curitibana?
Exemplo da outra
situação: Num concurso público, sua amiga fez a prova, entrevista e foi
selecionada. Ficou super feliz com o novo trabalho! Vocês saíram pra comemorar
e na conversa, você fica sabendo que o concurso era para cargo de nível
superior, e você sabe que sua amiga não fez faculdade. Você pergunta a ela como
ela conseguiu ser contratada se não tem diploma de nível superior. Ela, então,
confessa que falsificou um diploma.
- e nesse caso? O que
fazer?
b) Repreender os outros
Vamos ver outro aspecto
também relacionado com o erro dos outros.
- Pergunta ao grupo:
temos o direito de repreender os outros?
Da mesma forma, existem critérios para sabermos se devemos ou
não repreender os outros?
ESE, Cap.X item 19. Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que
ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?
Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de
vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela
vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer
de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um
dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao
demais, a censura que
alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio,
procurando saber se não a terá merecido. – S. Luís. (Paris, 1860.)
- se somos responsáveis pela educação daquele que está em erro,
sim! Devemos repreender para educar!
- se estamos de alguma forma relacionados com a pessoa em erro,
devemos repreender com cuidado, amorosamente, para sermos úteis, para ajudar
essa pessoa.
De qualquer modo, é
muito importante avaliar qual o nosso sentimento íntimo
no caso em questão.
- sentimos prazer
íntimo de pegar a pessoa em erro? Se sim, é maldade nossa!
- nós também não
cometemos o mesmo erro? Temos moral para repreender?
c) Notar os erros dos outros
Último aspecto nesse
assunto com relação aos erros dos outros, que está no Cap. X, da
bem-aventurança aos misericordiosos.
E ser misericordioso, é
não se fixar no mal dos outros; buscar perceber e realçar o bem que as pessoas
possuem.
- Então, para sermos
bem-aventurados agindo com misericórdia, não devemos reparar nos erros, nos
defeitos dos outros?
“Fora mesmo inconveniente ver em toda a
parte só o bem.”
“aquele que note os defeitos do próximo
o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que
reprova nos outros” (Item 20 do Cap. X do Evangelho).
- não! Temos que ser
capazes de reconhecer o mal onde existe. E verificarmos se nós também não temos
esse mal em nós!
- o que não devemos é
só ver o mal, sem buscar entender as dificuldades, as limitações dos outros.
Devemos buscar ver também, as virtudes que as pessoas têm! Todos nós temos vícios,
mas também temos virtudes!
4.
Fixação
do Conteúdo:
Considerando que
estamos nesse planeta de provas e expiações, e todos temos defeitos e virtudes,
vamos fazer um exercício de percepção nossa e dos nossos afetos.
- Pedir que cada um
pegue uma folha de papel e caneta, e de forma individual, vamos fazer a
reflexão (não será preciso compartilhar o que escreveu com ninguém! É só pra
gente refletir mesmo!)
-
escrever na folha, o nome de uma pessoa que você gosta
bastante. Pode ser qualquer pessoa que você conheça bem. Escrever então, o que você mais gosta nessa
pessoa; que qualidades percebe nela. (2
minutos)
-
agora, escreva o que você percebe nessa pessoa que é um defeito, um vício,
uma característica que você acha que não é legal. (2 minutos)
-
agora pense e escreva: você possui alguma dessas características que você
anotou no caderno, independente se boa ou não? Quais?
-
escrever na folha, o nome de outra pessoa que você não gosta muito.
Pode ser qualquer pessoa de seu relacionamento, que você conheça bem.
- agora, escreva porque você não gosta
dessa pessoa. (2 minutos)
- escrever agora, o que você identifica
nessa pessoa que é legal, qualidades que percebe nela, apesar de você não
gostar dela. (2 minutos)
- agora pense e escreva: você possui
alguma dessas características que você anotou no caderno, independente se boa
ou não? Quais?
Para finalizar: como foi fazer essa
reflexão sobre essas duas pessoas da sua vida? – deixar que respondam.
5.
Exercício
de respiração profunda e pausada, e prece final.
6.
Avaliação
Encontro com 5 jovens. Fizemos todas as atividades e elas
interagiram bem. Trouxeram outros aspectos tais como situações em que a pessoa
que vê o erro acaba sendo conivente ou ‘cúmplice’ se não denuncia.
Na reflexão escrita,
não tinham ninguém que não gostassem. Mas acharam interessante procurar ver
pontos positivos nas pessoas em que não se afinam muito.
7. Anexos
O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.
X
É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem?
20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?
Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal,
quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o
bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento
do próximo, desacreditando-o, sem
necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo
alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação
de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando,
estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do
próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o
que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao
moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos?
– S. Luís (Paris, 1860.)
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