Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 29/10/2021
Estudo Virtual Google
Meet
Tema: Bem-aventurados os
brandos e pacíficos
Objetivos:
Estudar o capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, a partir do estudo de
um caso, identificando a presença da raiva e indignação em situações do
cotidiano e como lidar com essas emoções para nossa felicidade.
Bibliografia:
O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IX;
LE, perg.614 ‘ Lei Divina ou Natural);
Sexo e Consciência,
Divaldo Franco, Cap.9, ’“Você amaria assim?”’
Material – Mural virtual para
anotar as respostas dos jovens
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
2.
Motivação
Inicial:
Propor uma situação
para fazê-los refletir sobre como lidariam com as emoções:
Imaginem que vocês
namoram uma pessoa há 3 anos. Se dão super bem e tem planos de união nos
próximos anos.
Numa viagem de feriado
prolongado que seu(ua) namorado(a) fez com a família, você ligou mais de uma
vez para ele(a) mas não conseguiu falar com ele(a). Você estranhou, pois, nem
suas as mensagens no celular eram respondidas.
Na noite do fim do
feriadão, ele(a) finalmente entrou em contato dizendo que se envolveu com outra
pessoa que conheceu na viagem. Não sabe explicar como aconteceu, mas é essa
pessoa com quem ele(a) pretende seguir o compromisso que já assumiu até perante
a família dele(a). Diz que sente muito, mas foi o que aconteceu.
Pedir que todos, um
por vez,
digam qual o sentimento, ou a emoção que sentiram com isso o que aconteceu.
(anotar num papel as respostas dos jovens).
3.
Desenvolvimento
Bom, esse caso
hipotético que vimos, muitas vezes acontece na vida real. Afinal, somos
Espíritos reencarnados e é possível reencontros de almas afins em qualquer
esquina...
Vamos então, acompanhar
um caso real, que aconteceu há muitos anos atrás, com uma mulher lá dos EUA.
Esse caso foi relatado pelo Divaldo Franco em uma de suas palestras.
- ir contando a
história em partes e anotando as respostas dos jovens no Mural virtual, compartilhando na sala virtual. Pedir sempre que todos respondam
para ver as emoções e pontos de vista de cada um!
a) Contar a história anexa, em suas palavras, até o momento que
a esposa, Luísa, recebe a carta do marido dizendo que se casou lá no Japão.
- O que vocês fariam
ao receber essa carta do marido? Como se
sentiriam?
b) Continuar a 2ªparte
história até a carta informando que ele ia ser pai. Enfatizar os sentimentos de
Luísa a cada informação nova recebida, e como ela lidava com essas emoções.
- Como vocês se sentiriam com essa notícia? 20 anos de casados e ela nunca engravidou!
c) Continuar a 3ªparte
história até a notícia de que a filha recebeu o nome dela: Luísa.
- E agora? Qual o
sentimento de vocês?
d)
Continuar a 4ªparte
história até a notícia de que ele estava com câncer de pulmão e sobrevida de apenas quatro meses no máximo.
.- E agora? Qual o
sentimento de vocês?
e) Continuar a 5ªparte história até a
notícia de que a japonesa e as meninas estavam com muitas dificuldades para se
manter, para sobreviver.
.- E agora? Qual o
sentimento de vocês?
f) Continuar a 6ªparte história até a informação de que a vida
estava muito difícil, Aiko não tinha apoio dos americanos lá e as meninas,
mestiças, eram discriminadas.
.- E agora? Qual o
sentimento de vocês?
g) Continuar a 7ªparte história até a chegada das meninas nos
EUA.
.- E agora? Qual o
sentimento de vocês? O que será que
Luísa sentiu ao ver as meninas?
h) Continuar a 8ªparte história até a chegada da Aiko nos EUA.
.- E agora? Qual o
sentimento de vocês? O que será que Luísa sentiu ao ver Aiko chegando?
i) Continuar a 9ªparte história até o fim.
4.
Fixação
do Conteúdo:
O que vocês acharam do
fim dessa história real?
Como teria sido o final
da história se fossem vocês no lugar da Luísa?
Qual o fim mais feliz?
O real ou o imaginário de vocês?
Vamos lembrar uma
das bem-aventuranças que Jesus nos ensinou:
(ESE,Cap.IX)
1. Bem-aventurados os que são brandos,
porque possuirão a Terra. (S. Mateus, 5:5.)
3. Sabeis que foi dito
aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. — Eu, porém, vos digo que quem quer que se
puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no juízo; que aquele
que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele
que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (S. Mateus,
5:21 e 22.)
4. Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da
mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência,
a cólera e até toda expressão
descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes.
É que toda palavra
ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve
presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união;
é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade;
é que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim,
que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei
primeira de todo cristão.
No LE vemos na perg. 614. Que se deve entender por lei
natural?
“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta.”
5.
Exercício
de respiração profunda e pausada, e prece final.
6.
Avaliação
Encontro com 4 jovens com
bastante participação. Foi bem boa a discussão e a análise a partir do caso
real relatado por Divaldo.
Não usei o mural compartilhado
7.
Anexos
Há muitos anos eu li uma página que me comoveu
profundamente. O título é uma pergunta: Você amaria assim?. Trata-se da história real de um casal que
residia nos arredores de Boston, no estado americano de Massachusetts.
Era um casal
de meia idade que trabalhava afanosamente para cumprir com todos
os seus compromissos: a hipoteca da casa, o automóvel e outros bens. Estavam casados há 20 anos.
Conheceram-se na escola, namoraram, noivaram e casaram.
No ano de 1947, depois da segunda guerra mundial, o
marido dirigiu-se à sua mulher e lhe disse:
— Luísa, acabo de receber uma proposta extraordinária para trabalhar na
reconstrução do Japão, arrasado pelos estertores da guerra que acaba de
se encerrar. O que eu ganharia em um mês é muito mais do que em um ano
trabalhando nos Estados Unidos. Na minha condição de engenheiro, eu poderei
oferecer tecnologia aos nipônicos e receberei em troca uma sólida fortuna que nos libertará dos
débitos e nos dará uma aposentadoria antecipada. Já que não tivemos filhos,
vamos preparar nosso futuro. Mas
eu terei que morar no Japão durante um
ano.
A esposa recebeu a proposta com receio e retrucou:
— Mas, meu bem, é um período muito largo! Um ano
parece que não passa nunca! Especialmente quando as pessoas estão separadas...
— Não vejo desta forma, querida! Eu creio que o tempo passa muito rápido
quando temos uma meta. As metas são a manifestação mais explícita da
nossa necessidade e nos aproximam daquilo a que aspiramos.
Por fim, o marido convenceu a esposa e viajou ao Japão.
Naquela
época, o telefone internacional era muito difícil de ser utilizado. Por isso, o marido comunicava-se com a esposa por intermédio de cartas
e de cartões que enviava periodicamente, numa linha de correspondência especial
que os Estados Unidos mantinham para suas tropas, suas autoridades legais e
seus técnicos enviados ao Japão para a missão de reconstrução que mencionamos.
Algumas vezes, ele conseguia comunicar-se através das ondas de rádio, em equipamentos do governo americano. E ambos choravam profusamente... Era uma saudade que corroía o peito como um ácido poderoso...
Seis meses, oito meses... No décimo
mês ele fez uma carta longa e lhe disse:
“Os meus serviços são tão excelentes, que eu recebi uma nova proposta para ficar mais seis meses no Japão. Retornarei à América como um homem rico e não terei mais necessidade de trabalhar. Eu penso que você me concederá esses próximos oito meses: dois que faltam para completar o contrato anterior e seis que se referem ao novo contrato que me propuseram.”
Ela ficou entristecida e respondeu-lhe que já estava esgotada. Seu sistema nervoso e sua saúde apresentavam distúrbios que precisavam ser cuidados. Entretanto, reconhecia que não havia outra alternativa, já que ele era tão importante para a reconstrução daquele país despedaçado pelo confronto armado. Enfim, declarou que concordava.
Depois de
alguns meses as cartas começaram a diminuir. Ela entendeu que
lhe faltava tempo para escrever e resolveu contentar-se com os postais. Porém,
em pouco tempo, essa forma de comunicação também começou a tornar-se rara.
Ao completar — se o quarto mês do novo contrato, faltando, por tanto dois meses para o seu retorno aos Estados Unidos,
ele enviou-lhe uma carta extensa, na qual expunha:
“Peço que você me perdoe e que me compreenda. Os homens são
diferentes biológicas psicologicamente das mulheres. O período de minha
ausência, foi realmente muito largo... E eu não suportei a solidão e o trabalho áspero. Acabo de casar-me com uma
japonesa. Solicitei o divórcio
pelos meios legais e imediatamente providenciei a minha nova união conjugal.
Eu não quis lhe contar antes para não a magoar. Perdoe-me!
Eu sei que você me ama e que teve resistências para suportar esta vida de
solidão e abstinência intima. Mas eu não consegui.
Apaixonei-me
pela camareira japonesa que vinha arrumar o meu apartamento. Ela é uma mulher pequenina,
do tipo tímida e ao mesmo tempo muito simpática. É realmente uma pessoa de
perfil diferente daquelas com as quais
estamos acostumados na América. Não fez nenhum movimento para
seduzir-me. Fui eu que me apaixonei e a conquistei, pois a amei profundamente.
Você será capaz de me perdoar?
“Eu
o amo muito! Não
sei se sou capaz de lhe perdoar, mas pelo menos sou capaz de entender você.
Eu gostaria de saber qual é o nome da sua nova esposa.”
Ele, posteriormente informou que a esposa japonesa se chamava Aiko e ambos continuaram a manter uma tímida correspondência.
Quatro meses
depois ele escreveu mais uma vez e comunicou-lhe:
“Quero dar-lhe uma notícia de grande importância para minha vida. Dentro de alguns meses eu serei pai! Infelizmente, em nosso longo casamento de vinte anos, Deus não nos abençoou com a alegria de ter filhos. Mas agora eu serei pai!”.
(início da 3ª parte da história)
“Tornei-me pai de uma menina linda! E como eu amo muito você, coloquei o seu nome na minha filha.
Desta forma você estará sempre próxima de mim, pois eu não consigo esquecê-la”.
“Os médicos me disseram que eu tenho um câncer de
pulmão. A minha sobrevida é de apenas quatro meses no máximo...”.
Mais tarde ela recebeu uma carta de Aiko, a esposa japonesa.
Era um texto mal redigido, em um inglês sinuoso, repleto de incorreções
gramaticais e ideias desconexas. Contudo, foi o suficiente para que ela
entendesse que o marido de ambas havia
desencarnado, o que a fez entrar em estado de profunda tristeza...
(início da 6ª
parte da história)
(início da 7ª
parte da história)
Quando a viúva americana analisou o contexto doloroso em que se
encontrava a jovem mãe, tomou uma decisão corajosa e nobre. Fez uma carta muito longa e propôs à japonesa:
“Você
gostaria que eu educasse as suas duas filhas aqui na América? Elas
aprenderiam o inglês e estariam em segurança comigo. Eu moro em uma casa enorme
nos arredores de Boston, uma verdadeira mansão na qual elas ficariam muito bem
acomodadas. Eu educaria as suas crianças como se fossem minhas próprias filhas.
Eu as educaria para você, fazendo por elas tudo aquilo que estiver ao meu
alcance. Sei que para uma mãe deve ser terrível separar-se de suas crianças.
Não sou mãe, mas tenho uma ideia do que significa isso. Porém, se você ama as
suas filhas e deseja para elas a felicidade, creio que se faz necessária alguma
renúncia da sua parte, pois desta forma o futuro das meninas estaria garantido.”
Para surpresa de Luísa, a jovem mãe aceitou a proposta e marcou a data em que as crianças viajariam.
A primeira esposa tentou obter apoio governamental para que a viúva japonesa também imigrasse, mas seu esforço foi em vão.
Finalmente chegou o dia tão esperado. A comissária de bordo encarregou-se de cuidar das meninas durante a longa viagem aérea de muitas horas, pois que possuía uma escala no território americano do Havaí.
O texto jornalístico no qual li esta história
reproduz a narração da própria viúva americana em relação ao seu encontro com
as meninas. As palavras aproximadas são as seguintes:
“Viajei de Boston a Nova York e cheguei ao
aeroporto John Kennedy. Comecei a imaginar como deveria receber as duas
crianças. Eu já estava com mais de quarenta anos e não possuía experiência com
o mundo infantil. As meninas estavam com 3 e com quase 5 anos. Pensava em contratar
uma enfermeira e uma pedagoga para me ajudar. Faria o que fosse possível. De
repente eu fui chamada pelo serviço de som do aeroporto para que comparecesse
ao setor de desembarque.
Uma funcionária da companhia aérea conduziu até mim as duas japonesinhas. Eram duas meninas lindas, que pareciam duas bonequinhas de porcelana de tão delicadas. Quando se aproximaram, falando somente algumas palavras em inglês, saltaram-me nos ombros e me chamaram tia-mãe. E ambas tocaram profundamente o meu coração.”
(início da 8ª
parte da história)
Dois anos depois, as meninas estavam completamente integradas à cultura americana e se encontravam imensamente felizes. As duas já falavam corretamente o inglês, pois as crianças apresentam grande facilidade para absorver conteúdos novos, principalmente um novo idioma que estejam exercitando constantemente. No entanto, a mãe adotiva não poderia esquecer que uma criança necessita da presença da mãe biológica para ser plenamente feliz. Por isso, resolveu investir novamente na vinda de Aiko para os Estados Unidos, embora estivesse consciente da dificuldade que enfrentaria para atingir aquele objetivo. Se a japonesa fosse viúva de um soldado americano, o Departamento de Estado providenciaria a sua entrada no país sem fazer nenhuma objeção. Mas como era apenas esposa de um engenheiro, o interesse das autoridades constituídas cm admiti-la não era o mesmo.
Após meditar a respeito, Luísa teve uma ideia que poderia ser a solução definitiva para contornar o obstáculo. Foi ao jornal de sua cidade e contou a história em detalhes, dando subsídios para que a jornalista publicasse uma matéria especial no periódico. A notícia teve tanta repercussão, que foi reproduzida no jornal The Washington Post, adquirindo notoriedade em todo o país. A intenção era sensibilizar a sociedade para que o governo Americano se sentisse na obrigação de intervir a favor de Aiko. O plano deu certo! Enfim, a japonesa conseguiu o direito de ir morar nos Estados Unidos.
Alguns meses mais tarde, Luísa encontrava-se novamente no Aeroporto Kennedy. Estava esperando aquela que lhe roubara o marido. Levava as duas meninas, agora vestidas com um traje adequado à cultura americana.
Quando o avião pousou ela fez uma reflexão, que em
suas próprias palavras fica mais fácil de compreender:
“Como será que Aiko vai me ver? Como será que eu vou vê-la? Será que restou entre nós alguma mágoa? Eu vou olhar para ela e vou pensar: O que ela tem melhor do que eu? Ela é muito pequena e certamente não tem a minha elegância. O que foi que ele viu nela? Às vezes parece que os homens são meio atormentados, pois se veem atraídos por mulheres com uma aparência física muito singular. Eles gostam das coisas diferentes somente para contrariar a opinião geral...”
A viúva americana se deparava naquele instante com um ressentimento profundo que ela não havia percebido antes. E, quando experimentava o auge deste dilema, concluiu que a situação constrangedora era uma via de mão dupla. Pensou consigo mesma: “Ela também deve estar num grande conflito! Vem para um país estrangeiro sem falar o idioma, e vai ficar na casa da mulher que foi a primeira esposa do seu marido... Não é uma situação confortável...”
A anfitriã não teve tempo de reflexionar muito porque a imigrante acabara de chegar ao setor de desembarque internacional. Luísa viu sair pela porta uma mulher que era muito jovem, quase uma menina, de pequena estatura. Não tinha certeza, mas deveria ser ela. Estava com um sorriso no rosto, apesar de não conseguir ocultar a tristeza estampada na face. Sentaram-se e abraçaram-se efusivamente. Aiko, que estava trêmula, chorou longamente nos braços de sua nova amiga. Naquele instante, Luísa experimentou um estranho sentimento. A jovenzinha parecia uma filha que chegava de longe para aconchegar-se ao seu coração.
(início da 9ª
parte da história)
Imediatamente começou a ajudá-la de várias formas. Matriculou-a num curso de inglês e resolveu estudar japonês para facilitar a comunicação entre ambas, pois a japonesa estava muito traumatizada com a guerra e com a morte do marido.
Algum tempo
depois, a viúva americana transferiu a hóspede para dentro de sua mansão.
Contudo, foi um retorno feliz para a outra margem
do rio da vida...
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