domingo, 15 de novembro de 2020

Espiritismo e os Animais

Casa Espírita Missionários da Luz – Juventude      > 13 anos          13/11/2020

 

Tema:   Espiritismo e os Animais                                         Estudo Virtual – Google Meet

 

Objetivos:

- Estudar como o Espiritismo aborda a questão da alma dos animais e sua evolução.

 

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, item ‘Os animais e o homem’, pergs 592 à 610, ‘Metempsicose’ pergs 611 à 613;

O Livro dos Médiuns, Cap. XXII ‘Mediunidade nos Animais’;

RE, Junho/1860 > O Espírito e o cãozinho;

RE, Maio/1865/questões-e-problemas 

Material:

 

1      Hora da novidade, exercícios de respiração profunda, e prece inicial

2      Motivação inicial:

Perguntar o que os jovens pensam a respeito dos animais e dos Espíritos: sobrevivem à morte? Reencarnam? Progridem? Existem animais nos mundos superiores?

 

3      Discussão dialogada com apoio de slides, com as perguntas do LE, item ‘Os animais e os homens’.

Slides:

 

       Os Animais e  Espiritismo

       É possível que os cães vejam ou sintam os Espíritos?

       “É certo que os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o terror súbito que eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela visão de um ou de muitos Espíritos. Ainda com mais frequência vedes cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou que empinam diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem em impedi-los de mover-se.

Mas, repito, não medianizamos diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. É-nos sempre necessário o concurso consciente, ou inconsciente, de um médium humano, porque precisamos da união de fluidos similares, o que não achamos nem nos animais, nem na matéria bruta.  (LM, cap. XXII, item 236)

 

       Os Animais e os Homens (Perguntas 592 a 610) – O Livro dos Espíritos

       592. Se comparamos o homem e os animais, em relação à inteligência, parece difícil estabelecer a linha de demarcação. Essa linha de demarcação pode ser estabelecida de maneira precisa?

       O homem é um ser à parte. No físico, o homem é como os animais e menos bem provido que muitos dentre eles. Seu corpo se destrói como o dos animais, isto é certo, mas o seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender, porque só ele é completamente livre. Reconhecei o homem pela faculdade de pensar em Deus.

 

       593. Podemos dizer que os animais só agem por instinto?

       Ainda nisso há um sistema. É bem verdade que o instinto domina na maioria dos animais: mas não vês que há os que agem por uma vontade determinada? É que têm inteligência, porém ela é limitada.

 

       594. Os animais têm linguagem?

       Se pensais numa linguagem formada de palavras e de sílabas, não; mas num meio de se comunicarem entre si, então, sim. Eles se dizem muito mais coisas do que supondes, mas a sua linguagem é limitada, como as próprias ideias, às suas necessidades.

 

       594-a. Há animais que não possuem voz; esses não parecem destituídos de linguagem?

       Compreendem- se por outros meios. Os animais, sendo dotados da vida de relação, têm meios de se prevenir e de exprimir as sensações que experimentam. Pensas que os peixes não se entendem? O homem não tem o privilégio da linguagem, mas a dos animais é instintiva e limitada pelo círculo exclusivo das suas necessidades e das suas ideias, enquanto a do homem é perfectível e se presta a todas as concepções da sua inteligência.

 

       595. Os animais têm livre-arbítrio?

        Não são simples máquinas, como supondes, mas sua liberdade de ação é limitada pelas suas necessidades, e não pode ser comparada à do homem. Sendo muito inferiores a este, não têm os mesmos deveres. Sua liberdade é restrita aos atos da vida material.

 

       596. De onde vem a aptidão de certos animais para imitar a linguagem do homem, e por que essa aptidão se encontra mais entre as aves do que entre os símios, por exemplo, cuja conformação tem mais analogia com a daquele?

       Conformação particular dos órgãos vocais, secundada pelo instinto da imitação. O símio imita os gestos; certos pássaros imitam a voz.

 

       597. Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?

       Sim, e que sobrevive ao corpo.

 

       597-a. Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?

       É também uma alma, se o quiserdes; isso depende do sentido em que se tome a palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos animais e a do homem tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus.

 

       598. A alma dos animais conserva após a morte sua individualidade e a consciência de si mesma?

       Sua individualidade, sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em estado latente.

 

       599. A alma dos animais pode escolher a espécie em que prefira encarnar-se?

       Não; ela não tem o livre arbítrio.

 

       600. A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?

       Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito. O Espírito do animal é classificado após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se pôr em relação com outras criaturas.

 

       601. Os animais seguem uma lei progressiva, como os homens?

        Sim, e é por isso que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios de comunicação mais desenvolvidos. São, porém, sempre inferiores e submetidos aos homens, sendo para estes servidores inteligentes.

 

       602. Os animais progridem como o homem, por sua própria vontade, ou pela força das coisas?

       Pela força das coisas; e é por isso que, para eles, não existe expiação.

 

       604-a. A inteligência é assim uma propriedade comum, um ponto de encontro entre a alma dos animais e a do homem?

        Sim, mas os animais não têm senão a inteligência da vida material; nos homens, a inteligência produz a vida moral.

 

       606. De onde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a espécie particular de alma de que são dotados?

        Do elemento inteligente universal.

       606-a. A inteligência do homem e a dos animais emanam, portanto, de um princípio único?

       Sem nenhuma dúvida; mas no homem ela passou por uma elaboração que a eleva sobre a dos brutos.

 

       610. Os Espíritos que disseram que o homem é um ser à parte na ordem da Criação enganaram-se, então?

       Não, mas a questão não havia sido desenvolvida, e há coisas que não podem vir senão a seu tempo. O homem é, de fato, um ser à parte, porque tem faculdades que o distinguem de todos os outros e tem outro destino. A espécie humana é a que Deus escolheu para a encarnação dos seres que podem conhecer.

 

4      Conclusão

 

Resposta de Kardec sobre um relato que um leitor da RE fez, dizendo que a cachorrinha da família, que havia morrido, veio visita-los de noite:

 

“Nosso honrado correspondente faz bem em não considerar definitivamente resolvida a questão. De um fato único, que além disso não passa de uma probabilidade, ele não tira uma conclusão absoluta. Ele constata e observa, esperando que a luz se faça. Assim o quer a prudência. Os fatos deste gênero não são ainda bastante numerosos nem suficientemente comprovados para deles deduzir-se uma teoria afirmativa ou negativa. A questão do princípio e do fim do Espírito dos animais apenas começa a surgir, e o fato de que se trata a ela se liga essencialmente. Se não for uma ilusão, pelo menos constata o elo de afinidade que existe entre o Espírito dos animais, ou melhor, de certos animais e o do homem. Aliás, parece positivamente provado que há animais que veem os Espíritos e com estes se impressionam. Temos relatado vários exemplos na Revista, entre outros o do Espírito e o cãozinho, no número de junho de 1860. Se os animais veem os Espíritos, evidentemente não é pelos olhos do corpo. Então, também eles têm uma espécie de visão espiritual.” 

Não é por meio de sistemas que se poderá resolver esta grave questão, mas pelos fatos. Se deve sê-lo um dia, o Espiritismo, criando a psicologia experimental, é o único que lhe poderá fornecer os meios. Em todo o caso, se existem pontos de contacto entre a alma animal e a alma humana, este não pode ser, no caso da alma animal, senão da parte dos mais adiantados. Um fato importante a constatar é que, entre os seres do mundo espiritual, jamais se fez menção de que existissem Espíritos de animais. Disso pareceria resultar que aqueles não conservam a sua individualidade após a morte e, por outro lado, que a pequena galga, que se teria manifestado, pareceria provar o contrário.” (RE, Maio/1865/questões-e-problemas)

 

5      Prece Final

 

6.   Avaliação:

Estudo com 9 jovens, com diversas dúvidas deles sobre esse tema. Gostaram das discussões. 

7.  Anexos:  

Livro dos Espíritos:

Comentário de Kardec à perg.585:
Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.


Perg. 612Poderia encarnar num animal o Espírito que animou o corpo de um homem?
“Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à sua nascente.”
 

Coment Karde perg 613

Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas, cujo conhecimento atual nada importa ao nosso progresso e sobre as quais seria inútil determo-nos. 

RE, Junho/1860 > O Espírito e o cãozinho

O Sr. G. G..., de Marselha, nos transmite este fato:

“Um rapaz faleceu há oito meses e sua família, na qual há três irmãs médiuns, o evoca quase que diariamente, servindo-se de uma cesta. Cada vez que o Espírito é chamado, um cãozinho, do qual ele gostava muito, salta sobre a mesa e vem cheirar a cesta, soltando ganidos. A primeira vez que isto aconteceu, a cesta escreveu: “Meu valente cachorrinho, que me reconhece.” 

No dia seguinte a Sra. Lec..., médium, membro da Sociedade, recebeu em particular a seguinte explicação sobre o mesmo assunto: 

“O fato citado na Sociedade é verídico, embora o perispírito destacado do corpo não tenha nenhuma de suas emanações. O cão farejava a presença de seu dono.(...)

Por suas fibras nervosas, o cão é posto em relação direta conosco, Espíritos, quase tanto quanto com os homens. Ele percebe as aparições; dá-se conta da diferença existente entre elas e as coisas reais ou terrenas, e lhes tem muito medo. O cão uiva à Lua, conforme a expressão vulgar; uiva também quando sente vir a morte. Nestes dois casos, e em muitos outros mais, o cão é intuitivo. Acrescentarei que seu órgão visual é menos desenvolvido que as suas sensações. Ele vê menos do que sente. O fluido elétrico o penetra quase que habitualmente. O fato que me serviu de ponto de partida nada tem de admirável, porque, no momento do desprendimento da vontade que chamava o seu dono, o cão sentia sua presença quase tão depressa quanto o próprio Espírito escutava e respondia ao chamado que lhe era feito.”   Georges (Espírito familiar)


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