segunda-feira, 8 de abril de 2019

Emancipação da Alma


Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade -  > 13 anos – 05/04/2019

Tema: Emancipação da Alma

Objetivos:
·         Estudar o fenômeno da emancipação da alma, na esfera dos sonhos;
·         Reconhecer nos sonhos simbolismo de arquétipos da humanidade;
·         Levar o jovem a refletir sobre onde anda a sua mente.

Bibliografia:
A Gênese, Cap. XIV, item 15, item II, itens 22 à 28
O Livro dos Espíritos, 2a.parte, Cap VIII “Da Emancipação da Alma” pergs 400 à 421; 425 à 438,447 à 455
Livro dos Médiuns, na 2ª Parte, Cap. I, item 53;
ESE, 28, itens 38 e 39 (À hora de dormir e prece);
Recordações da Mediunidade, Yvonne Pereira, Cap. 9 ‘Premonições’;

Material: caixa de bombom, com nrs colados em cada bombom.

Desenvolvimento:

1.    Exercício de respiração profunda e prece inicial.
2.    Motivação Inicial:
Contar um relato de Yvonne Pereira em Recordações da Mediunidade, Cap. 9:

  Uma amiga de minha família, cujo poético nome era Rosa Amélia S. G., residente em antiga cidade flu­minense, estava para casar-se e encomendara o vestido, para a cerimônia do dia do casamento, a antiga casa de modas «Parc-Royal», do Rio de Janeiro. Faltavam apenas quinze dias para o auspicioso evento quando a feliz noiva, que contava apenas dezoito primaveras, em certa noite sonhou que recebera pelo Correio o volume esperado, com o enxoval. Muito satisfeita, levou-o para o interior da casa, vendo-se rodeada das pessoas da fa­milha, que acorreram, curiosas. Mas, ao abrir a caixa e retirar as peças, o que ela encontrara fora um traje completo para viúva, com o véu negro denominado «cho­rão, como de uso na época para as viúvas recentes. A jovem soltou um grito de horror, fechou a caixa violentamente e despertou em gritos, chorando convul­sivamente. Conservou-se consternada durante uns dois ou três dias. Mas a perspectiva feliz do próximo enlace, os preparativos para os festejos, a presença amável do noivo, que desfrutava boa saúde e se rira muito das preocupações e do nervosismo da prometida, que receava perdê-lo, a tranquilizaram em seguida, fazendo-a esque­cer o (pesadelo). Na semana do casamento, efetivamen­te, chegara o volume pelo Correio, e ela própria o rece­bera, tal como sonhara, não mais se recordando do sonho que tivera e constatando, encantada, a beleza do seu vestido de bodas, que era em cetim branco e todo ornado de flores de laranjeira, e o véu de tule vaporoso e lindo, e a grinalda simbólica. Realizou-se, finalmente, o casamento no sábado seguinte. Dois meses depois, no entanto, o jovem esposo, tendo necessidade de visitar o Rio de Janeiro, adquiriu ali uma infecção tífica, re­gressando a casa, já em estado grave, e morrendo alguns dias depois. E sômente quando já na missa do sétimo dia, foi que a jovem viúva se lembrou do sonho que tivera às vésperas das próprias núpcias, pois que se reconheceu trajada exatamente como o sonho pro­fetizara.


3.    Desenvolvimento
Existem diversos casos como esse. São chamados sonhos proféticos, premonições.
- Como isso pode acontecer? Ela foi no futuro em sonho? Não!

- O Espírito não fica preso, encarcerado no corpo. Consegue se emancipar do corpo. Para ter a informação de que ficaria viúva, entrou em contato com algum Espírito, que não aparece no sonho dela, mas que levou a notícia para ela e ele reteve a informação de forma simbólica.

Quem sabe descrever como isso ocorre?
      - quando o corpo está em repouso, o Espírito se separa do corpo e vai cuidar de seus interesses.

Qual característica do perispírito permite que isso aconteça: Expansibilidade – capacidade de se expandir.

Pelos sonhos podemos confirmar essa  característica do perispírito! (LE - perg. 402)

Vejamos o que Kardec escreveu no Livro dos Médiuns, na 2ª Parte, Cap. I, item 53, como uma nota de rodapé:

“Quem se quiser reportar a tudo o que dissemos em O Livro dos Espíritos sobre os sonhos e o estado do Espírito durante o sono (nrs 400 a 418), conceberá que esses sonhos que quase toda gente tem, em que nos vemos transportados através do espaço e como que voando, são mera recordação do que o nosso Espírito experimentou, quando, durante o sono, deixara momentaneamente o corpo material, levando consigo apenas o corpo fluídico, o que ele conservará depois da morte. Esses sonhos, pois, nos podem dar uma ideia do estado do Espírito, quando se houver desembaraçado dos entraves que o retêm preso ao solo.”

- o que Kardec quis dizer na última frase? Que quando desencarnados vivenciaremos estado semelhante ao que ficamos durante o sono! É como se treinássemos a vida de desencarnado todas as noites!

- Então, todos os nossos sonhos são atividades de emancipação da alma?
Não! Existem sonhos relacionados ao nosso estado físico. Ex.: estamos com frio e sonhamos que caminhamos na neve. Outros relacionados ao nosso cotidiano, problemas que temos que resolver, ao nosso estado mental PP dito.
E também sonhos que são mensagens do nosso inconsciente profundo, nos alertando sobre algo que está acontecendo no momento atual da nossa vida.
Freud revolucionou o estudo da psique humana ao interpretar os sonhos de seus pacientes. Jung deu continuidade aos estudos indo além de Freud. Hoje, a Psicologia analítica junguiana, trabalha na cura de problemas psíquicos utilizando, além de outros recursos, a simbologia dos sonhos.

- O nosso tema de hoje: a visão espiritual dos Espíritos encarnados e os sonhos de modo geral.
- Quais os tipos de vista espiritual que podemos ter? (Escrever no quadro as respostas:
Sonhos e Sonambulismo (adormecidos), Dupla Vista e Êxtase (acordados)

- Vocês sabem como esses fenômenos acontecem? Qual a diferença entre eles?
Ouvir as respostas, orientar em caso de necessidade, e propor a discussão do tema a partir de perguntas cujos nrs estão nos bombons!

Sonho
É a lembrança do que o Espírito viu durante o sono (LE, perg. 402)
Sonambulismo
8.    “É um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.  (LE. Perg. 425)
Dupla Vista
A “dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, frequentemente a seu mau grado, assim como da vista sonambúlica.” (A Gênese, XIV, 22)

O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.” (LE. Perg. 447)
Êxtase
“O êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do extático ainda é mais independente.” (LE, perg. 439)



4.    Perguntas ao grupo: cada jovem pega um bombom (um jovem por vez), vê o número da pergunta e deve tentar responder. Não sabendo, pode passar a pergunta, e o bombom, a um outro jovem!

1.    Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto?” Perg.416
- Não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto.

2.   Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo?
- Sim, porque o Espírito tem um corpo, como o balão cativo tem um poste. Ora, da mesma forma que a agitação do balão abala o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fazê-lo experimentar fadiga. LE 412.

3.    Quem tem dupla vista, vê por quais órgãos?
- “O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas se generalizam: o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.” (A Gênese, XIV, 22)

4   Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?
“É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.” (perg. 414)

5   Que utilidade podem ter as visitas espirituais durante o sono, se as esquecemos?
Guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas ideias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. (perg. 415)

6   Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos? (Perg. 420)
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.”

7   É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?
“Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade.” (LE, perg. 407)

8   O sonambulismo é um fenômeno mediúnico?
“Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas.” .” (LE, perg. 425)
èé um fenômeno anímico

9   O que é o médium sonambúlico?
“Mostra a experiência que os sonâmbulos também recebem comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que devam dizer e suprem à incapacidade que denotam. Isto se verifica principalmente nas prescrições médicas. O Espírito do sonâmbulo vê o mal, outro lhe indica o remédio.” (LE, Coment. Perg. 431)
            - é quando está em contato com outros Espíritos

10 O sonambulismo natural tem alguma relação com os sonhos? Qual a diferença entre um e outro?
“É um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.” (LE, Perg. 425)

11 Por que é que o sonâmbulo não vê tudo e tantas vezes se engana?
“Primeiramente, aos Espíritos imperfeitos não é dado verem tudo e tudo saberem.” (Perg. 430)

12  Qual a origem das ideias inatas do sonâmbulo e como pode falar com exatidão de coisas que ignora quando desperto, de coisas que estão mesmo acima de sua
capacidade intelectual?
“É que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que os que lhe supões. Apenas, tais conhecimentos dormitam, porque, por demasiado imperfeito, seu invólucro corporal não lhe consente rememorá-lo. (Perg. 431)

13 Como fazer para santificar as nossas horas de sono?
Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade.” (Evang.Seg. Espiritismo, cap. 28, item 38)

14 Todos os sonhos se referem a visitas ou atividades espirituais?
Não. Existem sonhos fisiológicos, psicológicos e avisos do nosso inconsciente.

15 Como são os sonhos fisiológicos?
Refletem o que sentimos no corpo físico. Se estivermos com frio, sonhamos que estamos em meio à neve, por exemplo.

16 Como são os sonhos psicológicos?
São resultados de nossos pensamentos, interesses e preocupações. Se tivermos um problema a resolver é comum sonhar com a situação.

17 Como são sonhos de avisos do inconsciente?
São sempre simbólicos, e estão relacionados com nosso contexto atual, ou seja, o simbolismo do sonho é um recado de nosso inconsciente sobre nossa situação atual.


5.    Conclusão

ð  Vamos refletir por alguns minutos, sobre a qualidade de nosso sono: Dormimos bem? Ficamos descansados? Acordamos com boa sensação?
ð  É importante observar como acordamos, lembrar de nossos sonhos, para que possamos santificar essas horas tão importantes para nós: é a parte espiritual de nossa encarnação! Devemos utilizá-las com sabedoria!
Devemos pedir, em oração, para que durante o sono possamos nos encontrar com o nosso espírito protetor e dele receber conselhos, força e coragem nas dificuldades da vida, para saber qual a melhor atitude a tomar diante de determinada situação. Com o tempo, o exercício e o nosso merecimento, podemos receber as respostas através de intuição durante o dia. Também podemos encontrar alguém de quem não gostamos para fazer as pazes e nos harmonizarmos, preparando o perdão e o desfazimento da mágoa e do ódio que vão ocorrer quando estivermos acordados. Pode-se, também, encontrar pessoas, aprender, assistir aulas, trabalhar e fazer o bem no Mundo Espiritual.


6.    Exercício de respiração profunda e prece final.

Avaliação: Aula para 11 jovens da Mocidade e 4 do III ciclo.

Não fiz o jogo com os bombons! Não deu tempo, pois foram tantas perguntas e interesse na questão dos sonhos que ficamos só na roda de conversa mesmo.

Subsídios teóricos:

O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades.
Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos  absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.” (LE, perg.402)

“Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer do espaço. (...)
Tem-se então o fenômeno a que se dá o nome de emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o sono. De todas as vezes que o corpo repousa, que os sentidos ficam inativos, o Espírito se desprende.”  (A Gênese, Cap. XIV, 23 )

Nesses momentos ele vive da vida espiritual, enquanto que o corpo vive apenas da vida vegetativa; acha-se, em parte, no estado em que se achará após a morte: percorre o espaço, confabula com os amigos e outros Espíritos, livres ou encarnados também.
“O laço fluídico que o prende ao corpo só por ocasião da morte se rompe definitivamente; a separação completa somente se dá por efeito da extinção absoluta da atividade vital. Enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, é instantaneamente chamado à sua prisão, desde que a sua presença aí se torne necessária. Ele, então, retoma o curso da vida exterior de relação.
Por vezes, ao despertar, conserva das suas peregrinações uma lembrança, uma imagem mais ou menos precisa, que constitui o sonho. Quando nada, traz delas intuições que lhe sugerem idéias e pensamentos novos e justificam o provérbio: A noite é boa conselheira.”
(A Gênese, Cap. XIV, 23)

Segundo o grau de desenvolvimento, as circunstâncias e o estado moral do indivíduo, pode ela (a vista espiritual) dar, quer durante o sono, quer no estado de vigília:
1º a percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorram a grande distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes;
2º a percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos Espíritos;
imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento”  (A Gênese, Cap. XIV, 27)

No sonho e no sonambulismo, o Espírito anda em giro pelos mundos terrestres. No êxtase, penetra em um mundo desconhecido, o dos Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem que, todavia, lhe seja lícito ultrapassar certos limites, porque, se os transpusesse, totalmente se partiriam os laços que o prendem ao corpo. Cerca-o então resplendente e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o invade: goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade. (LE, perg.455)

A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de segunda vista ou dupla vista, que é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.
No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. (LE, perg. 455)

O sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista são efeitos vários, ou de modalidades diversas, de uma mesma causa. Esses fenômenos, como os sonhos, estão na ordem da natureza. Tal a razão por que hão existido em todos os tempos. A História mostra que foram sempre conhecidos e até explorados desde a mais remota antiguidade e neles se nos depara a explicação de uma imensidade de fatos que os preconceitos fizeram fossem tidos por sobrenaturais. (LE, perg. 455)


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