terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sexualidade


Casa Espírita Missionários da Luz – Pré e Mocidade          > 12 anos           03/08/2011

Tema:   Sexualidade

Objetivos:
- Identificar a função sexual como natural e instrumento de progresso, com emprego digno, e o devido respeito aos outros e a si mesmo;
- Refletir sobre a responsabilidade decorrente do uso da função sexual;
- Refletir sobre a questão da homossexualidade.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, pergs: 200 à 202, 258, 861
Vida e Sexo – Emmanuel/Chico Xavier – Cap. 21, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’
Loucura e Obsessão – Manoel P. Miranda/Divaldo Pereira Franco,  Cap 5 e 6
Sexo e Obsessão – Manoel P. de Miranda
Educação e Vivências – Raul Teixeira/Camilo - “Homossexualismo e Educação”
Desafios da Educação – Raul Teixeira/Camilo, perg.27
Desafios da Vida Familiar – Camilo/Raul Teixeira – perg.28
Estudos Espíritas – Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 20 “Sexo”
Após a Tempestade – Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco, Cap. 6, “Sexualidade”
Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5
Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13
Sexo e Destino - André Luiz/Chico Xavier -  2ª parte - cap. 9
Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap 40
Atualidade do Pensamento Espírita – Vianna de Cravalho/Divaldo Pereira Franco – perg. 179

Material: Exemplares de O LE, cópias de texto de André Luiz, Cap. 13 de Missionários da Luz

1      Prece inicial
2      Motivação inicial:
Em março de 2013, uma notícia no jornal chamou a atenção:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/pais-de-menino-de-6-anos-que-se-ve-como-menina-denunciam-escola.html

Os pais de um menino de 6 anos de idade que se identifica como menina no Colorado, nos EUA, entraram com uma queixa na agência estadual de direitos civis depois que a escola onde a criança estuda proibiu que ela use o banheiro feminino.
Com a polêmica em torno do caso do jovem transgênero Coy Mathis, diagnosticado com desordem de identidade de gênero, sua família chegou a divulgar fotos que mostram sua aparência claramente feminina.
Segundo a família, Coy age como menina desde os 18 meses de idade. Enquanto o irmão Max só queria saber de dinossauros, Coy brincava com bonecas. Aos 4 anos, falou para sua mãe, Kathryn, que havia algo errado com seu corpo.
"Nós queremos que Coy tenha as mesmas oportunidades educacionais que tem qualquer outra criança no estado do Colorado", disse Kathryn em entrevista à ABC News. Além de Coy e Max, o casal tem outras três filhas.

èEntrevista com profissionais da área de saúde de SP:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/03/transexual-pode-se-descobrir-ja-na-primeira-infancia-dizem-especialistas.html

“A identificação com o sexo oposto e o eventual desejo de uma pessoa em assumir uma nova identidade de gênero começa geralmente na primeira infância, entre os 4 e 6 anos de idade, segundo o psicólogo clínico e psicanalista Rafael Cossi, autor do livro "Corpo em obra", lançado em 2011 após análise de seis biografias de transexuais.”

'Sofria muito por ser diferente'
A transexual Brunna Valin, de 38 anos, conta que desde os 7 anos já sabia muito bem que não gostava de meninas. Aos 11 anos, vieram as brigas no colégio, as surras dos meninos, até que ela deixou a escola na 7ª série do ensino fundamental.
"Eu sofria muito por ser diferente. Com 12 anos, já me apresentava como Brunna e me vestia de menina, com saia, sapato de salto, batom, brinco.

Dois anos de preparação
Antes de toda cirurgia para mudança de sexo, o Sistema Único de Saúde (SUS) exige que a pessoa, com mais de 21 anos, faça pelo menos dois anos de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, no qual seja diagnosticada com distúrbio de identidade de gênero.
No ambulatório de São Paulo, criado em 2009 e considerado o primeiro do tipo no país a atender exclusivamente travestis e transexuais, há atualmente 1.500 pessoas cadastradas. Desse total, 65% (975) se consideram transexuais – 915 são homens biologicamente que se sentem como mulheres e 60 são o contrário. Os outros 35% são travestis que desejam tomar hormônios e mudar a aparência, mas não pretendem fazer a operação.

èEm junho/2018, pouco menos de 2 meses atrás, a OMS retira a identidade de gênero do grupo dos transtornos mentais:
https://unaids.org.br/2018/06/oms-anuncia-retirada-dos-transtornos-de-identidade-de-genero-de-lista-de-saude-mental/

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (18), durante lançamento da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), a retirada dos transtornos de identidade de gênero do capítulo de doenças mentais. Com a mudança, o termo passa a ser chamado de incongruência de gênero, e está inserido no capítulo sobre saúde sexual. A nova classificação acontece 28 anos depois da decisão de retirar o termo homossexualidade da lista de doenças, no dia 17 de maio de 1990.

Segundo a OMS, existem evidências de que a incongruência de gênero não se trata de um transtorno mental, mas que ainda “há a necessidade de garantir atendimento às demandas específicas de saúde da população trans”, o que explica o fato de o termo não ter sido retirado totalmente da CID. Além disso, a Organização destaca que este é um passo importante para a redução do estigma e da discriminação em relação à essa população e para a garantia de acesso à saúde.

Os Estados Membros das Nações Unidas poderão adotar a nova CID a partir de maio de 2019, quando será apresentada na Assembleia Mundial da Saúde, e a lista passa a valer oficialmente a partir de 1º de janeiro de 2022. A versão disponível atualmente é uma pré-visualização, e permite que os países planejem, traduzam e capacitem os profissionais de saúde para trabalhar de acordo com as novas classificações.

3      Discussão dialogada: Espíritos não tem sexo
Conduzir uma discussão a partir das perguntas:
- Como será que se sente uma criança de 6 anos que não se identifica com o corpo que tem?
       E a família? Como será que reage numa situação dessas?

- Como será que se sente um pré-adolescente de 12 anos, nessa mesma condição?
      E os colegas da escola? Como lidam com essas situações quando ocorre na turma, ou na escola?

- Como vocês se sentem com relação a pessoas nessa condição?

- Como vocês acham que as pessoas que tem essa incongruência de gênero  são? Como deve ser a vida para elas?

èobservar que a vida deve ser muito difícil para essas pessoas, pois ainda temos dificuldade de entender o diferente. Se já existe bullying por questões menos complexas, imagina o que deve sofrer o jovem nessa situação.
Devemos ter respeito sempre, para todas as pessoas, independente de como elas são e de como se apresentam.

Como podemos explicar essa situação perante a DE?
èdeixar que falem, e distribuir alguns exemplares de O LE, para leitura de perguntas para subsidiar a discussão, fazendo uma análise com os jovens a cada pergunta.



200. Têm sexo os Espíritos?
"Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos."
èvemos na literatura espírita, diversas comunicações de Espíritos que se apresentam como homens ou como mulheres. Como podemos entender isso?
èenqto Espíritos, não temos sexo. Mas como Espíritos encarnados, todos nós temos e isso impacta bastante na formação da nossa identidade, da nossa personalidade.
èQuando uma pessoa desencarna, no PE ela se apresenta como homem ou como mulher?
ède modo geral, como se apresentava antes da desencarnação. Se Espírito superior, pode se apresentar como quiser.

202. Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
"Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar."
Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens.
èpor essa resposta, podemos entender que todos passaremos pela experiência da encarnação como homem e como mulher.

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”
            èvemos que todos sabemos, antes de reencarnar, as lutas que teríamos que travar; os desafios que teríamos a vencer.


èAté aqui, falamos do sexo, como identidade de gênero: masculino/feminino. Mas temos a questão das trocas energéticas entre os seres; a questão da união sexual; do relacionamento uns com os outros.

Vamos fazer uma comparação: (deixar que respondam)
è Alimentação: para quê serve? É necessária? Quais as consequências da falta de alimentação? E do excesso?

Agora, vamos fazer duplinhas: Cochicho 2 a 2:
èAtividade sexual? para quê serve? É necessária? Quais as consequências da falta de atividade sexual? E do excesso?
(Deixar que respondam, sem intervir)

Nova discussão em duplinhas: cochicho 2 a 2:
èQual a diferença entre sexo, do ponto de vista da união sexual, e amor?
Quais os objetivos das funções sexuais?
Quais as consequências do uso inadequado das funções sexuais?
(Deixar que respondam, sem intervir)

4      Leitura de texto de André Luiz, Cap. 13 de Missionários da Luz: Uso da função sexual
èdistribuir os trechos aos jovens

Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13

“- Na Crosta - disse-me Alexandre, sorrindo, após reaproximar-se de mim -, em sentido geral ainda existe muita ignorância acerca da missão divina do sexo. Para nós, porém, que desejamos valorizar as experiências, a paternidade e a maternidade terrestres são sagradas. A faculdade criadora é também divindade do homem.”
“Os que ultrajam o sexo, escrevendo, agindo ou falando, já são grandes infelizes por si mesmos.”
èvemos aqui a questão do sexo sendo usado nas expressões artísticas de baixo teor espiritual.

“- O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta que é muito difícil para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio humano, com referência ao assunto. Basta dizer que a união sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres se aproximam demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais. No capítulo de relações dessa espécie, há muita inconsciência criminosa e indiferença sistemática às leis divinas.”
èvemos esse tema no LE:

LE, Perg.696. Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?
“Seria uma regressão à vida dos animais.”
O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.

“Entre as criaturas, porém, que se encaminham, de fato, aos montes de elevação, a união sexual é muito diferente. Traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e para o coração e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna.”
“A procriação é um dos serviços que podem ser realizados por aquele que ama, sem ser o objeto exclusivo das uniões.”

èaqui vemos que a energia sexual, é a energia criadora de grandes obras e realizações na vida. Ex.: um médico que fica 12 horas em pé, numa cirurgia, de onde tira essa energia? èé a energia da libido, a energia criadora que o impulsiona, que nos impulsiona em todas as nossas realizações.

“- É lamentável - continuou o orientador, gravemente - que a maioria dos nossos irmãos encarnados na Crosta tenha menosprezado as faculdades criativas do sexo, desviando-as para o vórtice de prazeres inferiores.”

“Tentam arrastar a luz para as trevas e convertem os atos sexuais, profundamente veneráveis em todas as suas características, numa paixão viciosa tão deplorável como a embriaguez ou a mania do ópio.”
èvício do sexo, assim como outros vícios externos (álcool, drogas). Lembrando que como em todos os vícios, abrimos campo mental para as obsessões.

“Quem foge ao bem, é defrontado pelo crime; quem foge à ordem, cai no desequilíbrio. As uniões sexuais, portanto, que se efetuem à distância desses sublimes imperativos, transformam-se em causas geradoras de sofrimento e perturbação. Ao demais, não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo.

5      Lesões afetivas:

“Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das consequências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.”  (Emmanuel, Vida e Sexo, Cap. 6 ‘Compromisso Afetivo’)
ð Aqui vemos a questão da lesão afetiva que é gerada no parceiro. è relatar o caso de Elisa com André Luiz, citado em Nosso Lar (em anexo).


6      Leitura Discussão em grupo: Emoções x Sentimentos

èJoanna fala da adolescência, onde muitos conflitos tem origem, pois realidade e fantasia se confundem: (Encontro com a Paz e a Saúde, Joanna de Ângelis, Cap 5)

“Confundindo, muitas vezes, as sensações com as emoções, deixa-se arrastar pelos impulsos dos desejos infrenes, estabelecendo compromissos graves mediante relações apressadas que se transformam em desastres comportamentais.”
èe com a banalização da questão sexual, esses compromissos vão se fazendo e se rompendo...

“Se, nessa fase inicial da puberdade, ou logo após, os relacionamentos se agravam, transformando-se em convivência sexual, por certo o amadurecimento das emoções demonstrará o erro da escolha, a dor interna do desencanto, a angústia que decorre da eleição feita por precipitação, o transtorno da depressão...”
èé preciso canalizar o excesso de energias que vocês, que os jovens possuem!  Como? Como bem utilizar essa energia na adolescência?

“Desportos e estudos, disciplinas sem rigidez e com amizade, relacionamentos afetivos e convivência saudável podem contribuir valiosamente para facilitar o trânsito no período juvenil, sem traumas nem compromissos precipitados de efeitos danosos.”
èdiversas formas saudáveis para o corpo, e para a mente, de redirecionamento da energia sexual.


7      Conclusão

A união sexual, em seu objetivo de vida, divino, traduz:
– reprodução; trocas energéticas entre os serem que se amam; energia criadora das grandes realizações da vida.

A união sexual, no nível dos brutos traduz:
 – apenas a sensação física, como nos irracionais.

Consequências do mau uso das funções sexuais:
- frustrações, desencantos, lesões afetivas que podem gerar consequências de dívidas morais com aqueles que foram lesados, reencarnações com inibições e/ou polarização sexual diferenciada do psiquismo do ser.

8      Prece Final

Avaliação: Aula abordada durante três encontros, com participações diversas, pois nem sempre era o mesmo grupo que esteve nas 3 reuniões.
Houve bastante participação nos 3 encontros.
O trecho de Missionários da Luz foi abordado na 2ªreunião, e o de Nosso Lar, na terceira.

Anexos:  

Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap 40
“Lembrei, perfeitamente, o dia em que ela, humilde, penetrara em nossa casa levada por velha amiga de minha mãe, que aceitou as recomendações trazidas, admitindo-a para os serviços domésticos.
A princípio, o ritmo comum, nada de extraordinário; depois, a intimidade excessiva, de quem abusa da faculdade de mandar e da condição de servir alguém.

Elisa pareceu-me bastante leviana, e, quando a sós comigo, comentava sem escrúpulo certas aventuras da sua mocidade, agravando com isso a irreflexão de nossos pensamentos.

Sob enorme angústia moral, abandonou Elisa, mais tarde, a nossa casa, sem coragem de me lançar em rosto qualquer acusação. E o tempo passou, reduzindo o fato, em meu pensamento, a episódio fortuito da existência humana.

èo que podemos perceber nesse trecho do relato de André Luiz à Narcisa?
    èabuso da condição de ‘patrão’ (assédio moral)
    èjulgamento (achou-a leviana e, talvez por isso tenha se achado no direito de não respeitá-la)
    èdepois, ignorou o fato, como ‘fortuito’ da vida...

A história, por Elisa
Nos tempos da mocidade distante, como filha de um lar paupérrimo, vali-me do emprego em casa de abastado comerciante, onde a vida me impôs imensa transformação. Esse negociante tinha um filho, tão jovem quanto eu, e depois da intimidade estabelecida entre nós, quando toda a reação de minha parte seria inútil, esqueci criminosamente que Deus reserva o trabalho a todos os que amem a vida sã, por mais faltosos que tenham sido, e entreguei-me a experiências dolorosas, que não preciso comentar.
Conheci, de perto, o prazer, o luxo, o conforto material e, em seguida, o horror de mim mesma, a sífilis, o hospital, o abandono de todos, as tremendas desilusões que culminaram na cegueira e na morte do corpo.
Errei, muito tempo, em terrível desespero, mas, um dia, tanto roguei o amparo da Virgem de Nazaré, que mensageiros do bem me recolheram por amor ao seu nome, trazendo-me a esta casa de abençoada consolação.

èe no relato de Elisa? O que podemos perceber?
    èa partir das experiências na casa de André Luiz, passou a ter uma vida de ilusões, ao  invés da vida simples de trabalho duro mas honesto e nobre.

èserá que a experiência dela com o jovem André Luiz foi fator preponderante nas consequências que a vida dela teve?
Ele achou que sim, e como disse Narcisa, a atração que ele sentiu pela visita ao pavilhão feminino, foi um ‘recado divino’:


Sexo e Obsessão – Manoel P. De Miranda/Divaldo Pereira Franco - junho de 2002
“O sexo é departamento orgânico programado pela vida para a reprodução da espécie.
Assexuado, o Espírito renasce numa como noutra polaridade, afim de adquirir experiências e compreensão de deveres, que são pertinentes a ambos os sexos. A intrepidez masculina e a docilidade feminina são capítulos que dão ao Espírito equilíbrio e harmonia. Dessa forma, em uma reencarnação pode o Espírito tomar um corpo masculino e noutra um feminino, ou realizar um vasto programa de renascimento em um sexo para depois começar os processos experimentais em outro, sem qualquer prejuízo emocional para a sua estrutura íntima.
Fadado ao progresso, que é ilimitado, o Espírito deve vivenciar cada reencarnação enobrecendo as funções de que se constitui o seu corpo, de modo a desenvolver os valores que lhe dormem em latência.
Graças à conduta moral em cada polaridade, mais fácil se lhe torna, quando edificante, escolher o próximo cometimento. No entanto, quando se permite corromper ou desviar-se do rumo das suas funções, gera perturbações emocionais e psíquicas que lhe impõem duros processos de recuperação, de que não se pode  furtar com facilidade.” (…)
Vive-se, na Terra, a hora do sexo. O sexo vive na cabeça das pessoas, parecendo haver saído da organização genésica onde se sedia. Naturalmente, o pensamento é força atuante e desencadeadora da função sexual. Reduzir o indivíduo apenas às imposições reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo, é transformá-lo em escravo de uma função pervertida pela mente e atormentada pelas fantasias mórbidas.
O ser humano são os seus valores éticos, suas aspirações, seus sonhos, suas lutas, suas grandezas e também aprendizagens dolorosas. (...) Sitiá-lo no gozo sexual e asfixiá-lo nos vapores da libido perturbada, constitui agressão injustificável às suas conquistas emocionais, psíquicas e intelectuais, que lhe dão sabedoria para discernir e para realizar. (...)
Desvios sexuais, aberrações nas práticas do sexo, condutas extravagantes e desarticuladoras das funções estabelecidas pelas Leis da Vida, geram perturbações de longo curso, que não se recompõem com facilidade, senão ao largo de dolorosas reencarnações expungitivas e purificadoras.
Tormentos da libido e da função sexual têm suas matrizes nos comportamentos anteriores que o Espírito se permitiu, quando, em outras reencarnações, abusou da faculdade procriativa, aplicando-a para o prazer exorbitante, ou explorou pessoas que se lhe tornaram vítimas, estimulou abortamentos e se permitiu experiências perversas e anormais, ou derrapou nos excessos com exploração de outras vidas... Todas essas condutas arbitrárias fixaram-se nos tecidos sutis do perispírito, impondo necessidades falsas, que agora os pacientes procuram atender, ampliando o complexo campo de problemas íntimos.

O respeito e a consideração pelas funções sexuais constituem a melhor terapia preventiva para a manutenção da saúde moral, assim como o esforço para a recomposição do caráter, quando alguém já se permitiu corromper, ao lado da terapêutica especializada, fazem-se imprescindíveis para a conquista da harmonia.
Ninguém se engane quanto aos compromissos do sexo perante a vida e cuide de não enganar a outrem.
Cada um responde sempre pelo que inspira e pelo que faz.
O sexo não foi elaborado para o prazer vulgar, senão para as emoções superiores na construção das vidas, ou para as sensações compensativas quando amparado pelas dúlcidas vibrações do amor, mantendo a afetividade e a alegria de viver. (...)

O sexo, por sua vez, porque carregado de sensações e de emoções, quando vilipendiado e exercido com ignorância das suas sagradas funções, transforma-se em geratriz de tormentos que dão curso a outros vícios e alucinações, empurrando as suas vítimas para as drogas, o álcool, o tabaco, a mentira, a traição, a infâmia e todo um séquito de misérias morais que entorpecem os sentimentos e obnubilam a razão. Enquanto não houver um programa educativo baseado nas nobres finalidades da existência humana, cujo objetivo essencial é o progresso intelecto-mor al e não a utilização do corpo para o prazer e a leviandade, permanecerão equivocados os valores éticos, sendo utilizados pelo egoísmo para o gozo e a insensatez. (…)
Chegará o momento adequado, e todos nos deveremos empenhar por apressá-lo, quando luzir o pensamento de Jesus nas consciências humanas, em que o homem e a mulher compreenderão que o sexo existe para fomentar a vida e procriar, amparado por emoções enobrecedoras do intercâmbio de energias revigorantes, e não para o banquete asselvajado dos instintos e das sensações, desbordando em crimes e destruição da vida. Que possamos contribuir em favor desse momento, edificando-nos no bem e preservando-nos interiormente das ciladas do mal e das tentações perturbadoras. (...)
(Cap. 15) “O sexo é departamento importante do aparelho genésico criado com a finalidade específica para a procriação. Responsável pela reprodução dos seres vivos, constitui extraordinário investimento da vida, que o vem aperfeiçoando através dos milênios, a fim de o transformar em feixe de elevadas emoções que exaltam a Criação. Quando compreendido nos objetivos para os quais foi elaborado transforma-se em fonte geradora de felicidade, emulando ao amor e à ternura que expressa em forma de vitalidade e de bem-estar. Quando aviltado por qualquer forma de manifestação incorreta, faz-se cadeia retentora do ser na paisagem sórdida à qual foi atirado. (...)
Destituído de equipamentos sexuais, o Espírito é neutro na forma da expressão genésica, possuindo ambas as polaridades em que o sexo se expressa, necessitando, através da reencarnação, de experienciar uma como outra manifestação, a fim de desenvolver sentimentos que são compatíveis com os hormônios que produzem. Face a essa condição, assume uma ou outra postura sexual, devendo desenvolvê-la e vivenciá-la com dignificação, evitando comprometimentos que exigem retornos dolorosos ou alterações orgânicas sem a perda dos conteúdos emocionais ou psicológicos. Isto equivale dizer que, toda vez quando abusa de uma função, volta a vivenciá-la, a fim de recuperá-la, mediante processos limitadores, inibitórios ou castradores. Todavia, se insiste em perverter-se, atendendo mais aos impulsos do que à razão, dominado pelo instinto antes que pelo sentimento, retorna em outra polaridade que não o capacita para a sua manifestação conforme desejara, correndo o risco de canalização das energias de forma equivocada. Em assim acontecendo, o fenômeno se torna mais grave, produzindo danos perispirituais que irão exteriorizar-se em transtornos profundos da personalidade e da aparelhagem genésica.
Face aos processos evolutivos, muitos Espíritos transitam na condição homossexual, o que não lhes permite comportamentos viciosos, estando previsto para o futuro, um número tão expressivo que chamará a atenção dos psicólogos, sociólogos, pedagogos, que deverão investir melhores e mais amplos estudos em torno dos hábitos humanos e da sua conduta sexual."

            No Livro "Loucura e Obsessão", ditado pelo Espírito de Manuel P. De Miranda, através da mediunidade de Divaldo P. Franco, é o insigne Dr. Bezerra de Menezes quem esclarece que "....quando o corpo se encontra definido numa ou outra forma (homem e mulher) e o arcabouço psicológico não corresponde à realidade física, temos o transexualismo, que empurrado pelos impulsos incontrolados do "eu" espiritual perturbado em si mesmo ou pelos fatores externos, pode marchar para o homossexualismo, caindo em desvios patológicos, expressivos e dolorosos..." (Miranda. Loucura e Obsessão - Cap 5 e 6)
            Acontece que homens e mulheres que abusaram de seu magnetismo sexual seduzindo outras criaturas do sexo oposto, desfazendo lares e abandonando e humilhando a companheira ou companheiro sem nenhum respeito e consideração reencarnariam, neste caso, compulsivamente em posição contrária para que sentindo os problemas do outro sexo, aprendessem a respeitá-lo e honrá-lo
            Pode acontecer, entretanto, que espíritos missionários desejando realizar tarefas nobilizantes em prol de agrupamentos humanos e consequentemente de si próprios, peçam a encarnação em condição sexual oposta a que transitoriamente se encontram, desejando assim, se resguardarem de arrastamento afetivos para que com mais facilidade possam alcançar os objetivos propostos.
            Num ou noutro caso, quando ocorre o estímulo ou descontrole da função sexual, defronta o ser com a prova que deve superar o esforço de educação, de disciplina mental e física, evitando agravar o próprio estado.
            Hoje, porém, várias escolas psicológicas estimulam o uso e abuso da função sexual na busca do prazer, justificando que tal ação evita frustrações e desequilíbrios. Não é, entretanto, o que se comprova, pois, aqueles que assim procedem transitam insatisfeitos e apáticos, enveredando pelas drogas, tombando mais tarde na loucura e no suicídio...(Miranda. Loucura e Obsessão -cap 5 e 6)
            A receita ideal, é sem dúvida, a reeducação mental, a correção do conceito de prazer e felicidade, e a regularização dos hábitos viciosos caminhando sob disciplina rigorosa, exercitando a abstinência, valendo-se da prece e preenchendo a mente com idéias otimistas, elevadas que acalmam, ajudando aqueles que sofrem, pois o bem que se faz é conquista de paz interior. ( Miranda. Loucura e Obsessão.- Cap 5 e 6 )
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“Homens e mulheres, em espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de característicos virís e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social.
Tendo Neves formulado consulta sobre os homossexuais, Félix demonstrou que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam. Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta. “ ( André Luiz - Sexo e Destino - 2ª parte - cap. 9)

Vida e Sexo – Emmanuel/Chico Xavier – Cap. 21 “Homossexualidade”

“o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas. O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, conseqüentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.”


Após a Tempestade – Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco, Cap. 6, “Sexualidade”

“Se te encontras num capítulo punitivo da sexualidade, fora da atividade santificante para o qual dotou o Criador, não te conspurques nem te degrades, mesmo que a mentalidade da época te seja favorável ou te aplauda... (…)
O problema do sexo é do espírito e somente do espírito virá, para ele, a solução.”


Estudos Espíritas – Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 20 “Sexo”

“Incontestavelmente impressos nos painéis do psicossoma os comprometimentos morais em que o ser se emaranhou, estes impõem a necessidade da limitação, como presídio de urgência, no homossexualismo, no hermafroditismo, na frigidez e noutros capítulos da Patologia Médica, nos casos dos atentados ao pudor, traduzindo todos eles o impositivo da Lei Divina que convoca os infratores ao imperioso resgate, de modo a que se reorganizem nesta ou naquela forma, masculina ou feminina, a fim de moralizar-se, corrigir-se e não se corromper, mergulhando em processos obsessivos e alucinatórios muito mais graves, que logo mais padecerão...
Sexo e Espiritismo - Ante quaisquer problemas de ordem sexual, merece considerar-se a importância da vida, das leis de reprodução, contribuindo para o fortalecimento das estruturas espirituais na construção da paz interior de cada um.
Frustração, ansiedade, exacerbação, tormento, tendências inversas e aflições devem ser solucionados, do espírito em processo de reajuste ao corpo em reparação.
Mediante a terapêutica da prece e do estudo, da aplicação dos passes e do tratamento desobsessivo, a par de assistência psicológica ou psiquiátrica correta, os que se encontram comprometidos com anomalias do corpo ou da emoção, recuperam a serenidade, reparam os tecidos ultra-sensíveis do perispírito, reestruturando as peças orgânicas para a manutenção do equilíbrio na conjuntura reencarnatória.
A preservação da organização genésica na faculdade sublime das suas finalidades impõe-se como dever imediato para a lucidez do homem convocado ao erguimento do Novo Mundo de amor e felicidade a que se refere o Evangelho e o Espiritismo confirma, através do bem a espalhar-se hoje por toda parte, repetindo a moral do Cristo, insubstituível e sempre atual.”

Educação e Vivências – Raul Teixeira/Camilo - “Homossexualismo e Educação”

“Provenientes dos recônditos da alma, onde se alocam reminiscências de desrespeito e de crimes hediondos, cometidos contra as leis morais que são presentes nas consciências humanas, ou, por outro modo, decorrentes de processos educacionais deletérios que se apoiaram em inclinações morais deficitárias, ainda não são suficientemente amadurecidas para a verdadeira liberdade, os dramas homossexuais têm lugar na intimidade das criaturas largamente.
Motivados, ainda, por terríveis programas obsessivos, que antigos inimigos desencarnados engendram por vingança ou, ainda, decorrentes de perturbações psiquiátricas não devidamente diagnosticadas, explodem quadros homossexuais, aqui e acolá. (…)
Desembocam no estuário dos conflitos da homossexualidade infindáveis gravames assinalados nos arquivos extracerebrais, provenientes de passadas reencarnações, quando o abuso do próprio corpo e dos corpos alheios, a agressão à própria constituição emocional e às constituições alheias determinaram os torturantes quadros de agora, na esfera da sexualidade. (…)
O fenômeno da homossexualidade, em si mesmo, impõe aos que por ele estão assinalados, um regime de imperiosas disciplinas em sentido amplo, capazes de ensejar à alma, se atendidas, bênção de aventuras crescentes a projetarem luzes de paz, de harmonia para o amanhã. (...)
O drama que se instala nas vidas terrenas é que não estão aptos os indivíduos a vivenciarem o Amor que sensibiliza a alma, que imprime sentimentos de renúncias felizes, que enleva, que renova, forjando saúde e plasmando vida plena. Amar jamais será desaconselhável seja entre quem for. Não obstante, o homossexual não necessitará mergulhar nos pântanos de pederastia, tampouco as homossexuais carecerão perder-se nos viscos do lesbianismo, nas voragens da relação carnal.
Se um companheiro ou uma companheira percebe em si as inclinações homossexuais, que procure identificar nisso os gritos da expiação, induzindo à educação para que a vida seja vitoriosa.”


Desafios da Vida Familiar – Camilo/Raul Teixeira – perg.28
“Se duas pessoas do mesmo sexo podem se complementar psiquicamente, como entender a questão homossexual à luz do Espiritismo?
Duas pessoas que apresentem a mesma morfologia biológica e que psiquicamente se complementem, podem tornar-se íntimos e excelentes amigos, sem obrigatoriamente ser excelentes amantes, e aqui nos utilizamos do sentido trivial do termo.”


Atualidade do Pensamento Espírita – Vianna de Cravalho/Divaldo Pereira Franco – perg. 179

“O homossexualismo é processo natural de experiência evolutiva, através do qual o Espírito, portador de uma psicologia diferente da sua anatomia, deve desenvolver valores pertinentes a ambas as manifestações, sem que, necessariamene, deva corromper-se, entregando-se a comportamentos sexuais perturbadores.”


Joanna de Ângelis - Adolescência e Vida – Cap. 22 - O Adolescente e os Transtornos Sexuais

Na fase do desenvolvimento orgânico do jovem, a glândula hipofisiária desempenha papel preponderante a fim de que ocorra o crescimento na puberdade.
Essa glândula se encontra localizada na base do cérebro, a ele se ligando por intermédio de fibras nervosas. Por ocasião do amadurecimento das células que constituem o hipotálamo, que é um centro nervoso regulador do equilíbrio, sinais específicos são direcionados à glândula hipofisiária para que sejam liberados os hormônios que se encontram inibidos. Essa liberação produz um imediato efeito na maioria das glândulas do sistema endocrínico, tais a tireóide, a epífise, a adrenal, os testículos, os ovários, que se encarregam de produzir os seus hormônios, tais os androgênos, que são masculinizantes, os estrogénios, que são feminilizantes, as progestinas — específicas para proporcionar a gravidez — que desempenham papel fundamental no crescimento e no desenvolvimento do sexo.
Definem-se, concomitantemente, os caracteres anexos das expressões sexuais, completando as formas biológico-anatômicas e contribuindo para a identidade e a psicologia do adolescente.
Cargas genéticas se manifestam e o tumulto emocional se estabelece, nem sempre de forma harmônica, dando surgimento aos conflitos que irão afetar-lhe o comportamento, gerando, algumas vezes, patologias graves.
Fatores variados interferem nesse momento e, graças àpresença da progesterona e de outros hormônios em ambos os sexos, o jovem masculino pode revelar simultaneamente tendências e eleição por atividades femininas, facultando-lhe uma conduta andrógina, o mesmo ocorrendo com a moça que se resolve por esportes que exigem força e habilidades comuns ao homem, ou adota profissões de comando, de ação fora do lar na competitividade do mercado de trabalho.
Essa androginia tem enriquecido muitos adolescentes, auxiliando-os a desenharem o futuro e conquistá-lo, desde que não permitam ao tecido moral e social esgarçar-se nos devaneios perturbadores que empurram para o homossexualismo na sua feição promíscua.
‘Por outro lado, os fatores psicossociais e domésticos podem levar o jovem a uma preferência psicológica e afetiva por outrem do mesmo sexo, sem que se manifestem as tendências para a conduta expressa em relacionamentos profundos de intercurso desequilibrante, que lhe afetem o comportamento orgânico e emocional.
A frustração materna, da genitora que anelava por um filho e gerou uma menina, ou vice-versa, passando a cuidar do ser em formação conforme houvera preferido recebê-lo, pode contribuir para que se instale uma distonia entre a forma e a psicologia da criança, mais tarde adolescente, engendrando mecanismo de fuga para a incorporação da personalidade que lhe foi projetada e não lhe corresponde à forma física.
Nesse capítulo, ainda têm destaque a preferência doentia da supermãe, as atitudes da mãe castradora, do pai arbitrário ou negligente, que interferem no desenvolvimento do filho, imprimindo-lhe no inconsciente imagens falsas da realidade, que ressumam na adolescência em forma de desidentificação sexual, dando lugar aos conflitos, à insegurança quanto à sua capacidade de relacionamento equilibrado e estável, sem as preferências e opções homossexuais ou bissexuais, ou, ainda, sadomasoquistas, ou mesmo patológicas em geral...
Aprofundando mais a sonda nas psicogêneses do homo e do bissexualismo, o Espírito, em si mesmo, é sempre o modelador da sua organização através do corpo intermediário — o perispírito — que plasmou uma anatomia corretora para os desmandos pretéritos na área do sexo, preservando a psicologia anterior, portanto diferente da anatomia.
O homem tirano e pervertido que explorou mulheres, que as submeteu às suas paixões lúbricas e as infelicitou, por necessidade de evolução recomeça no corpo com a forma feminina e as aptidões psicológicas masculinas. Da mesma maneira, a mulher que viveu da sensualidade e da perversão, havendo contribuído para sofrimentos nos lares equilibrados ou produzido dilacerações nas almas, renasce no corpo masculino com as matrizes psicológicas femininas ou em dificuldade de identificação sexual...
Vemo-los, na infância, desde os primeiros instantes do seu desenvolvimento, revelando interesse, usando roupas e apresentando ademanes do sexo oposto ao seu, e, ao crescerem, demonstrando maior soma de caracteres divergentes, inclusive na área da afetividade.
Nenhuma restrição a essas manifestações, perfeitamente naturais no decorrer do desenvolvimento e conquista evolutiva, passando pelas várias expressões da forma orgânica no sexo, a fim de somarem os valores e significados de um como os de outro — anima e anitnus, yang e yin — no processo de formação de um ser ideal, harmônico, saudável.
Na atualidade, também contribui largamente para a opção sexual, em oposição à própria polaridade, a bem urdida propaganda apresentada pela mídia, que alcança o adolescente em indecisão ou em insegurança, direcionando-o para condutas homo e bissexual, ou outras denominadas pervertidas que caracterizam estados psicopatológicos.
Ainda poderíamos recorrer à iniciação, quando adultos perversos e doentes estupram, ou desviam a atenção sexual do jovem em formação, empurrando-o para comportamentos alienados, em flagrante violência à sua liberdade de conduta.
Lamentavelmente, o uso indevido e alucinante do sexo irresponsável, em qualquer expressão na qual se apresente, responde por sérios distúrbios que assolam o organismo social, desajustando as criaturas que se movimentam estranhas, caricatas, ridículas umas, alienadas outras, não se contabili­zando aquelas que fogem para a depressão, o alcoolismo, as drogas aditivas, em decorrência das distonias sexuais que não conseguem superar.
Urge criar-se no adolescente a mentalidade do amor em relação à vida e especificamente ao sexo, face à sua complexidade, à sua função e finalidade, fundamentais na existência humana.
Procedente dos instintos agressivos e reprodutores por onde transitou, o psiquismo, em largo período, ao humanizar-se, sofre o pesado ônus dos automatismos, que à razão cumpre administrar e canalizar para os futuros cometimentos da iluminação interior.
Diante de qualquer distúrbio sexual ou mesmo da harmônica polaridade, antes de o adolescente ou mesmo o adulto se permitirem o uso, a ação promíscua ou abusiva, pergunte-se ao amor que fazer e como realizá-lo, e o amor responderá: — Não faça a outrem o que não gostaria que ele lhe fizesse, nem tampouco se faça a si mesmo, fruindo hoje um prazer fugaz, que resulta em um largo despertar entre danos prolongados.

Desafios da Educação – Raul Teixeira/Camilo, perg.27
No processo de educação, como é que devemos nos posicionar perante o filho, a filha, o irmão ou irmã que apresenta sinais de homossexualidade? O homossexualismo é uma condição normal de vida, ou uma posição de anormalidade encarnatória?

R - Nos estudos do Espiritismo, registramos a menção dos imortais a esses arquivos que todos os indivíduos portam, com bagagens as mais variadas, que falam das inumeráveis existências de cada um, assumindo personalidades variadas, enriquecendo a individualidade, na árdua marcha ascensional para o Criador da Vida.

Há casos em que essas bagagens estão entreabertas e permite se veja as inclinações homossexuais dos indivíduos.
Em outros casos, não obstante as mesmas inclinações existam, as bagagens se acham de tal forma vedadas, que quase ninguém percebe, e, várias vezes, o próprio portador dessas tendências garante que não é nada disso...

Ao perceber-se na criança tais situações, vale a pena conduzi-la a um acompanhamento psicológico, pelas mãos de profissionais respeitáveis por sua dignidade profissional, preferencialmente aquele que já admita a realidade da alma, a fim de que os pais encontrem esse apoio, no sentido de verificar se não está sendo o próprio lar o reforçador dessas características, quando não o fomentador. Junto a isso seguirá a orientação espiritista, que a criança irá absorvendo nas aulas de Espiritismo, ou de Moral Cristã, enquanto se desenvolve no entendimento das coisas.
No caso de serem adolescentes, será justo que se estabeleça o diálogo fraternal entre eles e aquele que se apresenta para ajudar, depois de verificar se dispõe das características de respeito, de paciência, de argumentação lógica e de autoridade moral para o feito. Depois, vale a pena dar-se conta, quem vai querer ajudar, de que tem suficiente maturidade para saber ouvir do homossexual que ele está feliz como é, e que não carece de auxílio. Sim, porque, para socorrer alguém é preciso ter suficiente humildade de ver rejeitado o socorro que se quer ofertar.
Há muito chão para caminhar-se no mundo nos campos da psicologia, da sociologia, da medicina e de outras áreas de conhecimentos, até que se consiga uma visão perfeita do homossexualismo. À luz do Espiritismo, contudo, seja qual for a interpretação que se dê no mundo, a questão estará sempre pertinente ao livre arbítrio do espírito que se decide por adotar esse ou aquele padrão de comportamento sexual, justificando de mil e uma formas, aludindo a questões históricas, a contextos genéticos ou sociais, tão somente para exprimir a fase por que passa o espírito, em sua longa marcha para Deus, escolhendo, por experiências de acerto e erro, o que o irá alteando, libertando, felicitando, ao longo dos milênios. Deus mesmo, pelo que vemos, criou corpos masculinos e femininos.
Tudo mais fica por conta do livre arbítrio humano, sem que se deva falar em pecados, miséria ou fim do mundo, mas, sim, em experiências do ser imortal.


Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier, Cap. 13
(Diálogo entre os Espíritos André Luiz e Emmanual, no plano espiritual)


“- Na Crosta - disse-me Alexandre, sorrindo, após reaproximar-se de mim -, em sentido geral ainda existe muita ignorância acerca da missão divina do sexo. Para nós, porém, que desejamos valorizar as experiências, a paternidade e a maternidade terrestres são sagradas. A faculdade criadora é também divindade do homem.”
“Os que ultrajam o sexo, escrevendo, agindo ou falando, já são grandes infelizes por si mesmos.”

“- O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta que é muito difícil para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio humano, com referência ao assunto. Basta dizer que a união sexual entre a maioria dos homens e mulheres terrestres se aproximam demasiadamente das manifestações dessa natureza entre os irracionais. No capítulo de relações dessa espécie, há muita inconsciência criminosa e indiferença sistemática às leis divinas.”

“Entre as criaturas, porém, que se encaminham, de fato, aos montes de elevação, a união sexual é muito diferente. Traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e para o coração e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna.”
“A procriação é um dos serviços que podem ser realizados por aquele que ama, sem ser o objeto exclusivo das uniões.”

“- É lamentável - continuou o orientador, gravemente - que a maioria dos nossos irmãos encarnados na Crosta tenha menosprezado as faculdades criativas do sexo, desviando-as para o vórtice de prazeres inferiores.”

“Tentam arrastar a luz para as trevas e convertem os atos sexuais, profundamente veneráveis em todas as suas características, numa paixão viciosa tão deplorável como a embriaguez ou a mania do ópio.”

“Quem foge ao bem, é defrontado pelo crime; quem foge à ordem, cai no desequilíbrio. As uniões sexuais, portanto, que se efetuem à distância desses sublimes imperativos, transformam-se em causas geradoras de sofrimento e perturbação. Ao demais, não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo.


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