domingo, 3 de setembro de 2017

Lei de Justiça - Fazer aos outros o que gostaria para si mesmo

Casa Espírita Missionários da Luz  – Pré- Mocidade                       13 e 14 anos   – 01/09/2017
                                                                 Mocidade                     > 14 anos

Tema:   Lei de Justiça - Fazer aos outros o que gostaria para si mesmo

Objetivos:
- Perceber que todos os homens possuem o sentimento de justiça e que o progresso moral desenvolve esse sentimento;
- Entender justiça como cada um respeitar os direitos dos demais;
- Refletir sobre a base da justiça, segundo a lei natural, conforme o ensino de Jesus: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo."

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Cap. XI, 3ªParte: Pergs. 873 à 879
Evang.Seg.Espiritismo, Cap XI “Amar ao Próximo como a si mesmo”, itens 1 à 4

Conteúdo mínimo:
“A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.
a) — Que é o que determina esses direitos? “Duas coisas: a lei humana e a lei natural.’
Nem sempre, pois, é acorde com a justiça o direito que os homens prescrevem. Demais, este direito regula apenas algumas relações sociais, quando é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada do tribunal da consciência.” – LE perg.875

 “É fora de dúvida que o progresso moral desenvolve esse sentimento” – LE Perg. 873


Material:

1.    Hora da novidade e prece inicial
2.     Motivação inicial: Dinâmica Tribunal do Júri

Mostrar duas cenas do filme Histórias Cruzadas, encenado no sul dos Estados Unidos, numa época em que o preconceito racial era legitimado pela lei municipal.

1.    Mulher branca fala que as negras deveriam ter banheiro separado pois tem doenças
https://www.youtube.com/watch?v=1CyQe_oBcYM

2.    Empregada demitida volta na casa da patroa para dar um presente-vingança
https://www.youtube.com/watch?v=-2gCDILAVXw

A primeira cena mostra como é a senhora branca, e suas ideias que ela fala na frente da empregada negra da casa onde visita uma amiga.
Depois na própria casa dela, ela demite a empregada, pois num dia de tempestade (tornado), a empregada usa o banheiro da casa ao invés de sair para usar o banheiro de negros que fica do lado de fora da casa.
A segunda cena, é a empregada demitida, voltando na casa da ex-patroa para levar um ‘presente’.

Dividir a turma em 3 grupos:
i.              Grupo de defesa da empregada demitida em sua ação contra a ex-patroa
ii.             Grupo de acusação dessa empregada
iii.            Júri (deve ter número ímpar de participantes)

O Júri deverá decidir pela culpa ou inocência da empregada ao levar o ‘presente’, se baseando apenas nas argumentações dos dois outros grupos (defesa e acusação).

Os dois grupos terão 10 minutos para debater a estratégia a ser usada no tribunal, ficando cada grupo numa sala.

Cada grupo terá 5 minutos para apresentar sua tese.
Na sequência, os dois grupos deverão debater, cada um fazendo perguntas ao outro grupo, para tentar derrubar a argumentação contrária, convencendo o júri de seu ponto de vista. – 10 minutos
Mais 5 minutos a cada grupo para as considerações finais.
Júri tem 5 minutos para decidir se a empregada agiu de forma correta ou errada ao dar o ‘presente’ a ex-patroa.

3.    Desenvolvimento: exposição dialogada com a turma: vimos nesse nosso exercício simples, que o conceito de justiça é variável dependendo das pessoas.
No filme, o tempo todo as mulheres brancas são apresentadas como sendo orgulhosas e injustas com as empregadas negras.
Mas naquela época e Estado dos EUA, a separação entre brancos e negros era legal: estava escrito na lei municipal.

Quem pode definir o que é justiça?  (anotar as respostas no quadro)

Ação de reconhecer os direitos de alguém a alguma coisa, de atender às suas reclamações, às suas queixas. (Dicionário Michaelus)

  • Dê exemplos de situações de justiça e injustiça que você conhece (sua família, com amigos, na mídia etc.).

  • Conforme a Lei de Deus, o que podemos entender por Justiça?

Resposta da pergunta 876 de O Livro dos Espíritos (Distribuir O Livro dos Espíritos para a leitura, após os comentários dos jovens).

“Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”

A.K.: Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. Não sendo natural que haja quem deseje o mal para si, desde que cada um tome por modelo o seu desejo pessoal, é evidente que nunca ninguém desejará para o seu semelhante senão o bem. Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças, sempre o homem se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo.

Observação: Após ler a resposta dos Espíritos e o comentário de Kardec, relembrar um ou dois casos citados pelos jovens e discuti-lo à luz do conceito Espírita.

O conceito de justiça varia de acordo com o desenvolvimento moral.
Pode parecer simples mas não é. Por exemplo:
É ou não é ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível, para salvar alguém que, sem ele, morreria? Colocado de outra forma: deve-se privilegiar o valor “vida” (salvar alguém da morte) ou o valor “propriedade privada” (não roubar)?

Escrever no quadro:

Existem diversos níveis desse senso de justiça, que depende do amadurecimento moral:
a)    Se é legal, é justo.
b)    Pode ser legal, mas não é certo (senso de dever).
c)    Senso cósmico – justiça de Deus

4.    Conclusão:

  • O homem necessita viver em sociedade e para isso precisa respeitar os direitos de seus semelhantes. Como muitos homens não praticam a lei de justiça, isso causa perturbações, confusões diversas e muito sofrimento. Como devemos construir a ponte entre o conceito de justiça definida pelos Espíritos e a nossa prática diária?

Disciplina para o cumprimento de todos os nossos deveres, procurando refletir sempre se nossos pensamentos, palavras e atitudes de alguma forma estão contribuindo para a paz e o desenvolvimento dos nossos irmãos. O esforço para nos conhecermos é nobre, porém devemos agir, procurando materializar o que já compreendemos como justiça, reduzindo assim, o egoísmo que ainda reside em nós.

5.     Prece final e passes.
6.     Avaliação
Aula para 13 jovens com bastante participação e agito!
Tiveram dificuldades em elaborar uma argumentação embasada para cumprir o papel recebido (acusação x defesa).
Observar que os jovens do júri ficaram 10 minutos na sala sem atividade, enquanto aguardavam os dois grupos retornarem (ficaram conversando).
Foi bem interessante a atividade.

7.     Anexos – Descrição da Dinâmica Tribunal de Júri

"As dinâmicas de grupo quando aplicadas no ambiente de sala de aula propiciam a integração e o relacionamento interpessoal entre alunos e professores." (Luis Alves)

O júri simulado é uma ótima estratégia de ensino a ser adotada quando se trata de um assunto polêmico ou que, perceptivelmente, divide opiniões.

Formam-se três grupos: dois grupos de debatedores (com mesmo número de pessoas) e uma equipe responsável pelo veredicto (o júri popular - com um número menor de componentes, entre três e seis alunos, de uma sala com 30, por exemplo).

O papel do professor é o de coordenar a prática, delimitando o tempo para cada grupo defender sua tese e atacar a tese defendida pelo grupo oponente.
O processo inicia-se com o lançamento do tema proposto pelo professor.
Os alunos se preparam previamente para defender o tema com argumentos convincentes. Dar um tempo inicial para que os alunos socializem suas informações no grupo, antes do início do debate. A partir daí, cada grupo lança a sua tese inicial, defendendo seu ponto de vista na medida em que surjam réplicas e tréplicas.

O professor, como coordenador da atividade, também pode lançar perguntas que motivem o debate, evitando fornecer respostas ou apoiar alguma das posições.

Por fim, cada grupo tem um tempo para suas considerações finais.
O júri popular, então, reúne-se para socializar seus apontamentos, feitos ao longo da atividade, e decretar o veredicto.

Etapas do júri simulado
Tempo (aula de 60 min)
Socializar as ideias nos grupos - 10 min
Defesa da tese inicial - 10 min (5 min para cada grupo)
Debate entre grupos - 20 min
Considerações finais - 10 min (5 min para cada grupo)
Veredicto - 5 min

"O ato de aprender é mais eficaz quando é tratado como um ativo e não como um processo passivo." (Kurt Lewin, conhecido como o pai das dinâmicas de grupo)

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