Casa Espírita
Missionários da Luz – Pré-Mocidade 11
à 14 anos 15/09/2017
Mocidade > 14 anos
Tema: Perfeição Moral – Conhecimento de Si Mesmo
Objetivos:
Identificar no conhecimento de si mesmo o meio prático mais
eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal
(LE. Perg. 919);
Estudar
as orientações de Sto Agostinho para o processo do conhecimento de si mesmo.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos – perg 919 e 919.a;
NT, João, 8:32;
Homem Integral, Joanna de Ângelis/Divaldo
P.Franco, Cap. 3 ‘Ansiedade’;
Autodescobrimento, Joanna de Ângelis/Divaldo
P.Franco, Introdução;
Em busca da verdade, Joanna de
Ângelis/Divaldo P.Franco, cap. 4 itens (‘Perder-se
e Achar-se’, ‘Sair de Si Mesmo’);
O Ser Consciente, Joanna de Ângelis/Divaldo
P.Franco, Cap 2 – Ser e Pessoa (item A Pessoa, subitens: A Personalidade;
Individualidade).
- Trechos do
filme Stardust:
Ideias
Básicas:
- “O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu
autodescobrimento. (O Homem Integral,
Cap. 3 “Ansiedade”)
- “A experiência do autodescobrimento faculta-lhe identificar os limites
e as dependências, as aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e
as imposturas da ilusão.” (Autodescobrimento, Introdução)
- “E conhecereis e
a verdade e a verdade vos libertará.” Jesus em João 8:32
- “Em permanente
representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e
costumes de cada época e cultura, a personalidade representa a aparência
para ser conhecida, não raro, em distonia com o eu profundo e real,
gerador de conflitos.
A personalidade é transitória
e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na
arte e no relacionamento interpessoal. (...)
Cada pessoa reencarna
com as características herdadas das experiências anteriores e
submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitando com os
seus sinais tipificadores.
Assimilar todos os condicionamentos e
exteriorizar uma personalidade consentânea com o ser real, eis o desafio da
terapia transpessoal (...).(Joanna
de Ângelis – O Ser Consciente, Cap 2, item ‘A Personalidade’)
Personalidade é um
conceito em oposição à INDIVIDUALIDADE, que é “o somatório de todas as
experiências, o ser pleno e potente, que alcançou a autorrealização.
Imperecível, a
individualidade é o espírito em si mesmo, que reúne as demais dimensões e sabe
conscientemente o que fazer, quando fazê-lo e como realizá-lo, para ser a
pessoa integral, ideal.”
(Joanna de Ângelis – O
Ser Consciente, Cap 2, item ‘Individualidade’)
Material: música suave; LE, papel
com comandos escritos e lápis a cada jovem, um LE
Hora da novidade e Prece Inicial (todos que
desejarem, fazem a prece, um por vez).
ð Colocar uma música
suave durante a prece.
Desenvolvimento:
1.
Motivação
Inicial:
Propor que se
mantenham em clima de prece para nossa próxima atividade.
Será entregue a cada
um, uma folha com algumas perguntas. Vocês devem ler, silenciosamente, e
responder a cada questão, de forma sincera, buscando a resposta em vocês mesmos. Reflitam sobre
cada questão antes de responder.
As folhas não serão
recolhidas. É uma reflexão individual de cada um de vocês.
Entregar papel com os comandos escritos e
lápis a cada um, reforçando que fiquem em silêncio, ouvindo, sentindo a música,
enquanto aguardam o seu papel.
Vocês tem 10 minutos
para essa atividade.
Obs.: As seguintes questões estarão no
papel:
i.
Quem
sou, do ponto de vista físico (feio,
bonito, alto, baixo, magro, gordo, louro, moreno, doente, saudável)
ii.
Quem
sou, do ponto de vista social
- Sou quem na família? Mais velho, do meio,
mais novo? Neto? Sobrinho? Tio? Como sou na família?
- E na escola? Sou de qual escola, ano,
turma? Como sou na escola? E no curso de
inglês? E em outro curso ou esporte que faço?
- Tenho muitos amigos? Amigos de verdade ou
só me dou com todos mas não tenho nenhum melhor amigo?
iii.
Quem
sou, do ponto de vista psicológico
(sou tímido, extrovertido, agitado, calmo, ansioso, medroso?)
iv.
Quem
sou do ponto de vista de vícios/virtudes
(sou mentiroso, preguiçoso, egoísta, orgulhoso, vaidoso, amigo, legal,
confiável, trabalhador, responsável, bom?)
v.
Sou
como gostaria de ser? Como gostaria de ser? Por quê?
Ao final dos 10
minutos, desligar a música, e perguntar se tiveram dificuldade em responder as
perguntas.
2.
Exposição
dialogada
Vocês acham
importante saber quem vocês são? Porque?
o
Deixar
que respondam, complementando com os pontos abaixo.
Essas perguntas nos
mostram que existem diversos aspectos que compõem nosso jeito de ser. A
resposta à pergunta que fazemos a nós mesmos “quem sou eu?’, passa por todos
esses aspectos.
É claro que se tenho
uma doença crônica, minha vida, minhas ações, ficam de alguma forma,
limitadas/relacionadas a essa doença. Se sou o 5º filho de uma família de 4
filhas mais jovens que eu, essa minha posição de nascimento não faz diferença
na formação de minha personalidade?
Se nascemos aqui ou
na Etiópia? Não faz diferença em como somos? Seríamos como somos se fôssemos
filhos de uma família do Iraque?
É claro que sim! Faz
diferença! O meio nos molda e muitas vezes nem percebemos isso. Vamos apenas reproduzimos o modo de ser do grupo
social ao qual pertenço, de forma automática.
Mas sabemos,
espíritos imortais que somos, que todos esses contextos em que nascemos, faz
parte de nossa necessidade de evolução espiritual. Não é sorte nem azar. É na
medida exata, o que precisamos para evoluir, para desenvolvermos virtudes,
transformarmos os vícios em virtudes.
E essa percepção de
quem somos, vai mudando conforme os anos vão passando, pois as experiências nos
modificam também.
Nós somos Espíritos
imortais, em uma experiência transitória, onde vamos desenvolvendo novos
valores. Joanna de Ângelis, se utilizou de conceitos da Psicologia Analítica,
para nos ajudar nesse processo de autoconhecimento: Conceito de self x ego x persona
SELF – O EU interior,
Espírito Imortal
EGO – a personalidade
atual, atuando, se construindo na atual reencarnação
Persona – papéis,
máscaras que utilizamos nos diversos ambientes em que transitamos.
Vejamos um exemplo:
Projetar as cenas do
filme Stardust:
è
O capitão exibia uma máscara de durão, para ser aceito pelo seu grupo. Achava
que se não fosse assim, seria rejeitado. Mas o grupo sabia que era uma
máscara...
o
Ele
sabia que não era durão; mas optou por usar essa máscara para ser o capitão.
Era uma vida falsa, mas foi a opção que fez. Importante que ele sabia que não era a máscara. É
problemático, quando a pessoa (EGO) acha que é a Persona. Isso costuma
acontecer em cargos de poder, brilho, fama. A pessoa não percebe que está atuando em uma determinada
posição, mas que não é o cargo, a
posição. Essa ilusão causa dor, sofrimento pois uma hora teremos que deixar
cair a máscara.
Kardec fez uma
pergunta muito importante aos Espíritos: Pedir que alguém leia a pergunta 919
de o LE:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de
se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te
a ti mesmo.”
Escrever no quadro:
(ou projetar)
Meio prático è o que
significa? Deixar que respondam..... èque
pode ser realizado
Mais eficaz O
que é ser eficaz? Eficácia? (segurança
de um bom resultado, o resultado esperado; fazer as coisas certas; eficiência é
produzir bons resultados; fazer certo as coisas.)
Para fazer o quê?
Melhorar nesta vida è todos queremos
Resistir ao mal ètodos
precisamos
E a resposta dos
Espíritos a Kardec? Qual foi? “Conhece-te a ti
mesmo”
Por que será? Vocês
entendem essa resposta? Para melhorar na vida e resistir ao mal precisamos nos
conhecer? è deixar que respondam e complementar se necessário
´è
se não nos conhecemos, nem saberemos quais são nossas tentações, não saberemos
o que é bom de fato para nós; se não conhecemos o lugar para onde ir, como
acertaremos o caminho?
ècomo
saberemos o que realmente desejamos? Se não estamos querendo o que os outros
esperam de mim? Se não estamos ‘vivendo’ a persona como se fôssemos a própria
máscara?
É fácil nos conhecer?
Saber nossas reações? O que sentimos, por quê sentimos? O que queremos?
A psicologia
analítica de Jung nos diz que temos que aprender a ouvir a nós mesmos; a
resposta vem de dentro de nós, mas precisamos parar para ouvir. A meditação como
exercício diário pode nos auxiliar a calar a mente para ouvir nosso Eu
interior. No início não é fácil! Nossos pensamentos são muitos e é difícil parar
de pensar! Por isso precisamos criar o hábito de parar e meditar.
3.
Fixação
do conteúdo
Quando os Espíritos
responderam à Kardec o “Conhece-te a ti mesmo” eles nos orientaram a buscarmos
em nossa essência quem realmente somos, do ponto de vista moral, dos vícios e
virtudes. Precisamos saber as virtudes que já desenvolvemos para reforçarmos, e
também os vícios que temos, para controlá-los. Fingir que não temos um defeito,
um sentimento ruim, não vai fazer com que ele suma... Tenho que identificar,
aceitar e cuidar para que ele não ‘tome conta’ de mim quando menos espero!
Santo Agostinho,
Espírito, na resposta à Kardec, na perg. 919.a de O LE, deu as dicas de como
fazer:
CONHECIMENTO DE SI
MESMO
·
Ao
fim do dia, interrogar a consciência, revisando o que foi feito no dia e se não
faltou a algum dever, se ninguém tinha motivo para dele se queixar;
·
Interrogar
com que objetivo procedeu em tal ou tal circunstância;
·
Se
fez alguma coisa que, feita por outro, censuraria;
·
Se
fez alguma ação que não ousaria confessar;
·
Se
morresse agora teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo
dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?
·
Examinar
o que pudesse ter feito contra Deus, depois contra o vosso próximo e,
finalmente, contra você mesmo.
Sto Agostinho ainda orienta: “Formulai, pois,
de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las.”
ð Essa é a proposta
para uma rotina diária, para nos auxiliar no autoconhecimento.
4.
Conclusão:
Para concluir, vamos
buscar aquietar a mente, e exercitar esse encontro com nós mesmos. ècolocar
música suave, reduzir a luz, e deixar uns momentos em silêncio, antes da prece.
5.
Passes
e prece final.
6.
Avaliação
Aula para 6 jovens com
interesse e participação. Fizeram a reflexão individual de resposta às
perguntas por 15 min, em absoluto silêncio.
A projeção do filme também despertou
interesse (não conheciam o filme) e participaram da exposição dialogada (projetei os tópicos).
7.
Anexos
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim
do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e
perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo
para de mim se queixar.” (LE, 919.a)
“Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas,
interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal
ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem,
censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar.
Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que
temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada
pode ser ocultado?’
“Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus,
depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a
vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” (LE,
919.a)
“Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma
de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa.
Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu
autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça.
Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a
opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a
verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de
que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.” (LE, 919.a)
Em busca da verdade,
Cap. 4, item ‘Perder-se e achar-se’
Não bastam ser
trabalhados o ego e a persona, fortalecidos e construídos muitas vezes pelas
experiências existenciais, mas sobretudo o Self consciente. Quando se atinge a
meia-idade essa reflexão faz-se inevitavelmente. No entanto, o mesmo fenômeno ocorre,
também, na juventude, após alguns traumas e frustrações, desencantos e
dissabores ante a realidade da vida.
Foi o que pensou e
executou o Filho pródigo, no inferno em que se encontrava. Ele sabia onde
estava o paraíso e o de que necessitava era o estímulo que se lhe apresentou
como fome e humilhação, com a consequente possibilidade de morte.
Havendo perdido a
própria identidade, todos os valores que lhe constituíam a raça, suas heranças,
seus prejuízos e suas conquistas, ao trabalhar com porcos - animais imundos na
sua crença - em servir a um pagão, pecando contra a fé religiosa – o seu Deus -
a mais vergonhosa derrota havia sido essa, de natureza moral, cujos fatores de
perturbação se lhe acrescentaram como desonra, descrédito, abandono, miséria
física e econômica, defluentes daquela de natureza espiritual.
No processo de
aquisição da consciência, por desconhecimento da realidade, por presunção e
fatuidade, muitos perdem-se e transitam imaturos no prazer, desperdiçando a
juventude e os tesouros que lhe são pertinentes, até o momento em que surge uma
seca, faltam as energias para o prosseguimento e o indivíduo cai em si,
avaliando tudo quanto tinha e de que não mais dispõe, sabendo que na terra
longínqua onde vivia, tudo está em abundância.
Já não mais aspira à
reconquista do que perdeu, porquanto há recursos que não retornam: energia,
juventude, pureza de sentimentos, mas há outros que podem ser restaurados:
dignidade, trabalho, renovação, novos logros. (...)
"A persona está
sempre mudando no processo existencial porque resulta das aquisições
psicológicas e morais, embora o ego se demore na sua dominação, adquirindo
recursos para interagir com as novas conquistas. Durante os períodos de
mudanças biológicas, conforme referido anteriormente, essas mudanças sucedem-se
com naturalidade, atingindo o clímax na fase adulta-velhice, quando o período é
saudável."
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