Aula Nº 8
Data: 08/04/2016
Tema: Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita
Objetivo: Propiciar conhecimentos gerais sobre a Doutrina Espírita.
Objetivo Específico: Identificar os aspectos científico, filosófico e religioso
do Espiritismo.
Prece Inicial
Primeiro Momento:
1. Kardec assim se expressa: “O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”. (“O que é o Espiritismo”, Preâmbulo.)
2. Em vista disso, constituindo a Doutrina Espírita um corpo de princípios filosóficos e éticos, apoiados na experimentação científica, apresenta ela três notórios aspectos: o científico, o filosófico e o religioso.
3. Sabe-se que a filosofia nasce quando o homem pergunta, interroga, cogita, deseja saber o “como” e o “porquê” das coisas, dos fatos, dos acontecimentos. O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que ele faz do homem, de seus problemas, de sua origem e de sua destinação. Que somos? Donde viemos? Para onde vamos? – eis as clássicas perguntas que a filosofia espírita responde com notável clareza.
4. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo da vida e das relações dos homens com aqueles que já se despediram deste mundo, estabelecendo as bases desse relacionamento permanente e demonstrando a existência inquestionável de Deus, a Inteligência Suprema e a Causa Primária de todas as coisas, que a tudo comanda inteligentemente.
5. Definindo as responsabilidades dos Espíritos, quando encarnados ou na vida espiritual, o Espiritismo é filosofia, uma regra moral de vida e de comportamento para os seres inteligentes da Criação.
6. O Espiritismo é, no sentido filosófico, uma religião. Assim o disse Kardec em memorável discurso publicado na “Revista Espírita” de dezembro de 1868; mas não se constitui, no sentido comum, em mais uma religião, visto que não possui cultos instituídos, igrejas, rituais, dogmas, mitos ou crendices, nem tampouco hierarquia sacerdotal. Consideramo-lo religião, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os em direção ao Criador, mediante a vivência dos ensinamentos morais do Cristo.
7. É, porém, no seu aspecto religioso – assevera Emmanuel – que repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus, estabelecendo a necessidade da renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.
8. O Espiritismo passa da filosofia à ciência quando confirma, pela experimentação, os conhecimentos filosóficos que prega e dissemina. Se, como filosofia, trata do conhecimento ante a razão, indaga dos princípios e perscruta o Espírito, como Ciência ele os prova.
9. Os fatos ou fenômenos espíritas são a substância mesma da ciência espírita, e seu objeto é o estudo e o conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. Em seu aspecto científico, ele demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente por meio do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.
10. No seu aspecto científico e filosófico – lembra Emmanuel -, a Doutrina Espírita será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual, que visam ao progresso da Humanidade.
Segundo Momento: Dividir os evangelizandos em 3 grupos e distribuir 1 texto para cada
equipe (conforme abaixo). Solicitando que leiam em conjunto e depois respondam
às questões propostas.
Aspecto
Científico
O aspecto científico da Doutrina Espírita é enfatizado por Allan Kardec quando assim define o Espiritismo:
O aspecto científico da Doutrina Espírita é enfatizado por Allan Kardec quando assim define o Espiritismo:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza,
origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. (O que é o Espiritismo. Preâmbulo, p.
50 Allan Kardec)
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos
homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo
espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais
como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem
cessar atuantes da Natureza como a fonte de uma imensidade de fenômenos até
hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do
maravilhoso. […] (O
Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. I, item 5, p. 56-57)
Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do
cérebro de um homem. Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações
sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido,
para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação
ao Espiritismo. Daí o ser gradativo o ensino que ministram. (A Gênese. Cap. I, item 54, p. 42)
O caráter científico deflui ainda das seguintes
conclusões de Allan Kardec:
O Espiritismo, pois, não estabelece com o princípio
absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta
logicamente da observação. […] Caminhando
de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se
novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer,
ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará. (A
Gênese. Cap. I, item 55, p. 44)
Gabriel Delanne, em sua obra O Fenômeno Espírita,
também salienta o papel científico do Espiritismo, quando diz:
O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a
demonstração experimental da existência da alma e sua imortalidade, por meio de
comunicações com aqueles aos quais impropriamente têm sido chamados mortos. (O Fenômeno Espírita. Gabriel
Delanne - Prefácio, pag. 13)
Sendo assim, a […] Ciência Espírita se
classifica […] entre as ciências positivas ou experimentais e se utiliza
do método analítico ou indutivo, porque observa e examina os fenômenos
mediúnicos, faz experiências, comprova-os. (Espiritismo
Básico. Pedro Franco Barbosa. Segunda Parte (Postulados e Ensinamentos).
Item: O Espiritismo Científico, p. 101.)
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Em linhas gerais, O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre encarnados e desencarnados.
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Em linhas gerais, O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre encarnados e desencarnados.
Aspecto
Filosófico
O Livro dos
Espíritos
Filosofia Espiritualista -
OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA
OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA
SOBRE A IMORTALIDADE DA ALMA, A
NATUREZA DOS ESPÍRITOS E SUAS RELAÇÕES COM OS HOMENS; AS LEIS MORAIS, A VIDA
PRESENTE, A VIDA FUTURA E O FUTURO DA HUMANIDADE
SEGUNDO O ENSINAMENTO DADO PELOS
ESPÍRITOS SUPERIORES
COM O CONCURSO DE DIVERSOS
MÉDIUNS
Na
conclusão dessa mesma obra, Kardec enfatiza:
Falsíssima
ideia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática
das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações,
se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige
à razão, ao bom senso. […]
De fato, o
[…] Espiritismo é uma doutrina essencialmente filosófica, embora seus
princípios sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere também o
caráter científico.
Quando o
Homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o “como” e o “porquê” das coisas,
dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são as
coisas e porque são as coisas o que são.
Em
verdade, o Homem quer justificar se a si mesmo e ao mundo em que vive, ao qual
reage e do qual recebe contínuos impactos, procura compreender como as coisas e
os fatos se ordenam, em suma, deseja conhecer sempre mais e mais.
O caráter
filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo
Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo leva
ao conhecimento do mecanismo das relações dos Homens, que vivem na Terra, com
aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo
as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a existência,
inquestionável de algo que tudo cria e tudo comanda, inteligentemente — DEUS.
Definindo
as responsabilidades do Espírito — quando encamado (Alma) e também do
desencarnado, o Espiritismo é Filosofia, uma regra moral de vida e
comportamento para os seres da Criação, dotados de sentimento, razão e
consciência.
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Em linhas gerais, o aspecto filosófico analisa a Criação Divina, explicando porque Deus criou o homem, qual é a sua origem e sua destinação, refletindo sobre as causas da felicidade e infelicidade humanas.
Aspecto Religioso
Sessão Anual Comemorativa do dia dos Mortos
(Sociedade de Paris, 1º de novembro de 1868)
O Espiritismo é uma religião?
“Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas
reunidas em meu nome, aí estarei com elas.”
(S. Mateus,18:20.)
(S. Mateus,18:20.)
Mas, por que
nos reunirmos? Não podemos fazer em particular o que cada um de nós propõe
fazer em comum? Qual a utilidade de assim nos reunirmos num dia determinado?
Jesus no-lo
indica pelas palavras que referimos acima.
Esta
utilidade está no resultado produzido pela comunhão de
pensamentos
que se estabelece entre pessoas reunidas com o
mesmo
objetivo.
Comunhão de pensamentos!
Comunhão de pensamentos!
Compreendemos
bem todo o alcance desta expressão? Seguramente, até este dia, poucas pessoas
dela tinham feito uma ideia completa. O Espiritismo, que nos explica tantas
coisas pelas leis que revela, ainda vem explicar a causa e a força dessa
situação do espírito.
(...)O laço
estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois,
essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as
aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à
vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao
espírito.
O efeito
desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une,
como
consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a
fraternidade
e a solidariedade , a indulgência e a benevolência mútuas.
É nesse
sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião
da família.
Se é assim,
perguntarão, então o Espiritismo é uma
religião?
Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o
Espiritismo
é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque
é a Doutrina
que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão
de
pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre
bases mais
sólidas: as próprias leis da Natureza.
Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.
(...)
Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.
(...)
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
— Vede Jesus.
Comentário de Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade
na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele
ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do
espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.
Se alguns dos que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas
vezes s desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por
sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as
condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos deles
apresentaram como leis divinas o que era apenas leis humanas, instruídas para
servir às paixões e dominar os homens.
O
consolador - Chico Xavier /Emmanuel
o Espírito Emmanuel elucida: No seu aspecto científico e
filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas,
como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam ao
aperfeiçoamento da Humanidade. No
aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a
restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva
do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.
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Em linhas gerais, O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.
Em linhas gerais, O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.
A melhoria moral,
orientada pelo Espiritismo, fundamenta-se nos preceitos doutrinários do Evangelho
de Jesus, considerado “modelo e guia da Humanidade”: “Para o homem, Jesus
representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.
Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a
mais pura expressão de sua lei […].”
QUESTÕES
PARA DISCUSSÃO
1. Como Kardec define o Espiritismo?
2. Quantos e quais são os aspectos sob os quais o Espiritismo se
apresenta?
3. Em seu aspecto filosófico, quais as características
apresentadas pelo Espiritismo? (Grupo 2)
4. É correto dizer que o Espiritismo é uma religião? Como Kardec
se posicionou ante essa pergunta? (Grupo 3)
5. Os fatos ou fenômenos espíritas têm alguma importância no
estudo do aspecto científico do Espiritismo? (Grupo 1)
Concluir com
esclarecimentos necessários.
Prece Final
Prece Final
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