segunda-feira, 25 de abril de 2016

Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita



Aula Nº 8



Data: 08/04/2016




Tema: Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita



Objetivo: Propiciar conhecimentos gerais sobre a Doutrina Espírita.



Objetivo Específico: Identificar os aspectos científico, filosófico e religioso
                                  do Espiritismo.






Prece Inicial


Primeiro Momento:





1. Kardec assim se expressa: “O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”. (“O que é o Espiritismo”, Preâmbulo.)
2. Em vista disso, constituindo a Doutrina Espírita um corpo de princípios filosóficos e éticos, apoiados na experimentação científica, apresenta ela três notórios aspectos: o científico, o filosófico e o religioso.


3. Sabe-se que a filosofia nasce quando o homem pergunta, interroga, cogita, deseja saber o “como” e o “porquê” das coisas, dos fatos, dos acontecimentos. O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que ele faz do homem, de seus problemas, de sua origem e de sua destinação. Que somos? Donde viemos? Para onde vamos? – eis as clássicas perguntas que a filosofia espírita responde com notável clareza.
4. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo da vida e das relações dos homens com aqueles que já se despediram deste mundo, estabelecendo as bases desse relacionamento permanente e demonstrando a existência inquestionável de Deus, a Inteligência Suprema e a Causa Primária de todas as coisas, que a tudo comanda inteligentemente.
5. Definindo as responsabilidades dos Espíritos, quando encarnados ou na vida espiritual, o Espiritismo é filosofia, uma regra moral de vida e de comportamento para os seres inteligentes da Criação.
6. O Espiritismo é, no sentido filosófico, uma religião. Assim o disse Kardec em memorável discurso publicado na “Revista Espírita” de dezembro de 1868; mas não se constitui, no sentido comum, em mais uma religião, visto que não possui cultos instituídos, igrejas, rituais, dogmas, mitos ou crendices, nem tampouco hierarquia sacerdotal. Consideramo-lo religião, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os em direção ao Criador, mediante a vivência dos ensinamentos morais do Cristo.
7. É, porém, no seu aspecto religioso – assevera Emmanuel – que repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus, estabelecendo a necessidade da renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.
8. O Espiritismo passa da filosofia à ciência quando confirma, pela experimentação, os conhecimentos filosóficos que prega e dissemina. Se, como filosofia, trata do conhecimento ante a razão, indaga dos princípios e perscruta o Espírito, como Ciência ele os prova.
9. Os fatos ou fenômenos espíritas são a substância mesma da ciência espírita, e seu objeto é o estudo e o conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. Em seu aspecto científico, ele demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente por meio do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.
10. No seu aspecto científico e filosófico – lembra Emmanuel -, a Doutrina Espírita será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual, que visam ao progresso da Humanidade.



Segundo Momento: Dividir os evangelizandos em 3 grupos e distribuir 1 texto para cada equipe (conforme abaixo). Solicitando que leiam em conjunto e depois respondam às questões propostas.


Aspecto Científico

O aspecto científico da Doutrina Espírita é enfatizado por Allan Kardec quando assim define o Espiritismo:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. (O que é o Espiritismo. Preâmbulo, p. 50 Allan Kardec)
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. […] (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. I, item 5, p. 56-57)
Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação ao Espiritismo. Daí o ser gradativo o ensino que ministram. (A Gênese. Cap. I, item 54, p. 42)
O caráter científico deflui ainda das seguintes conclusões de Allan Kardec:
O Espiritismo, pois, não estabelece com o princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. […] Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará. (A Gênese. Cap. I, item 55, p. 44)
Gabriel Delanne, em sua obra O Fenômeno Espírita, também salienta o papel científico do Espiritismo, quando diz:
O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a demonstração experimental da existência da alma e sua imortalidade, por meio de comunicações com aqueles aos quais impropriamente têm sido chamados mortos. (O Fenômeno Espírita. Gabriel Delanne - Prefácio, pag. 13)
Sendo assim, a […] Ciência Espírita se classifica […] entre as ciências positivas ou experimentais e se utiliza do método analítico ou indutivo, porque observa e examina os fenômenos mediúnicos, faz experiências, comprova-os. (Espiritismo Básico. Pedro Franco Barbosa. Segunda Parte (Postulados e Ensinamentos). Item: O Espiritismo Científico, p. 101.)

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 Em linhas gerais, O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre  encarnados e desencarnados.



Aspecto Filosófico


O Livro dos Espíritos

Filosofia Espiritualista -
 OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA
SOBRE A IMORTALIDADE DA ALMA, A NATUREZA DOS ESPÍRITOS E SUAS RELAÇÕES COM OS HOMENS; AS LEIS MORAIS, A VIDA PRESENTE, A VIDA FUTURA E O FUTURO DA HUMANIDADE
SEGUNDO O ENSINAMENTO DADO PELOS ESPÍRITOS SUPERIORES
COM O CONCURSO DE DIVERSOS MÉDIUNS
Na conclusão dessa mesma obra, Kardec enfatiza:
Falsíssima ideia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso. […]
De fato, o […] Espiritismo é uma doutrina essencialmente filosófica, embora seus princípios sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere também o caráter científico.
Quando o Homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o “como” e o “porquê” das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são as coisas e porque são as coisas o que são.
Em verdade, o Homem quer justificar se a si mesmo e ao mundo em que vive, ao qual reage e do qual recebe contínuos impactos, procura compreender como as coisas e os fatos se ordenam, em suma, deseja conhecer sempre mais e mais.
O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos Homens, que vivem na Terra, com aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a existência, inquestionável de algo que tudo cria e tudo comanda, inteligentemente — DEUS.
Definindo as responsabilidades do Espírito — quando encamado (Alma) e também do desencarnado, o Espiritismo é Filosofia, uma regra moral de vida e comportamento para os seres da Criação, dotados de sentimento, razão e consciência.

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 Em linhas gerais, o aspecto filosófico analisa a Criação Divina, explicando porque Deus criou o homem, qual é a sua origem e sua destinação, refletindo sobre as causas da felicidade e infelicidade humanas.





Aspecto Religioso

Sessão Anual Comemorativa do dia dos Mortos
(Sociedade de Paris, 1º de novembro de 1868)

O Espiritismo é uma religião?

“Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas
reunidas em meu nome, aí estarei com elas.”
(S. Mateus,18:20.)

Mas, por que nos reunirmos? Não podemos fazer em particular o que cada um de nós propõe fazer em comum? Qual a utilidade de assim nos reunirmos num dia determinado?
Jesus no-lo indica pelas palavras que referimos acima.
Esta utilidade está no resultado produzido pela comunhão de
pensamentos que se estabelece entre pessoas reunidas com o
mesmo objetivo.

Comunhão de pensamentos!
Compreendemos bem todo o alcance desta expressão? Seguramente, até este dia, poucas pessoas dela tinham feito uma ideia completa. O Espiritismo, que nos explica tantas coisas pelas leis que revela, ainda vem explicar a causa e a força dessa situação do espírito.

(...)O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito.
O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une,
como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a
fraternidade e a solidariedade , a indulgência e a benevolência mútuas.
É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião
da família.

Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma
religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o
Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque
é a Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão
de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre
bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.

Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.
(...)
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
— Vede Jesus.
Comentário de Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.
Se alguns dos que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas vezes s desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que era apenas leis humanas, instruídas para servir às paixões e dominar os homens.
O consolador  - Chico Xavier /Emmanuel

o Espírito Emmanuel elucida: No seu aspecto científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.

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Em linhas gerais, O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.
A melhoria moral, orientada pelo Espiritismo, fundamenta-se nos preceitos doutrinários do Evangelho de Jesus,  considerado “modelo e guia da Humanidade”: “Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua  lei […].” 



 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
1. Como Kardec define o Espiritismo?
2. Quantos e quais são os aspectos sob os quais o Espiritismo se apresenta?
3. Em seu aspecto filosófico, quais as características apresentadas pelo Espiritismo? (Grupo 2)
4. É correto dizer que o Espiritismo é uma religião? Como Kardec se posicionou ante essa pergunta? (Grupo 3)
5. Os fatos ou fenômenos espíritas têm alguma importância no estudo do aspecto científico do Espiritismo? (Grupo 1)

Concluir com esclarecimentos necessários.

Prece Final



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