terça-feira, 4 de novembro de 2025

Encontro da Família 2025 - Jesus e Judas

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos - 10/10/2025

Tema: Encontro da Família 2025

Objetivos:

- Cada turma escolhe uma passagem, a abordagem e o que vai apresentar no dia do Encontro, em 26/10/25, e repassa pra coordenação DIJ;

- Refletir sobre o amor incondicional de Jesus a partir de Sua conduta perante o equívoco de Judas.

Bibliografia:

- O Livro dos Espíritos, perg 625;

- O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª parte, item Código Penal da Vida Futura;

- Palavras de Vida Eterna, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 157 - Na construção do Mestre;

- Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel/Chico Xavier, Cap 90 'Ensejo ao bem';

- Evangelho de João, do Cap 13 (última ceia) ao 20 (“ressurreição”);

- Coração e Vida, Maria Dolores/Chico Xavier, Cap. 14 'Amor e Perdão';

- Boa Nova, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap, 26 ‘A Negação de Pedro’;

- Crônicas de Além-Túmulo, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap 05 - ‘Judas Escariotes’;

- Momentos de Ouro, Maria Dolores/Chico Xavier, Cap. 3 ‘Retrato de Mãe'.

Tema do Encontro da Família 2025: Jesus – ação que educa, exemplo que inspira.

Gravura da Camiseta: no Anexo ao fim deste documento.

Significados da gravura:

- Caminho: é para remeter o “seguir os passos de Jesus”, por isso o OQJF em cima.

- Barco: símbolo da travessia, do evangelho no mar da vida.

- Peixe (Ichthys): símbolo cristão discreto e universal.

- Chama: remetendo a Jesus e a DE como sendo a luz que orienta.

OQJF = O Que Jesus Faria?

Material: Gravura da camiseta.

Roteiro do encontro:

1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.

2. Motivação Inicial:

Falar da camiseta do Encontro da Família, perguntando aos jovens como interpretam a gravura que consta na camiseta.

Entregar cartões para que anotem no cartão, cada um individualmente, a interpretação que fizeram. Esses cartões serão colocados num painel, na decoração da Cemil no dia do Encontro.

3.Desenvolvimento

Para a reflexão sobre o tema do Encontro da Família do fim desse mês, propor refletirmos sobre o grande amor de Jesus, em especial aqueles momentos culminantes em Sua vida, quando conclui a sua missão de maneira Sublime com o exemplo do amor, mesmo nas experiências de abandono, de traição, dor e crucificação.

==> Em nossa jornada aqui na encarnação, quantas vezes nos sentimos abandonados, traídos, magoados por quem amamos e confiamos? Como agir quando isso nos acontece?

Como nosso Modelo e Guia, toda a vida de Jesus é um exemplo, um roteiro de como devemos agir perante as escolhas de nossos entes queridos, quando se afastam do caminho do bem.

==> Então, lembremos das letrinhas OQJF: O que faria Jesus nessa situação?

Vamos então basear nossas reflexões na conduta de Jesus perante Judas, especialmente desde última noite em que Jesus passou com os discípulos, até o fim da encarnação de Jesus entre nós.

- O que vocês sabem sobre Judas? ==> deixar que falem e regatar os pontos onde vemos a conduta de Jesus para com Judas:

- Jesus sabia das ideias de Judas, do equívoco de seu entendimento sobre o Reino de Deus;

- Na mesa da última ceia, Jesus tem a seu lado: João, o mais jovem dos discípulos, de um lado, e Judas, do outro. ==> Jesus com isso, demonstra o reconhecimento, o amor por Judas. Não confronta; apenas demonstra amor e confiança;

- Jesus dá o primeiro pedaço do pão, molhado no vinho conforme a tradição, à Judas ==> como nas nossas festas hoje, esse ato de “dar a primeira fatia do bolo” é um ato de reconhecimento, de amor para a pessoa que recebe;

- Judas sai do cenário dessa última ceia, e Jesus não o impede; deixa que ele tome suas próprias decisões.

- Depois da oração no horto, Judas chega com os soldados da guarda do Sinédrio para prenderem Jesus, que mesmo sabendo disso, o recebe com o acolhimento: “A que vens, amigo?”, dando a Judas uma nova chance de rever a escolha equivocada que estava prestes a fazer. ==> novamente não recrimina, não julga.

- Judas dá um beijo na face de Jesus, o identificando para os guardas que prendem Jesus;

- Judas tira a própria vida ao perceber a consequência de sua ação.

- No evangelho de João, 20, 11-18, tem uma fala de Jesus que gerou muitas dúvidas aos estudiosos do cristianismo: quando Maria de Magdala, a Madalena, foi ao túmulo de Jesus no domingo pela manhã e ao vê-lo ali materializado, tentou beijar-lhe os pés e Ele não deixou: "Não me toques, pois ainda não subi para o Pai."

==> Porquê será? Onde Jesus teria estado entre a cruz e a sua aparição à Maria no domingo pela manhã?

Com o Espiritismo, temos acesso a mais informações sobre esse período, através da psicografia missionária de Chico Xavier. O Espírito Maria Dolores, no poema 'Amor e Perdão', Cap. 14 do livro Coração e Vida, relata o momento em que Maria Madalena vai ao túmulo, naquele domingo pela manhã e vê Jesus. Diz assim, a poetisa:

A Madalena fora ao túmulo querido (Jo 20:11) / Entre pedras de extremo desconforto…

Levava flores para o Mestre morto, / Tinha o peito magoado e enternecido.

O Sol reaparecia, resplendente, / A névoa da manhã fundia-se no ar,

Na dourada invasão das flamas do Nascente,

Maria estava ali, unicamente, / A fim de estar a sós, recolher-se e chorar.

==> vemos aqui o estado emocional que ela estava; ainda era difícil acreditar que o meigo Mestre e Amigo não estava mais com eles; que tudo aquilo tinha acontecido com Ele, que amou a todos...

A desfazer-se em pranto, ela arguia: / — “Por que, por que Senhor?

Tanta saudade e tanta dor?!… / Toda a felicidade que eu sentia

Jaz aqui sepultada… / Transformou-se-me a vida em sombra e nada

No ermo deste pouso derradeiro…”

==> imagina a dor que Madalena sentia; todas as esperanças de renovação, de vida nova para ela, para o povo, para a humanidade que ela havia projetado em Jesus, pareciam agora enterradas com o próprio mestre.

==> Será que era aquilo o fim mesmo? Será que todas aquelas esperanças sobre as quais ela havia ouvido falar na Boa Nova estavam agora sepultadas?

Nisso, ela viu alguém… Seria um jardineiro? / Um zelador daquele campo santo?

Mas tomada de espanto, / Viu-se à frente do Mestre Nazareno,

O excelso benfeitor ressuscitado, / A envolver-lhe de paz o coração cansado…

Ela gritou: “Senhor!” / Ele disse: “Maria!”

Ela era a expressão da perfeita alegria, / Ele, o perfeito amor.

Madalena ajoelhou-se e quis beijar-lhe os pés…

— “Maria, por quem és” — explicou-se Jesus — / “Não me toques, porquanto

Não te esperava aqui neste recanto, / E ainda não fui ao Pai revestir-me de luz…”

==> Essa é aquela cena que está narrada no evangelho quando ela se aproxima e Jesus diz: “não me toque”

Maria, surpreendida, / Indagou em seguida:

— “Senhor, onde estiveste? / Em que jardim celeste / Encontraste o descanso necessário, Que vem de Deus, nos dons da paz completa?

Perdoa-me, Senhor, a pergunta indiscreta, / Dói-me, porém, pensar na angústia do Calvário,

Revolto-me, padeço, mas não venço / A mágoa de lembrar-te o sacrifício imenso”

==> Madalena se mostra preocupada com Ele depois das dores do Calvário; se Ele já tinha descansado; se Ele já tinha se recomposto de todo aquele imenso testemunho.

==> Aqui vemos uma cena tão humana, né? De um coração que encontra um coração amigo, querido, que passou por dores tão terríveis...

Mas Jesus respondeu: / — “Não, Maria, não fui ainda ao Alto,

Nem me elevei sequer um palmo à luz do firmamento

Quem ama não consegue achar o Céu de um salto…

Ao invés de subir aos Altos Resplendores / Desci, mas desci muito aos reinos inferiores…

==> Então aqui, Jesus diz que após a Cruz, ao invés de subir, Ele buscou descer aos reinos inferiores mais sombrios, mais próximos da crosta terrestre.

==> Ficamos com a indagação: para quê? Porquê?

Despertando no túmulo, escutei / Os gritos da aflição de alguém que muito amei

E que muito amo ainda… / Embora visse Além, a Luz sempre mais linda

Sentia nesse alguém um amado companheiro, / Em crises de tristeza e de loucura…

Fui à sombra abismal para a grande procura / E ao reencontrá-lo amargurado e louco,

A ponto de não mais me conhecer, / Demorei-me a afagá-lo e, pouco a pouco

Consegui que ele, enfim, pudesse adormecer…”

==> aqui a gente já começa a imaginar a magnitude desse gesto, a magnitude do amor de Jesus, que ao invés de subir aos Céus ao se desembaraçar da cruz, desce na busca de um coração amigo.

— “Senhor” — interrogou a Madalena — / “Quem é o amigo que te fez descer,

Antes de procurar a luz do Pai?” / Mas Jesus replicou, em voz clara e serena: — “Maria

Um amigo não esquece a dor de outro amigo que cai…

Antes de me altear à Celeste Alegria, / Ao sol do mesmo amor a Deus, em que te enlevas,

Vali-me, após a cruz, das grandes horas mudas,

E desci para as trevas, / A fim de aliviar a imensa dor de Judas”.

==> As horas mudas entre a cruz e a ressurreição foram gastas em parte por Jesus para resgatar, para aliviar minimamente a imensa dor de Judas.

==> E vale lembrar que até hoje, em alguns locais, por séculos estivemos malhando, condenando, colocando Judas na posição do pior de todos, do traidor. E foi Judas, o primeiro a ser buscado por Jesus depois da Cruz.

==> Jesus falou desse amor incondicional, que vai às últimas consequências; esse amor que não estabelece exigências, esse amor que Jesus nos ensina e que de fato Ele demonstrou!

Reflexão sobre as posturas de Jesus frente as nossas posturas

- Como agimos quando um familiar, um amigo querido, faz escolhas equivocadas, que sabemos levarão às inevitáveis dores no futuro?

==> Deixamos como fez Jesus, que eles sigam seu caminho, na certeza que o tempo trará o necessário aprendizado?

==> Ou tomamos decisões por eles?

==> Ou confrontamos gerando conflitos que muitas vezes só trazem rupturas nos relacionamentos?

==> alguém tem alguma experiência nesse sentido?

Um outro exemplo de Jesus nessa mesma linha é o caso do apóstolo Simão Pedro.

Pedro era exaltado, rígido em seus julgamentos com relação às condutas dos demais companheiros. Jesus já o havia orientado, com amorosidade, que muitas vezes as pessoas são mais frágeis do que más. E assim como no caso de Judas, Jesus sabia que Pedro o negaria no momento decisivo, e fez essa profecia a Pedro: antes que o galo cante você terá me negado 3 vezes. Pedro entendeu? Não. Ficou magoado, pois achou que Jesus não confiava nele, em seu amor por Ele.

Somente quando Pedro negou Jesus pela terceira vez, foi que caiu em si e entendeu a orientação que Jesus havia dado: os homens são mais frágeis do que maus. Não era uma questão de amor, mas sim, de fragilidade emocional. Foi então que Pedro entendeu o ensino de Jesus sobre o não julgamento das ações dos outros. A partir desse momento, Pedro se tornou mais tolerante com os demais.

A compreensão do ensino veio com a experiência dolorosa da negação a Jesus.

E Jesus não o acusou em momento nenhum.

Quando Pedro ouviu o galo cantar, olhou para a cela onde Jesus estava preso e, pela pequena abertura da janela, viu o olhar de Jesus para ele, com amorosidade, com compreensão.

==> vemos nesses 2 exemplos, de 2 discípulos de Jesus, a postura de cada um ao perceberem o erro cometido:

- Pedro, se arrepende, aprende e se torna mais forte; evolui com a experiência;

- Judas, não se perdoa, se deixar levar pelo remorso e desiste da vida! Sabemos que como destinados à evolução, Judas precisou de encarnações para expiação e reparação desse segundo equívoco que foi o suicídio, e hoje já está redimido. (Crônicas de Além-Túmulo, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap 05 - ‘Judas Escariotes’)

==> Aqui vemos o amor de Jesus que educa!

E nós, perante o erro de alguém que amamos? Como agimos? Compreendemos e acolhemos, como Jesus fez com Pedro?

Ou partimos para as reclamações, para as reprimendas? ‘Eu não te disse?’, “Porque você não ouve o que falo?” Não foi assim o ensino de Jesus…

- Perante nosso afeto que fez escolhas erradas e se arrepende, está mal, às vezes assustado, nossa resposta deve ser a do amor: fechar a boca e abrir os braços, acolhendo. Auxiliando para a necessária reparação pois é preciso arcar com as consequências de nossas ações. Nossa consciência só fica em paz quando nos redimimos perante nós mesmos!

- Essa orientação está no livro O Céu e o Inferno, o 4º livro de Kardec, onde ele coloca que para apagarmos todas as consequências de um mal praticado, são necessários 3 passos: arrependimento, expiação e reparação. Então nesse momento após o arrependimento, precisamos de apoio, de compreensão, para igualmente nos auto perdoarmos e seguirmos em frente.

==> E para o Encontro da Família? O que vocês acham de ler esse poema lá no salão, enfatizando esse ensino de Jesus para nosso cotidiano?

4. Conclusão

É importante, em todos as situações de nossa encarnação, pensarmos: O Que Jesus Faria? Pois Ele é o nosso roteiro seguro; o Modelo e Guia da humanidade!

==> precisamos estudar o evangelho de Jesus, para conhecê-Lo e termos mais condições de agir de forma correta.

5. Se der tempo, comentários do Cap. 22 do livro Céu Azul.

6. Exercício de respiração profunda e pausada, prece final e passes coletivos.

7. Avaliação

10/10: Encontro com 7 jovens. Ficaram 35 minutos para escrever os cartões com a interpretação da gravura da camiseta do encontro.

Gostaram muito do poema de Maria Dolores e toparam apresentar no Encontro da Família. Um jovem pediu que mandasse o poema no grupo whats. Comentei do outro poema de Maria Dolores que fala de Maria de Nazaré acolhendo Judas e quiseram interpretar também. Ficou então combinado:

- Para o Encontro da Família, no último domingo desse mês, 26/10, a partir das 15h:

==> Apresentação (leitura interpretada) do poema Amor e Perdão no salão.

Na sequência:

==> Apresentação (leitura interpretada) do poema Retrato de Mãe:

- Para a sexta 24/10, antes do Encontro da Família:

Vamos repassar os dois poemas, nos envolvendo sentimentalmente com a msg.

8. Anexos


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