Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos - 10/10/2025
Tema: Encontro da Família 2025
Objetivos:
- Cada turma escolhe uma passagem, a abordagem e o que vai apresentar no dia do Encontro, em 26/10/25, e repassa pra coordenação DIJ;
- Refletir sobre o amor incondicional de Jesus a partir de Sua conduta perante o equívoco de Judas.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos, perg 625;
- O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª parte, item Código Penal da Vida Futura;
- Palavras de Vida Eterna, Emmanuel/Chico Xavier, Cap. 157 - Na construção do Mestre;
- Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel/Chico Xavier, Cap 90 'Ensejo ao bem';
- Evangelho de João, do Cap 13 (última ceia) ao 20 (“ressurreição”);
- Coração e Vida, Maria Dolores/Chico Xavier, Cap. 14 'Amor e Perdão';
- Boa Nova, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap, 26 ‘A Negação de Pedro’;
- Crônicas de Além-Túmulo, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap 05 - ‘Judas Escariotes’;
- Momentos de Ouro, Maria Dolores/Chico Xavier, Cap. 3 ‘Retrato de Mãe'.
Tema do Encontro da Família 2025: Jesus – ação que educa, exemplo que inspira.
Gravura da Camiseta: no Anexo ao fim deste documento.
Significados da gravura:
- Caminho: é para remeter o “seguir os passos de Jesus”, por isso o OQJF em cima.
- Barco: símbolo da travessia, do evangelho no mar da vida.
- Peixe (Ichthys): símbolo cristão discreto e universal.
- Chama: remetendo a Jesus e a DE como sendo a luz que orienta.
OQJF = O Que Jesus Faria?
Material: Gravura da camiseta.
Roteiro do encontro:
1. Hora da novidade, exercícios de respiração lenta e profunda, e prece inicial.
2. Motivação Inicial:
Falar da camiseta do Encontro da Família, perguntando aos jovens como interpretam a gravura que consta na camiseta.
Entregar cartões para que anotem no cartão, cada um individualmente, a interpretação que fizeram. Esses cartões serão colocados num painel, na decoração da Cemil no dia do Encontro.
3.Desenvolvimento
Para a reflexão sobre o tema do Encontro da Família do fim desse mês, propor refletirmos sobre o grande amor de Jesus, em especial aqueles momentos culminantes em Sua vida, quando conclui a sua missão de maneira Sublime com o exemplo do amor, mesmo nas experiências de abandono, de traição, dor e crucificação.
==> Em nossa jornada aqui na encarnação, quantas vezes nos sentimos abandonados, traídos, magoados por quem amamos e confiamos? Como agir quando isso nos acontece?
Como nosso Modelo e Guia, toda a vida de Jesus é um exemplo, um roteiro de como devemos agir perante as escolhas de nossos entes queridos, quando se afastam do caminho do bem.
==> Então, lembremos das letrinhas OQJF: O que faria Jesus nessa situação?
Vamos então basear nossas reflexões na conduta de Jesus perante Judas, especialmente desde última noite em que Jesus passou com os discípulos, até o fim da encarnação de Jesus entre nós.
- O que vocês sabem sobre Judas? ==> deixar que falem e regatar os pontos onde vemos a conduta de Jesus para com Judas:
- Jesus sabia das ideias de Judas, do equívoco de seu entendimento sobre o Reino de Deus;
- Na mesa da última ceia, Jesus tem a seu lado: João, o mais jovem dos discípulos, de um lado, e Judas, do outro. ==> Jesus com isso, demonstra o reconhecimento, o amor por Judas. Não confronta; apenas demonstra amor e confiança;
- Jesus dá o primeiro pedaço do pão, molhado no vinho conforme a tradição, à Judas ==> como nas nossas festas hoje, esse ato de “dar a primeira fatia do bolo” é um ato de reconhecimento, de amor para a pessoa que recebe;
- Judas sai do cenário dessa última ceia, e Jesus não o impede; deixa que ele tome suas próprias decisões.
- Depois da oração no horto, Judas chega com os soldados da guarda do Sinédrio para prenderem Jesus, que mesmo sabendo disso, o recebe com o acolhimento: “A que vens, amigo?”, dando a Judas uma nova chance de rever a escolha equivocada que estava prestes a fazer. ==> novamente não recrimina, não julga.
- Judas dá um beijo na face de Jesus, o identificando para os guardas que prendem Jesus;
- Judas tira a própria vida ao perceber a consequência de sua ação.
- No evangelho de João, 20, 11-18, tem uma fala de Jesus que gerou muitas dúvidas aos estudiosos do cristianismo: quando Maria de Magdala, a Madalena, foi ao túmulo de Jesus no domingo pela manhã e ao vê-lo ali materializado, tentou beijar-lhe os pés e Ele não deixou: "Não me toques, pois ainda não subi para o Pai."
==> Porquê será? Onde Jesus teria estado entre a cruz e a sua aparição à Maria no domingo pela manhã?
Com o Espiritismo, temos acesso a mais informações sobre esse período, através da psicografia missionária de Chico Xavier. O Espírito Maria Dolores, no poema 'Amor e Perdão', Cap. 14 do livro Coração e Vida, relata o momento em que Maria Madalena vai ao túmulo, naquele domingo pela manhã e vê Jesus. Diz assim, a poetisa:
A Madalena fora ao túmulo querido (Jo 20:11) / Entre pedras de extremo desconforto…
Levava flores para o Mestre morto, / Tinha o peito magoado e enternecido.
O Sol reaparecia, resplendente, / A névoa da manhã fundia-se no ar,
Na dourada invasão das flamas do Nascente,
Maria estava ali, unicamente, / A fim de estar a sós, recolher-se e chorar.
==> vemos aqui o estado emocional que ela estava; ainda era difícil acreditar que o meigo Mestre e Amigo não estava mais com eles; que tudo aquilo tinha acontecido com Ele, que amou a todos...
A desfazer-se em pranto, ela arguia: / — “Por que, por que Senhor?
Tanta saudade e tanta dor?!… / Toda a felicidade que eu sentia
Jaz aqui sepultada… / Transformou-se-me a vida em sombra e nada
No ermo deste pouso derradeiro…”
==> imagina a dor que Madalena sentia; todas as esperanças de renovação, de vida nova para ela, para o povo, para a humanidade que ela havia projetado em Jesus, pareciam agora enterradas com o próprio mestre.
==> Será que era aquilo o fim mesmo? Será que todas aquelas esperanças sobre as quais ela havia ouvido falar na Boa Nova estavam agora sepultadas?
Nisso, ela viu alguém… Seria um jardineiro? / Um zelador daquele campo santo?
Mas tomada de espanto, / Viu-se à frente do Mestre Nazareno,
O excelso benfeitor ressuscitado, / A envolver-lhe de paz o coração cansado…
Ela gritou: “Senhor!” / Ele disse: “Maria!”
Ela era a expressão da perfeita alegria, / Ele, o perfeito amor.
Madalena ajoelhou-se e quis beijar-lhe os pés…
— “Maria, por quem és” — explicou-se Jesus — / “Não me toques, porquanto
Não te esperava aqui neste recanto, / E ainda não fui ao Pai revestir-me de luz…”
==> Essa é aquela cena que está narrada no evangelho quando ela se aproxima e Jesus diz: “não me toque”
Maria, surpreendida, / Indagou em seguida:
— “Senhor, onde estiveste? / Em que jardim celeste / Encontraste o descanso necessário, Que vem de Deus, nos dons da paz completa?
Perdoa-me, Senhor, a pergunta indiscreta, / Dói-me, porém, pensar na angústia do Calvário,
Revolto-me, padeço, mas não venço / A mágoa de lembrar-te o sacrifício imenso”
==> Madalena se mostra preocupada com Ele depois das dores do Calvário; se Ele já tinha descansado; se Ele já tinha se recomposto de todo aquele imenso testemunho.
==> Aqui vemos uma cena tão humana, né? De um coração que encontra um coração amigo, querido, que passou por dores tão terríveis...
Mas Jesus respondeu: / — “Não, Maria, não fui ainda ao Alto,
Nem me elevei sequer um palmo à luz do firmamento
Quem ama não consegue achar o Céu de um salto…
Ao invés de subir aos Altos Resplendores / Desci, mas desci muito aos reinos inferiores…
==> Então aqui, Jesus diz que após a Cruz, ao invés de subir, Ele buscou descer aos reinos inferiores mais sombrios, mais próximos da crosta terrestre.
==> Ficamos com a indagação: para quê? Porquê?
Despertando no túmulo, escutei / Os gritos da aflição de alguém que muito amei
E que muito amo ainda… / Embora visse Além, a Luz sempre mais linda
Sentia nesse alguém um amado companheiro, / Em crises de tristeza e de loucura…
Fui à sombra abismal para a grande procura / E ao reencontrá-lo amargurado e louco,
A ponto de não mais me conhecer, / Demorei-me a afagá-lo e, pouco a pouco
Consegui que ele, enfim, pudesse adormecer…”
==> aqui a gente já começa a imaginar a magnitude desse gesto, a magnitude do amor de Jesus, que ao invés de subir aos Céus ao se desembaraçar da cruz, desce na busca de um coração amigo.
— “Senhor” — interrogou a Madalena — / “Quem é o amigo que te fez descer,
Antes de procurar a luz do Pai?” / Mas Jesus replicou, em voz clara e serena: — “Maria
Um amigo não esquece a dor de outro amigo que cai…
Antes de me altear à Celeste Alegria, / Ao sol do mesmo amor a Deus, em que te enlevas,
Vali-me, após a cruz, das grandes horas mudas,
E desci para as trevas, / A fim de aliviar a imensa dor de Judas”.
==> As horas mudas entre a cruz e a ressurreição foram gastas em parte por Jesus para resgatar, para aliviar minimamente a imensa dor de Judas.
==> E vale lembrar que até hoje, em alguns locais, por séculos estivemos malhando, condenando, colocando Judas na posição do pior de todos, do traidor. E foi Judas, o primeiro a ser buscado por Jesus depois da Cruz.
==> Jesus falou desse amor incondicional, que vai às últimas consequências; esse amor que não estabelece exigências, esse amor que Jesus nos ensina e que de fato Ele demonstrou!
Reflexão sobre as posturas de Jesus frente as nossas posturas
- Como agimos quando um familiar, um amigo querido, faz escolhas equivocadas, que sabemos levarão às inevitáveis dores no futuro?
==> Deixamos como fez Jesus, que eles sigam seu caminho, na certeza que o tempo trará o necessário aprendizado?
==> Ou tomamos decisões por eles?
==> Ou confrontamos gerando conflitos que muitas vezes só trazem rupturas nos relacionamentos?
==> alguém tem alguma experiência nesse sentido?
Um outro exemplo de Jesus nessa mesma linha é o caso do apóstolo Simão Pedro.
Pedro era exaltado, rígido em seus julgamentos com relação às condutas dos demais companheiros. Jesus já o havia orientado, com amorosidade, que muitas vezes as pessoas são mais frágeis do que más. E assim como no caso de Judas, Jesus sabia que Pedro o negaria no momento decisivo, e fez essa profecia a Pedro: antes que o galo cante você terá me negado 3 vezes. Pedro entendeu? Não. Ficou magoado, pois achou que Jesus não confiava nele, em seu amor por Ele.
Somente quando Pedro negou Jesus pela terceira vez, foi que caiu em si e entendeu a orientação que Jesus havia dado: os homens são mais frágeis do que maus. Não era uma questão de amor, mas sim, de fragilidade emocional. Foi então que Pedro entendeu o ensino de Jesus sobre o não julgamento das ações dos outros. A partir desse momento, Pedro se tornou mais tolerante com os demais.
A compreensão do ensino veio com a experiência dolorosa da negação a Jesus.
E Jesus não o acusou em momento nenhum.
Quando Pedro ouviu o galo cantar, olhou para a cela onde Jesus estava preso e, pela pequena abertura da janela, viu o olhar de Jesus para ele, com amorosidade, com compreensão.
==> vemos nesses 2 exemplos, de 2 discípulos de Jesus, a postura de cada um ao perceberem o erro cometido:
- Pedro, se arrepende, aprende e se torna mais forte; evolui com a experiência;
- Judas, não se perdoa, se deixar levar pelo remorso e desiste da vida! Sabemos que como destinados à evolução, Judas precisou de encarnações para expiação e reparação desse segundo equívoco que foi o suicídio, e hoje já está redimido. (Crônicas de Além-Túmulo, Humberto de Campos/Chico Xavier, Cap 05 - ‘Judas Escariotes’)
==> Aqui vemos o amor de Jesus que educa!
E nós, perante o erro de alguém que amamos? Como agimos? Compreendemos e acolhemos, como Jesus fez com Pedro?
Ou partimos para as reclamações, para as reprimendas? ‘Eu não te disse?’, “Porque você não ouve o que falo?” Não foi assim o ensino de Jesus…
- Perante nosso afeto que fez escolhas erradas e se arrepende, está mal, às vezes assustado, nossa resposta deve ser a do amor: fechar a boca e abrir os braços, acolhendo. Auxiliando para a necessária reparação pois é preciso arcar com as consequências de nossas ações. Nossa consciência só fica em paz quando nos redimimos perante nós mesmos!
- Essa orientação está no livro O Céu e o Inferno, o 4º livro de Kardec, onde ele coloca que para apagarmos todas as consequências de um mal praticado, são necessários 3 passos: arrependimento, expiação e reparação. Então nesse momento após o arrependimento, precisamos de apoio, de compreensão, para igualmente nos auto perdoarmos e seguirmos em frente.
==> E para o Encontro da Família? O que vocês acham de ler esse poema lá no salão, enfatizando esse ensino de Jesus para nosso cotidiano?
4. Conclusão
É importante, em todos as situações de nossa encarnação, pensarmos: O Que Jesus Faria? Pois Ele é o nosso roteiro seguro; o Modelo e Guia da humanidade!
==> precisamos estudar o evangelho de Jesus, para conhecê-Lo e termos mais condições de agir de forma correta.
5. Se der tempo, comentários do Cap. 22 do livro Céu Azul.
6. Exercício de respiração profunda e pausada, prece final e passes coletivos.
7. Avaliação
10/10: Encontro com 7 jovens. Ficaram 35 minutos para escrever os cartões com a interpretação da gravura da camiseta do encontro.
Gostaram muito do poema de Maria Dolores e toparam apresentar no Encontro da Família. Um jovem pediu que mandasse o poema no grupo whats. Comentei do outro poema de Maria Dolores que fala de Maria de Nazaré acolhendo Judas e quiseram interpretar também. Ficou então combinado:
- Para o Encontro da Família, no último domingo desse mês, 26/10, a partir das 15h:
==> Apresentação (leitura interpretada) do poema Amor e Perdão no salão.
Na sequência:
==> Apresentação (leitura interpretada) do poema Retrato de Mãe:
- Para a sexta 24/10, antes do Encontro da Família:
Vamos repassar os dois poemas, nos envolvendo sentimentalmente com a msg.
8. Anexos
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