Casa Espírita Missionários da Luz – Juventude > 14 anos – 11/04/2025
Tema: Elementais e Animais na espiritualidade
Objetivos:
- Estudar como o Espiritismo aborda a questão da alma dos animais, sua encarnação e sua evolução;
- Estudar como o Espiritismo aborda a questão dos elementais.
Bibliografia:
- Sobre os animais:
O Livro dos Espíritos, 2ª parte, Cap IX item Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da natureza; cap. XI Dos 3 Reinos, item ‘Os animais e o homem’, pergs 592 à 610, ‘Metempsicose’ pergs 611 à 613;
RE, Junho/1860 > O Espírito e o cãozinho;
RE, Maio/1865/questões-e-problemas - Manifestação do Espírito dos animais;
A Gênese, Cap XI — Gênese espiritual > Encarnação dos Espíritos. > 23;
Os Animais tem Alma?, Ernesto Bozzano;
Evolução em 2 Mundos – Cap 12 – André Luiz/Chico Xavier.
- Sobre os elementais:
O Livro dos Espíritos, 2ª parte, Cap I, item 103. Nona classe. Espíritos levianos; item 106- Sexta classe. Espíritos batedores e perturbadores; Cap. IX, item ‘Ação dos Espíritos nos fenômenos da Natureza’, pergs 537 à 540;
A Gênese, Cap. XV, itens 45 e 46 - 'Tempestade Aplacada';
O Livro dos Médiuns, 1ª parte, Cap. II (Do Maravilhoso e do Sobrenatural”, itens 13 e 14;
RE Jan/1858 > s Diabretes; RE Mar/1860 > Ditados espontâneos > Perguntas sobre o gênio das flores;
Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 50;
Loucura e Obsessão, Manoel P. Miranda/Divaldo P. Franco, cap. 9;
Atualidade do Pensamento Espírita, Vianna de Carvalho/Divaldo P. Franco, perg. 63.
Material: LE e o livro ‘Os Animais tem Alma?’
1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda, e prece inicial
2. Motivação inicial:
3. Discussão do tema com as perguntas do LE
Esse tema foi solicitado por um de vocês no encontro do início do ano, lembrando que estudamos a questão dos animais na ótica espírita no ano passado, em dois encontros. Propor então, um jogo Quiz para discussão das questões das obras básicas onde esse assunto foi tratado por Kardec.
- Dividir a turma em 2 grupos. Regras do jogo:
- 1 min pra equipe da vez responder. Cada acerto, 1 ponto.
Se errar, a perg vai pro outro grupo que poderá então pontuar. Nesse caso, é resposta direto, sem tempo pra pensar.
Perguntas a serem feitas aos grupos, alternadamente:
i. Os animais tem uma alma? • Sim, e que sobrevive ao corpo. (LE, perg. 597)
ii. Como é essa alma, em relação a alma dos seres humanos?
• É também uma alma, se o quiserdes; isso depende do sentido em que se tome a palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos animais e a do homem tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus. (LE, perg. 597a)
iii. De onde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a espécie particular de alma de que são dotados?
• Do elemento inteligente universal. (LE, perg. 606)
iv. De onde tiram os seres humanos o princípio inteligente que constitui a alma de que são dotados?
Do elemento inteligente universal. A inteligência do homem e a dos animais emanam, portanto, de um princípio único, mas no homem ela passou por uma elaboração que a eleva sobre a dos brutos. (LE, perg. 606 e 606a)
vi. Após a morte, a alma dos animais conserva sua individualidade e a consciência de si mesma?
• Sua individualidade, sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em estado latente. (LE, perg. 598)
vii. A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?
• Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito. (LE, perg. 600)
viii. Não ficando a alma dos animais na erraticidade, o que acontece com essas almas após a morte do corpo?
O Espírito do animal é classificado após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se pôr em relação com outras criaturas. (LE, perg. 600)
ix. A alma dos animais pode escolher a espécie em que prefira encarnar-se?
• Não; ela não tem o livre arbítrio. (LE, perg. 599)
x. Os animais têm livre-arbítrio?
• Não são simples máquinas, como supondes, mas sua liberdade de ação é limitada pelas suas necessidades, e não pode ser comparada à do homem. Sendo muito inferiores a este, não têm os mesmos deveres. Sua liberdade é restrita aos atos da vida material. (LE, perg. 595)
xi. Os animais progridem como o homem, por sua própria vontade?
• Pela força das coisas; e é por isso que, para eles, não existe expiação. (LE, perg. 602)
xii. Os animais agem por instinto ou por inteligência?
Os animais não têm senão a inteligência da vida material; nos homens, a inteligência produz a vida moral. (LE, perg. 604a)
É bem verdade que o instinto domina na maioria dos animais: mas não vês que há os que agem por uma vontade determinada? É que têm inteligência, porém ela é limitada. (LE, perg. 593)
xiii. Onde passa o Espírito na sua origem, na primeira fase do seu desenvolvimento?
“Numa série de existências que precedem o período a que chamais humanidade.” (LE, perg. 607).
xiv. Pode-se considerar a alma humana como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação?
“Já não dissemos que tudo na Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme já dissemos. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período humano, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos...." (LE, perg. 607a)
xv. O Espírito do homem tem, após a morte, consciência de suas existências anteriores ao período humano?
“Não, pois não é desse período que começa a sua vida de Espírito. Difícil é mesmo que se lembre de suas primeiras existências humanas..” (LE, perg 608).
xvi. Os Espíritos que presidem aos fenômenos da natureza pertencem às ordens superiores ou às inferiores da hierarquia espírita?
“Isso é conforme seja mais ou menos material, mais ou menos inteligente o papel que desempenhem. Uns mandam, outros executam. Os que executam coisas materiais são sempre de ordem inferior, assim entre os Espíritos, como entre os homens.” (LE, perg.538 e 538a)
xvii. A produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é obra de um só Espírito ou de muitos?
“Reúnem-se em massas inumeráveis.” (LE, perg.539)
xviii Os Espíritos que exercem ação nos fenômenos da natureza operam com conhecimento de causa, usando do livre-arbítrio, ou por efeito de instintivo ou irrefletido impulso?
“Uns sim, outros não.(...) os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida, antes que tenham plena consciência de seus atos e estejam no gozo do livre-arbítrio, atuam em certos fenômenos, de que inconscientemente se constituem os agentes. Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. (LE, perg. 540)
xix. A qual classe da escala espírita pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes?
Item 103. Nona classe. Espíritos levianos. – São ignorantes, travessos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de aborrecer, de induzir maliciosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores.
xx. A qual classe da escala espírita parecem pertencer os Espíritos agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer atuem sobre o ar, a água, o fogo?
Escala Espírita, item 106 - Sexta classe. Espíritos batedores e perturbadores. (LE,Terceira Ordem - Espíritos Imperfeitos, item 106.
xxi. O espírito que dá vida às plantas e às flores, tem um pensamento e a compreensão de seu Eu?
─ Nenhum pensamento e nenhum instinto. (RE Mar/1860 > Ditados espontâneos > Perguntas sobre o gênio das flores, perg. 6)
“O espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação fluídica para a criação vegetal. Esse ainda não encarnou; não age senão sob a direção de inteligências mais elevadas, que já viveram o bastante para adquirir o conhecimento necessário à sua missão. (perg.2)” (Respostas de São Luís)
4. Progresso do tema relativo as almas dos animais, após Kardec:
Após Kardec, muito se pesquisou sobre essa questão da existência ou não de animais no mundo dos Espíritos e a possibilidade de comunicação entre a alma dos animais e os homens.
Um grande pesquisador foi Ernesto Bozzano, italiano (1862 à 1943), que se tornou espírita em 1891 e fez diversas pesquisas e experiências. Ele escreveu o livro ´Os Animais tem Alma?’, onde relata 130 casos de manifestações de assombração, aparições e fenômenos supranormais com animais.
Ele trata diversas abordagens, diversas possibilidades para a aparição de animais, vista por pessoas acordadas, em sonhos.
i. pode ser que a pessoa, o médium que viu o ‘espírito’ do animal, tenha acessado as memórias do dono do animal. Ou seja, acessou as lembranças da pessoa sobre o animalzinho de estimação.
ii. outra possibilidade, é ‘telepatia’ de um encarnado, ou desencarnado, que ‘cria’ fluidicamente a imagem do animal que é visualizado por alguém. Sabemos que o pensamento gera imagens fluídicas. Kardec chamou de fotografia do pensamento.
iii.- Espíritos inferiores, culpados por faltas graves, assumem inconscientemente (ou por hipnose de outro Espírito), a forma de um animal; (licantropia; zoantropia)
iv. psicometria: faculdade de perceber acontecimentos que ocorreram no local. Então, a visão do animal, seria a imagem de um animal que esteve em algum momento, numa ocorrência no local;
v. a existência da alma do animal morto, no local, atuando junto às pessoas, como no caso da cachorrinha do leitor da RE. No livro Nosso Lar, André Luiz fala da existência de animais no plano espiritual, auxiliando os trabalhadores na cidade espiritual, Nosso Lar. Mas não são forma de animais que tenhamos aqui na Terra, enquanto encarnados.
André Luiz, em Evolução em 2 Mundos, fala que os animais após a morte, caem em pesada letargia, semelhante à hibernação, quando não se fazem aproveitados na Espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa quota de tempo.
==> Com relação a esses seres tidos como os elementais, temos:
Vianna de Carvalho, em Atualidade do Pensamento Espírita, diz que os elementais são utilizados pelos Espíritos que governam o clima da Terra, e que esses seres habitam os bosques, os campos naturais e as florestas virgens.
Manoel P. Miranda em Loucura e Obsessão, fala que os elementais estão em trânsito evolutivo, mediante as reencarnações entre o psiquismo do Primata homini e o Homo sapiens, ainda destituídos de discernimento, ingênuos e simples.
5. Conclusão
- Como o Espiritismo aborda a questão da alma dos animais, sua encarnação e sua evolução?
==> existe a alma dos animais, que não tem consciência de si, não vivem na erraticidade como os Espíritos, nem participam do planejamento da reencarnação. São conduzidos por Espíritos com essa atribuição.
==> os animais evoluem por força das coisas e não por si próprios. Os mundos mais evoluídos possuem animais mais evoluídos. Com relação à progressão da alma dos animais e sua conexão com os Espíritos, vemos o comentário Kardec à perg. 613:
Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas, cujo conhecimento atual nada importa ao nosso progresso e sobre as quais seria inútil determo-nos.
- Kardec não fechou esse assunto, mas as diversas comunicações do século XX falam da evolução do princípio inteligente dos minerais até o homem, e até a angelitude.
- Como o Espiritismo aborda a questão dos elementais?
Como Espíritos antes da fase da humanização, quando ainda não possuem plena consciência de seus atos e estejam no gozo do livre-arbítrio, e atuam nos fenômenos da Natureza, sob a direção de Espíritos mais evoluídos.
5. Comentários do livro Céu Azul – caps. 8 e 9.
6. Prece Final e passes coletivos
7. Avaliação:
11/04/25 - Encontro com 11 jovens. Participaram com empolgação do Quiz (1 grupo de 5 e outro com 6). A maior parte não tem claro os conceitos com relação à alma dos animais. Fomos até a questão xiii. Como semana que vem é feriadão (Semana Santa e Tiradentes) e muitos viajarão, a continuação do tema será em 25/04.
25/04/25 – Encontro com 11 jovens com boa participação. Concluíram o jogo e o roteiro. Encontro conduzido pelo Luiz Henrique.
8. Anexos:
Livro dos Médiuns, 1ª parte, Cap III "Do Maravilhoso e do Sobrenatural"
13. Assim, o Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos, ou sobrenaturais. Longe disso, demonstra a impossibilidade de grande número deles e o ridículo de certas crenças, que constituem a superstição propriamente dita.
Item 14:
3.º. Muitos fatos são tidos por sobrenaturais, porque não se lhes conhece a causa; atribuindo-lhes uma causa, o Espiritismo os repõe no domínio dos fenômenos naturais.
4.º. Entre os fatos qualificados de sobrenaturais, muitos há cuja impossibilidade o Espiritismo demonstra, incluindo-os em o número das crenças supersticiosas.
5.º. Se bem reconheça um fundo de verdade em muitas crenças populares, o Espiritismo de modo algum dá sua solidariedade a todas as histórias fantásticas que a imaginação há criado.
Livro dos Espíritos
103. Nona classe. Espíritos levianos. – São ignorantes, travessos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de aborrecer, de induzir maliciosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores.
Em suas comunicações com os homens, a linguagem de que se servem é, por vezes, espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundidade. Exploram as falhas e o lado ridículo dos homens e das coisas, comentando-os em traços mordazes e satíricos. Se tomam nomes supostos, geralmente é mais por malícia do que por maldade.
- Escala Espírita, item 106 - Sexta classe. Espíritos batedores e perturbadores.
Afiguram-se, mais do que outros, presos à matéria. Parecem ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer atuem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quer nas entranhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física, quando denotam caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos, mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as coisas da inteligência; quando julgam úteis as manifestações desse gênero, lançam mão destes últimos como seus auxiliares.
Comentário de Kardec à perg.585:
Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.
Os Animais e os Homens (Perguntas 592 a 610)
• 592. Se comparamos o homem e os animais, em relação à inteligência, parece difícil estabelecer a linha de demarcação. Essa linha de demarcação pode ser estabelecida de maneira precisa?
• O homem é um ser à parte. No físico, o homem é como os animais e menos bem provido que muitos dentre eles. Seu corpo se destrói como o dos animais, isto é certo, mas o seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender, porque só ele é completamente livre. Reconhecei o homem pela faculdade de pensar em Deus.
609. Uma vez no período da humanidade, conserva o Espírito traços do que era precedentemente, quer dizer: do estado em que se achava no período a que se poderia chamar ante-humano?
“Depende da distância que medeie entre os dois períodos e do progresso realizado. Durante algumas gerações, pode ele conservar vestígios mais ou menos pronunciados do estado primitivo, porquanto nada se opera na Natureza por brusca transição. Há sempre anéis que ligam as extremidades da cadeia dos seres e dos acontecimentos. Aqueles vestígios, porém, se apagam com o desenvolvimento do livre-arbítrio. Os primeiros progressos só lentamente se efetuam, porque ainda não têm a segundá-los a vontade. Vão em progressão mais rápida, à medida que o Espírito adquire mais perfeita consciência de si mesmo.”
610. Os Espíritos que disseram que o homem é um ser à parte na ordem da Criação enganaram-se, então?
• Não, mas a questão não havia sido desenvolvida, e há coisas que não podem vir senão a seu tempo. O homem é, de fato, um ser à parte, porque tem faculdades que o distinguem de todos os outros e tem outro destino. A espécie humana é a que Deus escolheu para a encarnação dos seres que podem conhecê-lo.
Perg. 612. Poderia encarnar num animal o Espírito que animou o corpo de um homem?
“Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à sua nascente.”
A Gênese, Cap. XV, itens 45 e 46 - 'Tempestade Aplacada'
Tempestade aplacada.
45. Certo dia, tendo tomado uma barca com seus discípulos, disse-lhes ele: Passemos à outra margem do lago. Partiram então. Durante a travessia, ele adormeceu. — Então, um grande turbilhão de vento se abateu de súbito sobre o lago, de sorte que, enchendo-se d'água a barca, eles se viam em perigo. Aproximaram-se, pois, dele e o despertaram, dizendo-lhe: Mestre, perecemos. Jesus, levantando-se, falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outras se aplacaram, sobrevindo grande calma. Ele então lhes disse: Onde está a vossa fé? Eles, porém, cheios de temor e admiração, perguntavam uns aos outros: Quem é este que assim dá ordens ao vento e às ondas, e eles lhe obedecem? (S. Lucas, 8:22–25.)
46. Ainda não conhecemos bastante os segredos da natureza para dizer se há ou não inteligências ocultas presidindo à ação dos elementos. Na hipótese de haver, o fenômeno em questão poderia ter resultado de um ato de autoridade sobre essas inteligências e provaria um poder que a nenhum homem é dado exercer. Como quer que seja, o fato de estar Jesus a dormir tranquilamente, durante a tempestade, atesta de sua parte uma segurança que se pode explicar pela circunstância de que seu Espírito via não haver perigo nenhum e que a tempestade ia amainar.
RE, Maio/1865/questões-e-problemas
Resposta de Kardec sobre o relato que um leitor da RE fez, dizendo que a cachorrinha da família, que havia morrido, veio visitá-los de noite:
“Os fatos deste gênero não são ainda bastante numerosos nem suficientemente comprovados para deles deduzir-se uma teoria afirmativa ou negativa. A questão do princípio e do fim do Espírito dos animais apenas começa a surgir, e o fato de que se trata a ela se liga essencialmente. Se não for uma ilusão, pelo menos constata o elo de afinidade que existe entre o Espírito dos animais, ou melhor, de certos animais e o do homem. Aliás, parece positivamente provado que há animais que veem os Espíritos e com estes se impressionam. Temos relatado vários exemplos na Revista, entre outros o do Espírito e o cãozinho, no número de junho de 1860. Se os animais veem os Espíritos, evidentemente não é pelos olhos do corpo. Então, também eles têm uma espécie de visão espiritual.”
“Até agora a Ciência apenas constatou as relações fisiológicas entre o homem e os animais. Ela nos mostra, no físico, todos os elos da cadeia de seres sem solução de continuidade. Entretanto, entre o princípio espiritual dos dois Espíritos havia um abismo. Se os fatos psicológicos, melhor observados, vêm lançar uma ponte sobre esse abismo, será um novo passo para a unidade da escala dos seres e da criação.”
“Não é por meio de sistemas que se poderá resolver esta grave questão, mas pelos fatos. Se deve sê-lo um dia, o Espiritismo, criando a psicologia experimental, é o único que lhe poderá fornecer os meios. Em todo o caso, se existem pontos de contacto entre a alma animal e a alma humana, este não pode ser, no caso da alma animal, senão da parte dos mais adiantados. Um fato importante a constatar é que, entre os seres do mundo espiritual, jamais se fez menção de que existissem Espíritos de animais. Disso pareceria resultar que aqueles não conservam a sua individualidade após a morte e, por outro lado, que a pequena galga, que se teria manifestado, pareceria provar o contrário.”
(Paris, 21 de abril de 1865 ─ Médium, Sr. E. Vézy) Esta noite vou tocar em grave questão, falando-vos das relações que podem existir entre a animalidade e a humanidade. (...) Mas tudo não se limita apenas em crer no progresso incessante do Espírito, embrião na matéria, desenvolvendo-se ao passar pela peneira do mineral, do vegetal, do animal, para chegar à humanimalidade, onde começa a ensaiar-se sozinha a alma que se reencarnará, orgulhosa de sua tarefa, na humanidade. Entre essas diversas fases existem laços importantes, que é necessário conhecer, e que chamarei períodos intermediários ou latentes, porque é aí que se operam as transformações sucessivas. (...)
Entre os animais domésticos e o homem, as afinidades são produzidas pelas cargas fluídicas que vos rodeiam e sobre eles recaem. É um pouco a humanidade que influi sobre a animalidade, sem alterar as cores de uma ou da outra. Daí essa superioridade inteligente do cão sobre o instinto brutal do animal selvagem, e é só a esta causa que poderão ser devidas essas manifestações que vos acabam de ler. Assim, não se enganaram ouvindo um grito alegre do animal reconhecido pelos cuidados de seu dono, vindo, antes de passar ao estado intermediário de um desenvolvimento a outro, trazer-lhe uma lembrança. Assim, a manifestação pode dar-se, mas é passageira, porque o animal, para subir um degrau, necessita de um trabalho latente que aniquile, para todos, qualquer sinal exterior de vida. Esse estado é a crisálida espiritual onde se elabora a alma, perispírito informe, não tendo nenhuma figura reprodutiva de traços, quebrando-se num estado de maturidade, para deixar escapar, nas correntes que a arrastam, os germes de almas que aí eclodem. Assim, ser-nos-ia difícil falar-vos dos Espíritos de animais no espaço, pois não existem, ou antes, sua passagem é tão rápida que é como se fosse nula, e no estado de crisálida eles não poderiam ser descritos.
Já sabeis que nada morre da matéria que sucumbe. Quando um corpo se dissolve, os diversos elementos de que ele é composto reclamam a parte que lhe deram. Oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono voltam ao seu foco primitivo para alimentar outros corpos. Dá-se o mesmo com a parte espiritual: Os fluidos organizados espirituais, à passagem, tomam cores, perfumes, instintos, até a constituição definitiva da alma.
Comentário de Kardec:
Quando tivermos reunido documentos suficientes, resumilos-emos num corpo de doutrina metódico, que será submetido ao controle universal. Até lá são apenas balizas postas no caminho, para clareá-lo.
Evolução em 2 Mundos – Cap 12 – André Luiz
“Em relação ao homem, os mamíferos que se ligam a nós outros por extremos laços de parentesco, em se desencarnando, agregam-se aos ninhos em que se lhes desenvolvem os companheiros e, qual ocorre entre os animais inferiores, nas múltiplas faixas evolutivas em que se escalonam, não possuem pensamento contínuo para a obtenção de meios destinados à manutenção de nova forma. (...)
Em razão disso, efetuada a histólise dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde, com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por ausência de substância mental consciente.
Quando não se fazem aproveitados na Espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa quota de tempo, caem, quase sempre de imediato à morte do corpo carnal, em pesada letargia, semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídos para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo e do instinto que já se lhes fixaram no ser, e sofrendo, naturalmente, o preço hipotecável aos valores decisivos da evolução.”
RE Mar/1860 > Ditados espontâneos > Perguntas sobre o gênio das flores
(Quem responde é São Luís)
2. ─ Esse Espírito chama-se Hettani. Como tem um nome, se jamais encarnou? ─ É uma ficção. O espírito não preside, de maneira particular, à formação das flores. O espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação fluídica para a criação vegetal. Esse ainda não encarnou; não age senão sob a direção de inteligências mais elevadas, que já viveram o bastante para adquirir o conhecimento necessário à sua missão. Foi um desses que se comunicou. Ele vos fez uma mistura poética da ação de duas classes de Espíritos que atuam na criação vegetal.
4. ─ Assim, o Espírito que se comunicou não é o que habita e anima a flor? ─ Não, não. Eu vo-lo disse claramente: ele guia.
6. ─ O espírito que dá vida às plantas e às flores, tem um pensamento e a compreensão de seu Eu? ─ Nenhum pensamento e nenhum instinto.
Nosso Lar, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 50
“- Não só o homem pode receber fluidos e emiti-los. As forças naturais fazem o mesmo, nos reinos diversos em que se subdividem. Para o caso do nosso enfermo, precisamos das árvores. Elas nos auxiliarão eficazmente.” (Narcisa)
“Narcisa chamou alguém, com expressões que eu não podia compreender. Daí a momentos, oito entidades espirituais atendiam-lhe ao apelo. (...) Devidamente informada pelos amigos, que me eram totalmente estranhos, a enfermeira explicou:
- São servidores comuns do reino vegetal, os irmãos que nos atenderam.”
Atualidade do Pensamento Espírita, Vianna de Carvalho, perg. 63
O Espiritismo ensina que os Espíritos governam o clima da Terra utilizando para isso Entidades - os elementais da Teosofia - as quais, segundo algumas fontes, habitam os bosques, os campos naturais e as florestas virgens. Haverá alguma relação entre desmatamento, seca e elementais ? Em caso afirmativo, para onde vão esses Espíritos quando se dá o desmatamento?
(...) “Naturalmente, essas Entidades, que são orientadas pelo Espíritos Superiores, como ainda não dispõem de discernimento, porque não adquiriram a faculdade de pensar, são encaminhadas a outras experiências evolutivas, de forma que não se lhes interrompa o processo de desenvolvimento.”
Loucura e Obsessão, Manoel P. Miranda, cap. 9
“Na cultura religiosa do passado e do presente encontraremos esses seres sob a denominação de devas, elementais, fadas, gênios, silfos, elfos, djins, faunos... (...) Os cabalistas também classificaram os elementais mais evoluídos, encarregados do Ar, da Terra, do Fogo e da Água, respectivamente de Gnomos, Sílfides, Salamandras e Ondinas...”
“Não atribuindo a esses seres um critério excepcional na ordem da Criação, sabemos que estão em trânsito evolutivo, mediante as reencarnações entre o psiquismo do Primata homini e o Homo sapiens, ainda destituídos de discernimento, ingênuos e simples na sua estrutura espiritual íntima e que são utilizados pelos Espíritos, encarnados ou não, para uma ou outra atividade, conforme nos tem demonstrado a experiência neste campo.”
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