Casa Espírita Missionários da Luz Mocidade > 14 anos – 06/09/2024
Tema: Lei de Sociedade – Minha Família
Objetivos:
Identificar na família o ambiente que preciso para evoluir;
Identificar os laços espirituais e consanguíneos que nos unem na família;
Perceber como a DE nos auxilia no entendimento dos conflitos familiares;
Levar os jovens a refletirem sobre a importância de sua família e como atuar para auxiliá-la.
Bibliografia:
- O Livro dos Espíritos, 'Da Pluralidade das Existências' pergs 205, 208 e 209; ‘Das Ocupações e Missões dos Espíritos’, pergs 582 e 583, 'Da Lei de Sociedade' perg 774 e 775; 'Da Lei de Liberdade' perg 851; 'Da Lei do Trabalho', perg 681;
- Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XIV, itens 8 e 9;
- Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I - “O sentido da Família”
Material: Cenas do filme Duas Vidas, notebook e projetor, caixa com números escritos em papel.
1.Hora da novidade, respiração lenta e profunda, e prece inicial
2.Motivação inicial:
Apresentar uma caixa com números escritos em pedaços de papel. Cada jovem deve pegar um número na sua vez.
Cada número indica uma pergunta que o evangelizador fará a quem pegou o número, para que o jovem tente responder, podendo ser complementado pelos demais.
==> Para cada pergunta lida/respondida, pedir que o jovem que pegou o número da pergunta, leia a resposta no LE.
i) Número: 774
Pergunta: Os laços de família são um costume social ou estão nas leis naturais?
Resposta no LE:
“Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.” (LE. Perg. 774)
==> vemos aqui a importância da família para que possamos desenvolver o AMOR num grupo pequeno, para depois irmos estendendo aos outros.
ii) Número: 205
Pergunta: A reencarnação destrói os laços de família?
Resposta no LE
“Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade.” (LE Perg. 205.)
==> Amplia os laços. A cada encarnação, uma nova família onde reforçamos laços já existentes, criamos novos laços e ajustamos laços que possam estar abalados.
iii) Número: 851
Pergunta: Existe fatalidade na família que nascemos?
Resposta:
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.” (LE Perg. 851.)
==> vemos então, que estamos na família que escolhemos para reencarnar!
iv) Número: 208
Pergunta: Os pais exercem influência sobre o filho depois do nascimento deste?
Resposta:
“bem grande influência exercem. Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (LE. perg. 208)
==> Isso nos traz uma outra questão: e quando os pais não cumprem com essa missão? Os filhos ficam isentos de seguir o mandamento “Honrar pai e mãe”?
Alguns pais, é certo, descuram de seus deveres e não são para os filhos o que deviam ser; mas, a Deus é que compete puni-los e não a seus filhos. Não compete a estes censurá-los, porque talvez hajam merecido que aqueles fossem quais se mostram. Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, em se tratando de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar como regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão. (ESE_Cap XIV item 3)
v) Número: 681
Pergunta: Os filhos têm a obrigação de trabalharem para seus pais idosos?
Resposta:
“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.”
==> independente de como os pais agiram no cuidado com os filhos, os filhos sempre tem o dever de cuidar de seus pais.
vi) Número: 775
Pergunta: Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
Resposta:
“Uma recrudescência do egoísmo.” (aumento, agravamento do egoísmo)
vii) Número 209.
Pergunta: Por que é que de pais bons e virtuosos nascem filhos de natureza perversa?
Resposta:
“Não é raro que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja.”
==> sabemos que nem sempre são Espíritos afins que se reúnem na família. As boas influências de alguns membros da família auxiliam aqueles que ainda tateiam no mal.
3.Desenvolvimento:
Depois dessas reflexões sobre a importância da família, vamos ver agora algumas cenas do filme “Duas Vidas”, com Bruce William, de 21 min.
Vamos prestar atenção pra depois podermos refletir a respeito.
- Projetar os trechos do filme, e depois fazer as perguntas para motivar a discussão:
Qual a opinião do menino sobre a vida dele como adulto?
==> fracassado! (não era piloto, não tinha um cachorro e não era casado)
Como ele se analisava, ao ver sua imagem como garoto? (cena com a moça)
==> patético, uma vergonha.
Qual era a relação básica do menino para com o pai? (cena do jogo de cartas)
==> de medo. Tinha medo de errar para não receber bronca do pai.
Qual a situação na escolinha que “arruinou a vida dele até a faculdade”? (Cena do jardim de infância)
Como descrever a cena dele com o pai na porta de casa?
==> nunca mais chorou;
==> se considerou culpado pela morte da mãe.
Como esses fatos da infância dele impactaram na vida de adulto?
==> um homem frio, estressado;
==> não constituiu família.
Como foi a visão dele como adulto da cena que viveu no dia do aniversário de 8 anos?
==> que o pai estava com medo de ter que criar os dois filhos sozinhos.
==> O que esse trecho do filme nos leva a refletir?
A criação que o pai deu ao menino, o marcou para toda a vida. Ao retornar como adulto, ele agiu como o pai deveria ter agido naquela situação.
==> lembremos que cada um dá o melhor de si; não é para julgarmos, mas para percebermos que quanto mais estudamos, ampliamos nosso conhecimento com relação as pessoas, aos relacionamentos, a nossa missão na encarnação, mais possibilidades temos de acertar nas escolhas, nas atitudes.
- Importante vermos nessa ficção, que a visão e a percepção dos fatos por uma criança é completamente diferente da visão do adulto. Então, precisamos olhar a nossa criança ferida para cuidarmos dela, e nos curarmos das dores da infância que possam haver.
Essa é uma de diversas histórias que vemos nas famílias. A DE nos auxilia compreendermos os conflitos e podermos lidar melhor nas diversas situações que vivemos.
==> Quem são os Espíritos que formam o grupo familiar?
“Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.” (E.S.E. Cap. XIV, item 8)
- no caso do filme, a doença e morte da mãe faziam parte das provas dos Espíritos envolvidos. Era função do pai cuidar dos filhos. Talvez ele e o pai tivessem relações anteriores a serem ajustadas.
E ele renegou toda a família; se afastou do pai e também da irmã. Sucumbiu à prova.
Foi preciso vir a criança que existe nele para o trazer de volta ao compromisso esquecido.
==> As dificuldades familiares são provas duras?
“As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.” (E.S.E. Cap. XIV, item 9)
A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.”
(ESE_Cap XIV item 9)
4. Conclusão
Devemos ser gratos à família que temos, pois foi o que pedimos antes de reencarnar. E trabalharmos para que todos possamos crescer, nos desenvolver espiritualmente.
5. Prece final e passes coletivos
Avaliação:
Encontro com 8 jovens (Raphael, Lucas de Lara, Lucas Cunha, Marina, Hérien, Fernanda, Vinicius, João). Participaram bem na parte do sorteio e resposta das perguntas. Eu mesma li a resposta do LE quando era necessário destacar algum ponto. Na pergunta sobre o cuidado com pais idosos, falaram da dificuldade de cuidar de pais com Mal de Alzheimer.
A exibição das cenas do filme foi ok. Eles não conheciam esse filme. Tivemos 15 minutos para a discussão dos ensinamentos das cenas.
ANEXOS:
O Livro dos Espíritos
582. Pode-se considerar como missão a paternidade?
“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que
ele avançasse na estrada do bem.”
583. São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?
“Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”
Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, perg. 6 Parte I - “O sentido da Família”
“Quando ainda no Mundo dos Espíritos, antes do berço físico, o espírito tem consciência da importância que terá sua futura família sobre o seu progresso?
Na maior parte das vezes, sim. É no além que costuma ser instruído por seu Anjo Guardião ou por entidades benfeitoras que o orientam para o bom aproveitamento da reencarnação.”
“Antes do renascimento, roga o espírito ao Senhor a chance de poder estar no seio de uma família que disponha de todos ou de vários elementos que lhe permitam avançar: a pobreza, a riqueza, pais enérgicos e exigentes, pais que o coloquem no trabalho desde cedinho, para que aprendam a valorizá-lo. Exora também a oportunidade da cultura intelectual ou da sombra do analfabetismo, o brilho acadêmico ou a ”touca cirúrgica” da deficiência cerebral.”
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