Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 17/05/2024
Tema: As aparências enganam – Uma realeza terrestre
Objetivos:
Refletir sobre nossa realidade de Espíritos Imortais e as diversas experiências nas reencarnações, influenciando nossos pensamentos e atitudes;
Refletir sobre os diversos papéis que executamos na existência atual e o perigo da identificação do Ser com os papéis/posições ocupados na vida terrena.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos; 804, 806 e 812 (Lei de Igualdade); 919 (Conhece-te a ti mesmo);
Evang.Seg.Espiritismo,
Cap. XVII (Sede Perfeitos), item 9 (Os superiores e os inferiores);
Cap. II, item 8 (Uma Realeza Terrestre);
O Céu e o Inferno, 2ª
parte, Cap.VII – Espíritos Endurecidos, item A Rainha de Oude;
O Homem Integral, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 3 ‘A Busca da Realidade’, item ‘Religião e religiosidade’;
Refletindo a Alma, Cap. 6, item ‘Persona’, artigo de Iris Sinoti, Pág 143.
Material: um exemplar do LE, do Céu e o Inferno, e do ESE
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece inicial.
OBS.: Esse encontro é continuação do tema do encontro da semana passada
Motivação Inicial:
Dividir a turma em dois grupos, dando a cada um, um livro com um texto demarcado:
i) Evang.Seg.Espiritismo, Cap. II, item 8 (Uma Realeza Terrestre)
ii) O Céu e o Inferno, 2ª parte, Cap.VII – Espíritos Endurecidos, item A Rainha de Oude
==> A tarefa dos subgrupos é: ler os textos e analisar a diferença entre a vida dessas duas rainhas enquanto encarnadas e situação delas após a desencarnação. (10 min)
Desenvolvimento
- apresentação dos grupos: devem relatar como esses dois Espíritos se apresentaram na mensagem mediúnica por psicografia (estado mental, psicológico), e falar da diferença entre a vida de rainhas aqui na Terra e a situação delas após a desencarnação.
==> realçar com o grupo o problema delas se acharem superiores aos demais por estarem num posto de realeza e acharem que eram mesmo Espíritos superiores aos demais, e citar a diferença de percepção de cada uma, já como Espíritos desencarnados.
- Pedir que um dos jovens leia a perg. 919 do Livro dos Espíritos:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
Porque para melhorar na vida, para resistir ao mal, precisamos nos autoconhecer? ==> discussão 2-a-2! (máx 5 min)
Apresentação das respostas das duplas
Conduzir as reflexões:
Para conseguir perceber o que fazemos de forma inconsciente, nossas tendências interiores, ocultas, para identificarmos que elas existem em nós, aceitá-las e mantermos sob controle essas tendências, esses diversos EU’s que existem em nós;
Para identificar os diversos papéis que vivemos no momento, cuidando para não achar que somos esses papéis! ==> Nós somos esses papéis, ou estamos nesses papéis?
- Que problemas podem ser criados para o Espírito reencarnado, se ele achar que é o papel que exerce? == > se perder de si mesmo! ==> que foi o que aconteceu com os dois Espíritos cujas mensagens foram estudadas.
- Se a gente se confundir com o papel que usamos na vida social, em que momento vamos perceber que estávamos errados? Que vivemos uma ilusão? ==> na aposentadoria, numa doença, após a desencarnação...
Fixação do Conteúdo
- Nós sabemos que somos Espíritos reencarnados (que as duas rainhas não sabiam…). Vamos pensar agora nos diversos papéis que exercemos atualmente!
- pedir que cada um por vez, diga um papel que exerce. Para exemplificar, começar: eu aqui na CEMIL estou como evangelizadora há 30 anos.
- conforme forem falando, ir anotando os papéis no quadro.
- depois de todos terem falado, perguntar se existem papéis de outra natureza, como por exemplo: sou o aluno da turma de maiores notas; ou sou o aluno das menores notas… ==> pedir que pensem se exercem algum papel nesse sentido… pode ser em qualquer cenário.
==> reforçar depois, que para esses papéis, o verbo não seria “sou” mas sim “estou”. Pois todos esses papéis são transitórios!
- Agora, imaginem que todos nós estamos desencarnados e chega um Amigo Espiritual e nos pergunta: Quem é você? ==> o que vocês responderiam? (o objetivo aqui é percebermos que os papéis que exercemos na encarnação não nos definem de fato, e buscarmos identificar em nós, quem de fato somos).
Exercícios de respiração profunda, prece final e passes coletivos.
Avaliação
Encontro com 7 jovens, com boa participação. O grupo do ESE foi bem mais rápido que o do Céu e Inferno. Restante do encontro com boas reflexões e perguntas. Não foi feita discussão 2-a-2 sobre a perg. 919 do LE; foi discussão dialogada.
ANEXOS
O Evangelho segundo o Espiritismo > Capítulo II — Meu reino não é deste mundo > Instruções dos Espíritos, item 8
Uma realeza terrestre.
Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: “O meu reino não é deste mundo”? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!
Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.
Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer para chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.
Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais.
Uma Rainha de França.
Havre, 1863
O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo > Segunda parte — Exemplos > Capítulo VII - Espíritos endurecidos > A rainha de Oude
Morta na França em 1858.
1. Que sensação experimentastes ao deixar a vida terrestre? – R. Não saberia dizê-lo; ainda experimento perturbação. P. – Sois feliz? – R. Lamento a vida... não sei... sinto uma dor pungente; a vida me teria libertado dela... gostaria que meu corpo se levantasse do sepulcro.
2. Lamentais não ter sido sepultada no vosso país e de tê-lo sido entre os cristãos? – R. Sim, a terra indiana pesaria menos sobre o meu corpo. P. – O que pensais da cerimônia fúnebre prestada aos vossos restos mortais? – R. Foi bem pouca coisa; eu era rainha, e nem todos se ajoelharam diante de mim... Deixai-me... obrigam-me a falar... não quero que saibais o que sou agora... eu fui rainha, sabei-o bem.
3. Respeitamos vossa posição, e pedimos-vos que aceiteis responder para nossa instrução. Pensais que vosso filho recuperará um dia os Estados de seu pai? – R. Certamente, meu sangue reinará; ele é digno disso. P. – Atribuís à reintegração de vosso filho a mesma importância que quando viva? – R. Meu sangue não pode ser confundido na multidão.
4. Não foi possível escrever na vossa certidão de óbito o vosso lugar de nascimento; poderíeis dizê-lo agora? – R. Nasci do mais nobre sangue da Índia. Creio que nasci em Delhi. ==> pular esse trecho
5. Vós que vivestes nos esplendores do luxo, e que estivestes rodeada de honras, o que pensais disso agora? – R. Elas me eram devidas. P. – A posição que ocupastes na terra vos dá uma posição mais elevada no mundo em que estais hoje? – R. Sou sempre rainha... enviem-me escravos para me servir!... Não sei: não parece que se preocupem comigo aqui... no entanto, eu sou sempre eu.
6. Pertencíeis à religião muçulmana, ou a uma religião hindu? – R. Muçulmana; mas eu era demasiado grande para me ocupar de Deus. P. – Que diferença fazeis entre a religião que professáveis e a religião cristã, para a felicidade da humanidade. – R. A religião cristã é absurda; diz que todos são irmãos. P. – Qual é vossa opinião sobre Maomé? – R. Ele não era filho de rei. P. – Credes que ele tinha uma missão divina? – R. Que me importa isso! P. – Qual é vossa opinião sobre o Cristo? – R. O filho do carpinteiro não é digno de ocupar meu pensamento.
7. O que pensais do uso que subtrai as mulheres muçulmanas dos olhares dos homens? – R. Penso que as mulheres são feitas para dominar: eu era mulher. P. – Invejastes algumas vezes a liberdade de que gozam as mulheres na Europa? – R. Não; que me importava a liberdade delas! São servidas de joelhos?
8. Recordais-vos de ter tido outras existências na terra antes desta que acabais de deixar? – R. Devo ter sido sempre rainha. ==> pular esse trecho
9. Por que viestes tão prontamente ao nosso apelo? – R. Eu não o quis; forçaram-me a isso... Pensas que eu me teria dignado a responder? O que sois vós perto de mim? P. – Quem vos forçou a vir? – R. Não o sei... porém, não deve haver alguém maior do que eu.
10. Sob que forma estais aqui? – R. Sou sempre rainha... pensas que cessei de sê-lo? Vós sois pouco respeitosos... sabei que se fala de outro modo com rainhas.
11. Se pudéssemos ver-vos, ver-vos-íamos com vossos adornos, vossas joias? – R. Certamente! P. – Como explicar que tendo deixado tudo isso, vosso Espírito lhes tenha conservado a aparência, sobretudo de vossos adornos? – R. Eles não me deixaram... Continuo tão bela como era... não sei que ideia fazeis de mim! É verdade que jamais me vistes.
12. Que impressão experimentais de vos encontrardes entre nós? – R. Se eu pudesse, não estaria aqui; vós me tratais com tão pouco respeito!
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