Casa Espírita Missionários da Luz
Mocidade: > 14 anos 02/06/2023
Tema: Mediunidade.
Objetivo:
Identificar os indícios da mediunidade na adolescência e como lidar com o fenômeno;
Perceber a mediunidade como instrumento de progresso para o Espírito encarnado.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Cap. VII pergs. 395, 396 e comentário da perg. 399 (Esquecimento do Passado); Cap IX – ‘Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal’ perg 459 à 461, 467,469, 471, 472, 495;
O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 24, item 12 (Os sãos não precisam de médico); Cap. XXVI (Dai Gratuitamente o que Gratuitamente Recebestes), itens 1 e 2;
O que é o Espiritismo, Cap. 2, item 79;
Livros dos Médiuns, 1ª parte, Cap. III (Do Método), item 18, 32, 35; 2ª Parte, Cap. XIV ‘Dos Médiuns’, itens 159, Cap. XVII ‘Da Formação dos Médiuns’, itens 217, 200, 220- perg. 12ª e 14ª; Cap. XVIII (Dos Inconvenientes e Perigos da Mediunidade), itens 221 e 222;
Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap 20 ‘O adolescente e os fenômenos psíquicos’;
Diversidade dos Carismas, Hermínio C. Miranda, Vol I, Cap. II Minibiografia, item 1 – Introdução.
Material: livro Diversidade dos Carismas, perguntas em meia folha de papel.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial
Motivação ao tema:
Vamos ver o relato do início da vida de uma médium, do Rio de Janeiro, trazida no
livro Diversidade dos Carismas, e depois vamos discutir o que aconteceu com ela
nessa encarnação, ok?
==> Ler a minibiografia da médium Regina, do livro Diversidade dos Carismas, item 1
– Introdução.
Discussão em Grupos
Vamos fazer grupinhos de 3, para que vocês possam discutir o que aconteceu com ela, com
o conhecimento da DE que vocês tem. Como explicar esses fatos relatados na biografia
dela? (5 minutos)
==> Ouvir as respostas dos subgrupos e complementar se necessário:
- No caso de Regina, as lembranças da vida anterior não se apagaram. Então, desde a
infância ela lembrava das pessoas e cenas da vida anterior.
- Essa lembrança é um fenômeno anímico, ou seja, dela própria. Porém muitas vezes, é
acionada pelos Espíritos, pois animismo e mediunidade são duas faces de um mesmo
fenômeno.
Reflexão sobre o tem em roda de conversa:
Vamos conversar um pouco sobre a mediunidade, essa faculdade que muitas pessoas possuem.
Vamos ver algumas perguntas sobre a mediunidade, porque nós espíritas, temos a responsabilidade de auxiliarmos aos não espíritas que conhecemos que podem estar vivenciando experiências mediúnicas e não tem informações a respeito. Como disse Jesus, temos que colocar a candeia, a luz, no alto da porta para que todos possam vê-la!
Vocês tem alguma pergunta, alguma dúvida sobre esse tema da mediunidade? Se não tiverem, eu vou fazer as perguntas pra vocês relembrarem, ok?
==> dividir a turma em 3 grupinhos, dando a cada um, 2 das perguntas abaixo, para que discutam e cheguem à resposta. Um dos grupos ficará com 3 perguntas.
Perguntas:
Grupo 1: O que é a mediunidade?
Por que uns tem mediunidade ostensiva e outros não?
Grupo 2: Para que serve a mediunidade?
O médium pode fazer da sua mediunidade uma profissão? Explique.
Grupo 3: Com qual idade começa a mediunidade?
O que deve fazer o jovem que tem mediunidade?
Em qual idade o médium deve começar a desenvolver sua mediunidade?
==> Ouvir as respostas dos grupos, complementando se necessário:
i. O que é a mediunidade?
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato,
médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.” (LM, item
159)
ii. Por que uns tem mediunidade ostensiva e outros não?
“Usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.” (LM, item 159)
“A faculdade medianímica prende-se ao organismo; ela é independente das qualidades morais do médium, e é encontrada nos mais indignos como nos mais dignos. Não ocorre o mesmo com a preferência dada ao médium pelos bons Espíritos.” (O que é o Espiritismo, Cap. II, item 79)
iii.Para que serve a mediunidade?
“Devem lembrar-se de que ela lhes foi dada para o bem e não para satisfação de vã curiosidade.” (LM, item 217)
“Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos, o dom da mediunidade?”
“É uma missão de que se incumbiram e cujo desempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens.” (LM, item 220, item 12ª)
“A faculdade lhes é concedida, porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos.” (LM, item 220, item 14ª)
iv.O médium pode fazer da sua mediunidade uma profissão?
Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (S. Mateus, 10:8.)
“Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”, diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou.(Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XXVI, itens 1 e 2)
v. Com qual idade começa a mediunidade?
“Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral.” (LM, item 200)
“Quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso.” (LM, Cap. XVIII, item 221, 7ª).
vi. O que deve fazer o jovem que tem mediunidade?
“O adolescente deve enfrentar os desafios de natureza parapsicológica e mediúnica com a mesma naturalidade com que atende as demais ocorrências do período de transição, trabalhando-se interiormente para crescer moral e espiritualmente, tornando a vida mais digna de ser vivida e com um significado mais profundo, que é o da eternidade do ser.” (Joanna de Ângelis, Adolescência e Vida, Cap. 20).
“Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério e persuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar.” (LM, 1ª parte, Cap. III (Do Método), item 18).
“Ainda outra vantagem apresenta o estudo prévio da teoria — a de mostrar imediatamente a grandeza do objetivo e o alcance desta ciência. (...) Temos notado sempre que os que creem, antes de haver visto, apenas porque leram e compreenderam, longe de se conservarem superficiais, são, ao contrário, os que mais refletem. Dando maior atenção ao fundo do que à forma, veem na parte filosófica o principal, considerando como acessórios os fenômenos propriamente ditos. (LM, 1ª parte, Cap. III (Do Método), item 32).
35. Aos que quiserem adquirir essas noções preliminares, pela leitura das nossas obras, aconselhamos que as leiam nesta ordem: 1.º. O que é o Espiritismo?; 2.º. O Livro dos Espíritos; 3.º. O Livro dos Médiuns; 4º. A Revue spirite. (LM, 1ª parte, Cap. III (Do Método), item 35).
vii. Em qual idade o médium deve começar a desenvolver sua mediunidade?
“Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas.” (LM, Cap. XVIII, item 221, 8ª).
“A prática do Espiritismo, como veremos mais adiante, demanda muito tato, para a inutilização das tramas dos Espíritos enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles. Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios.” (LM, Cap. XVIII, item 222).
Prece final e passes
Avaliação:
Encontro com 9 (nove jovens), com participação. Como estavam em nove, foram feitos 3 subgrupos para as duas atividades em grupos. Sobre a mediunidade, falaram que era planejamento reencarnatório, sem associar com a disposição orgânica necessária à mediunidade ostensiva.
Anexos
Texto da leitura inicial pra motivação:
Diversidade dos Carismas, 1a parte, Cap. II Minibiografia
Embora tivesse as alegrias normais da infância pobre, mas não miserável, não se sentia feliz. Muito cedo começou a viver duas vidas paralelas: uma, na casinha singela, de piso de terra batida e paredes de pau a pique; a outra, num mundo tão real quanto aquele, em luxuosos e amplos ambientes, ricamente decorados e mobiliados, forrados de tapetes e revestidos de cortinas imponentes, nas quais predominavam os tons vermelhos e ouro, na imponência do veludo que descia das alturas até o assoalho. Em vez das majestosas camas daquele 'outro universo' paralelo, ela dormia sobre duas tábuas de madeira apoiadas em rústicos cavaletes, com uma esteira por cima - trabalho caseiro de seu pai.
Outras coisas incompreensíveis eram a pele escura e o cabelo característicos dos mulatos (o pai era branco, alfabetizado; a mãe, negra e analfabeta). E apesar de tudo isso ela sabia, com toda a convicção, que era branca. Com frequência, tentava raspar a pele do braço com as unhas em busca da cor branca que tinha de estar ali, em algum lugar. Quando corria pelos campos, sentia a cabeleira farta, ondulada, macia e sedosa, saltando em torno dos ombros. Se a buscava, porém, com as mãos para acariciá-la ou ajeitá-la, dava apenas com o cabelo áspero, curto e rijo. Afinal de contas, o que acontecera aos seus cabelos e à sua pele? Por que estava ali a esquisita cabeleira que não era, definitivamente, a sua? Onde estaria seu bonito e farto cabelo?
Criada no catolicismo pela mãe devota, rezava com todo o fervor infantil a Nossa Senhora das Graças, pedindo o milagre da recuperação de seus belos cabelos longos e da sua pele alva de outrora. Adormecia cheia de esperanças, ainda enxugando as últimas lágrimas. Mas tudo em vão! Pela manhã, procurava com as mãos ansiosas os cabelos derramados sobre o travesseiro e não os encontrava ... e a pele continuava escura, como sempre, e nada conseguiu clareá-la.
Sobrava-lhe tempo para tais especulações e vidências, pois ainda não começara a freqüentar a escola.
Além do mais, sentia terrível falta de sua mãe. Ou seja, tinha mãe, como todo mundo, mas sabia que aquela não era a sua. Sua mãe de verdade era diferente. Essa que ali estava e cuidava dela e que os outros diziam ser sua mãe era boa, por certo, amava-a no seu jeito rude, mas era uma estranha. E, além de tudo, era negra. A mãe verdadeira era branca, carinhosa, beijava-a com freqüência e a pegava no colo. Aquela ali não fazia nada disso.
Por isso tinha inexplicáveis angústias, chorava sem motivo aparente, sofria de indefinidas saudades, vagas, incompreensíveis. Onde estaria sua gente: seus pais, seus amigos, a casa rica, a família, enfim?
As dificuldades maiores eram com a mãe, em quem só conseguia ver uma estranha mulher rude e sofrida, negra, a qual não se sentia inclinada a amar. Com o pai, relacionava-se melhor; mas também ele não era de muitos carinhos, embora lhe dedicasse mais atenção que a mãe. Às vezes, a colocava no colo para fazê-la adormecer, e ela, por sua vez, chegava a fingir-se sonolenta somente para ganhar alguns momentos de aconchego. Eram muitas as suas carências, a ânsia de afeto, de atenção, de amor ... como se estivesse habituada a outra espécie de relacionamento, o que lhe davam ali era muito pouco para preencher seu imenso vazio interior. À sua maneira, eram pessoas boas e dedicadas, nos limites de suas modestas possibilidades e recursos emocionais, mas ela não os via como pais e irmãos de verdade, não eram sua família, nem aquela era sua casa.
Por tudo isso, e mais, pela tendência à introversão, refugiava-se na solidão e soltava as asas da imaginação. Conversava com invisíveis personagens de suas visões. Os que assistiam àquilo apenas concluíam que ela estava falando sozinha, coisa não muito rara em crianças de sua idade - quatro a seis anos.
Aliás, foi aí pelos seis anos que lhe morreu o pai. Diz ela que gostava muito dele, e acrescenta significativamente: "Ele era branco." Como se a cor tivesse algo a ver com sua preferência ... sofreu muito com a sua inesperada partida. Além do mais, naquela mesma noite, depois do enterro, ela o viu. Ele mostrava-se aflito e lhe dizia que não estava morto e que havia sido enterrado vivo. Provavelmente não percebera ainda que se encontrava em uma condição diferente e ao presenciar o sepultamento do corpo, concluiu que havia sido enterrado com vida. A menina ficou muito angustiada, principalmente porque não conseguiu convencer ninguém a mandar desenterrar o pai, que estaria vivo embaixo da terra. Disseram-lhe que era um sonho, apenas um sonho sem pé nem cabeça.
Subsídios teóricos:
“Devem lembrar-se de que ela lhes foi dada para o bem e não para satisfação de vã curiosidade. Convém, portanto, que só se utilizem dela nas ocasiões oportunas e não a todo momento. Não lhes estando os Espíritos ao dispor a toda hora, correm o risco de ser enganados por mistificadores. Bom é que, para evitarem esse mal, adotem o sistema de só trabalhar em dias e horas determinados, porque assim se entregarão ao trabalho em condições de maior recolhimento e os Espíritos que os queiram auxiliar, estando prevenidos, se disporão melhor a prestar esse auxílio.” (LM, item 217)
“14ª Se é uma missão, como se explica que não constitua privilégio dos homens de bem e que semelhante faculdade seja concedida a pessoas que nenhuma estima merecem e que dela podem abusar?
“A faculdade lhes é concedida, porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos. Se não aproveitam da concessão, sofrerão as conseqüências. Jesus não pregava de preferência aos pecadores, dizendo ser preciso dar àquele que não tem?” (LM, item 220)
Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 20
O Adolescente e os Fenômenos Psíquicos
“No período da adolescência, porém, em pleno desabrochar das forças sexuais, a mediunidade se apresenta pujante, necessitando de educação conveniente e diretriz adequada para ser controlada e produtiva.
No momento em que a glândula pineal libera os fatores sexuais complementares, e as demais do sistema endocrínico contribuem para o desenvolvimento da libido, a primeira, que era veladora da função genésica, transforma-se num fulcro de energia portador de possibilidades de captação parapsíquica, que dá lugar a uma variada gama de manifestações.
Os conflitos comportamentais do adolescente, naturais, nesse período, abrem espaço para um mais amplo intercâmbio com os Espíritos, que se comprazem em afligir e em perturbar, considerando a ignorância da realidade em que se demoram.
Tratando-se de ser humano em progresso com um passado a reparar, o adolescente é convidado ao testemunho evolutivo, por cujo meio se retempera no exercício do bem e das disciplinas morais, fortalecendo-se para desempenhos futuros de alto coturno.”
(...)
“O adolescente deve enfrentar os desafios de natureza parapsicológica e mediúnica com a mesma naturalidade com que atende as demais ocorrências do período de transição, trabalhando-se interiormente para crescer moral e espiritualmente, tornando a vida mais digna de ser vivida e com um significado mais profundo, que é o da eternidade do ser.”
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