domingo, 5 de março de 2023

Pedi e Obtereis - Estêvão

 Casa Espírita Missionários da Luz – Juventude, a partir dos 15 anos – 03/03/2023

Tema: Pedi e Obtereis - Estêvão

Objetivos:

  • Estudar o cap. 27 ‘Pedi e Obterei’ do Evangelho Seg.Espiritismo, com foco nos benefícios da prece;

  • Conhecer a história de Estêvão e sua fé inabalável em Deus.

Bibliografia:
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap. 27 (Pedi e Obtereis);

Paulo e Estêvão, Emmanuel/Chico Xavier, cap. 1 e 2 da 1ª parte.

Material: Livro Pássaros Livres, Tagore/Divaldo Franco

  1. Dar as boas vindas ao grupo, e perguntar das novidades da semana.

Ler um poema de Tagore para asserenar os corações:

Pássaros Livres, XXXII, Rabindranath Tagore/Divaldo Franco 
Encontrei-te, criança, aturdindo as pessoas que náo dispunham de tempo para brindar-te consideração.  
Os teus olhos, quais lanternas mágicas, brilhavam no rosto negro e sujo de pó. Os teus cabelos empastados e o teu corpo abandonado não recebiam banho havia muito tempo.  
Parecias um diamante no lodo, que logo recupera o brilho, quando retirada a lama que o macula por fora, sem lhe atingir a pureza interior. 

Sorriste para mim e tocaste minha mão, como se desejasse proteção. 
A tua ternura me comoveu. 
Perguntei-te o nome, e me disseste: 
Tamil! 
Indaguei-te onde moravas, e, sorrindo com dentes de pérola alva, respondeste: 
Em qualquer lugar, sob o olhar das estrelas e o amparo da noite. 
Ficamos amigos. Desde aquele dia te amo. 
Insisti para dar-te algo de mim e recusaste receber. Então, interroguei-te outra vez: 
- Que queres de mim? Posso oferecer-te qualquer coisa de que necessitas. Que desejas que te dê? 
A tua resposta, meu filho e minha luz, permanece gravada em meus ouvidos, ressoando: 
Eu não quero nada de você. Eu quero você. 
A partir daquela hora aqui me tens. Ama-me, que necessito, e deixa que eu te ame, qual a praia submetida à ininterrupta carícia das ondas do mar.

  1. Exercício de respiração profunda e lenta, e prece inicial.

  2. Sensibilização ao tema:

Semana passada, nossas reflexões foram sobre Deus. Hoje será sobre a prece, como entrar em contato com Deus, sobre os benefícios da prece.

Discussão 3 a 3:

- Quais benefícios podemos obter quando oramos? (5 minutos)

==> pedir que as duplas falem de suas reflexões. (fazer pontuações necessárias após todos terem se colocado)

  1. Desenvolvimento

No Cap. 27 de ESE, Kardec tratou de diversos aspectos da prece.

Ele relembra que como Deus tudo sabe, e tem as leis divinas que não são derrogadas, a prece não é pra que Deus saiba de nossos desejos e necessidades, mas para nós mesmos!
- para que obtenhamos forças e lucidez para resolver nossos desafios diários, e com a ligação mental com Deus, conseguirmos perceber a orientação dos nossos amigos espirituais. A prece nos possibilita visão mais ampla das situações, para que nossas decisões sejam mais adequadas, mais corretas.


Vamos ver um caso do livro Paulo e Estevão, relatado por Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, de grandes desafios vividos e como a prece auxiliou nos momentos decisivos.

Vocês sabem quem foi o personagem dos primeiros tempos do cristianismo, chamado Estevão?
(deixar que falem)


Vamos ver um momento decisivo da vida dele, na primeira parte do livro. Nessa época, seu nome era Jeziel.

- contextualizar a família: Jeziel, de 30 anos, a irmã Abigail de 18 anos, e o pai, viúvo. Judeus devotos, numa época (que foi a época de Jesus), onde os judeus eram um povo dominado pelo império romano. Eles haviam perdido parte de suas propriedades para um romano importante da cidade. O pai não se conformava. Tinha conflitos íntimos: a fé e o amor ao seu Deus e a injustiça dos romanos para com o povo judeu.

- perante uma humilhação feita por soldados romanos, o pai chegou em casa revoltado. Estevão contemporiza.

- porém o pai, resolve abrir uma solicitação ao governo romano na cidade, pleiteando de volta as suas terras confiscadas indevidamente. Estevão é contra. Tenta convencer o pai de que não adianta ir contra o poderio judeu, e que eles eram felizes com a terra e casa que tinham. Pede a irmã que abra as Escrituras para receberem orientação.

- Mas o pai vai assim mesmo e no julgamento, perde até a casa que tinham.

- pede clemência ao juiz e acaba sendo chicoteado por ir contra as autoridades.

- obcecado por desejo de vingança e reparação, o pai resolve atear fogo na propriedade vizinha, que era sua e havia sido confiscada. Depois vai pra casa mas não encontra Estevão, que só retorna tarde da noite, pois estava com os vizinhos, tentando debelar o fogo.

- aí então, o pai conta a decisão do juiz e a sua ação de vingança.

- ler o diálogo de Jeziel com o pai, onde mostra sua fé e confiança a Deus.

- os 3 são presos e na prisão, Jeziel conversa com Abigail sobre a situação deles. ==> ler o diálogo dos dois.

- Jeziel medita sobre a situação, chora e asserena o coração, pela convicção do amor de Deus. ==> a meditação, a análise dos ensinos doas Escrituras o consolaram.

  1. Fixação de conteúdo

Tanto o pai como Jeziel, amavam a Deus, tinham sua fé. Mas as ações, as decisões deles foram diferenciadas, perante a mesma situação que viviam.

Como a prece fez diferença para os dois nesse momento decisivo na vida deles?

- discussão em trios, ou reflexão geral, sobre os benefícios da prece nesse caso.

- Jeziel, o tempo todo está conectado com Deus. A análise que faz das situações, mesmo nos casos de grandes desafios, é sob a inspiração divina. Sua fé e convicção em Deus o acompanham em todos os momentos.

- o pai, apesar da crença e do amor a Deus, não tem essa conexão. Seus pensamentos se deixam levar pelos desejos e sentimentos materiais. Por isso, suas ações são equivocadas e vão gerando uma série de acontecimentos que poderiam ser evitados, caso houvesse se permitido orar, pedindo forças, compreensão e aceitação do que a vida lhe trouxesse.

  1. Conclusão

A prece não iria, talvez, mudar as determinações das autoridades romanas, mas ajudariam o pai, a se manter dentro das leis divinas, não tomando as decisões que afetaram toda a sua vida e a dos seus filhos.

  1. Prece final, passes coletivos.

  1. Avaliação

Encontro com 31 jovens, pois recebemos a visita de jovens de outras 4 CE’s! Jovens que foram ao EEVJ2023!

Do nosso grupos, estiveram presentes 16 jovens.

Tivemos boa participação dos jovens. As respostas iniciais dos trios foi de acordo com os conhecimentos espíritas.
Não foi feita a discussão em trios final.
Ninguém tinha lido o livro Paulo e Estêvão. Nem sabiam dizer quem foi Estêvão nem Paulo!

  1. Anexos

Paulo e Estêvão, 1a parte, cap. 1

Por que motivo, e até quando sofreriam os israelitas a perseguição dos elementos mais poderosos do mundo? Qual a razão de serem sempre estigmatizados, como indignos e miseráveis, em todos os recantos da Terra? Entretanto, amavam sinceramente aquele Pai de justiça e amor, que velava dos Céus pela grandeza da sua fé e pela eternidade dos seus destinos. Enquanto os outros povos se entregavam ao relaxamento das forças espirituais, transformando esperanças sagradas em expressões de egoísmo e idolatria, Israel sustentava a lei do Deus único, esforçando-se, em todas as circunstâncias, por conservar intacto o seu patrimônio religioso, com sacrifício embora da sua independência política.

Acabrunhado, O pobre velho meditava na própria sorte.

(Pensamentos do pai de Abigail e Jeziel, após ter sido humilhado pelos romanos)

- Essas torturas, entretanto, não são novas. Há muitos séculos, os faraós do Egito levaram tão longe a crueldade para com os nossos ascendentes, que os meninos de nossa raça eram trucidados logo ao nascer. Antíoco Epifânio, na Síria, mandou degolar mulheres e crianças, no recesso mesmo dos nossos lares. Em Roma, de tempos a tempos, todos os israelitas sofrem vexames e confiscos, perseguição e morte. Mas, certamente, meu pai, Deus permite que assim aconteça para que Israel reconheça, nos sofrimentos mais atrozes, a sua missão divina. (Resposta de Jeziel, aos lamentos do pai sobre as humilhações sofridas).

( O pai, mesmo assim decide pedir justiça às autoridades romanas e foi mais injustiçado ainda:)

O legado imperial, em nome de César, resolve ordenar o confisco da suposta propriedade de Jochedeb ben Jared, concedendo-lhe três dias para desocupar as terras que ocupa indebitamente, visto pertencerem, com fundamento legal, ao questor Licinio Minúcio, habilitado a provar, a qualquer tempo, seus direitos de propriedade.

A decisão inesperada causou intensa comoção ao velho israelita, a cuja sensibilidade aquelas palavras levaram um efeito de morte. Nem saberia definir a angustiosa surpresa. Não confiara na Justiça e não estava à procura de sua ação reparadora? Queria gritar o seu ódio, mani suas pungentes desilusões; mas a língua estava como que petrificada na boca retraída e trêmula.

(O pai de Jeziel encontrou forças e reclamou e como resultado, foi castigado!)

Espártaco, para que esse judeu impertinente se afaste do recinto, com as suas lamentações, dez bas tonadas.

O preposto formalizou-se para cumprir imediatamente a ordem, mas o juiz implacável acrescentou:

Tenha cuidado em não lhe cortar o rosto, para que o sangue não escandalize os transeuntes.

(Após ser castigado o velho pai volta à casa para dar a notícia aos filhos)

Obcecado pela ideia de reparação e vingança, o velho israelita deliberou incendiar as pastagens próximas. Não consultaria os filhos, que, possivelmente, dobrariam o seu espírito, inclinados à tolerância e à benignidade. (e assim fez, indo depois contar aos filhos que perderam a casa...)

Tudo perdido!... Por que fui assim desamparado, meu Deus? Onde a liberdade do vosso povo fiel, se, em toda parte, nos exterminam e perseguem sem piedade?

Grossas lágrimas escorriam-lhe pelas faces, enquanto com a voz trêmula narrava aos filhos os pesados tormentos de que fora vítima. Abigail osculava-lhe as mãos enternecidamente, e Jeziel, sem qualquer alusão à rebeldia paterna, abraçava-o depois da sua dolorosa exposição, consolando-o com amor:

- Meu pai, por que vos atemorizardes? Deus nunca é avaro de misericórdia. Os Escritos Sagrados nos ensinam que Ele, antes de tudo, é o Pai desvelado de todos os vencidos da Terra! Essas derrotas chegam e passam. Tendes os meus braços e o cuidado afetuoso de Abigail. Por que lastimar, se amanhã mesmo, com o socorro divino, poderemos sair desta casa, para buscar outra em qualquer parte, a fim de nos consagrarmos ao trabalho honesto? Deus não guiou o nosso povo expulso do lar, através do oceano e do deserto? Por que negaria, então, seu apoio a nós que tanto o amamos neste mundo? Ele é a nossa bússola e a nossa casa.

(O pai, então, conta que foi o responsável pelo incêndio na propriedade vizinha)

Meu pai, meu pai, por que levantastes o braço vingador? por que não esperastes a ação da justiça divina?...

Embora perturbado pelas afetuosas admoestações, o interpelado esclarecia:

Está escrito nos mandamentos: — “não furtarás”; e, fazendo o que fiz, procurei retificar um desvio da Lei, porquanto fomos espoliados de tudo que constituía o nosso humilde patrimônio.

Acima de todas as determinações, porém, meu pai — acentuou Jeziel sem irritação -, Deus mandou gravar o ensinamento do amor, recomendando que o amássemos sobre todas as coisas, de todo o coração e todo o entendimento.

Amo o Altíssimo, mas não posso amar o romano cruel — suspirou Jochedeb, amargurado.

Mas, como revelarmos dedicação ao Todo Poderoso que está nos Céus — continuou o jovem compadecido —, destruindo suas obras? (logo depois, os romanos chegaram e levaram os três presos).

Paulo e Estêvão, 1a parte, cap. 2

(Jeziel conversa com Abigail, na prisão)

Por que será que os filhos de nossa raça são perseguidos em toda parte, provando injustiça e sofrimentos?

Suponho — respondeu o moço — que Deus o permite a exemplo do pai amoroso que, para educar os filhos mais jovens e ignorantes, toma por base os filhos mais experientes.

Enquanto os outros povos amortecem forças na dominação pela espada, ou nos prazeres condenáveis, nosso testemunho ao Altíssimo, pelas dores e amarguras, multiplica em nosso espírito a capacidade de resistência, ao mesmo tempo que os outros homens aprendem a considerar, com o nosso esforço, as verdades religiosas.

(Jeziel medita…)

Agora que o pai e a irmãzinha repousavam na sombra, dava curso às ideias profundas que lhe empolgavam o espírito generoso. Buscava, ansiosamente, um a resposta às interrogações que mandava às estrelas distantes. Esperava, com sinceridade e confiança, no seu Deus de sabedoria e misericórdia, que os pais lhe haviam dado a conhecer.

A seus olhos, o Todo-Poderoso sempre fora infinitamente justo e bom. Ele, que esclarecera o genitor e consolara a irmãzinha, perguntava também, por sua vez, dentro de si, o porquê das suas provas dolorosas. Como se justificava, por causa tão comezinha, a prisão inesperada de um ancião honesto, de um homem trabalhador e de uma criança inocente? Que delito irreparável haviam praticado para merecer expiação tão penosa? O pranto correu-lhe copioso ao relembrar a humilhação da irmã, mas também não procurou enxugar as lágrimas que lhe inundavam o rosto, de maneira a escondê-las de Abigail, que talvez o observasse na sombra. Rememorava, um a um, todos os ensinamentos dos Escritos Sagrados. As lições dos profetas consolavam -lhe a

alma ansiosa. Entretanto, vagava-lhe no coração uma saudade infinita.

Lembrava-se do carinho materno que a morte lhe arrebatara. Se presente àquele transe, a mãe saberia como confortá-los. Quando criança, nas suas pequenas contrariedades, ela ensinava que, em tudo, Deus era bom e misericordioso; que, nas enfermidades, corrigia o corpo, e nas angústias da alma esclarecia, iluminava o coração; no desfile das reminiscências, considerava igualmente que ela sempre o incitara à coragem e à alegria,

fazendo-lhe sentir que a criatura convicta da paternidade divina anda, no mundo, fortalecida e feliz.

Edificado na fé, cobrou ânimo e, depois de longas reflexões, aquietou -se na laje fria, procurando o repouso possível no silêncio augusto da noite.


Evangelho Seg.Espiritismo, Cap, 27, item 6

Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, consequências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.

O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o céu te ajudará”; (item 7)

Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas.  (item 11)

Recomendam-na todos os Espíritos. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer. (item 12)



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