sábado, 25 de fevereiro de 2023

Deus, o Nosso Pai

 Casa Espírita Missionários da Luz – Juventude, a partir dos 15 anos – 24/02/2023

Tema: Deus, o Nosso Pai.

Objetivos:

  • Levar os jovens a refletirem sobre existência de Deus, nosso Pai, e os impactos da existência de Deus em nossas vidas;

  • Estudar o ensino de Jesus "Vós sois deuses".

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos – Parte 1ª, Cap. I (De Deus); perg.649 à 651, 659 (Lei de Adoração);

A Gênese, Cap II – Deus;

O Céu e o Inferno, na 1ª parte, Cap.1 (O Porvir e o Nada), item 3; Cap. III (O Céu), item 18;

NT, João, 10, 25:39.

Material: exemplar do Novo Testamento

  1. Dar as boas vindas ao grupo, e perguntar das novidades, e de como foi o EEVJ2023 para os que participaram.

  1. Exercício de respiração profunda e lenta, e prece inicial.

  2. Sensibilização ao tema:

Hoje nosso tema é sobre Deus, o Nosso Pai, como Jesus o apresentou a nós.

Vamos começar a pensar nesse assunto, com Jesus.

No Evangelho de João, Cap. 10, nos versículos de 25 à 39, Jesus conversava com os judeus sobre quem ele, Jesus, era e sobre seu relacionamento com Deus. (ler o trecho em palavras atuais)

Evangelho de João, Cap. 10

23 Jesus andava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24 Os judeus, então, o rodearam e disseram-lhe: “Até quando nos deixarás em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente!” 25 Jesus respondeu: “Eu já vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim.

29 Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior do que todos, e ninguém pode arrancá-las da mão do Pai. 30 Eu e o Pai somos um”. 31 De novo, os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus. 32 E ele lhes disse: “Eu vos mostrei muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas me quereis apedrejar?” 33 Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa de uma obra boa, mas por causa da blasfêmia. Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus”! 34 Jesus respondeu: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: sois deuses’? 35 Ora, ninguém pode anular a Escritura. Se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36 por que, então, acusais de blasfêmia àquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo, só porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’? 37 Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38 Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.

==> então aqui nesse trecho, Jesus cita que Ele e Deus são um só, pois tudo o que Ele fez, mostra que Ele falava e agia em nome de Deus.

Ele cita as Escrituras (o Velho Testamento) onde havia esse ensino: “Vois sois deuses”, se referindo a todos os que haviam recebido a palavra de Deus, ou seja, estavam em comunhão com Deus. Então, ao dizer que Ele e o Pai eram um, ele não estava indo contra as Escrituras, mostrava que Deus estava nEle como Ele estava em Deus.

==> vemos nesse ensino de Jesus, que nós criaturas de Deus, temos em nós, a marca do Criador, a centelha divina.

Vamos agora ao LE, ou seja, em 1857, onde Kardec tratou do tema Deus, logo no início do livro.

5. Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens trazem em si da existência de Deus?

A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.”

6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?

Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?

Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.

==> Kardec reforça que com as ciências, a pessoa adquire o conhecimento pelo ensino, mas a ideia inata de Deus não é assim. Está em todos os serem humanos.

E na 3ª parte do LE, Das Leis Morais, na Lei de Adoração, temos:

651. Terá havido povos destituídos de todo sentimento de adoração?

Não, que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem que acima de tudo há um ente supremo.”

==> Os Espíritos afirmam nessa resposta que nunca houve um povo que não acreditasse num poder superior aos homens.

MAS, vocês devem conhecer um monte de gente que se diz ateu, né?

Por que será? ==> porque as religiões apresentaram um Deus que a razão não aceita, que vai contra a lógica e o bom senso!

Kardec fez essas reflexões no Livro O Céu e o Inferno, na 1ª parte, Cap.1, onde analisa o que a religião (no caso a Católica) trás pras pessoas. Kardec analisa que é por falha da religião ‘oficial’:

Se a religião é impotente contra a incredulidade, é porque lhe falta alguma coisa para combatê-la, de tal modo que se ela permanecesse na imobilidade, em um tempo dado estaria irremediavelmente ultrapassada. O que lhe falta neste século de positivismo, em que se quer compreender antes de crer, é a sanção de suas doutrinas por fatos positivos; é também a concordância de certas doutrinas com os dados positivos da ciência. Se ela diz branco e os fatos dizem preto, é preciso optar entre a evidência e a fé cega.” (item 3)

==> com o desenvolvimento do raciocínio, da razão, das ciências, não é possível acreditar no Deus que as religiões oficiais traziam. Isso levou à incredulidade.

Nesse mesmo livro, no Cap. III (O Céu), Kardec trás um raciocínio que nos auxilia a entender a incredulidade dos tempos atuais:

Quão estreita é então a ideia que ela dá da grandeza, do poder e da bondade de Deus! Quão sublime é, ao contrário, a ideia que o Espiritismo dá! Como sua doutrina engrandece as ideias, amplia o pensamento! — Mas quem diz que ela é verdadeira? Inicialmente a razão, a revelação em seguida, depois sua concordância com o progresso da ciência. Entre duas doutrinas das quais uma diminui e a outra amplia os atributos de Deus; das quais uma está em desacordo e a outra em harmonia com o progresso; das quais uma fica para trás e a outra avança, o bom senso diz de que lado está a verdade. (item 18)

Vamos agora ao início do século XX, com o aparecimento da ciência da alma, da psicologia, da psique.

Carl Gustav Jung? (Suíça, Julho/1875 à Zurique, na Suíça, Junho de 1961) foi um psiquiatra que começou seus estudos a partir de Freud, mas depois caminhou por suas próprias ideias. Jung é o criador da Psicologia analítica.

Jung trouxe o conceito dos arquétipos (termo de 1926), como se fosse uma base comum que é marca registrada de todos os humanos, e que nos conduzem inconscientemente.

E Jung diz (Jung, Vol 7) que o conceito de Deus é uma visão psicológica necessária. A ideia de um ser divino existe em toda parte. Quando uma ideia não é consciente, é arquetípica.

Jung disse que acha “mais sábio reconhecer conscientemente a existência de Deus; senão outra coisa vai ocupar esse espaço. Em geral, uma asneira qualquer”.

==> a experiência de Deus é arquetípica, ou seja, existe em nós e nos conduz, conscientemente ou não. Mas a forma como cada um vai viver essa experiência, é individual. Se não for Deus, colocaremos outro ‘deus’ no lugar, pois é arquetípico!

Dividir o grupo em trios pra discutir:

- Eu percebo Deus na minha vida? Se sim, como?

- Em que a certeza da existência de Deus interfere em minha vida?

==> após a discussão dois-a-dois, pedir que cada dupla apresente suas respostas no grupão.

  1. Desenvolvimento

Nós somos Espíritas, e temos o conceito de Deus que os Espíritos nos trouxeram.

Tem algumas premissas:

- Deus não é um Espírito, um ‘alguém’. (Perg. 1 LE: Que é Deus? Causa primária. Inteligência suprema! Não é ‘quem’ pois não é uma pessoa).

- Conseguimos compreender a natureza de Deus? ==> NÃO!!! Ainda!!!! Mas chegaremos lá!

LE, 1ª parte, Cap I ‘Deus’ – ‘Atributos da Divindade’

10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

Não; falta-lhe para isso um sentido.”

11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?

Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.”

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.

Jesus já tinha nos ensinado isso:

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. (Mt, 5:8)

==> se não conseguimos ainda perceber Deus, se nossa compreensão é incompleta, como poderemos entender tantos absurdos que vemos nos noticiários? Como compreender os males que nos acontecem?

==> sempre analisar tudo pela ótica dos atributos de Deus, principalmente pelo atributo de infinitamente justo e bom. Justiça e Bondade de Deus caminham sempre juntas!

==> como disse o Espírito Lázaro, no ESE, Cap. XI (Amar ao Próximo como a Si Mesmo), no item 8 (A Lei de Amor), são duas as palavras do alfabeto divino:

- Amor

- Reencarnação

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. (...)

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual.

  1. Fixação de conteúdo

Dividir o grupo em trios para refletir sobre um caso muito triste que ouvimos nos jornais há uns 2 ou 3 anos: um menino de 7 anos, morreu por espancamento, em casa, pelo padrasto.

- Como entender um crime desse porte?

- Onde a justiça de Deus?

- Pode um Espírito ter a reencarnação interrompida pelo livre arbítrio de outra pessoa?

- Deus é infinitamente justo e bom. Aqueles 3 Espíritos (padrasto, mãe e menino) já deveriam ter desafetos em existências passadas;

- Ao reencarnar no contexto da família que o recebeu, o Espírito já sabia dos riscos que a reencarnação teria, pelos desafetos anteriores. Foi uma prova para os 3 Espíritos. Padrasto e mãe, faliram na prova.

- Pode ter sido uma missão para o Espírito que reencarnou, sabendo dos riscos de ter a existência interrompida.

- A reencarnação do Espírito já poderia estar programada para finalizar na infância, mas não nas condições em que se deu a desencarnação.

Também poderia estar programada para ser mais longa, tendo sido interrompida pelo livre arbítrio dos adultos responsáveis por ele. Nesse caso, o Espírito sabia dessa possibilidade mas escolheu essa prova mesmo assim.

(LE, perg. 258 e seguintes ‘Escolha das Provas’).

(Livro Entre a Terra e o Céu, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 10 ‘Preciosa Conversação’)

  1. Prece final, passes e água fluidificada.

  1. Avaliação

Encontro com 14 jovens.
Muito entusiasmo pelo EEVJ2023; todos deram suas impressões do Encontro.
Não foram feitas as atividades em trios, pois não deu tempo.
Nos últimos 15 minutos, perguntaram sobre mediunidade e ficamos falando da mediunidade na adolescência.

  1. Anexos

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