Casa Espírita Missionários da Luz
DIJ – Mocidade - a partir dos 14 anos – 23/09/2022
Tema: Perfeição Moral – O Conhecimento de Si Mesmo
Objetivo:
- Refletir sobre nossas reações inconscientes, com relação a críticas ou rejeições aos outros, percebendo a necessidade do autoconhecimento;
- Perceber a necessidade do autoconhecimento como meio seguro e eficaz de resistirmos às tentações e melhorarmos na encarnação, conforme orientação de Santo Agostinho no LE.
Bibliografia:
- ESE, Cap. X (Bem aventurados os Misericordiosos), item 10 (O Argueiro e a Trave no Olho); Cap. XVII Sede Perfeitos, itens 3 (O Homem de Bem) e 4 (Os Bons Espíritas);
- LE, pergs. 918 e 919;
- O Ser Consciente, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego'.
Material: papel e caneta numa prancheta, para todos.
Desenvolvimento:
1. Hora da novidade.
2. Relaxamento e atenção no movimento da respiração, e prece inicial.
3. Desenvolvimento
Roda de conversa :
Levar as seguintes frases em pedaços de cartolina, distribuindo-os para 4 jovens :
LE, perg. 919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
a) — Conhecemos toda a sabedoria desta máxima; porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap X, item 10 ‘Bem aventurados os Misericordiosos’
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap XVII ‘Sede Perfeitos’, item 3.
O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Evangelho Seg.Espiritismo, Cap XVII ‘Sede Perfeitos’, item 4.
Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
- pedir que cada um leia a sua frase por vez, e que comente o que entendeu. Depois, perguntar ao grupo o que essas frases tem em comum.
⇒ a necessidade de nos auto conhecermos!
Na perg. 919, essa é a resposta dada pelos Espíritos, mas Kardec fala da dificuldade da gente se autoconhecer.
No cap. XVII, item 3, Kardec fala pra gente interrogar a consciência e responder a uma série de perguntas sobre nossas ações ⇒ autoconhecer-se!
E no item 4, Kardec fala que precisamos domar as más tendências, ou seja, temos antes que saber quais más tendências temos...
No cap. X do Evangelho, Kardec fala :
« Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa ». Ou seja, a gente se observar como observamos os outros! Autoconhecimento!
⇒ é fácil a gente ‘sair’ de cena e nos observarmos de fora? Analisar nossas ações? Descobrir porque agimos de uma forma ou de outra?
⇒ como podemos nos autoconhecer?
⇒ Explorar nessa roda de conversa acima, o porquê da necessidade do autoconhecimento para nossa evolução, nosso progresso aqui na presente encarnação.
Vivência :
Vamos fazer uns exercícios nesse sentido?
- dar papel e canetas para todos, com prancheta para apoiar. Será um exercício individual, ok?
Vamos responder a algumas perguntas que nos auxiliem a nos autodefinirmos, em diversas dimensões de análises.
a) A pergunta inicial é sempre : « Quem sou eu em » (fazer a pergunta e deixar que respondam. Depois então passar para a outra pergunta)
i) características físicas (como vc se autodescreveria para uma pessoa cega?)
ii) características psicológicas (como sou? como funciono? Eu comigo mesmo, eu com os outros? Como vc descreveria sua personalidade?)
iii) na minha família (que papel ocupo na família? Sou filho único, mais velho, do meio, caçula? Sou culpado por tudo o que acontece lá em casa? Sou o queridinho da mamãe? Sou o mais engraçado? O mais sério? O mais responsável? Procurar perceber quem é vc na sua família!)
iv) na escola
- Como foi pensar nessas questões sobre vcs mesmos? O que vocês sentiram? Alguém quer dividir algum aspecto que percebeu?
b) Agora vamos tentar fazer o que Kardec falou no Cap X do Evangelho : transportar-se para fora de si mesmo, sair da cena e se observar atuando!
⇒ Vamos buscar na lembrança uma situação que foi impactante para você, que te deixou embarassado, envergonhado, raivoso, furioso, travado, enlouquecido, arrasado, muito triste…. Uma situação tensa, forte, emocionalmente falando.
- Agora tente sair de cena, observar essa situação de fora, e ver você reagindo. O que você vê? Que julgamento você faz de ‘você’ agindo nessa situação? O que parece que ‘você’ estava sentindo? ⇒ veja que o foco é você na cena! Não é pra olhar os outros, mas só você! Analise você mesmo!
- Como foi fazer esse exercício de sair de cena e se auto observar?
c) Exercício de autopercepção – agora vamos anotar no papel :
- um feedback negativo, que tenha frequentemente recebido de diferentes pessoas.
- um ato impulsivo e não intencional, que costuma ter e depois se arrepende (o “reagir” ao invés do “agir de forma consciente”).
- é importante ouvir o que as outras pessoas falam da gente : amigos e também os não muito amigos… Eles falam da gente de aspectos que não percebemos em nós. São ótimos recursos para nos autoconhecermos!
- analisar os atos impulsivos, também é muito importante. Essa é uma forma de perceber como reagimos inconscientemente. Nos perguntarmos : porque costumamos agir assim? O que acontece em nós que nos leva a reagir assim? Qual será o sentimento que nos leva a agir assim?
⇒ são muitas perguntas que podemos fazer a nós mesmos, com o objetivo de nos autoconhecermos. Essa foi a orientação de Santo Agostinho, na resposta a Kardec, à perg. 919a.
4. Exercício de relaxamento e observação da respiração, e prece final.
5. Avaliação:
Encontro para 4 jovens. Não foi feita a vivência. As reflexões foram a partir das frases entregues a eles.
6. Anexos:
Subsídios teóricos sobre para o autoconhecimento (mecanismos de defesa do ego)
“Todos necessitamos de viajar para dentro, a fim de nos descobrirmos, desidentificando-nos daquilo que nos oculta aos outros e a nós próprios.” (Joanna de Ângelis em ‘O Ser Consciente’, cap. 25 ‘A Conquista do Self’)
Habituado ao não enfrentamento com o self, o ego camufla a sua resistência à aceitação da realidade profunda, elaborando mecanismos escapistas, de forma a preservar o seu domínio na pessoa.
Desse modo, podemos enumerar alguns desses instrumentos do ego, para ocultar-lhe a realidade, facultando-lhe a fuga do enfrentamento com o eu profundo, (...).” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego'.)
“O excesso de devotamento a uma causa ou ideia é a compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.
O fanatismo resulta da insegurança interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em que se pensa acreditar, desse modo compensando-se.
Há sempre um exagero, um super desenvolvimento compensador, quando, de forma inconsciente se estabelece um conflito, por adoção de uma crença em algo sem convicção. (...)
Nessa compensação psicológica, o ego exacerbado está sempre correto e, sem piedade pela fragilidade humana, exprime-se dominador, superior aos demais, que não raro persegue com inclemência.” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego' – ‘Compensação’)
“Quando se experimenta um sentimento de revolta ou de animosidade contra alguém ou alguma coisa, mas que as circunstâncias não permitem expressar, o ego desloca-o para reações de violência contra objetos que são quebrados ou outras pessoas não envolvidas na problemática” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', ‘Deslocamento’)
“… a repressão inconsciente dos conflitos da personalidade leva o ego a projetá-los nos outros indivíduos, nas circunstâncias e lugares, evadindo-se à aceitação dos erros e da responsabilidade por eles…
Toda vez que alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter de alguém, projeta-se nele, transferindo do Eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente, a qualidade negativa que lhe é peculiar. (...)
Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete inconscientemente.
Há uma necessidade de combater nos outros o que é desagradável em si…” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', ‘Projeção’)
“… se caracteriza como a conscientização de que as qualidades das pessoas lhe pertencem. A pessoa introjeta-se na vida dos heróis aos quais ama e com quem se identifica, aceitando ser parecida com eles. Assume-lhes a forma, os hábitos, os traquejos e trejeitos, o modo de falar e de comportar-se…” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', ‘Introjeção’)
“É o mecanismo de fuga de maior gravidade do ego, por buscar justificar o erro mediante aparentes motivos justos, que degeneram o senso crítico, de integridade moral, assumindo posturas equivocadas e perniciosas.” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. Cap. 26 'Mecanismos de fuga do ego', ‘Racionalização’)
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