terça-feira, 13 de setembro de 2022

Lei de Justiça, Amor e Caridade

                                                 Casa Espírita Missionários da Luz

DIJ – Mocidade > 14 anos – 09/09/2022

Tema: Lei de Justiça, Amor e Caridade

Objetivos:

  • Perceber que não é possível ser justo sem ser caridoso e sem amar;

  • Identificar o verdadeiro significado de “caridade”;

  • Perceber que somente evoluiremos se tivermos a “caridade” por norma de conduta;

  • Identificar na Benevolência, Indulgência e Perdão, as virtudes que resumem todos os deveres de caridade para com o próximo, conforme Jesus (LE, perg. 886).

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, pergs. 629, 630, 642 e 643, 886 à 888, 879, 918.

Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X itens 14 e 16, Cap. XI item 4, Cap. XIII item 5, Cap.XV item 5.

Material: Exemplar do Evangelho Seg.Espiritismo; tiras de papel e lápis, para serem distribuídos aos jovens na atividade de fixação; 3 cartões sendo um para cada virtude da Caridade (Benevolência, Indulgência, Perdão); 3 cartões sendo um para cada potência de nossa relação com o próximo (Sentir, Pensar, Agir).


Procedimentos:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece inicial.

  2. Motivação inicial:

- Pedir que um dos jovens leia o Evangelho, no trecho do 'Óbolo da Viúva”

O ÓBOLO DA VIÚVA

Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. – Nisso, veio também uma pobre viúva que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. – Chamando então seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio; – por isso que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento. (S. MARCOS, 12:41 a 44; S. LUCAS, 21:1 a 4.)” (Evang.Seg.Espiritismo, Cap.XIII, item 5)

- Perguntar ao grupo: O que podemos perceber com esse trecho do Evangelho?

==> que a caridade real é tão importante, que Jesus fez questão de chamar atenção ao conceito.

- Porque Jesus observava o modo como as pessoas faziam as doações?

==> porque mais importante do que se faz, ou o que se dá, é o estado de espírito de quem doa, o sentimento que vai em seu coração.


  1. Desenvolvimento:

- Normalmente, o que entendemos por “caridade”?

==> ajudar a quem precisa de ajuda material. Esse conceito está nos dicionários. Se fosse assim, os países ricos não precisariam fazer a caridade, né?

- O que é afinal, a caridade? ==> depois das respostas, ver no LE:

Perg. 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

- Mostrar os 3 cartões com cada uma dessas 3 virtudes em cada cartão.



O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. (...) O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

- é o BIPbenevolência, indulgência, perdão ==> essas são virtudes relacionadas com o próximo.

- De modo geral, como nos relacionamos uns com os outros? Qual é a dinâmica, o processo?

- Propor um exercício de diálogo improvisado: pedir um voluntário e fazer o diálogo com ele (improvisar as falas de acordo com o jovem que se candidatar):

- Oi, fulano! Te vi no último fim de semana, com uma jovem, bem agarradinhos!!!! rsrsrs Sua namorada? (de acordo com a resposta dele, seguir um pouco mais no diálogo).

(ou pedir dois jovens, para fazerem esse diálogo improvisado)

- Vamos, então, analisar esse relacionamento que ocorreu no diálogo. De modo geral, a dinâmica funciona em 3 etapas:

i. recebe o impulso externo (do mundo exterior) e sentimos algo.

ii. refletimos sobre o que recebemos (processo mental).

Iii. respondemos/agimos a partir da conclusão que chegamos.


- Escrever no quadro: Eu e o Próximo



Reflexão (Eu comigo mesmo)

Sentir <==



A sociedade: o próximo

==> Agir


-
Mostrar ao grupo o cartão com o coração desenhado e a palavra SENTIR. Perguntar ao jovem:

==> o que você sentiu com a pergunta que foi feita a você? Teve alguma reação física? Às vezes a gente fica vermelho de vergonha, às vezes treme de raiva… São reações automáticas a partir das emoções que trazemos e nem sempre nos damos conta...

- Mostrar ao grupo o cartão com a cabeça desenhada e a palavra PENSAR. Perguntar ao jovem:

==> o que você pensou com a pergunta que foi feita a você? Com a reflexão, analisamos o que sentimos, percebemos as paixões, e decidimos o que fazer com elas...

- Mostrar ao grupo o cartão com a mão desenhada e a palavra AGIR. Perguntar ao jovem:

==> qual foi a sua ação/resposta?


- Esse mecanismo acontece o tempo todo. O “agir” de um é o “sentir” do outro, certo? E assim, vamos nos relacionando com os outros todos os dias, em todos os momentos...

Faculdade: Sentir ==> todos os sentidos ou faculdades que uso para perceber o mundo fora de mim

Faculdade: Pensar ==> reflexão que fazemos, com o que recebemos do mundo exterior e os impactos em nosso mundo íntimo.

Faculdade: Agir ==> reação do processamento das informações recebidas: ação


- É igual o `pensar` de todas as pessoas? Não!

- Porque não? ==> porque depende de nosso mundo íntimo; do que realmente somos.

- Nos Espíritos inferiores, o “agir” é “reagir” e, normalmente no mesmo teor do que recebeu (sentiu).

- E nos Espíritos Puros? Como é esse “agir”: é “reagir” no automatismo do BEM...



- Quando falamos que a pessoa é pavio curto, o que queremos dizer? Que ela não usa muito a faculdade do Pensar. Recebe e já devolve!

- Então, quem tem o “pensar” curto, age ou reage? ==> reage

- E quem tem o “pensar” longo? ==> age

- Mas essas ações são sempre boas e as reações sempre ruins? ==> não! Depende do que cada um traz dentro de si; de suas aquisições morais.



==> precisamos desenvolver essas três potências, para evoluirmos: SENTIR, PENSAR, AGIR

Sentir

Percepção

As coisas do mundo me mudam, me fazem movimentar. Me tocam. Me afetam. Não controlo as coisas que vem do mundo externo...

Pensar

Entendimento

Eu me transformo. Analiso e aprendo com o que recebo e tomo decisões. Eu resolvo o que vou devolver pro mundo. Como vou devolver.

Agir

Vontade

Eu mudo o mundo. Minhas ações impactam o mundo.


Sentir: tem um componente de fora; é o mais difícil de trabalhar. Onde ficam as “paixões”? No “Sentir”…

Pensar e agir: depende só de mim.

- O que tem esse processo, essa dinâmica, a ver com a caridade?

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O que vocês acham?

- Analisando os três aspectos de nossa interação com o próximo, quais as virtudes da caridade que devo usar para controlar ou dirigir cada aspecto?

Sentir ==> com o perdão; Pensar ==> com indulgência; Agir ==> com benevolência


Sentir x Perdão

  • receber o julgamento ou as ações do outro, com o filtro do perdão, impedindo que o mal gerado pelo próximo se instale em nosso mundo íntimo. Se o mal se instala em nosso mundo íntimo, respondemos com o mal também!;

  • o perdão só filtra o mal; o bem passa!;

  • com o perdão ficamos invulneráveis ao ataque do mal.

Pensar x Indulgência

  • analisar ou julgar o caráter ou conduta do próximo, com a virtude da Indulgência

  • o indulgente realça a luz do outro e não seus defeitos

  • a indulgência não é cega; vê os defeitos dos outros mas não os realça

  • a indulgência nos auxilia a identificar, reconhecer os nossos próprios defeitos


Agir x Benevolência

  • aqui tem um item que fala do atendimento à carência material;

  • a nossa Vontade deve ser agir no BEM, em todas as circunstâncias;

  • agindo no BEM, transformamos o mundo!

A Caridade, na nossa relação com o próximo, é o exercício dessas três virtudes: benevolência, perdão, indulgência.

- Pedir que um dos jovens leia o Evangelho, Cap. XV, item 5:

Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: “Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro”, isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.”

==> Caridade é o caminho da “salvação”: aperfeiçoamento espiritual, evolução do Espírito: só com a caridade!

  1. Fixação do conteúdo

Propor a dinâmica: Como despertar o amor em Grupos e Equipes - Por que amo você

Material necessário: Tiras de papel e lápis, para serem distribuídos aos jovens.

Procedimentos:

- Distribuir as tiras de papel e os lápis aos jovens, solicitando que cada qual escreva o seu próprio nome de forma bem legível, e depois dobre o papel.

- Recolher os papéis, misturar e distribuir novamente, pedindo que cada um verifique se não tirou o próprio nome. Em caso positivo, deverá devolver e pegar outro papel.

- Cada jovem deverá ler para si o nome da pessoa que tirou e pensar que qualidades ela tem que você mais admira.

- Iniciar falando “Eu amo {nome do jovem escrito no papel} porque ele tem tais e tais qualidades, etc, etc,” (falar olhando pro jovem ao qual se refere).

==> esse é um exercício para desenvolvermos o olhar indulgente para com todos; realçarmos o bem, as qualidades que todos possuímos.


  1. Conclusão:

LE, perg. 879Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?

O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”

  1. Prece final

  2. Avaliação:

    Encontro com 5 jovens com participação e interesse. Não fiz a dinâmica de sensibilização pois usei uma situação que um dos jovens trouxe na hora da novidade. Não foi lido o evangelho no final nem feita a dinâmica de fixação. Não usei o quadro. Trabalhei com os cartazes das 3 virtudes e dos 3 aspectos (Sentir, Pensar, Agir), deixando-os afixados na parede.

  3. ANEXOS

Livro dos Espíritos:

Perg. 888. Que se deve pensar da esmola?

Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa vontade de alguns.”

a) — Dar-se-á reproveis a esmola?

Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.

A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração pouco se comoverá.

Lembrai-vos também de que, aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: ‘Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der.’ Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho.

Deve-se distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação.

Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instruí os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.” SÃO VICENTE DE PAULO

Livro dos Espíritos: Caracteres do homem de bem.

918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita?

O espírito prova a sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus, e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”

O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.

É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças.

Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como UM DEPÓSITO, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que aquele que lhas deu também lhas pode retirar.

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho.

É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros, lembrando-se destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não ignora que, 
como houver perdoado, assim perdoado lhe será.

Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.

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Evangelho Segundo o Espiritismo

A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. (Cap. IX, item 6)

Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo.” (Cap. XI, item 4)

A caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que useis sempre e em todas as coisas para com o vosso próximo. Podeis ainda exercitar essa virtude sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as vossas esmolas, mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento, de amor, conduzirão ao Senhor supremo. (cap. XI, item 14)

Não é também caridade a indulgência?” (Cap. XV item 15)

A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los”... “Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros” (Cap. XV, item 16)

No dicionário, temos:

A indulgência é uma qualidade humana bastante louvável, pois representa a bondade e a capacidade de ser tolerante perante às ações ou particularidades das outras pessoas.



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