segunda-feira, 9 de maio de 2022

As aparências enganam - Somos Todos Espíritos

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos – 21/05/2021

Tema: As aparências enganam - Somos Todos Espíritos

Estudo Híbrido (Presencial/Google Meet)

Objetivos:

Refletir sobre nossa realidade de Espíritos Imortais e as diversas experiências nas reencarnações;

Refletir sobre os diversos papéis que executamos na vida, identificando-os como oportunidades de crescimento espiritual;

Identificar o perigo da identificação do Ser com os papéis/posições na vida terrena;

Perceber a constante influência dos Espíritos em nosso proceder no cotidiano.


Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, Perguntas 459 à 461(Influência dos Espíritos); 804, 806 e 812 (Lei de Igualdade); 919 (Conhece-te a ti mesmo);

Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XVII (Sede Perfeitos), item 9 (Os superiores e os inferiores);

O Ser Consciente, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap 2 – Ser e Pessoa (item ‘A Pessoa’, subitem ‘A Personalidade’; item ‘A Individualidade’);

O Homem Integral, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 3 ‘A Busca da Realidade’, item ‘Religião e religiosidade’;

Refletindo a Alma, Cap. 6, item ‘Persona’, artigo de Iris Sinoti, Pág 143;


https://www.youtube.com/watch?v=11ahmCq8jcE – Amigos da Luz, Eu, Eu Mesma e Eu Espírita - 3:20 minutos


Material: Pedir que levem/tenham em mãos, papel e lápis ou caneta.

Desenvolvimento:

  1. Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece inicial.

  1. Motivação Inicial:

(Romanos 7:19-20)

Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.”

== > como podemos interpretar essa fala do apóstolo Paulo?

== > ele cita dois “EUs”: um que quer o bem; e outro que faz o mal! Quem é esse outro, que faz o mal?

== > as nossas anteriores experiências, em vidas passadas, onde nos deixamos levar pelos vícios! Todos os outros Eus, de nossas vidas anteriores, vivem dentro de nós, com seus erros e seus acertos… E, de vez em quando, um desses outros EUs, assumem nossos atos…

Temos uma outra situação, que também está no Novo Testamento:

Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo:” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, 16:13 a 17; S. Marcos, 8:27 a 30.)

== > e aqui? Quando Pedro respondeu a Jesus, era um outro EU de Pedro quem respondia? == > Não. Jesus indicou isso, dizendo que não era o Pedro, mas sim, que ele foi o porta-voz de alguém superior. Aqui vemos Pedro como médium, como intermediário dos Espíritos Superiores.

E temos uma outra situação de identificação de quem realmente somos.
Vocês já ouviram quando alguém fala assim: - Você sabe com quem está falando?

== > o que isso significa? Que a pessoa se acha superior a outra e reforça o ‘lugar’ dela e a do outro. E será que ela realmente é quem pensa ser?

Vejamos outro trecho bíblico: Jesus e Pilatos (João, 18:33-37)

Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?”

Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? (...)

Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; (..)

Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.

== > vemos aqui duas pessoas: Pilatos, representante do imperador de Roma na Palestina, com o poder imperial, e Jesus, o governador do planeta, ali perante Pilatos, como um prisioneiro.

== > vemos a ilusão em que vivia Pilatos, sem saber quem de fato ele era, achando que ele era o cargo que ocupava. == > Quantas vezes somos como Pilatos, achando que somos o cargo, a posição que ocupamos?

  1. Desenvolvimento

Então vimos 3 situações diretamente envolvidas com a nossa percepção de quem somos:

i) Impulsos automáticos, tendências que temos, muitas vezes em desacordo com nossa vontade consciente == > os muitos EUs que habitam em mim;

ii) Inspiração, intuição que nos vem no dia-a-dia, a partir da influência dos Espíritos (que podem ser inferiores ou superiores), que interferem (ou não) em nossas ações;

iii) Papéis que exercemos nas diversas fases da vida, que são relativos à nossa atuação na presente encarnação.

E é muito importante termos ciência desses diversos aspectos de nós mesmos, para não nos perdemos na presente encarnação. Precisamos nos autodescobrir, tendo a clara percepção de que somos Espíritos imortais, numa temporária experiência terrena.


Quando vemos no LE, a pergunta Perg. 919:

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

  • Para melhorar na vida, para resistir ao mal, precisamos nos conhecer!!! Conseguir perceber o que fazemos de forma inconsciente, nossas tendências interiores, ocultas, para identificarmos que elas existem em nós, aceitá-las e mantermos sob controle essas tendências!

  • Não confundir os papéis que vivemos no momento, com quem nós realmente somos.


Se pensarmos na vida como um palco, podemos dizer que existem papéis que exercemos para os diversos cenários em que atuamos no palco.

- Vamos ver que papéis exercidos temos aqui nesse nosso grupo. Vou falando e levantem a mão quem se identificar nesse papel:

Na Família:

Papel de filho/a – o que se espera desse papel? Faz diferença sermos filho ou filha? O que se espera de um filho? E de uma filha?

- Irmão/ã - faz diferença na construção de nossa personalidade, sermos filho único ou termos irmãos? O que se espera do primogênito? (deixar que falem)

- Enteado/a? - que diferença faz na construção de nossa personalidade, vivermos como enteado/a numa família?

Vocês percebem outro papel na família direta?


E na parentela? - neto/a, sobrinho/a, primo/a, etc. O que se espera desses papéis?



Pedir que cada um diga os papéis que exerce atualmente, nos outros cenários sociais. (estudante regular, estudante de cursos específicos, representante de turma, estagiário, trabalhador, namorado/a, artista, etc)


  • São diversos papéis que exercemos em todos esses cenários da vida. E isso faz parte, está ok. Precisamos saber quem somos em cada contexto desses para conduzirmos nossas atitudes de forma adequada em cada um desses contextos.


Tem alguns papéis que são de outra natureza.

- o aluno considerado o mais inteligente da sala. Aquele que sempre sabe tudo; que sempre tira a maior nota.

== > Como será que ele se sente em relação aos colegas da turma?

==> Como será que esse ‘lugar” interfere em como ele se vê?

==> O que será que a turma espera dele?

==> E se no ano seguinte, entrar um aluno novo, que tem melhores resultados que ele? Como será que isso vai impactar na avaliação que faz de si mesmo? E no “lugar” dele na turma?


Agora, imaginem na família, se o filho mais velho é um desses alunos. Aluno nota 10, super elogiado pelos professores. Como os pais devem se sentir em relação a esse filho? O que esperam dele?

Como fica o segundo filho nessa família? O que será que os pais vão esperar dele? E se ele for o pior aluno da turma?


As escolas colocam esse “lugar” para os alunos, né? Ás vezes tem até diplomas específicos…

Já pensou se o aluno pensar, assumir que é mesmo melhor que os outros? Será que aguentará o dia em que perder esse ‘lugar’?



- Nós somos esses papéis, ou estamos nesses papéis?

qual a diferença?

  • Quem somos nós, de fato? == > O ser por trás desses papéis! O Espírito reencarnado e atuando nesse papel!

  • Porque que um aluno é nota 10 e o outro sempre fica no fim da lista das notas da turma? == > são as oportunidades que cada um teve nessa encarnação + as aquisições intelectuais que já obteve em encarnações passadas!


  • Mesmo nos papéis dentro da família, sabemos que são temporários para exercitarmos os relacionamentos em suas diversas faces.

Por exemplo, já podemos ter sido pai/mãe de nossos pais atuais!


- Que problemas podem ser criados para o Espírito reencarnado, se ele achar que é o papel que vivencia? == > se perder de si mesmo!


Nos casos, por exemplo, em que a pessoa acha que ela é o cargo, a posição que ocupa, esse tipo de situação causa sofrimento para a pessoa? O que acham?

- Sim! Porque vive uma ilusão, e como tudo passa e em algum momento (na aposentadoria, na doença, na morte...) vai precisar descobrir quem realmente é!


Quem consegue perceber uma situação em que a pessoa se confunde com o papel que exerce? Que acha que é o papel?


- Contar o caso real, de um rapaz que se formou em economia e era o destaque da turma. Assim que se formou foi logo contratado por um grande grupo financeiro, em SP, num cargo de diretoria.

Ele era realmente brilhante nessa área. E logo foi se destacando na empresa, fazendo grandes negócios altamente lucrativos para o conglomerado financeiro.

E tinha pouco mais de 20 anos. (olha o perigo para a encarnação…)

Ele tinha um helicóptero a disposição dele para transporte entre uma reunião e outra, nas diversas cidades do país. Ganhava rios de dinheiro...


Mas aí, ainda bem jovem, veio uma doença, um câncer na garganta. Precisou tirar licença médica para se tratar, foi fazer o tratamento nos Estados Unidos, e durante todo esse processo, percebeu que perdeu diversas regalias que tinha na empresa. Logo outro foi colocado no lugar dele, pois a empresa não entrou em licença médica!

E no período do tratamento, que foi longo até conseguir a cura, ele se descobriu, como ser frágil que é (pois o nosso corpo é perecível, transitório) e que estava perdendo a juventude nesse mundo de negócios, alucinado, sem ter tempo para si mesmo, para a família, para viver as belezas reais da vida.

Depois da cura, não voltou ao mercado financeiro; se tornou professor de yoga. Nesse período da doença ele buscou diversas terapias alternativas também, buscou harmonização interior, e se autodescobriu.


Essa é a história dele. Vemos que a doença foi uma bênção, uma medida que os mentores devem ter utilizado para resgatá-lo do sucesso financeiro, do prestígio social, para suas reais buscas nessa encarnação.


Todos temos um objetivo na encarnação, que é sempre de ordem moral, de vencer a si mesmo, de desenvolver as virtudes.

Precisamos estar atentos, para não nos perdemos no caminho.

Os cargos de projeção social precisam ser exercidos, mas não podemos nos identificar com eles.


Vocês viram o filme de 2010, Cisne Negro, com Natalie Portman? Ela ganhou o Oscar de melhor atriz pelo papel da bailarina. Quanta neurose esse filme mostra! Ela, se confundindo cada vez mais com o papel da bailarina principal e se perdendo de si, perdendo a sanidade; a loucura da mãe dela que esperava dela ser a bailarina principal; a situação da bailarina que era a principal até ela aparecer…

== >Mostra o perigo das ilusões do mundo, e da perda dos objetivos da encarnação.


Jesus tem um ensinamento lindo, em João 5, vv41: “Não aceito glória que vem dos homens”.

Porque? Porque os interesses comandam… quem aplaude hoje, apedreja amanhã, pois troca de ídolo…

Como Jesus também nos ensinou: “Eu venci o mundo”, e não “no” mundo…

Precisamos buscar saber quem realmente somos, e sermos isso! E não ser o que o mundo espera de nós...


Na Lei de Liberdade, no LE, Kardec analisa a questão das desigualdades sociais e das riquezas.

Perg. 806. É lei da natureza a desigualdade das condições sociais?

Os Espíritos respondem que não. E complementam que:

Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social.”


Perg. 812. Por não ser possível a igualdade das riquezas, o mesmo se dará com o bem-estar?

Não, mas o bem-estar é relativo; todos poderiam dele gozar, se se entendessem convenientemente, porque o verdadeiro bem-estar consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraza, e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto sinta. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba.”


  1. Exercício de fixação

Propor um exercício de autoconhecimento que deve ser feito individualmente e em silêncio.

Fizemos ano passado e vamos repetir hoje, pois já não somos os mesmos de 12 meses atrás!


- Pedir que cada um pegue papel e caneta, e que respondam as perguntas (dar 10 min para a tarefa).

- Não se preocupem que as respostam são de vocês. Não precisarão compartilhar.


  1. O que você acha que seus pais esperam de você?

  2. Como você se sente com relação a essas expectativas?

  3. Qual dos papéis que você exerce ocupa mais tempo em sua vida?

  4. Qual dos papéis que você exerce dá a você, mais alegria e paz?

  • Quando concluírem, perguntar se foi difícil responder às perguntas.


A questão do grupo social é importante, pois podemos estar assumindo, sem perceber, os comportamentos do grupo. É importante sermos aceitos nos grupos, mas precisamos estar despertos para diferenciar “EU mesmo” do “Eu no grupo”!


Se o papel que te traz mais alegria é o que te consome menos tempo, é preciso parar e pensar a respeito, né?


  1. Conclusão

Nós estamos exercendo diversos papéis nessa encarnação, seja na família, na sociedade, no trabalho, com vistas ao nosso aprimoramento espiritual. A questão é sempre de nós conosco mesmo! Cada qual tem sua caminhada!


  1. Exercícios de respiração profunda e prece final.

  2. Avaliação

Encontro com 11 jovens, estando 4 no virtual. Pareciam ter percepção dos papéis que exercemos na vida, da influência dos Espíritos e das nossas tendências instintivas.

Como houve mudança no ensino médio, ficaram muito tempo falando do impacto dessas diferenças. Falaram bastante sobre profissão que querem seguir, enfatizando o que gostam, independente da remuneração; sobre autocobrança para os resultados.

Bem participativos os jovens no presencial; os no virtual, ficaram em silêncio.
Não foi feita a reflexão individual escrita, nem analisados os papéis que desempenham na família, parentela, sociedade. Não foi citado o filme, nem o caso do diretor financeiro.


ANEXOS


Teorização sobre conceito de Persona

Na psicologia existe o conceito de Persona, que representa os diversos papéis que representamos durante a vida: filho, irmão, amigo, primo, neto, aluno, namorado, e outros tantos que passamos a ter quando entramos na vida adulta: mãe, pai, cônjuge, profissional, patrão, empregado, etc.


A persona refere-se ao que é esperado socialmente de uma pessoa e como ela acredita que deve parecer. É como um acordo entre o indivíduo e a sociedade.”

(Refletindo a Alma, Cap. 6, item ‘Persona’, artigo de Iris Sinoti, Pág 143)



Personalidade (O Ser Consciente, Cap 2, item ‘A Personalidade’)

Em permanente representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e costumes de cada época e cultura, a personalidade representa a aparência para ser conhecida, não raro, em distonia com o eu profundo e real, gerador de conflitos. ”

A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacionamento interpessoal. ”


Personalidade é um conceito em oposição à INDIVIDUALIDADE, que é “o somatório de todas as experiências, o ser pleno e potente, que alcançou a autorrealização”.

Imperecível, a individualidade é o espírito em si mesmo, que reúne as demais dimensões e sabe conscientemente o que fazer, quando fazê-lo e como realizá-lo, para ser a pessoa integral, ideal.” (Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap 2, item ‘A Individualidade’, )


Persona

No caleidoscópio do comportamento humano há, quase sempre, uma grande preocupação por mais parecer do que ser, dando origem aos homens-espelhos, aqueles que, não tendo identidade própria, refletem os modismos, as imposições, as opiniões alheias. Eles se tornam o que agrada às pessoas com quem convivem, o ambiente que no seu comportamento neurótico se instala.” (Joanna de Ângelis, O Homem Integral, Cap. 3 ‘A Busca da Realidade’, item ‘Religião e religiosidade’)




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