quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Estudando as manifestações mediúnicas

 Casa Espírita Missionários da Luz

Juventude:  > 13 anos                                   02/10/2020

Estudo virtual no Google Meet

 Tema: Estudando as manifestações mediúnicas

 Objetivo:

  • Tomar contato com a codificação espírita, através do estudo de relatos de manifestações mediúnicas. 

Bibliografia:

Livros dos Médiuns, cap. VII, itens 122 e 123, cap. XXIII, item 240;

RE, Jun/1864 > Cura da jovem obsedada de Marmande;

A Gênese, Cap. XIV, itens 45 e 46 (Obsessões e Possessões).

 Material:

Pedir antecipadamente que o grupo tenha em mãos O Livro dos Médiuns e A Gênese. Também mandar link no grupo para que possam baixar o pdf: https://www.febnet.org.br/blog/geral/divulgacao/downloads-divulgacao/obras-basicas/

- PDF do trecho de RE, Jun/1864 > Cura da jovem obsedada de Marmande. 

Desenvolvimento:

1.            Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece de início do encontro.

 

2.            Desenvolvimento do tema 

A proposta hoje é a divisão em três grupos, para que cada grupo possa estudar um caso de manifestação mediúnica e depois, apresentar aos demais. Os grupos devem se reunir em chamadas no whatsapp. 

Grupo 1:

Obsessão por subjugação – LM, cap. XXIII, item 240; A Gênese, Cap. XIV, itens 45 e 46

- explicação desse fenômeno: como ocorre? Quais as causas? O obsidiado tem consciência do que lhe ocorre? Como tratar a desobsessão? 

Grupo 2: 

            Transfiguração – LM, cap. VII, item 122 e 123

- definição do fenômeno, identificando se é mediúnico ou anímico (emancipação da alma);

- como o espiritismo explica esse fenômeno? 

Grupo 3:

            Ler o trecho da Revista Espírita de Jun/1864: Cura da jovem obsedada de Marmande, e responder às perguntas:

- quais os fenômenos mediúnicos que aparecem no texto da Revista Espírita?

- qual o tratamento que foi feito para a cura da menina?

- quantos Espíritos se comunicaram?

 

3.            Apresentação dos grupos e fechamentos de conceitos e dúvidas. 

4.            Prece final

5.             Avaliação:

Estudo com 10 jovens (Fernanda, Gabriel, Gisele, Laura, Lucas, Maria Eduarda, Maria Fernanda, Manu, Isabela e Gabriela), com boa participação. Fizeram bem os trabalhos em grupo. O grupo da Transfiguração não conhecia esse fenômeno.

6.            Anexos:

RE, Jun/1864 > Cura da jovem obsedada de Marmande (alguns trechos)

Diz o Sr. Dombre no seu informe: Eu fui advertido por um dos membros de nossa Sociedade Espírita, das crises violentas que todas as tardes, regularmente, há oito meses, sofria a chamada Tereza B.... Dia 11 de janeiro último, às quatro e meia da tarde, acompanhado do Sr. L..., médium, fui a uma casa vizinha à da doente, tentar testemunhar a crise que, conforme se dava todos os dias, devia ocorrer às cinco horas. Lá encontramos a jovem e sua mãe, conversando com vizinhos. A meia hora passou depressa. De repente vimos a moça levantar-se, abrir a porta, atravessar a rua e voltar para dentro de sua casa seguida por sua mãe que a tomou e a colocou vestida na cama. Começaram as convulsões. O corpo se dobrava; a cabeça tendia a tocar os calcanhares; o peito arfava. Numa palavra, era desagradável à vista.

 

Entrando eu e o médium na casa vizinha, perguntamos ao Espírito de Louis David, guia espiritual do médium, se era uma obsessão ou um caso patológico. O Espírito respondeu: 

“Pobre menina! Com efeito, ela se acha sob uma fatal influência, muito perigosa mesmo. Vinde em seu auxílio. Teimoso e mau, esse Espírito resistirá por muito tempo. Evitai, tanto quanto estiver ao vosso alcance, que ela seja tratada por medicamentos, que lhe prejudicariam o organismo. A causa é totalmente moral. Tentai evocar esse Espírito e moralizai-o com habilidade, que nós vos auxiliaremos. Que todas as almas sinceras que conheceis se reúnam para orar e combater a muito perniciosa influência desse Espírito malvado. Pobre pequena vítima do ciúme!    “LOUIS DAVID.” 

Pergunta. ─ Que nome usaremos para chamar esse Espírito? 

Resposta. ─ Júlio.

 Evoquei-o imediatamente. O Espírito apresentou-se de modo violento, injuriando-nos, rasgando o papel e se recusando a responder a certas interpelações.

 A partir dessa tarde, e sob recomendação dos bons Espíritos que nos assistem nos trabalhos espíritas, reunimo-nos todas as noites, até a completa cura.

 No mesmo dia 11 de janeiro recebemos a comunicação seguinte do Espírito protetor de nosso grupo:

 “Guardiã vigilante da infância infeliz, venho associar-me aos vossos trabalhos, unir meus esforços aos vossos, para livrar esta mocinha das garras cruéis de um mau Espírito. O remédio está em vossas mãos. Velai, evocai e orai sem jamais vos cansardes, até a completa cura.

“PEQUENA CÁRITA.”

 A evocação do Espírito obsessor só nos valeu injúrias muito grosseiras e muito sujas, que é inútil repetir. Nossas exortações e nossas preces deslizavam sobre ele e não surtiram efeito.

 “Amigos, não desanimeis! Ele se sente forte porque vos vê desgostosos com sua linguagem grosseira. Abstende-vos, por enquanto, de lhe pregar moral. Conversai com ele familiarmente e em tom amigável. Assim ganhareis a sua confiança e podereis mais tarde voltar a falar a sério. Amigos, perseverança!       “VOSSOS GUIAS.”

 De acordo com esta recomendação, tornamo-nos leves nas interpelações, que ele respondeu no mesmo tom.

 Dia 12

Evocado, o Espírito de Júlio foi menos intratável do que na véspera. Na verdade, respondemos às suas facécias com outras, o que lhe agradava. Antes de nos deixar, fizemo-lo prometer ser menos duro para com sua vítima. “Tratarei de me moderar”, disse ele; e como, por nossa vez, prometemos orar por ele, respondeu:

“Aceito, posto não conheça o valor dessa mercadoria.” Ao Espírito:

─ Considerando-se que não conheceis a prece, quereis conhecê-la e escrever uma ditada por nós?

─ Eu quero muito.

Ditada por nós, ele escreveu a seguinte: “Ó meu Deus! Prometo abrir minha alma ao arrependimento. Fazei penetrar no meu coração um raio de amor por meus irmãos, única coisa que me pode purificar. E, como garantia desse desejo, aqui faço a promessa de...” (O fim da frase seria: Cessar minha obsessão, mas o Espírito não escreveu estas três palavras). Acrescentou: “Alto lá! Quereis arrastar-me sem me avisar. Cuidado! Não gosto de ciladas. Andais muito depressa.” E como quiséssemos saber a origem de sua vingança e de seu ciúme, ele respondeu: “Não me faleis jamais da menina. Assim só me afastaríeis de vós.”

 Dia 14: 

 1. Evocação de Júlio ─ Eis-me aqui, senhores.

 2. ─ Quais são as vossas disposições de hoje? ─ São boas.

 3. ─ Sentistes os efeitos de nossas preces? ─ Não muito.

4. ─ Perdoai à vossa vítima e sentireis uma satisfação que não conheceis. É o que sentimos no perdão das injúrias. ─ Eu! Muito pelo contrário. Eu encontrava minha satisfação na vingança de uma injúria. A isto chamo pagar as dívidas.

5. ─ Mas o sentimento de ódio que conservais na alma é um sentimento penoso que está longe de vos dar tranquilidade. ─ Acreditaríeis se eu vos dissesse que é o apego?

6. ─ Acreditamos. Contudo, tende a bondade de explicar como conciliais esse apego com a vingança que exercitais. O que era para vós o Espírito dessa criança numa outra existência, e o que fez ela para merecer esse rigor? ─ Inútil que mo pergunteis. Eu já vos disse: não me faleis dessa menina.

7. ─ Pois bem. Não falemos mais nisso, mas devemos felicitar-vos pela mudança em vós operada. Estamos felizes por isso. ─ Fiz progressos em vossa escola... Que vão dizer os outros?... Eles vão me vaiar e gritar: Ah! Tu te fazes eremita!

 8. ─ Que vos importa sua troça, se tendes os louvores dos bons Espíritos? ─ É verdade.

 9. ─ Olhai! Para provar aos maus Espíritos, vossos antigos companheiros, que rompeis completamente com eles, deveríeis perdoar inteiramente, a partir de hoje; mostrar-vos generoso e bom, deixando de modo absoluto a jovem pela qual nos interessamos. ─ Meu caro senhor, é impossível. Isto não pode acontecer de modo tão pronto. Contudo, quero vos prometer uma coisa: poupar a menina e torturá-la amanhã menos do que hoje. Devo dizer-vos que essa mudança em mim é devida a essa figura radiosa que aí está, junto de vós, e que também vejo ao pé do leito da menina, todos os dias, no momento da luta. Nós somos tocados, malgrado nosso. Sem isto, vós e os vossos santos teríeis dificuldades por alguns dias. (O Espírito referia-se à pequena Cárita).

 10. ─ Então ela é bonita? ─ Bela, muito bela, ó sim!

 11. ─ Mas ela não está sozinha junto de vós durante as lutas? ─ Oh não! Há os outros, os antigos do corpo, os amigos. Aquilo não ri nunca, mas agora zombo muito deles.

 OBSERVAÇÃO: O interrogante sem dúvida queria falar dos outros bons Espíritos, mas Júlio faz alusão aos maus Espíritos, seus companheiros.

 12. ─ Vamos! Antes de nos deixar, prometemos esta noite orar por vós. ─ Eu peço dez orações. Dizei-as de coração, e amanhã estareis contentes comigo.

 13. ─ Então, que sejam dez. E desde que estais com tão boas disposições, quereis escrever de coração uma prece de três palavras, ditada por mim? ─ De boa vontade.

 O Espírito escreveu: “Ó meu Deus, dai-me a força de perdoar.”

(...)

 

A 17 de janeiro, conforme a promessa de Júlio, a menina não experimentou nenhum mal-estar, nem mesmo no estômago. A pequena Cárita anunciou que ela sofreria uma prova moral, às cinco da tarde, durante alguns dias, ou durante o sono, prova que nada teria de penoso para ela, e cujos únicos sintomas seriam sorrisos e doces lágrimas, o que realmente aconteceu, durante dois dias. Nos dias seguintes houve a mais completa ausência do menor indício de crise. Nem por isso deixamos de observar a menina e de orar.

 A 18 de fevereiro a Pequena Cárita nos ditou esta instrução: 

“Meus bons amigos, bani todo o medo. A obsessão está acabada e bem acabada. (...) 

“O Espírito que subjuga penetra o perispírito do ser sobre o qual quer agir. O perispírito do obsedado recebe como um envoltório o corpo fluídico do Espírito estranho e, por esse meio, é atingido em todo o seu ser. O corpo material experimenta a pressão sobre ele exercida de maneira indireta.

(...)

“Quando o Espírito abandona a sua vítima, sua vontade não age mais sobre o corpo, mas a impressão que o perispírito recebeu pelo fluido estranho de que foi carregado não se apaga de repente, e continua ainda por algum tempo a influenciar o organismo. No caso de vossa jovem doente: tristeza, lágrimas, langores, insônia, distúrbios vagos, tais são os efeitos que poderão produzir-se em consequência dessa libertação, mas, tende certeza, e assegurai à menina e à sua família que essas consequências não lhes oferecerão perigo. 

“Meu dever me chama, de maneira especial, a levar a bom termo o trabalho que convosco iniciei. Agora é preciso agir sobre o próprio Espírito da menina, por uma suave e salutar influência moralizadora. 

“Quanto a vós, meus amigos, continuai a orar e a observar atentamente todos esses fenômenos. Estudai sem cessar, pois o campo está aberto e é vasto. Fazei conhecer e compreender todas estas coisas, e as ideias espíritas penetrarão pouco a pouco no espírito de vossos irmãos, que o aparecimento da doutrina encontrou incrédulos ou indiferentes.   “PEQUENA CÁRITA.”

 

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